O céu sobre Iwagakure estava tingido de laranja enquanto o sol se preparava para se esconder atrás das montanhas. Howl, agora oficialmente um genin, caminhava em direção aos portões da vila com um misto de ansiedade e empolgação. Esta seria sua primeira missão como um ninja de Iwagakure, uma simples patrulha na periferia da vila. No entanto, para alguém que havia passado a maior parte de sua vida em um circo itinerante, a ideia de ser responsável pela segurança de uma vila inteira era, no mínimo, intimidante.

Tenzou e Ura, seus inseparáveis companheiros, haviam sido designados para outras tarefas. Pela primeira vez em muito tempo, Howl estava sozinho, e o peso da responsabilidade parecia mais real do que nunca. Apesar de seu desejo por uma vida tranquila e livre de grandes compromissos, ele sabia que tinha um dever a cumprir. Ser um ninja de Iwagakure não era apenas um título, mas uma promessa de proteger aqueles que dependiam dele.

Ao chegar ao ponto de encontro, Howl se deparou com outros dois genins, ambos um pouco mais velhos e experientes que ele. Eles trocaram olhares rápidos, e Howl pôde sentir a tensão no ar. "Você deve ser o novato," disse um dos genins, uma garota de cabelos curtos e olhar firme.

— Eu sou Aiko, e este é Daichi. Vamos patrulhar a zona sul da vila.

Howl sorriu, tentando disfarçar a leve insegurança que sentia.

— Isso mesmo. Sou o Howl, prazer em conhecê-los.

Aiko e Daichi assentiram, e o trio se dirigiu à periferia da vila. A caminhada foi silenciosa, quebrada apenas pelo som dos passos e o canto distante dos pássaros. Enquanto avançavam, Howl não podia deixar de observar o ambiente ao redor. A vila da Pedra sempre fora um lugar de segurança e estabilidade, mas as periferias tinham uma aura diferente. Eram lugares de transição, onde a natureza selvagem e a civilização se encontravam, e com isso, vinham perigos inesperados.

Conforme a noite caía, o grupo se movia com cautela, mantendo-se atento a qualquer sinal de anomalia. Howl, acostumado a enganar os olhos do público com truques e ilusões, agora precisava aguçar seus próprios sentidos para detectar possíveis ameaças. Ele se perguntava se as habilidades que aprendeu no circo seriam úteis aqui, em um cenário tão diferente e perigoso.

Em determinado momento, Aiko parou abruptamente, levantando a mão em sinal de alerta. Howl sentiu seu coração acelerar.

— Vocês ouviram isso? — ela sussurrou.

Daichi franziu a testa, e Howl se concentrou, tentando captar o som que ela havia notado. Um leve farfalhar nas árvores, quase imperceptível.

— Pode ser o vento — sugeriu Daichi, mas Aiko balançou a cabeça.

— Não é o vento. Fiquem atentos" — ela ordenou, avançando devagar em direção à origem do som.

Howl seguiu Aiko, mantendo-se alguns passos atrás, enquanto Daichi os cobria. O farfalhar aumentava de intensidade, mas ainda assim, era sutil, como se alguém ou algo estivesse tentando se mover sem ser notado. Howl lembrou-se das noites no circo, onde precisava ser ágil e discreto para não ser descoberto nos bastidores. Ele começou a se mover com mais cuidado, utilizando sua experiência passada para não fazer barulho enquanto avançava.

De repente, um vulto saltou de uma árvore, movendo-se rapidamente em direção ao grupo. Aiko reagiu instantaneamente, arremessando uma kunai na direção do invasor. Howl, no entanto, foi tomado por uma onda de adrenalina. Ele se preparou para lançar uma de suas bombas de fumaça, algo que ele sempre usava em suas performances, mas hesitou. Este não era um show; era uma luta real. O que funcionava para entreter, poderia ser fatal aqui.

