Cidadela do Deserto

Hakuryuu relaxava diante do karesansui, em mais uma de suas meditações habituais para tentar aprimorar sua relação com Nanabi. Aquele dia, no entanto, ele não parecia nada inclinada a qualquer tipo de conversa. Com a Telepatia Biju, Hakuryuu tentou algumas vezes tentar alcançá-lo. Não era dos mais habilidosos com conversações e a situação piorava quando se tratava de papo furado, o tipo que a situação pedia para puxar assunto. Por isso, se Nanabi já não estava disposta antes, agora deveria estar menos ainda.

Suas tentativas, no entanto, foram interrompidas pelo guizo inconfundível da aprendiz de Ziusudra.

Voltando-se imediatamente para trás, acompanhou pacientemente a aproximação da entidade totalmente coberta em mantos negros.

— Um bom dia, Terá-senpai — ao que ela chegou mais perto, fez uma breve reverência.

— Igualmente, Hakuryuu — curta, ela parou diante dele. — Ziusudra-sensei me enviou aqui hoje para efetuar um treinamento um pouco mais intenso do que o normal — impassível, ela continuou de dentro da escuridão de seu capuz e chapéu cônico. — Não temos nenhuma novidade a respeito de novos aprimoramentos do controle da Nanabi, receio informar… — fazendo sua piteira e braço recoberto em luva negra surgirem do arco feito pelos tecidos postos sobre ela, Terá deu um trago.

Haku podia sentir a forte tensão no ar. Não soube o que esperar, no entanto.

Palavras: 214

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Falas do Hakuryū: — Texto — descrições. | Pensamentos do Hakuryū: "Texto" — descrições.
Falas do Nanabi: — Texto — descrições. | Pensamentos do Nanabi: "Texto" — descrições.

Cidadela do Deserto

Após alguns instantes bastante intensos, sem saber exatamente o que pensar diante da mulher, que sempre andava totalmente oculta em mantos, Haku teve uma surpresa e tanto. Ela pegou o chapéu asiático de palha com a mão livre da piteira e, inesperadamente, as diversas camadas de panos negros começaram a deslizar em direção ao chão.

Ao que finalmente caíram todos, ela recolocou seu chapéu e, enquanto ela dava mais um trago em sua piteira, Kin pode finalmente ver a aparência de sua veterana de dojo.


Naturalmente, estava boquiaberto, já que nunca tinha visto a senpai tão séria a ponto de tirar todos os seus mantos. Parando para pensar, a verdade era que Hakuryuu não sabia praticamente nada sobre ela. A única que parecia bater com suas memórias eram as expressões dela: tão implacáveis quanto suas palavras. Ela definitivamente parecia do tipo sério demais. Não a ponto de matar aliados, claro, mas séria a ponto de não dar qualquer espaço para piedade.

"Fiu…" — quebrando o silêncio dentro da mente de Haku com um assobio, até mesmo Nanabi fez questão e aparecer.

"Amei as roupas…" — respondeu Kin, com a primeira coisa que lhe veio em mente.

Àquela altura, ainda estava bastante distraído com os detalhes dos tecidos e acessórios.

Palavras: 207

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Cidadela do Deserto

"Roupas??" — Em tom meio indignado, Nanabi reagiu. — "Ah… Enfim. Ela vai é amassar você. Hah! Boa sorte. Vai precisar. E muito" — desistindo de explicar o que quer que fosse que passara em sua cabeça, Nanabi logo em seguida provocou em tom jocoso.

Como sempre, divertia-se em assistir os infortúnios de Hakuryuu. Entretanto, dessa vez já não parecia mais tão distante quanto costumava ser.

— Osoi! — Terá quebrou o silêncio, elevando o queixo enquanto observava Haku com um olhar subitamente fulminante.

Os olhos de Kin se arregalaram ao ver uma série de pontos luminosos surgirem em um arco sobre Terá. E, percebendo que de fato tinha se distraído, algo que poderia ser fatal em campo de batalha, soube que teria de reagir imediatamente se quisesse bloquear o que quer que fosse aquele ataque. Imediatamente ativou seu Jisei-Kyō no Myaku para aumentar seu poder defensivo e, então, preparou-se para o impacto.

Ao erguer o primeiro Escudo de Pó de Ouro, dando-lhe freneticamente a forma de uma parede retangular com as mãos, percebeu que pouco havia percebido do ataque da inimiga. Os projéteis luminosos pareciam ter se movido como num flash e, por isso, nem todos tinha conseguido defender. Logo o ardor em alguns pontos do seu peitoral puderam ser sentidos: os locais onde foram atingidos estavam queimados. Aquela luz era extremamente quente.

— O que… É isso? — após suportar a dor cerrando os dentes, interrogou a oponente de batalha.

