O som de três batidas firmes na porta ecoou pela casa dos Alberona, e a mãe de Biskka se apressou a atender. Quando abriu, só encontrou um pergaminho no chão. Sem hesitar, ela pegou a mensagem e subiu as escadas, dirigindo-se ao quarto da filha. ao empurrar a porta, a visão de Biskka, ainda dormindo, trouxe-lhe um sorriso involuntário. Era difícil de acreditar como aquela garota, outrora apenas uma criança cheia de energia e sonhos, havia se transformado em uma kunoichi capaz e destemida. Mas agora não era hora de se perder em pensamentos maternos. A mulher se aproximou da cama e tocou suavemente o ombro da filha.

— Biskka, acorde. — sussurrou, mas havia urgência em sua voz.

A jovem abriu os olhos lentamente, piscando algumas vezes para focar a visão na figura da mãe. Ainda sonolenta, ergueu-se na cama e, ao ver o pergaminho estendido diante dela. Sentada na cama, a garota de cabelos ruivos e selvagens, bagunçados pelas pesada noite de sono, começava a ler o conteúdo do pergaminho. A cada palavra que sua mente absorvia, um sorriso pouco a pouco era formado e ela soube na hora de que tratava-se da possibilidade de sua promoção. Levantou-se num pulo e começou a se preparar. Vestiu-se com agilidade e, num instante, já estava de saída.

Ao chegar no prédio, Biskka subiu apressadamente as escadas, seguindo as instruções até a sala indicada. Diante do Jounin Hyōka, manteve-se atenta a cada palavra, absorvendo as informações da missão que lhe fora designada. Não teria como ficar ímpar aos elogios que lhe eram feitos e, mesmo mantendo a pose, ela sentia um orgulho de si mesma. Sabia o quanto havia dado duro nos últimos tempos em busca de reconhecimento e provrar seu valor para a Areia; provar que poderia sim ser útil e daria o seu próprio sangue para lutar pela honra de Sunagakure.  

— Entendido, senhor. Agradeço pela confiança. — respondeu com um tom firme e determinado, fazendo uma breve reverência.

Sem perder mais tempo, saiu dali e correu rumo ao deserto, seguindo a direção indicada no mapa. O sol já começava a esquentar as dunas, mas ela manteve um ritmo moderado, controlando a respiração para conservar as forças. O vento quente soprava contra seu rosto, levantando pequenas nuvens de areia que dançavam ao redor de seus pés enquanto avançava. Quando finalmente chegou ao local, provavelmente a cena que poderia esperar era de puro caos e bagunça: destroços de madeira e pedras quebradas se espalhavam por toda a extensão da formação rochosa. A estrutura colapsada da mina parecia um labirinto de escombros e sombras. Biskka respirou fundo, mantendo a mente focada. Ela sabia que a primeira coisa a ser feita era buscar por qualquer sinal de vida. Movendo-se com cuidado entre as pedras desmoronadas e os restos do que antes era uma entrada de mina, a kunoichi começou a procurar. Seus ouvidos atentos tentavam captar qualquer som, e os olhos examinavam cada espaço. Qualquer indício, por menor que fosse — um gemido, um movimento sutil, um suspiro abafado — poderia significar um sobrevivente.

— Não acho que isso tenha sido um acidente... Teria sido um ataque...? — sua mente trabalhava, mergulhada em pensamentos e possibilidades enquanto caminhava aos arredores em sua busca.

Considerações: