Nobara

    A noite era densa e fria, o silêncio quebrado apenas pelo farfalhar das folhas ao vento. Nobara estava agachada em uma colina rochosa, observando o acampamento inimigo do alto. A missão parecia simples no início: infiltrar-se sem ser vista, localizar os reféns e resgatá-los antes que os renegados percebessem sua presença. No entanto, algo não parecia certo. O número de guardas ao redor das tendas era maior do que o esperado, e o comportamento deles sugeria que estavam à espera de um ataque.

— O que você está fazendo? — indagou o ser de chakra que vive dentro dela.

Concentrada em seu objetivo, Nobara se assustou com a interação repentina, o que a fez provocar um pequeno barulho, chamando a atenção de alguns guardas. Contudo, conseguiu se esconder antes que eles pudessem vê-la.

O Sanbi observou sua reação desajeitada e deixou escapar algumas risadas, encarando a situação como uma brincadeira de criança.

— Não me assuste assim. — repreendeu a jovem de cabelos castanhos.

Nas suas mãos, estava seu velho pincel, o que significava que ela já havia realizado o primeiro movimento. Agachou-se e, ao abrir um pequeno pergaminho sobre o terreno úmido, os camundongos de tinta que antes exploravam o local retornaram a ser meros desenhos sem vida.

— O comportamento deles não está normal… isso não é bom. — resmungou para si mesma. — Que seja! — decidiu arriscar.

Movendo-se com cuidado, desceu a colina. Suas habilidades como kunoichi estavam sendo testadas minuciosamente. “Naritoshi saberia lidar com uma situação dessas”, pensou, enquanto se movia sorrateiramente entre os arbustos. Estava próxima do objetivo — a tenda central, onde provavelmente os reféns eram mantidos.

Seus olhos examinavam o local, buscando brechas, qualquer sinal que pudesse facilitar sua entrada. O vento soprava com mais força, levantando poeira e abafando os sons leves de seus passos.

— Até agora, tudo está indo bem. — sussurrou para si mesma, escondendo-se atrás de uma das grandes caixas de suprimentos deixadas pelos mercenários.

De repente, um grupo de guardas saiu da tenda, escoltando três indivíduos com o emblema da Vila da Névoa gravado em suas bandanas. O corpo de Nobara estremeceu. Sua vontade era interferir naquele exato momento, mas agir sem pensar nas consequências não traria benefício algum.

— Ah… esses ferimentos… não estão nada bons. — concluiu, ao observar o estado físico do trio capturado, presumindo que haviam sido submetidos a tortura. Um sentimento de fúria percorreu seus músculos, tensionando cada parte de seu corpo. Ver colegas de vila naquele estado causava um aperto em seu peito. Qualquer um sentiria o mesmo.