— É minha kekkei genkai… Digo, do Clã Hikari. A natureza avançada Hikariton — cruzando um dos braços adiante do corpo, apoiando o que segurava a piteira pelo ombro, ela retrucou. — Não conhecia? Utilizo Raiton e Katon para fazê-la, assim como você e Ziusudra-sensei usam Doton e Fūton para criar seus Jitons… — exalando fumaça, ela bateu um dos dedos contra sua piteira para se livrar do excesso de cinzas.

— Lamento, mas não… — com o cenho contraído, procurando resistir à dor, Kinsetsu respondeu à primeira pergunta dela.

O olhar fulminante dela, no entanto, não demorou a reaparecer. Não tendo desativado o seu Estilo de Luta defensivo por precaução, Haku imediatamente se preparou para o impacto. Estacas de luz aglutinaram-se num arco sobre a cabeça de Terá.

"Lá vem chumbo grosso, HAHAHA" — audivelmente se divertindo, Nanabi fez questão de novamente comentar.

Já há muito tempo Haku havia percebido que, naquele tipo de treinamento, sua sina era apanhar. Por isso, tinha que se conformar com o divertimento do seu… Companheiro de corpo. Ele não parecia muito investido na tarefa de conviverem pacificamente. No entanto, Hakuryū definitivamente estava. Não responderia com grosserias. Sem muito traquejo para saber qual a melhor resposta, preferia ficar em silêncio.

Preparado daquela vez, no entanto, pode perceber que, apesar do nome de "Liberação Luz", de velocidade da luz aquelas técnicas não tinham nada. Similarmente ao Raiton, elemento que havia aprendido usar com Terá em seu primeiro encontro com ela, essa luz também tinha sua velocidade limitada pelo chakra. Entretanto, o aspecto fugaz e a luminosidade irradiada pelos construtos dela certamente eram um fator que atrapalhavam ver os ataques com precisão.

Novamente Haku moveu as mãos, abdicando de um pouco de sua defesa para atingir velocidades ainda maiores. O Escudo de Pó de Ouro rapidamente se formou, emergindo do chão adiante dele e, então, mais uma vez formou uma parede retangular entre ele e a projeção das lanças luminosas.

Apesar de obter sucesso na primeira defesa, no entanto, Terá fez questão de demonstrar que a mesma estratégia não duraria duas vezes. Surgindo pela direita de Kinsetsu, um feixe partiu de sua palma esquerda, esticada à frente do corpo. Diante de tal situação, viu-se num estado de "xeque". Estava encurralado e sem preparativos para que o pó de ouro chegasse a tempo de protegê-lo. Sendo assim, tudo que pode fazer foi observar o ataque de luz nos instantes em que ele se projetava e o atingia. Com sua Inteligência Avançada e sua Habilidade Inata em Ninjutsus, o Kintate naturalmente colocou sua mente para fazer uma análise detalhada do que estava vendo. Haveria dor, claro, mas isso nem de longe impedia seus impulsos por conhecimento de, ao menos, aproveitar a experiência para tirar o máximo dela.

O brilho ofuscante ao que o feixe chegou tão perto do seu abdome era inconfundivelmente amarelo. Era como se estivesse vendo o brilho do sol bem diante de si. Mas não apenas isso, pois ao que sentiu o feixe brilhante perfurar-lhe o corpo, em meio à dor, pode perceber mais algumas coisas. Além de luminosas e bem quentes, também eram estranhamente sólidas. Talvez a explicação para a incapacidade de atingir a velocidade da luz, aliás, fosse aquela: a aparente massa nos construtos de luz impediam que o fizesse. De qualquer forma, o fato de serem muito quentes, além de sólidas, era o que provavelmente dava o diferencial ofensivo em relação à sakin. O pó de ouro também era sólido, mas nem de longe conseguiam causar tantos danos e queimar as regiões atingidas.

Sua consciência não durou muito mais do que isso, no entanto. Num ataque sequencial, uma enorme rajada de luz foi projetada. Como se uma parede incandescente se chocasse contra o seu corpo, Hakuryū foi arremessado contra uma das rochas do karesansui. Sentiu uma intensa dor em seu braço esquerdo, porém logo perdeu a consciência.

Como de costume para aqueles treinamentos, quando acordou, estava em seu quarto, deitado sobre sua cama. A julgar pelas ataduras e ausência de queimaduras pelo corpo, assim como Ziusudra, Terá devia ter achado alguém para fazer o tratamento inicial. Todavia, o problema do braço esquerdo engessado ainda permanecia. O osso quebrado certamente precisaria de algum tempo para curar.

Por fim, fez questão de tomar nota para se lembrar de enviar uma mensagem ao professor e à veterana mais tarde. Apesar dos ferimentos, tinha que agradecê-los por ensinarem tanto, afinal.

Palavras: 962

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