| [A História de um Hattori] - [Verdade]O silencio naquela casa, e o olhar que Angell dava aos dois deixava as coisas tensas. Shion bebeu um pouco mais, quase deixando a garrafa vazia. – Por favor, venham todos aqui, eu e a mãe de vocês precisamos conversar com vocês. – Shaka empurrou a cadeira de rodas de Ayako até lá fora e Hope veio logo atrás, os três ficaram de frente para seus pais, Shion botou a mão no rosto. – Pelo amor de D... Sentem-se, e Shaka você está tampando o sol. – Shaka e Hope se sentaram no chão, Shaka com as pernas cruzadas, Hope com o vestido cobrindo as pernas meio de lado, Katsura convidou Angell e a botou no colo abraçando-a, Hope fez uma cara esquisita com aquilo, mas Katsura sorriu. – Quem diria que vocês cresceriam e ficariam tão rabugentos quanto o pai de vocês, eu gostava mais quando vocês tinham essa cara fofa. – Puxando as bochechas de Angell. - Que fofa você. – Ela abraçou Angell com seu braço direito e o esquerdo ela deu para Shion segurar sua mão e claro dar forças pra ele. O Hattori estava visivelmente embriagado, mas bem o suficiente para raciocinar e falar. – Vamos começar do início, nos Hattoris sempre fomos meio preconceituosos, com outros clãs e até mesmo com nós mesmos, para um Hattori não ter seus cabelos azuis era uma ofensa, eles sempre mantiveram suas relações entre Hattoris para manter o sangue “puro”, uma grande babaquice, diga-se de passagem, tirando nosso carisma, nossa arte em construir, nunca passamos de um bando de arruaceiros. – Shion gargalhou disso. – Meu pai Hattori Hanzo se apaixonou por uma Uchiha, Uchiha Mavis, um amor proibido que gerou uma criança, meu pai era o atual líder, e eu seu primeiro filho, era obvio que assumiria o clã na queda de Hanzo, eles não aceitariam um mestiço os liderando, jamais aceitariam, heresia como eles diziam. – Foi o momento em que o ar da conversa mudou completamente. – Obvio que aconteceu uma guerra civil, os Hattoris planejaram matar meus pais e me matar, porem em ambos os lados do clã tinham pessoas que não concordavam e outras que apoiavam, foi uma verdadeira carnificina, eu voltava da academia quando vi aquela poça de sangue, uma cidade inteira com Hattoris mortos, algo complicado de se ver e lembrar. Eu vi meus pais morrendo, meu pai com minha mãe em seus braços dizendo que tudo isso era culpa de eu ser quem eu era. Eu fui cercado por outros cincos que sobraram, mas sua mãe me seguiu, ela pressentiu que algo ruim aconteceria, eu fui ferido mortalmente com um grande golpe nas costas, sua mãe matou aqueles cinco homens e me deu o seu sangue para me curar, quebrando uma das leis sagrada dos Greys. – Ele apertou a mão dela um pouco. – Os Greys viram o que aquele sangue deu para meus olhos. – Ele mostrou para todos seu Mangekyou e Rinengan. – Eles sabiam que poderiam tirar proveito daquilo, então veio ela, Azshara, sim a avó de vocês. Azshara aproveitou que meu coração estava fragilizado, me prometeu um mundo em que qualquer criança sozinha gostaria, eu so precisaria dizer que faria qualquer coisa por ela, inocente e tolo eu disse, eu jurei servidão e ganhei esse presente do lado direito do meu rosto. Mas os Greys nem todos eram ruins, entre eles existiam um homem Daelin Grey, sim o avô de vocês, por alguns conhecido como rei covarde, mas foi o homem mais corajoso que eu já conheci, ele me ensinou tudo, me treinou, e viu em mim um potencial que ninguém mas viu. – Shion fechou os olhos um momento mostrando para eles a relação com Daelin. – Quando eu penso no que fizeram com você e o que você agora pode fazer com todas as pessoas, eu tenho medo com o que você pode se tornar, mas aconteça o que acontecer daqui pra frente, me prometa uma coisa, você sempre vai ser isso que estou