Aiko acertou o alvo, e o vulto caiu no chão com um gemido. Era um simples animal selvagem, assustado e desorientado. A tensão no ar se dissipou quando o grupo percebeu que não havia perigo iminente. Daichi soltou um suspiro aliviado, enquanto Aiko se ajoelhava para verificar o animal.

— Apenas um lobo — ela disse, retirando a kunai. — Estava ferido, provavelmente veio em busca de comida.

Howl relaxou, sentindo a adrenalina se esvair de seu corpo.

— Eu quase usei uma bomba de fumaça — admitiu, com um sorriso envergonhado. Aiko riu baixinho.

— Isso teria sido interessante de ver — disse Daichi, dando um leve tapa nas costas de Howl.  — Mas bom trabalho em manter a calma.

Howl sorriu, mas por dentro, ele sabia que havia muito a aprender. A missão continuou sem mais incidentes, e quando a manhã finalmente chegou, o trio retornou à vila, exausto, mas satisfeito. Para Howl, essa experiência foi um lembrete de que, mesmo em uma missão aparentemente simples, o inesperado sempre podia surgir. Ele ainda tinha um longo caminho pela frente, mas essa primeira missão o ensinou a valorizar cada lição, e a confiar mais em si mesmo e em suas habilidades.

Agora, mais do que nunca, ele estava determinado a encontrar seu lugar no mundo ninja, ao lado de seus amigos, e talvez, um dia, conquistar a paz que tanto almejava.

A luz suave da manhã filtrava-se pelas janelas do orfanato de Iwagakure, lançando sombras delicadas no chão de madeira. Howl se aproximava do edifício com um sentimento misto de antecipação e nostalgia. Ao longo de sua vida, ele conhecera bem a sensação de ser um órfão, de estar sozinho no mundo sem uma família para chamar de sua. Agora, a missão de ajudar no orfanato local parecia mais pessoal do que qualquer outra coisa que ele já havia feito como genin.

Ao entrar, foi recebido pelo som alegre de risadas e conversas infantis, um som que aqueceu seu coração. A responsável pelo orfanato, uma senhora idosa com cabelos grisalhos e um sorriso gentil, veio ao seu encontro.

— Você deve ser o Howl, o novo genin que veio nos ajudar hoje — disse ela, com uma voz suave e acolhedora.

Howl sorriu de volta, sentindo-se imediatamente à vontade.

— Sim, sou eu. Como posso ajudar?

— Hoje, precisamos de um pouco de tudo — ela respondeu enquanto caminhavam pelo corredor principal. —As crianças precisam de alguém para brincar, ajudá-las com as tarefas diárias, e, claro, para oferecer um pouco de atenção e carinho. Elas passaram por muitas coisas, e cada pequeno gesto faz a diferença."

Howl assentiu, sentindo um nó se formar em sua garganta. Ele sabia exatamente como era desejar um pouco de atenção, um pouco de calor humano. Ao chegar ao pátio, encontrou um grupo de crianças de várias idades, todas ocupadas em suas brincadeiras. Algumas estavam jogando bola, outras desenhavam com giz no chão, e outras simplesmente corriam ao redor, rindo e gritando.

Assim que as crianças notaram a presença de Howl, elas pararam o que estavam fazendo e se aproximaram, curiosas.

— Oi, você é um ninja, né? — perguntou um garoto de olhos brilhantes, evidentemente fascinado pela presença do genin. Howl se agachou para ficar na altura das crianças e sorriu.

— Sim, sou um ninja, mas hoje estou aqui para brincar e ajudar vocês.

Imediatamente, uma menina segurou sua mão e puxou-o em direção a um círculo de crianças que estavam tentando construir uma torre de blocos. Estavam brincando de empilhar blocos ao construir uma torre, ela pediu a ajuda do genin da Pedra com um olhar suplicante.

Howl se sentou com elas e começou a empilhar os blocos com cuidado, ensinando-as a equilibrar as peças para que a torre não caísse. Enquanto trabalhavam juntos, ele notou como as crianças se iluminavam com o menor dos incentivos, cada risada e sorriso fortalecendo o laço entre eles. Ele se viu rindo e se divertindo tanto quanto elas, sentindo-se mais conectado com seu próprio passado, como se estivesse curando um pedaço de si mesmo.

