Angell Hyuuga
[ HP: 2350/2350 | CH: 5595/5600 | CN: 000/400 | ST: 00/20 ]
[ Byakugou no In: 500/500 | Souzou Saisei: 00/08 ]
[ Hachibi: 5000/5000 ]
Com a ajuda do restante do chakra natural de seu senjutsu, Angell recuperou os últimos ferimentos que seu pai lhe havia causado durante o teste que lhe propusera. Descansou por alguns minutos antes de empunhar de novo a espada outrora pertencente a Kai, que tinha esquecido no gabinete de Shion, mas que ele mesmo havia tido o cuidado de levar de volta para si naquele dia, e, através de mais um teletransporte dele, retornou à Folha. Agora, depois de se despedir momentaneamente de seu pai, caminhava devagar até sua casa, arrastando parte da lâmina daquele trambolho enorme no chão – e não por ele ser pesado, até porque ela tinha uma força mais que suficiente para aguentá-lo, mas por ele ser quase de seu tamanho – conforme avançava.
Porém, no caminho, deparou-se com uma dupla de mulheres desconhecidas a si, de uns 30 anos cada, mas que pareciam brincar com as mãos. Por um instante, ela parou e ficou só as observando meio de longe, sem entender direito por que adultas ainda brincavam como crianças. Mas Gyuuki, de dentro de seu corpo, ao perceber sua confusão, resolveu que poderia lhe explicar aquela situação:
“Isso é Língua de Sinais.” – ele comentou. – “Pessoas surdas usam os sinais de mãos, que elas podem ver, no lugar das palavras, que elas não podem ouvir, para também poderem se comunicar normalmente.”
“E quando pessoas surdas conversam com pessoas ouvintes?” – Angell rebateu.
“Bom, daí ou as pessoas ouvintes também sabem sinalizar ou as pessoas surdas só captam as mensagens, ao invés de enviar também.”
“...e tem como?”
“As pessoas surdas costumam saber ler lábios.”
Ela pendeu sua cabeça para o lado direito, ainda sem tirar seus olhos das mãos daquelas mulheres, mas já não prestando mais atenção aos sinais que as via fazerem; ponderava, agora, sobre essa leitura de lábios. Parecia tão útil quanto saber sinalizar, mas, ao menos para ela – uma pessoa ouvinte –, deveria ser mais fácil. Mesmo sem conhecer um surdo, tinha se interessado por aquele tipo de comunicação.
Ela enfim retomou seus passos e, ao chegar em casa e guardar sua espada bem próxima do corpo de Sayuri, retornou à sua sala de estar e ativou seu Byakugan. Lembrava-se de, quando era menor, “espionar” seus primos a fim de aprender o Juuken sozinha, mas, por não ouvir à distância o que seus tios lhes instruíam a fazer, ter de escutá-los por trás das paredes enquanto os observava com seu doujutsu.
Agora, se ela soubesse ler lábios desde aquela época... as coisas talvez tivessem sido um pouco diferentes. Não que ela pretendesse se tornar uma espiã profissional agora, longe disso!, mas... até que daria para fazer, e, então, até que ela se aprimoraria mais em seus caminhos como ninja. Mas claro que, para isso, ela ainda precisaria treinar um tanto, até efetivamente aprender como ler lábios.
Então, só para começar, a azulada expandiu seu campo de visão até a casa vizinha à sua, e deu uma olhada no casal de senhores que conversava sobre o pequeno jardinzinho dos fundos. Atentou-se às batidas de boca e aos movimentos dos lábios e até da língua deles conforme a conversa fluía; onde cada pedacinho de som estava sendo produzido?, como eles formavam suas sequências?, o que os fazia estar na sequência X ao invés da Y?, que resultado final poderiam proporcionar? No começo, era difícil entender direitinho o que os senhores iam dizendo, então Angell completava o que conseguia captar com tudo que mais faria sentido naquele contexto. Mas, depois de alguns minutos, tudo foi passando a ser mais fácil e intuitivo, e bem menos complicado.
E ela se divertia bastante ao brincar de decifrar o que os movimentos de toda a boca dos dois senhores queria significar, tanto que aqueles minutos se transformaram em horas e, sem nem perceber, ela perdeu até mesmo a hora de ir tomar banho. Mas não seria para menos; a linguagem humana, em todas as suas possíveis formas, era tão incrível quanto os poderes de Katusyu, Gyuuki e Shion juntos.
“But it’s the only thing that I have.”