Munashi sentiu o frio da manhã tocar a pele enquanto abria a porta. Um mensageiro shinobi estava lá, postura rígida, olhos fixos. Sem dizer uma palavra, entregou-lhe o pergaminho selado com o símbolo oficial de Iwa.

"Por ordem do Tsuchikage, sua presença é requisitada imediatamente no Gabinete de Assuntos Ninja", anunciou o mensageiro antes de desaparecer numa nuvem de poeira.

Munashi fechou a porta, olhando para o pergaminho em suas mãos. Seus dedos, grandes e calejados, deslizaram pelo selo antes de abri-lo. As palavras confirmavam o que já esperava: havia chegado a hora de dar o próximo passo.

Sem perder tempo, vestiu sua camiseta avermelhada e ajustou a jaqueta de combate sobre os ombros largos. Prendeu a bandana de Iwagakure no braço direito e verificou se suas hip-pouches estavam devidamente equipadas. Antes de sair, lançou um olhar rápido para o pequeno espaço que chamava de lar—simples, sem adornos, funcional.

As ruas de Iwagakure permaneciam silenciosas. Alguns comerciantes começavam a abrir suas lojas esculpidas na rocha, e o aroma de pão fresco misturava-se com o ar frio da montanha. Munashi caminhava com passos firmes, cada movimento calculado, mas carregando a intenção de alguém acostumado a se mover tentando não ser notado. No entanto, os poucos que cruzavam seu caminho lançavam olhares rápidos—era difícil ignorar sua figura imponente.

Ao chegar ao Gabinete de Assuntos Ninja, foi recebido por um chunin veterano, o rosto marcado por cicatrizes contava histórias. Os olhos do homem encontraram os de Munashi, e por um momento, um entendimento silencioso pairou entre eles.

"Você foi selecionado para participar dos exames chunin deste ano", disse o chunin, a voz grave ecoando pelas paredes de pedra. "É uma grande honra e responsabilidade."

Munashi assentiu, mantendo o silêncio. Palavras eram desnecessárias.

"A primeira etapa será um teste escrito. Não se engane pensando que será fácil. Você será testado não apenas em seu conhecimento da história de Iwa, mas também nas técnicas tradicionais da nossa aldeia."

O chunin pegou um livro pesado de uma estante próxima e colocou-o sobre a mesa. "Estude isto. Aqui você encontrará informações sobre os fundadores de Iwagakure, as técnicas de Doton que nos tornaram famosos e a história de como nossa aldeia se ergueu das rochas para se tornar uma das grandes potências ninja."

Os olhos de Munashi pousaram sobre o livro. Letras miúdas, páginas amareladas pelo tempo—não era sua área de conforto. Mas determinação não lhe faltava.

"Lembre-se", acrescentou o chunin, com um olhar penetrante. "O teste não é apenas sobre o que está escrito. Esteja preparado para qualquer coisa. Os examinadores de Iwa são conhecidos por sua astúcia."

Com um último aceno, o veterano o dispensou. Munashi pegou o livro e sentiu o peso da responsabilidade que carregava.

De volta às ruas, decidiu não retornar para casa. Em vez disso, dirigiu-se a um dos terraços rochosos que ofereciam uma vista panorâmica da aldeia. Sentou-se, cruzando as pernas, e abriu o livro. As palavras tremulavam diante de seus olhos brancos. A leitura nunca foi seu forte, mas cada frase era um passo em direção ao seu objetivo.

Enquanto o sol subia no céu, aquecendo as pedras ao seu redor, Munashi mergulhou na história de Iwagakure. Lendas de ninjas poderosos, estratégias que moldaram guerras, técnicas que esculpiram montanhas—cada detalhe era absorvido com atenção meticulosa.

Em determinado momento, um grupo de crianças passou correndo, rindo, brincando de shinobi. Uma pequena pausa o fez observá-las. Lembrou-se de sua própria infância roubada, dos dias no circo, das batalhas que enfrentou para chegar até ali.

Assim, respirou fundo e voltou à leitura. Se queria proteger aqueles que considerava família e honrar a vila que lhe deu abrigo, precisava superar as próprias limitações.