Durante o almoço, Howl ajudou a servir a comida, sentando-se ao lado das crianças para comer junto com elas. Ele ouviu histórias sobre os sonhos e medos delas, algumas desejando se tornar ninjas, outras apenas querendo uma família que as adotasse. Cada palavra ressoava profundamente em seu coração, e ele fazia questão de dar atenção a cada uma, oferecendo palavras de conforto e incentivo.

Após o almoço, Howl organizou uma pequena apresentação para as crianças, usando algumas das habilidades que aprendera no circo. Ele fez truques de mágica simples, criando pequenas explosões de fumaça colorida e transformando objetos em flores, deixando as crianças maravilhadas. Os olhos delas brilhavam com admiração, e Howl percebeu o quanto era importante para elas ter alguém que se importasse, mesmo que fosse apenas por um dia.

Quando a tarde chegou ao fim, Howl estava exausto, mas satisfeito. As crianças começaram a se dispersar, algumas sendo levadas para suas sonecas, outras voltando a brincar. A senhora idosa se aproximou novamente, com um sorriso caloroso.

— Você fez um ótimo trabalho hoje, Howl. As crianças se sentiram amadas e cuidadas, e isso é o mais importante.

Howl olhou para as crianças, que agora pareciam mais felizes e tranquilas, e sentiu uma onda de realização. "Eu também me senti assim", ele admitiu para si mesmo, com um sorriso. "Foi bom estar aqui, com elas."

— Obrigado pela oportunidade, baa-chan. Espero poder visitar vocês novamente.

Enquanto ele se despedia e deixava o orfanato, Howl percebeu que, apesar de todos os desafios que enfrentava como ninja, havia momentos como este que davam sentido à sua jornada. Ele não tinha uma família de sangue, mas naquele dia, ele se sentiu parte de algo maior, conectando-se com aqueles que, assim como ele, sabiam o que era estar sozinho no mundo. E isso, para Howl, era mais valioso do que qualquer outra coisa. Uma chama acendia dentro do peito do ninja, mas mais do que isso, começara a compreender que, apesar de desejar uma vida tranquila, compreendia que passo a passo começava a se envolver em algo muito maior do que ele ou do que sua vontade de

A tarde em Iwagakure estava especialmente movimentada, com o mercado central repleto de vida. As ruas estavam cheias de moradores, mercadores, e, claro, artesãos exibindo suas criações. Howl caminhava entre as barracas, observando as obras de arte com um certo fascínio. Era incrível como aquelas peças, cuidadosamente esculpidas, moldadas e pintadas, representavam a alma dos artesãos que as criaram. Mas ele não estava ali para admirar; tinha uma missão a cumprir.

Artesãos locais estavam sendo ameaçados por bandidos que queriam roubar suas criações. A missão de Howl era simples, pelo menos na teoria: proteger os artesãos e suas lojas. Ele sabia que, para os artesãos, aquelas obras eram mais do que simples produtos; eram extensões de sua própria essência, fruto de trabalho árduo e paixão.

Enquanto caminhava, Howl tentava se lembrar dos ensinamentos na academia sobre como lidar com situações atípicas, mas o nervosismo fazia seu coração bater mais rápido do que o normal. Ele não era um ninja experiente, e o peso da responsabilidade começava a se fazer sentir. Ele não passava de um charlatão em um circo itinerante criminoso.

— Eu posso fazer isso — murmurou para si mesmo, tentando convencer-se de que era possível ter êxito nessa missão.

Ao anoitecer, o mercado começou a esvaziar, e Howl sabia que aquele era o momento mais crítico. Os bandidos agiriam na calada da noite, quando o movimento fosse mínimo. Ele se escondeu nas sombras, tentando não chamar a atenção enquanto observava as lojas de artesanato, atento a qualquer sinal de perigo.