ensinando você a ser, um homem bom. – Uma narrativa da voz de Daelin no ar sobre o que ele pensava para aquele garoto. Já Azshara tinha outros planos para Shion, como uma voz perturbadora ela falava no ar daquela memoria, mostrando o que ela fez ao garoto. – Quando ele era pequeno uns 9, 10 anos, ele era bem carinhoso, sentava do meu lado sempre curioso e querendo carinho e atenção, MAS eu precisava que ele fosse o homem mais forte do mundo, então eu trabalhei ele. Quando eu crio cobaias sem as mães, elas se tornam agressivas, violentas, cheias de ódio, então eu assumir esse papel. Mas não importam o quanto sejam perfeitas, não é o suficiente. – Foi nessa premissa que Azshara trabalhou a mente daquele garoto e deu sua primeira missão, com seu rosto oculto e uma katana em sua mão o garoto foi enviado para matar o clã Uchiha, seus próprios primos, e nesse objetivo ele teria que trazer uma criança. Ao entrar no pequeno vilarejo ele foi recepcionado por uma senhora que era muito amiga de sua mãe, o garoto revelou seu rosto, a senhora se aproximou dele, viu os olhos do garoto cheios de lagrimas e dor. – Você é filho da Mavis, não é? – Em agonia ele perfurou a senhora, a velha se assustou, mal conseguiu gritar, apenas caiu no chão com o peso do garoto sobre ela, o garoto fechava os olhos dela e dizia em lagrimas. – Me desculpe... Me desculpe... – Shion deu a volta e iria embora, mas ele sentiu uma forte força falando com ele, seu corpo respondia sem ele querer e ele fez, executou cada um, lutava, matava, nada era pareô para aquele garoto, por fim um bebê ruivo foi o que restou, Shion o pegou nos braços e levou embora junto dele. Mais e mais vezes o garoto ia limpando os clãs e raptando crianças, algumas vezes ele estava inconsciente, outras ele estava bem acordado e sabendo o que faria, mas no fim era tudo para a grande mãe, ele sempre retornava para ela no fim do dia, Azshara o recebia, lhe dava carinho, o colocava para dormir em seu colo. Daelin não concordava com isso, ele não tinha coragem para enfrentar Azshara, mas mostrava um caminho diferente para o garoto. Um dia Shion foi ajudar Daelin em um treinamento, nesse treinamento o Grey perguntou. – Qual seu objetivo garoto? – Shion não entendeu a pergunta, Daelin perguntou novamente. – O que você gostaria? – Shion respondeu sem nem pensar. – Importância. – Daelin ficou mudo um momento. – Importância para o que? - - Minha Rainha sempre me disse que meus olhos seriam o futuro, eu queria saber onde eles vão me levar. – Daelin parou um momento se aproximou do garoto. – Você tem olhos milagreiros, isso é verdade, mas não é seus olhos que vão lhe dá importância, é a pessoa que você é, não importa o que você seja ou faça, mas sempre seja o que você foi destinado a ser, um homem bom. – Devido ao alcoolismo Shion acaba se perdendo em memorias, mas voltou o foco para o que interessava. – Hikari Opus foi escolhido para ser uma das crianças, o assassino dos Greys, sim eu, foi enviado para matar Honhenheim, pai de Opus, eu fiz, não porque eu quis, mas porque fui obrigado, Azshara sempre foi muito persuasiva. Eu e Katsura escondemos esse segredo, pensamos que poupar Opus da verdade era o melhor para ele, estávamos enganados. - Com um sorriso no rosto ele então disse. – Mas relaxem, nos sempre resolvemos as coisas, vamos deixar esse clima passar um pouco e me resolvo com Opus, alguns puxões de orelhas e socos resolvem tudo. – Shion acreditou que era so da tempo ao tempo e as coisas voltariam ao normal, pobre inocente. [...] Despertar daquele pesadelo foi uma das coisas mais difíceis para Shion, ele abriu seus olhos e ao ver os rostos dos seus filhos, sua mulher, ele entendeu, aquilo foi real, tão real que ele sentia o amargo da dor