Munashi: HP [1525|1525]; CK [1900|1900]; [26m/s]; [00|09];

Adendos:

Munashi respirou fundo ao entrar na grande sala escavada na montanha, a medida que o som de seus passos ecoavam suavemente pelas paredes de pedra. Ao cruzar o arco, o contraste entre a luz suave da manhã e a iluminação artificial da caverna fez com que seus olhos brancos piscassem uma ou duas vezes antes de se adaptarem.

No ambiente à frente, dezenas de shinobi se agrupavam, divididos entre sussurros ansiosos e silêncios concentrados. Ele varreu o local com o olhar, antes de se mover em direção às cadeiras da frente e sentou-se, sem pressa, próximo aos avaliadores. Não tinha dúvidas de que, além do que era visível, havia outros métodos sutis para monitorar cada candidato. Seria ingênuo subestimá-los.

Em sua cadeira, ele ajustou sua postura e aguardou pelo início da prova. O ambiente estava tenso, e quando apenas o som suave das folhas de papel sendo distribuídas permaneceu,  é que foi possível conceber a gravidade da situação. Quando finalmente recebeu a sua, Munashi se concentrou nas perguntas. A primeira impressão era de que parecia uma prova simples, ao menos refletia o que havia sido estudado nos últimos dias.

Mas, de repente, algo mudou. A princípio, era apenas uma sensação, como se o ar ao seu redor ficasse mais denso. Sua pele, sempre acostumada ao rigor físico, sentia um estranho pesar. Por isso, ele endireitou-se na cadeira, enquanto notava, com o canto do olho, os outros shinobis coçarem os olhos, inquietos em seus lugares.

Assim, Munashi voltou a atenção para a prova e notou que algumas letras pareciam ter se movido, sutilmente, enquanto ele não olhava para ela. Isso aconteceu em instantes. Por mais que piscasse, focasse ou esfregasse os olhos, não voltavam ao normal.

Um leve formigamento percorreu sua nuca. Era isso. A advertência do veterano no gabinete havia sido sobre essa estranha sensação que agora se revelava. Mas por quê? Por que aquele chunin havia sido tão específico ao aconselhá-lo? Havia algo mais que não estava vendo?

Decidido a confirmar suas suspeitas, Munashi fez um teste. Deliberadamente, contornou algumas letras, e com o olhar, focou em outro ponto da folha. Quando voltou a olhar para o local anterior, as letras, mais uma vez, haviam se movido.

Poderia ser... uma ilusão? Munashi cerrou o punho por um instante ao lembrar-se das experiências com Ayame e das ilusões que enfrentara. Ele não era um mestre em genjutsu, e romper uma técnica desse tipo estava fora de suas habilidades. Mas havia um método que até os estudantes da academia conheciam. A dor.

Sem hesitar, pressionou a ponta do polegar contra o dedo mínimo da mão esquerda. Um estalo seco ressoou quando deslocou a primeira falange do mindinho. Uma pontada aguda percorreu sua mão, mas sua expressão permaneceu inalterada. A robustez de seu corpo e sua determinação o permitiam suportar aquilo.

Em seguida, ele continou a responder a prova. A caneta deslizava pelo papel e traçava palavras com firmeza enquanto Munashi ignorava a tensão no dedo, e tentava o melhor para focar apenas no que estava à sua frente. Quer fosse uma ilusão ou não, ele precisava continuar respondendo as questões, ou todo o conhecimento acumulado nos últimos dias seria em vão.



Munashi: HP [1515|1525]; CK [1900|1900]; [26m/s]; [00|09];

Adendos:

Munashi manteve-se concentrado, mesmo quando o examinador parou brevemente ao seu lado e observou o dedo deslocado. Não reagiu à atenção inesperada; manteve o foco na prova à frente. As perguntas eram desafiadoras, mas não insuperáveis. Ele já esperava por isso.

Ao se deparar com a questão sobre o Doton: Kajūgan no Jutsu, Munashi tomou um momento para refletir. A técnica, originalmente usada para aumentar o peso das rochas, era uma ferramenta crucial em batalhas defensivas, pois criava barreiras praticamente intransponíveis. Mas a pergunta não exigia apenas uma explicação comum. Ela desafiava os candidatos a adaptar o jutsu para missões de infiltração. Isso requeria uma abordagem mais criativa, algo que ele ainda tentava desenvolver.