De repente, um som abafado chamou sua atenção. Vindo de uma das lojas, Howl viu três figuras encapuzadas se esgueirando pela lateral, forçando a porta para invadir. Seu coração disparou. "Lá estão eles, malditos..." pensou. Sem hesitar, Howl avançou rapidamente, tentando surpreendê-los antes que pudessem entrar.

— Ei, parados aí agora mesmo! — bradou, jogando uma kunai na direção deles. Mas seus movimentos eram hesitantes, e a kunai passou longe de acertar o alvo.

Os bandidos se viraram para encará-lo, e Howl percebeu seu erro. Em vez de assustá-los, ele apenas chamou a atenção para si, e agora, sem apoio, estava vulnerável. Os criminosos, encapuzados, riram de sua tentativa fracassada e partiram para cima dele.

Howl tentou se defender, usando o básico do taijutsu que aprendera, mas estava em desvantagem, sem mencionar sua quase inexistente habilidade em combate físico. Em um piscar de olhos, um dos bandidos conseguiu derrubá-lo, o jogando contra a parede com força. A dor foi intensa, e por um momento, Howl ficou desorientado, precisando forçar seus pulmões à toda para recobrar o ar que por um segundo parecia inexistente.

Enquanto os bandidos se aproximavam novamente, Howl sentiu o peso da responsabilidade cair sobre ele. Ele não podia falhar. Não podia deixar que as criações dos artesãos fossem destruídas ou roubadas. Ele tentou se levantar, mas suas pernas estavam trêmulas,  ainda tentando respirar, mas de uma coisa ele sabia: precisava pensar em algo rápido.

Foi então que uma ideia surgiu em sua mente. Ele havia trazido suas bombas de fumaça, itens que curiosamente também utilizava em seus números do circo; apesar de utensílios usados pelos shinobi, Howl as usava corriqueiramente em suas apresentações, sendo estas adquiridas através de roubos feitos pela própria trupe ou de fabricação caseira. Podia usá-las para criar uma distração e tentar ganhar vantagem, assim como fizera no passado não tão distante. Com mãos trêmulas, ele alcançou as bombas em sua bolsa e as ativou, lançando-as ao redor.

A fumaça densa preencheu o local em segundos, cegando os bandidos. Howl aproveitou o momento de confusão para se reposicionar. Usando sua memória do layout da área e trazendo à sua vantagem o fato de ser um residente de Iwagakure, ele se moveu silenciosamente pela fumaça, como costumava fazer durante os shows no circo. O tempo era curto, precisava agir antes que a fumaça se dissipasse por completo.

Com precisão, Howl se posicionou perfeitamente enquanto os bandidos ainda estavam desorientados e surpreendidos pela cortina de fumaça. Correu desenhando selos, para que, no final do último selo, seu peito inflasse em chamas, engolfando os inimigos em uma bola flamejante que atingiu os bandidos por completo, chamuscando suas roupas e queimando suas peles. Quando a fumaça finalmente se dispersou, os três bandidos estavam no chão, incapacitados. Howl se apoiou na parede, ofegante, mas aliviado. Por um triz, ele havia conseguido proteger as lojas e as obras de arte.

Logo, a polícia de Iwagakure chegou, alertada pelo tumulto. Os bandidos foram levados embora, e os artesãos, ao saberem do que aconteceu, expressaram sua gratidão a Howl. Mesmo com seu erro inicial, ele conseguiu cumprir sua missão.

Howl, ainda se recuperando da luta, sorriu para si mesmo. Ele sabia que não havia sido perfeito, mas também sabia que cada missão era uma lição. Ele aprendeu com seus erros e improvisou, conseguindo proteger aqueles que precisavam. E isso, para ele, era o que realmente importava.

Usados:

A luz do sol de Iwagakure brilhou intensamente naquela manhã, refletindo nas armas de arremesso que estavam dispostas no campo de treinamento. Howl, com um sorriso confiante no rosto, se preparava para mais um desafio em sua jornada como genin. A missão de hoje era simples, mas crucial: aprimorar suas habilidades de arremesso. Mesmo sem saber, seu sangue Uchiha carregava uma herança de precisão e controle que já se manifestava de maneira inata.