em sua boca. – Hope... Onde ela está? – Katsura apertou a mão dele. – Nós a velamos. – Shion se ajeitou se levantando. – Vocês fizeram o funeral sem a minha presença? - - Pai, o senhor dormiu por duas semanas. – Shion olhou para suas mãos, sentia o vazio, sentia que seu coração perdeu um grande pedaço. – O que aconteceu comigo? - - Você estava a dias sem comer, seu dormir direito, seu corpo estava completamente exausto, tudo isso mais os últimos estresses e ele se esgotou. – Shion não estava se cuidando, ele estava tão focado nos seus objetivos que vivia acordado todos os dias, vigiando e preocupado com o próximo ataque de Lilith, a irresponsabilidade teve o seu preço. Ele olhou para Katsura. – Eu olhei nos olhos de minha filha e disse que estava tudo bem, eu disse a Hope que não tinha que se preocupar e por causa disso ela foi atrás dele. – Shion olhou para Shaka e Ayako. – Garotos, o que um rei sábio sabe sobre a guerra? – Ayako começou. – Um Rei sábio nunca deseja a guerra. - - Mas... deve passar a vida inteira preparado para ela. – Shion se levantou. – Jamais em minha vida achei que estaria em guerra contra os Hikaris, mas... – Antes que Shion pudesse falar Erik chegou ao local, pobre garoto idiota, seus olhos e ouvidos nem viram o quão rápido o Hattori atravessou as paredes com o corpo dele, Shion o jogou no chão botou seu pé no pescoço do garoto, Shaka chegou em seguida e botou duas lâminas próximas aos olhos dele. – É só da a ordem pai. – Shion retirou o pé um pouco do pescoço dele. – É burrice demais aparecer aqui, você tem cinco segundos. – Erik retomava o folego, e com a voz engasgada tentava falar. – Eu, eu trair os Greys, aquele homem não é meu pai, eu não sou filho daquele monstro. – Shion apertou novamente. – Isso tem muita cara de ser problema seu, mas ainda não me disse o porquê foi burro de aparecer aqui. - - Eu-eu, eu vim prestar respeito a Hope. - - Por quê? - - Porque, porque eu a amava... – Foi o primeiro momento que Shion parou um segundo, Katsura chegou em seguida. – Quando eles ainda eram crianças um foi prometido ao outro, mas caminhos diferentes fizeram as coisas saírem diferentes, acalma Shion, é obvio que ele não está junto de Opus e eu nem preciso olhar na mente dele pra ver isso, olhe pro rosto desse garoto. - Rosto acabado e triste, era o rosto de um garoto que teve coragem de trair seu próprio pai pois não concordava com a forma que as coisas aconteciam. Erik se levantava com dificuldades. – Hikari Opus se tornou o executor de Lilith, ele está usando uma arma negra, eles estão tomando cidades, e cada vez mais sua fome de poder so aumenta, por isso eu estou aqui Hattori Shion, por isso eu... – Erik se ajoelhou diante de Shion. – Suplico a vocês Hattoris, salve o meu pai dele mesmo. – Shion olhou assustado para aquele garoto suplicando. – Hikari Opus não é o tipo de homem que se salva, se ele está como você diz, ele me parecer ser o tipo que se para. - - Tem que haver outro jeito. - - Ele pode não me dá escolha. – Erik fechou os olhos e agradeceu. – Sei que o senhor vai fazer o possível. – Os Hattoris iriam entrar em guerra uma vez mais, aquele clima a situação como se estava nunca foi o desejo deles. – Olha como estão as coisas, resgato a mulher que amo e ganho de brinde uma oportunidade de matar o meu melhor amigo. – Shion olhou para a pequena Angell. – Sabe, as vezes eu penso naquela floresta, naquele nosso encontro, eu trouxe uma carga de merda grande para você, realmente não é de propósito. - Erik se levantou. – Senhor Hattori, permita-me lutar ao seu lado? – Shion olhou pra Shaka e os dois olharam para Angell, ele apontou para ela. – A escolha disso é dela. - To be continued...
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