Com a caneta firme na mão, começou a rascunhar suas ideias. Visualizou como o Kajūgan no Jutsu poderia ser usado para manipular o ambiente de maneira sutil, talvez ao aumentar o peso de pedras ou estruturas para desviar a atenção dos inimigos durante uma infiltração, ou até mesmo ao criar distrações estratégicas ao colapsar partes de uma construção. Ele sabia que a verdadeira força de um ninja não residia apenas em dominar técnicas, mas em adaptá-las às situações imprevisíveis que surgiam em missões.

O tempo passou rápido enquanto escrevia, e o som de cabeças que se abaixavam, em sinal de desistência, não o afetou. Sabia que muitos falhariam, mas isso só alimentava sua determinação.

Quando o examinador anunciou que restavam apenas cinco minutos, Munashi concluía a última resposta. Mas então, algo o distraiu: uma sombra atrás de si. Por um breve instante, a sala pareceu ainda mais silenciosa. Uma presença estava próxima demais, e ele sentiu o peso dos olhos cravados em suas costas.

Seu instinto foi imediato. Sem se virar completamente, moveu levemente a cabeça e tentou captar a presença pela visão periférica, antes de desistir da ideia. Poderia ser apenas outro candidato curioso, talvez desesperado para ver suas respostas. Ou, mais provavelmente, uma armadilha dos examinadores. Eles já haviam testado a mente dos candidatos com truques visuais; por que não algo mais?

Munashi decidiu não se deixar abalar. Continuou a escrever, ignorou a sombra e manteve o foco total para finalizar suas respostas. Se fosse um teste de distração, ele estava determinado a não falhar.

Assim, terminou a última linha da sua resposta no momento em que o examinador pediu que todos entregassem suas folhas. Munashi respirou fundo mais uma vez. Sem pressa, recolheu sua prova e a entregou, sem olhar para trás. A sombra, se era real ou apenas um truque, já não importava. Ele havia completado o teste, e agora era o momento de seguir em frente.


Munashi: HP [1515|1525]; CK [1900|1900]; [26m/s]; [00|09];

Adendos:

Uma hora antes do nascer do sol, Munashi alcançou o portão oeste de Iwagakure. A luz tênue da madrugada pintava o céu com tons de azul e laranja, enquanto a silhueta das Montanhas Rochosas se erguia ao fundo. Logo ao chegar, observou que boa parte dos candidatos aprovados na primeira etapa já estava presente, alguns conversando em voz baixa, outros ajustando seus equipamentos em silêncio. Mesmo adiantado, ele preferia chegar cedo para se familiarizar com o ambiente e preparar-se mentalmente para o que viria a seguir.

Enquanto aguardava, seus pensamentos o levaram de volta ao dia anterior.

Após deixar o local do exame, Munashi sentiu uma dor persistente no dedo que havia deslocado durante a prova. Decidiu que seria prudente passar pelo hospital da vila para tratar o ferimento. Ao chegar ao hospital, foi rapidamente atendido por um ninja médico que, com uma técnica simples de cura, realinhou a falange deslocada.

"Você deve ter cuidado ao se machucar desse jeito", advertiu o médico com um leve sorriso. "Não queremos que pequenas lesões se tornem problemas maiores."

Após receber o conselho, Munashi assentiu em silêncio, e agradeceu pelo atendimento. Enquanto se preparava para sair, lembrou-se de Hana, a especialista em saúde mental que o havia ajudado em ocasiões anteriores. Decidiu aproveitar a oportunidade para visitá-la e informar que havia passado na prova escrita.

Encontrou Hana em seu escritório, organizando alguns pergaminhos. Ao vê-lo entrar, ela abriu um sorriso acolhedor. "Munashi! Que surpresa agradável. O que o traz aqui?"

"Passei na primeira etapa do exame chunin", respondeu ele, de maneira direta.

Os olhos de Hana brilharam. "Isso é maravilhoso! Sabia que você conseguiria. Haruko ficará encantada em saber disso."

"Haruko?" Munashi inclinou a cabeça levemente. Fazia algum tempo desde que havia visto a senhora.

"Sim, ela sempre pergunta sobre você", disse Hana. "Acredito que uma visita sua alegraria o dia dela."

Ao considerar as palavras de Hana, Munashi decidiu que seria adequado visitar Haruko antes de se preparar para a próxima fase do exame. Dessa forma, despediu-se de Hana com um aceno de cabeça. "Obrigado. Vou vê-la agora."

