[Cena] The Chosen One

Ninguém podia dizer com exatidão quando o povo nômade da areia surgiu. Mesmo antes da formação do sistema de vilarejos, já havia relatos vagos citando esse povo. Segundos as histórias, eles haviam sido os primeiros a domar os desertos impiedosos do país do vento, sobrevivendo com aquilo que era ofertado. Além de se alojarem em construções subterrâneas construídas por entidades ainda mais antigas, eles nunca passavam mais do que três meses em um lugar. E quando não estavam sitiados em alguma das cidades fantasmas, que na sua grande maioria eram compostas por uma arquitetura vernacular, eles se locomoviam pelo país utilizando as técnicas únicas desenvolvidas pela própria tribo. Mas, apesar de qualquer traço marcante que pudessem possuir, essas pessoas eram conhecidas, principalmente, pelas suas crenças profundamente enraizadas. Desde crianças aprendiam a ler as escrituras antigas espalhadas por ruínas ao longo do país. Geralmente, esses escritos, esculpidos em grandes pedregulhos, transmitiam conhecimentos milenares e carregavam profecias para além do tempo. Ninguém sabia ao certo quem era o responsável por aquelas palavras, mesmo assim o povo da areia as enxergava como algo sagrado, como se tivessem sido escritas pelo seu Deus.

Em uma noite, uma mulher velha com cabelos como teias de aranha guiava sua neta por alguns túneis, em uma das cidades subterrâneas. Seus olhos eram como dois rubis no meio daquela escuridão. Elas não demoraram a chegar no seu destino, mas o que motivava a velha ainda era um completo mistério para a mais nova. Estavam em uma câmara com uma grande pedra no centro. Nessa pedra azulada, que refletia a luz da lua, havia palavras riscadas por toda a sua extensão. Da mesma forma, as paredes também possuíam entalhes semelhantes. Por algum motivo, respirar ali dentro era algo quase impossível.

— Por que me trouxe aqui, vó? Tem algo errado? — Yuna, a garota de apenas 17 anos, perguntava. Ela tinha lindos cabelos castanhos cacheados, pele morena e olhos azuis, que brilhavam como joias. Suas vestimentas, assim como os outros, eram compostas por tecidos leves de pano, com incontáveis dobras. Nas costas, como um capuz, pendia a máscara que usavam para cobrir os rostos durante as viagens pelo deserto.

— Yuna, a vida é um processo que não pode ser compreendido ou interrompido. Uma realidade a ser experimentada, eu diria. Vivemos com o propósito de acompanhar o fluxo das areias. Devemos nos juntar a ele. Devemos fluir em meio ao mistério da nossa existência — com um tom melancólico, respondia à velha. As mãos deslizavam sobre o monumento de pedra; ela sentia as texturas nas pontas empoeiradas dos dedos.

— O que isso tem a ver com o garoto que encontramos? — Ainda confusa, Yuna insistiu.

— Isso tem tudo a ver com ele, minha neta. O passado e o futuro estão unidos em um elo perpétuo. Aquele garoto, Yuna, é a personificação de tudo o que procuramos durante eras. O nosso messias, o escolhido, aquele poderoso o suficiente para unir espaço e tempo, a voz capaz de nos guiar até o Paraíso Prometido. Era sobre ele que as profecias falavam.

— Eu… eu… eu não entendo o que vê nele?! — Enquanto olhava atentamente a velha ir de um lado para o outro em seus devaneios, a garota não queria aceitar que um ninja, a escória do mundo, fosse a salvação de seu povo. Ela rejeitava a ideia de que profecias podiam ditar como viviam ou pensavam, um perfeito exemplo de uma rebelde — Enquanto não deixamos de ser escravos dessas profecias, jamais conseguiremos unir nosso povo!

— Acha que fiquei louca? Isso é compreensivo. Entendo perfeitamente seus sentimentos, afinal, também já fui jovem. Mas não importa, eu vejo os sinais. Yuna, nem você mesma consegue explicar o que acabamos de ver. Os mortos não voltam de volta à vida sem um propósito… A partir de agora, seus destinos estão ligados para sempre. Você, dentre todos, foi a única que quis salvá-lo. Foram as suas mãos gentis que retiram aquela espada do seu corpo, alterando o destino de ambos de formas que não entendemos.

Status

HP: 525/4175 | CH: 8075/9075 | CM: 000/300 | ST: 00/07 | Sakki: 50/50 | Intimidação: 40/100

Considerações

Informações:

Objetivo: Jōtai Ni
Posts: 01/03
Intervalo de tempo entre os posts: 4 horas (Rank S)
Força: 0
Velocidade: 0
Número de Palavras: 663
Redutor:

Legendas:
— Falas
"Pensamentos"

Resumo:

Jutsus Utilizados:

Estilos de Luta:

Jutsus Ativos:

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Atributos & Qualidades:

Cálculos:

Após discutir com a sua avó, Yuna pensou em visitar o causador de todo aquele desentendimento, mas não se atreveu. De nada adiantava olhar alguém desacordado, que estava à beira da morte, debatendo-se. Ela também não queria dar mais motivos para que a velha continuasse alimentando suas fantasias sobre destino. Em vez disso, foi até a entrada da caverna que dava acesso aos túneis subterrâneos. Chegando lá, sentou-se e se encolheu com as mãos nos joelhos. Sem saber o que dizer ou pensar, apenas observou o lugar mais bonito do mundo até pegar no sono.