O campo estava repleto de alvos a diferentes distâncias, cada um representando um obstáculo que um ninja deveria ser capaz de superar com precisão. O instrutor, um chūnin experiente, observava os alunos com olhos atentos, oferecendo dicas e correções à medida que avançavam no treinamento.

Howl se posicionou diante de um alvo, sentindo o peso da kunai em sua mão. Era algo familiar, mas ao mesmo tempo desafiador. Ele lançou a primeira kunai com um movimento rápido e preciso, mas a arma desviou um pouco, acertando o alvo, mas fora do centro. "Não está mal" pensou ele, mas sabia que podia fazer melhor.

Conforme o treinamento avançava, Howl começou a se sentir mais confortável. Ele lembrou dos dias no Circo do Crepúsculo, onde precisava ser preciso em cada movimento para que os truques de mágica e desaparecimentos fossem perfeitos. A precisão era a chave para fazer com que a plateia acreditasse na ilusão, e agora, aquela mesma habilidade era necessária para dominar o arremesso.

De repente, algo curioso aconteceu. Durante um lançamento de shuriken, Howl sentiu uma estranha familiaridade. Era como se seu corpo soubesse o que fazer antes mesmo que ele pensasse. A shuriken voou pelo ar com uma precisão assustadora, acertando o alvo exatamente no centro.

O instrutor, que observava atentamente, franziu as sobrancelhas com interesse.

— Nada mal, Howl. Parece que você tem talento para isso.

Howl sorriu, mas a verdade é que ele não entendia de onde vinha aquela precisão. Era algo natural, como se seu corpo estivesse programado para isso. Ele continuou a treinar, agora com mais confiança. Cada arremesso se tornava mais certeiro, cada movimento mais fluido.

No entanto, a confiança crescente de Howl o fez cometer um erro. Ele se apressou em um lançamento, tentando replicar o sucesso anterior, mas a kunai escapou de sua mão em um ângulo errado. A arma desviou completamente do alvo, cravando-se em uma árvore próxima. O fracasso repentino o deixou abalado, trazendo de volta a insegurança que sempre carregava.

— Eu ainda tenho muito o que aprender. Que saco. — murmurou para si mesmo, tentando se recompor.

— Não se preocupe com um erro. O importante é entender o que você fez de errado e corrigir. Mantenha o foco e a precisão em cada movimento. Use isso aqui.

As palavras do instrutor ressoaram em Howl. Ele respirou fundo, lembrando-se das noites no Circo do Crepúsculo, onde a margem para erros era mínima. Precisão, controle, e um toque de espetáculo. Ele decidiu tentar novamente, dessa vez com mais calma.

Com uma nova kunai em mãos, Howl ajustou sua postura, lembrando-se de seus truques de mágica. Sentiu o equilíbrio da arma, concentrou-se no alvo e, com um movimento suave, lançou a kunai. Desta vez, a arma cortou o ar com perfeição, cravando-se no centro do alvo com um som satisfatório.

Um sorriso de alívio surgiu em seu rosto. Ele havia consertado seu erro, aprendendo com ele e se tornando melhor. O treinamento continuou, e Howl percebeu que, embora houvesse muito a aprender, ele possuía um talento natural que, combinado com a experiência do circo, poderia levá-lo longe como ninja.

Ao final do treinamento, Howl sentiu uma sensação de satisfação. Ele havia enfrentado suas inseguranças, aprendido com seus erros e descoberto um pouco mais sobre seu próprio potencial. Sem saber, aos poucos suas raízes começavam a brotar e mostrar quem ele era de fato, ainda que não tivesse ideia do que estaria por vir.

Para Howl, o dia começava com uma nova missão, que embora pudesse parecer simples, exigiria dele habilidades e conhecimentos que ainda estava desenvolvendo como ninja. Sua tarefa era coletar recursos naturais essenciais para a Vila da Pedra, como madeira, pedras e minerais, em áreas próximas à vila.