Haruko morava em uma pequena casa próxima ao centro da vila. Ao chegar, encontrou-a cuidando de um pequeno jardim. Ao notar sua presença, ela ergueu os olhos e sorriu calorosamente. "Munashi! Que prazer vê-lo."

"Olá, Haruko. Passei para dizer que concluí a primeira etapa do exame chunin."

"Eu não tinha dúvidas de que você conseguiria", disse ela, com orgulho evidente na voz. "Você é um jovem determinado e forte. Iwagakure tem sorte de tê-lo."

Eles conversaram por alguns minutos, e Haruko ofereceu a ele alguns pães recém-assados. "Leve consigo. Tenho certeza de que serão úteis."

Munashi agradeceu o gesto gentil. "Agradeço. Serão de grande ajuda."

Despediu-se, com uma leveza incomum percorrendo o peito. As interações com Hana e Haruko proporcionaram a ele uma sensação de pertencimento e apoio que raramente permitia a si mesmo reconhecer.

Quando chegou em casa, olhou ao redor, seu pequeno espaço desprovido de adornos. Era um lugar simples, funcional, onde a austeridade refletia sua própria vida. Movido pela disciplina que o sustentava, começou a organizar seu equipamento. Ele puxou o hip-pouch, o abriu e verificou os itens essenciais: kunais e shurikens em boa quantidade eram indispensáveis. Sua mente passou rapidamente pelos diferentes cenários que poderia enfrentar: terrenos difíceis, emboscadas, a necessidade de improvisação.

"Três dias...", pensou, ao refletir sobre a instrução de levar apenas o essencial. "Por que os examinadores enfatizaram isso? Seria apenas para não nos sobrecarregarmos durante a jornada nas montanhas? Ou talvez haja algo mais por trás dessa orientação. Poderíamos ter que carregar algo durante o exame? Talvez precisemos tomar posse de objetos ou transportar algo importante. Se for esse o caso, carregar peso extra seria um erro. Preciso me manter leve e ágil."

Com essa possibilidade em mente, revisou novamente o que estava levando, certificando-se de que estava preparado para o imprevisível.

Pegou duas bombas de fumaça e duas hikaridamas, ideais para criar distrações ou cegueira temporária. Decidiu também levar alguns explosivos pequenos, caso precisasse abrir caminho ou causar um deslizamento controlado. Seu raciocínio era simples: nas Montanhas Rochosas, a geografia era uma arma tão poderosa quanto qualquer jutsu. Saber manipulá-la poderia ser uma vantagem inestimável.

Além disso, carregaria consigo duas pílulas Zōketsugan e Hyōrōgan para recuperação rápida de energia e chakra. Sabia que não teria muito tempo para descansar, e esses recursos seriam cruciais para prolongar sua resistência. Contudo, não podia esquecer os suprimentos. Pegou uma mochila leve e colocou dentro algumas rações alimentares, essenciais para manter sua energia alta durante os três dias.

Lembrou-se dos pães que Haruko lhe dera e os embalou cuidadosamente junto com outras rações alimentares. Sabia que manter a energia seria crucial nos dias que viriam.

Com tudo preparado, sentou-se no centro de sua pequena casa, adotando a posição de lótus. Fechou os olhos e começou a meditar, buscando equilibrar seu chakra e preparar a mente. As imagens das Montanhas Rochosas surgiam em sua mente, e ele se esforçava para antecipar possíveis desafios. A visita ao hospital e as conversas com Hana e Haruko o haviam reenergizado de uma forma que não esperava.

De volta ao presente, enquanto aguardava no portão oeste, Munashi observava o céu clarear aos poucos. Sentia-se preparado, tanto física quanto mentalmente. Os outros candidatos pareciam igualmente obstinados.

Antes que o exame prosseguisse, suas reflexões voltaram às palavras do chunin que havia observado seu dedo deslocado. “Impressionante autocontrole, candidato. Mas lembre-se, nem sempre a dor física é a resposta. Por vezes, a verdadeira força está em superar as ilusões sem se machucar.”

Apesar de tudo, as palavras ressoavam em sua mente. Compreendia agora que precisava desenvolver mais do que apenas resistência física; precisava ampliar suas habilidades estratégicas e mentais. As Montanhas Rochosas pareciam o palco perfeito para testar esses aspectos.