Em um piscar de olhos havia amanhecido. O sol se abatia sobre as areias, dando origem a um brilho que não podia ser visto em nenhum outro lugar do mundo. Então, ao olhar para os lados, ela se viu sozinha. Não sabia como foi parar no meio do deserto. Olhou para baixo e viu um rastro de sangue. As manchas serpenteavam o chão, como se alguém tivesse se arrastado por vários e vários quilômetros. O rastro, no entanto, acabava bem em cima de onde Yuna estava. Ela era o fim e o início dos caminhos de sangue que manchavam as dunas.

“Dizem que você é a garota mais corajosa daqui…”, de repente, uma voz surgiu bem do seu lado. Quando se virou, lá estava o garoto loiro com os cabelos bagunçados. Despreocupado, ele sorria. Colocava a mão em seu ombro com delicadeza, como se aquele gesto pudesse acabar com todas as dúvidas de Yuna. Por um segundo, ao ver de perto aqueles olhos azuis, o coração dela bateu mais forte, ao passo que a respiração se tornava irregular.

Aos gritos, Yuna acordou confusa. Nem mesmo o clima severo daquele país conseguia fazê-la suar tanto quanto aqueles pesadelos. De novo, encontrava motivos para desprezar a figura do garoto ensanguentado que se arrastava pelas areias, com uma espada cravada no abdômen, que encontrou enquanto caçava. Toda a vez que lembrava desse dia, sentia um arrependimento sem igual. Se não tivesse salvado a vida daquele ninja, talvez nunca começaria a ter esses sonhos. Noite após noite era atormentada por aqueles cabelos loiros e olhos azuis.

— Faz um bom tempo que não te vejo, Yuna — No momento em que um dos curandeiros da tribo trocava os curativos do Ronin, notou a presença da garota no canto da sala. Estava encolhida, acanhada. Ela segurava os próprios braços como se abraçasse a si mesma.

— Andei ocupada nesses últimos dias. Ficou sabendo dos ataques de um verme da areia que aconteceram aqui perto? — Ainda escondida em um canto escuro, respondia.

— Ouvi histórias a respeito, mas pelo que me disseram, não é nada preocupante. Veio aqui só para me dizer isso? Ou essa visita tem alguma coisa a ver com nosso amigo aqui? — apontou para o ninja que seguia inconsciente.

— Não se do que está falando, Yuen. — No mesmo instante, ela desviou o olhar, resmungando algo que o curandeiro não conseguia ouvir. — Como estava de passagem, resolvi fazer uma visita, ver como andavam as coisas com você. Aparentemente, essas ervas andaram mexendo com a sua cabeça.

Em resposta, o médico sorriu. Mesmo que Yuna tentasse se enganar, ele via com clareza a verdade. Havia ouvido alguns boatos por parte da vó da garota, por isso, já sabia o que a motivava. — Bom, de todo modo, fico feliz em saber que ainda existem pessoas que se importam comigo; primeiro a sua avó, agora você. Aproveitando que está aqui, será que pode me ajudar um pouco? Pegue algumas toalhas nessa estante do seu lado e as mergulhe nesse balde do lado da cama. Depois, coloque algumas sobre a testa e os pulsos dele.

— Se é você que está pedindo, não vejo problema — Quando Yuna se aproximou de Ethan, assustou-se quando viu que ele começara a se debater. O susto conseguiu arrancar aquela expressão implacável do seu rosto.

— É a primeira vez que vejo alguém como ele, e até agora fico me perguntando como algo assim é possível. Ainda que a sua avó mencione a lenda daqueles que renascem das areias dos desertos, os escolhidos, fico me perguntando se existe algo mais. Nem mesmo nosso povo conhece todos os caminhos — comentaria Yuen. — Como alguém consegue voltar à vida após morrer por alguns segundos? Devemos mesmo acreditar que ele é a pessoas que esperamos por todo esse tempo? Ou só estamos deixando a esperança assassinar nossa mente? Seja qual for a resposta, antes de mais nada, temos que descobrir se ele sobreviverá mais uma noite. Até agora a febre não cessou e ele vem se debatendo durante todo o tempo que passou aqui. É inegável que está lutando para continuar vivo, mas não sei se todo esse esforço adiantará de algo.

Durante todo o tempo em que permaneceu na sala, Yuna só conseguia pensar no significado dos sonhos que estava tendo. E, diferente do que havia pensado, visitá-lo não abrandou os seus sentimentos. Ela ainda não entendia com exatidão que tipo de conexão a unia com aquele garoto.

Status

HP: 942/4175 | CH: 8075/9075 | CM: 000/300 | ST: 00/07 | Sakki: 50/50 | Intimidação: 40/100

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Objetivo: Jōtai Ni
Posts: 02/03
Intervalo de tempo entre os posts: 4 horas (Rank S)
Força: 0
Velocidade: 0
Número de Palavras: 833
Redutor:

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Estilos de Luta:

Jutsus Ativos:

Itens & Bolsa de Armas:

Atributos & Qualidades:

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[Cena] The Chosen One

Ethan

"Hesitation is Defeat"

Ethan

"Hesitation is Defeat"