Com uma mochila nas costas e ferramentas básicas em mãos, Howl partiu sozinho para a região designada. Ele havia recebido instruções claras sobre o que deveria buscar, mas a ideia de se aventurar em áreas menos conhecidas o deixava um pouco nervoso. Era sua primeira missão solo em um ambiente mais selvagem, e ele sabia que teria que confiar em suas habilidades de sobrevivência.

A caminhada pelas florestas ao redor da vila era tranquila, mas Howl não podia baixar a guarda. A natureza, embora bela, podia ser implacável com aqueles que a subestimavam. Ao avançar, ele começou a identificar os primeiros recursos: árvores robustas que poderiam fornecer madeira de qualidade e pedras que, quando extraídas corretamente, seriam valiosas para a vila.

Howl pegou seu machado e começou a cortar madeira. Os sons do machado ecoavam pela floresta, e ele se lembrou dos movimentos precisos que fazia durante os shows de mágica no circo. Cada golpe precisava ser calculado, e ele tratava aquela tarefa com a mesma concentração que usava ao manipular o fogo em seus espetáculos pirotécnicos. Após reunir uma quantidade razoável de madeira, ele empilhou os troncos com cuidado, preparando-os para o transporte.

Em seguida, foi em busca das pedras e minerais que eram necessários. Seguindo os cursos d'água e observando o relevo, ele encontrou uma área que parecia promissora. As rochas ali tinham traços de minerais, e Howl começou a usá-las para escavar e coletar os recursos. Ele estava focado, mas percebeu que o tempo estava passando rápido demais.

Howl, querendo ser eficiente, decidiu acelerar o ritmo. Foi nesse momento que cometeu um erro. Ao tentar levantar uma grande pedra, ele não percebeu que a base dela estava instável. Ao remover a pedra, uma pequena avalanche de cascalho se formou, o fazendo perder o equilíbrio e cair. O impacto foi doloroso, e sua mochila, contendo parte dos recursos que ele já havia coletado, rolou para uma área mais abaixo, caindo em uma ravina.

"Ah, não!" exclamou, se levantando com dificuldade. Ele estava machucado, mas sabia que não podia voltar sem completar sua missão. Com determinação, Howl olhou para a ravina e decidiu que precisava recuperar o que havia perdido. Com cuidado, ele desceu, usando suas habilidades acrobáticas que aprendera no circo para manter o equilíbrio nas rochas soltas.

Ao chegar no fundo da ravina, encontrou sua mochila, mas percebeu que parte dos recursos havia sido danificada na queda. Ele suspirou, mas não deixou o desânimo tomar conta. Ao invés disso, decidiu procurar nas redondezas para ver se encontrava mais materiais que pudessem compensar a perda. Foi então que ele viu algo inesperado: uma formação rochosa que parecia estar repleta de minerais valiosos.

Com nova energia, Howl começou a escavar novamente, extraindo os minerais com cuidado. Ele trabalhou arduamente, compensando o tempo perdido e recolhendo até mais do que o necessário. Quando finalmente sentiu que havia completado a missão, ele subiu de volta com sua mochila cheia.

A caminhada de volta para a vila foi exaustiva, mas Howl sentia uma sensação de dever cumprido. Mesmo com o erro que quase comprometeu sua missão, ele havia se recuperado e, no processo, descoberto um local que poderia ser valioso para a Vila da Pedra. Ao chegar, entregou os recursos coletados aos superiores, que ficaram impressionados com a quantidade e a qualidade dos materiais.

Howl aprendeu naquele dia que, mesmo diante de contratempos, era possível encontrar uma solução e transformar um possível fracasso em sucesso. Ele voltou para casa cansado, mas feliz, sabendo que estava um passo mais próximo de se tornar um ninja completo.