Quando o sol finalmente despontou no horizonte, e os examinadores começaram a organizar os candidatos, Munashi ajustou a bandana de Iwagakure em seu braço e firmou os pés no solo. Sabia que, naquele momento, ele não enfrentaria apenas o terreno ou os outros candidatos, mas também a si mesmo. Precisaria ser ágil, esperto, e, acima de tudo, manter-se firme diante das ilusões que poderiam surgir. "Nem sempre a dor física é a resposta", murmurou mais uma vez, como se tentasse gravar as palavras na alma.



Munashi: HP [1525|1525]; CK [1900|1900]; [26m/s]; [00|09];

Adendos:

Munashi pegou o saco de pedras das mãos do examinador e o abriu com cuidado. Sentiu o peso familiar dos objetos dentro e os moveu brevemente em suas mãos. Olhou para o conteúdo, e tentou tirar alguma conclusão, mas nada de imediato se destacou. Fechou o saco com firmeza, e o guardou junto ao cinto. As palavras do examinador ainda ecoavam em sua mente: “Estas pedras são parte integrante do exame. O seu uso ficará claro durante a missão.” Sabia que precisava permanecer atento, pois qualquer detalhe poderia ser crucial.

Com o mapa entregue, Munashi buscou um canto mais afastado, onde pudesse estudá-lo sem pressa. Suas mãos deslizavam pelo papel, os olhos brancos correndo pelas linhas e marcações. O mapa delineava as Montanhas Rochosas, com suas trilhas sinuosas, ravinas profundas e desfiladeiros traiçoeiros. Ele se concentrou nos possíveis locais onde um pergaminho sagrado poderia estar escondido. “Se é sagrado, provavelmente estará em um lugar que exija respeito ou que simbolize grandeza,” pensou ele.

Assim, começou a marcar mentalmente alguns pontos de interesse: o cume de uma ravina, a entrada de uma caverna nas profundezas de um desfiladeiro, ou até mesmo em uma formação rochosa no alto de um cânion. Locais que pareciam naturalmente difíceis de alcançar, protegidos pela própria geografia das montanhas. Munashi sabia que esses pontos emblemáticos eram os mais prováveis, mas ainda assim não poderia confiar cegamente em suposições. Iwagakure era famosa por suas táticas astutas, e os examinadores, sem dúvida, teriam preparado desafios igualmente complexos.

Ainda com o mapa aberto, discretamente observou para onde os outros candidatos se dirigiam. Muitos estudavam o mapa como ele, mas alguns já começavam a se mover, seguindo trilhas que poderiam levá-los a seus próprios destinos estimados. Munashi tentava memorizar os padrões: quais candidatos iam em direção ao leste, quais optavam por seguir ao oeste ou ao norte. Saber onde os outros estavam poderia ser útil caso precisasse interceptar ou até mesmo roubar um pergaminho de um participante mais apressado ou desavisado.

Com os locais mais prováveis gravados em sua mente e uma ideia geral do movimento dos outros candidatos, Munashi dobrou o mapa com cuidado e o guardou. “Eu preciso ser cauteloso. Não posso me esgotar logo no início, mas também não posso perder tempo demais.” O tempo era limitado, três dias, e ele precisaria de energia tanto para encontrar o pergaminho quanto para retornar com ele, enfrentando qualquer obstáculo – natural ou humano – no caminho de volta.

Decidido a manter um ritmo constante, Munashi começou a se mover em direção ao ponto mais próximo que havia identificado. Não era o local mais óbvio, mas parecia ter potencial. Se outros candidatos estivessem errando por apressar-se, ele poderia chegar a um ponto de observação e reavaliar o terreno antes de realizar o próximo movimento.

A cada passo, mantinha a cautela. O terreno das Montanhas Rochosas era traiçoeiro, com pedras soltas e encostas íngremes. Munashi sabia que um movimento mal calculado poderia custar caro, tanto em termos de tempo quanto de energia. Evitava áreas que pareciam instáveis ou onde havia a possibilidade de deslizamentos, e a todo momento, seus olhos varriam os arredores, atentos a armadilhas, emboscadas ou sinais dos outros participantes.

Conforme avançava, seus pensamentos voltaram às pedras. Ainda não tinha a menor ideia de como ou quando deveria usá-las, mas algo lhe dizia que não tardará para obter essa resposta. Talvez o propósito delas estivesse diretamente ligado aos locais que havia memorizado. “Pode haver mais do que uma resposta para este enigma,” refletiu. “Talvez as pedras tenham algo a ver com a ativação de algum mecanismo, ou até mesmo com uma prova de paciência e estratégia.”

Os ventos nas montanhas começaram a aumentar, e trouxeram consigo nuvens escuras que agora cobriam o horizonte. A tempestade prometia dificultar ainda mais a travessia. “O clima será um fator importante,” pensou, antes de ajustar a bandana de Iwagakure no braço. A chuva e o vento poderiam prejudicar a visibilidade e dificultar a locomoção, mas também poderiam ser uma oportunidade para aqueles que soubessem se adaptar.

Munashi parou brevemente em um ponto elevado, de onde podia ver o terreno à frente. Era um lugar onde poderia reavaliar suas opções, e observar tanto o caminho adiante quanto as movimentações dos outros. O mapa não poderia lhe dar todas as respostas; precisaria confiar, também, na própria intuição e na capacidade de se adaptar às mudanças.

Por fim, decidiu continuar, mas em um ritmo controlado. Não se apressaria, mas também não hesitaria. A missão não era apenas encontrar o pergaminho, mas também sobreviver e retornar com ele. A qualquer momento poderia ser necessário se adaptar — seja pelo uso das pedras ou pela necessidade de lidar com outros candidatos.


Munashi: HP [1525|1525]; CK [1900|1900]; [24m/s de 26m/s]; [00|09];

Adendos:

A tempestade se intensificou rapidamente, e Munashi sentiu a urgência de tomar uma decisão o quanto antes. Além das condições climáticas adversas, havia ainda as pedras no chão, que passaram a brilhar com um tom azulado e criaram um caminho que parecia quase convidativo. Estava prestes a dar o primeiro passo nessa direção quando algo o incomodou, e o fez lembrar das palavras do examinador mascarado durante o exame escrito: "Nem tudo é o que parece." Aquela frase ressurgiu como um aviso e trouxe consigo uma enxurrada de questionamentos.

Assim, permaneceu imóvel por um instante, e deixou que a chuva fria escorresse pelo rosto enquanto alguns pensamentos corriam em alta velocidade. "E se essas pedras brilhantes forem uma armadilha? Se fossem tão importantes, por que os examinadores nos dariam também um mapa?" Munashi franziu o cenho, ao ponderar as possibilidades. "Os examinadores disseram que a utilidade das pedras seria revelada durante o exame, mas não especificaram como ou quando. Poderia ser que a função atual delas seja nos distrair do verdadeiro objetivo."

Nesse momento, ele olhou para os dois candidatos à distância, que discutiam sob a chuva intensa. A princípio, pareciam perdidos, indecisos sobre a direção a seguir. Contudo, uma ideia lhe ocorreu: "E se eles não forem candidatos de verdade? Poderiam ser veteranos disfarçados, postos aqui para nos testar de outras maneiras." A ideia não era impossível; afinal, Iwagakure sempre foi conhecida pelos métodos rigorosos e imprevisíveis de avaliação.

Com a cabeça cheia de hipóteses, Munashi decidiu confiar na própria intuição. Assim, ponderou: "Se seguir as pedras é o caminho óbvio, então talvez o caminho menos óbvio seja o mais adequado. Pelo menos, a princípio."

Foi dessa forma que, sob a chuva torrencial, ajustou a bandana de Iwagakure em seu braço e iniciou seu caminho em direção ao arco. Embora a distância não fosse grande — cerca de meio quilômetro — as condições dificultavam o progresso. O vento uivava e o empurrava para trás, e o solo se tornara escorregadio e traiçoeiro. Munashi diminuiu a velocidade ao máximo, enquanto avançava com extrema cautela. Seus olhos varriam o terreno à frente, atentos a possíveis desmoronamentos, emboscadas ou armadilhas naturais.

À medida que avançava, mantinha os ouvidos atentos para quaisquer sons incomuns. Embora a tempestade pudesse mascarar muitos ruídos,  também poderia ocultar aproximações furtivas. "Se aqueles dois são veteranos disfarçados, podem ter observado minhas reações," pensou. "Preciso estar preparado para qualquer coisa."