O sol se levantava lentamente no horizonte, espalhando seus primeiros raios sobre as montanhas ao redor de Iwagakure. Howl se preparava para mais uma missão, uma tarefa que exigiria não apenas suas habilidades físicas, mas também seu conhecimento e percepção. Desta vez, ele deveria identificar e coletar ervas medicinais específicas nas áreas ao redor da vila, a pedido de um médico local.

Com uma bolsa de coleta em uma mão e um pergaminho com descrições das ervas na outra, Howl partiu em direção às áreas designadas. Enquanto caminhava pelas trilhas sinuosas da floresta, ele se concentrou nas instruções que havia recebido: identificar corretamente as ervas, evitando qualquer confusão com plantas semelhantes, mas perigosas.

Ao adentrar a floresta, Howl começou a observar atentamente o ambiente ao seu redor. Lembrava-se das técnicas de observação que havia praticado no circo, onde a atenção aos detalhes era crucial para o sucesso de seus truques. Essas mesmas habilidades agora o ajudariam a encontrar as ervas certas.

A primeira erva que ele procurava era uma planta pequena e discreta, conhecida por suas propriedades antissépticas. Ele caminhou lentamente, abaixando-se ocasionalmente para examinar as plantas que encontrava. Após alguns minutos, avistou um grupo de plantas que pareciam ser o que procurava. No entanto, ao se aproximar, percebeu que havia algo errado. As folhas não tinham o formato exato descrito no pergaminho. Eram uma espécie semelhante, mas sem as propriedades medicinais.

Howl respirou fundo, lembrando-se de manter a calma. Ele continuou a busca, mais atento ainda aos detalhes. Finalmente, após um tempo, encontrou a verdadeira erva, suas folhas finas e flores roxas características se destacando entre a vegetação. Com cuidado, ele coletou o suficiente, colocando as ervas em sua bolsa.

A próxima erva na lista era usada para curar feridas e reduzir febres. Essa planta era mais difícil de encontrar, pois crescia em áreas sombreadas e úmidas. Howl precisou se aventurar por terrenos mais íngremes, onde o solo estava coberto por folhas caídas e raízes expostas.

Depois de procurar por um bom tempo sem sucesso, Howl começou a se sentir um pouco frustrado. Ele sabia que essa missão exigia paciência e precisão, mas a pressão para encontrar as ervas corretas o deixava inquieto. Determinado a não falhar, ele decidiu fazer uma pausa, sentando-se em uma rocha para refletir.

Foi então que ele lembrou dos ensinamentos do circo, especialmente quando se tratava de controlar o fogo em seus shows. Ele não podia apressar o processo, precisava de calma e controle, deixando as coisas acontecerem naturalmente. Com essa nova mentalidade, Howl retomou sua busca, movendo-se de forma mais meticulosa.

Finalmente, em uma área úmida perto de uma pequena cachoeira. Suas folhas eram largas e suas flores de um verde vibrante. Howl sentiu uma onda de alívio e satisfação ao coletar a planta, sabendo que sua paciência havia sido recompensada.

A última erva era conhecida por fortalecer o sistema imunológico. Esta planta crescia em campos abertos, mas era frequentemente confundida com ervas daninhas. Ao se aproximar de um campo próximo, Howl começou a examinar as plantas de perto. Ele encontrou várias que pareciam ser a erva que buscava, mas ao comparar com as descrições do pergaminho, notou pequenas diferenças.

Depois de analisar cuidadosamente as plantas, ele finalmente identificou a verdadeira erva, coletando uma boa quantidade para o médico da vila.

Com a missão cumprida, Howl retornou à vila, entregando as ervas ao médico. O médico ficou impressionado com a precisão e a qualidade das ervas coletadas, elogiando Howl por sua atenção aos detalhes e sua determinação em cumprir a tarefa.

Mais uma vez, Howl havia superado os desafios da missão, aprendendo que, assim como em seus truques de mágica, a paciência e o foco eram fundamentais para alcançar o sucesso. Ele sabia que ainda tinha muito a aprender, mas cada missão o tornava um ninja mais experiente e confiante.