A cada passo, Munashi confirmava a estabilidade do terreno antes de colocar seu peso total. Evitava áreas onde a água formava poças profundas ou corria em pequenas torrentes, pois sabia que poderiam esconder buracos ou tornar o solo instável. Usava as formações rochosas como cobertura sempre que possível, ao mesmo tempo em que se mantinha fora de vistas desnecessárias.

Finalmente, após um tempo que pareceu mais longo do que realmente foi, se aproximou do arco natural. De perto, a formação rochosa era ainda mais impressionante. Duas enormes pedras se erguiam do solo, e uniam-se no topo para formar uma passagem que lembrava a entrada de um templo antigo. A chuva escorria pelas pedras, para criar pequenas cascatas que convergiam no chão.

Ao alcançar o destino, Munashi parou a uma distância segura, para observar o arco, na busca de qualquer sinal de armadilha ou presença de outros candidatos. O local parecia deserto, mas também sabia que isso poderia ser enganoso. "Nem tudo é o que parece," repetiu para si mesmo. Então, aproximou-se lentamente, enquanto mantinha-se em alerta.



Munashi: HP [1525|1525]; CK [1900|1900]; [05m/s de 26m/s]; [00|09];

Adendos:

Munashi encarou o jounin. Naquele momento, a chuva caía pesadamente ao redor, mas o solo sob o arco natural permanecia seco, como se esse espaço estivesse isolado do restante do mundo. Mesmo assim, as palavras do examinador ainda ecoavam: "Em Iwagakure, a força bruta nem sempre é a resposta."

Ainda que fosse claro o quão imprudente seria enfrentar um jounin diretamente, Munashi não conseguiu deixar de cogitar essa possibilidade, antes de descartá-la rapidamente. Afinal, mesmo com sua habilidade, a diferença de poder entre eles era evidente. Além disso, lembrou-se das lições sobre estratégia e inteligência que aprendera ao longo dos anos. Precisava encontrar uma maneira de superar esse desafio sem recorrer a um confronto direto.

Nesse instante, seus olhos desviaram por um momento para o pergaminho na cavidade. Estava tão perto, mas ainda fora de alcance. Foi então que se lembrou das pedras recebidas no início do exame. "A utilidade delas seria revelada durante a missão", pensou. Talvez este fosse o momento de descobrir seu verdadeiro propósito.

Com um movimento sutil, Munashi deslizou a mão até o saco de pedras em seu cinto. Sentiu a textura fria e familiar de uma delas enquanto a retirava e a mantinha oculta na palma da mão. Ao erguer o olhar para o jounin, decidiu tentar uma abordagem diferente.

"Respeitado examinador, entendo que este é um teste para avaliar minhas habilidades. Sei que não posso igualar sua força, mas talvez haja outra forma de provar meu valor", disse com uma voz firme, quase um grito, para superar o som da chuva e do vento.

Munashi ergueu a pedra em sua mão, mostrando-a ao examinador. "Recebemos estas pedras no início do exame, e acredito que elas tenham um propósito aqui. Gostaria de propor uma solução que não envolva combate direto."

"Proponho resolver um enigma ou cumprir uma tarefa que demonstre minha capacidade de pensar estrategicamente. Nunca disseram que havia apenas um uso para as pedras. Elas iluminaram um caminho anteriormente. No entanto, talvez haja uma forma de utilizar estas pedras para acessar o pergaminho, sem precisar lutar contra o senhor", explicou, antes de aguardar pela reação do jounin.




Munashi: HP [1525|1525]; CK [1900|1900]; [24m/s de 26m/s]; [00|09];

Adendos:

O som constante da chuva contra as pedras era quase hipnótico, uma melodia monótona que poderia facilmente distrair, mas Munashi não se permitia tal luxo. A cada inspiração, o ar gelado penetrava em seus pulmões, e o fazia se sentir vivo e alerta, enquanto uma névoa suave escapava de seus lábios a cada exalação, antes de desaparecer rapidamente na tempestade.

Ao avançar, sentiu a transição sutil sob os pés: das pedras escorregadias e molhadas para o chão seco protegido pelo arco. Era como atravessar uma barreira invisível, onde a intensidade da chuva diminuía e o som das gotas ecoava de forma diferente. Essa mudança trouxe um breve conforto, mas também ressaltava a importância do que estava prestes a fazer.

O examinador permanecia em silêncio, imóvel como uma estátua, mas Munashi podia sentir o olhar firme por detrás da máscara. A presença dele era uma constante lembrança de que cada movimento era avaliado.

[Elemento coesivo], ao segurar as pedras entregues no início do exame, Munashi sentiu o peso e a textura de cada uma. Algumas eram ásperas, outras mais lisas; algumas pesavam mais, outras menos. Enquanto apertava as pedras nas mãos, uma ideia começou a se formar. "Não posso depender apenas da força ou velocidade desta vez. Preciso pensar," refletiu.

Lembrou-se das páginas do livro que o Chunin lhe entregara dias atrás. Iwagakure era cercada por cordilheiras gigantescas que protegiam a vila das tempestades e invasores. As montanhas formavam um escudo natural. Essa imagem tomou forma em sua mente. "Talvez haja uma conexão entre as pedras e as montanhas..."

Foi então que uma preocupação surgiu. "E se alguém estiver esperando para me atacar assim que eu pegar o pergaminho? Preciso estar preparado." Concluiu, antes de tomar uma precaução. Fingindo um deslize, deixou uma das pedras cair ao chão molhado. "Droga", murmurou, antes de se ajoelhar-se para pegá-la. Aproveitando o movimento e o porte físico para bloquear a visão do examinador, deslizou a outra mão até a bolsa em sua perna, e tentou retirar, discretamente, uma hikaridama. Em seguida, a escondeu-a entre as pedras restantes, pensando: "Nunca se sabe quando pode ser útil. Melhor estar preparado para qualquer eventualidade."

Ao se levantar, sentiu novamente o ar frio contra o rosto, que trazia consigo a determinação necessária. Foi então que começou a examinar as pedras meticulosamente. Notou que cada uma tinha características únicas: pesos ligeiramente diferentes, texturas variadas, pequenas protuberâncias ou rachaduras que pareciam seguir um padrão natural. As reentrâncias no arco... elas também variam em forma e profundidade, observou.

Seus olhos brancos varreram o arco rochoso à frente, com a intenção de examinar cada fenda, cada marca esculpida pela natureza ou por mãos humanas.

Passou os dedos pelas cavidades no arco, sentiu as irregularidades. Algumas eram profundas e largas, outras mais rasas e estreitas. "As montanhas maiores protegem as menores... Talvez a sequência esteja ligada a isso". Concluiu que talvez devesse posicionar as pedras maiores nas reentrâncias mais profundas, simbolizando as grandes cordilheiras, e as menores nas cavidades rasas, representando as formações rochosas subjacentes

Com essa hipótese, Munashi começou a agir. Escolheu a pedra mais pesada e robusta, sentindo a textura áspera contra a pele. Ao encaixá-la na reentrância correspondente, sentiu uma leve resistência antes de ela se acomodar perfeitamente. A sensação tátil do ajuste reforçou sua confiança.

Assim, continuou com as próximas pedras, e as posicionou de acordo com o tamanho e a profundidade das cavidades. A cada pedra colocada, seus músculos permaneciam tensos, prontos para reagir a qualquer sinal de perigo. O silêncio do arco após cada movimento era ao mesmo tempo encorajador e inquietante.

Por um momento, tudo permaneceu imóvel. O arco parecia aguardar, como se testasse sua convicção. Munashi sentiu o peso da responsabilidade sobre os ombros, mas não podia hesitar.

Decidiu então se preparar para qualquer eventualidade. Abaixou-se novamente, desta vez para remover os pesos dos braços e pernas. A sensação de leveza imediata percorreu seu corpo, e ele flexionou os músculos, sentindo-se mais ágil. "Se algo der errado, preciso estar pronto para reagir rapidamente."

Por fim, cobriu-se com o Muon no Ken, técnica que silenciava seus movimentos.

Com cuidado, posicionou as últimas pedras nas cavidades mais rasas. A textura suave delas contrastava com as anteriores, e ele as encaixou com precisão. Sentiu a pedra deslizar suavemente até encontrar seu lugar, como se aquela fosse sua posição natural.

Munashi recuou um passo, os olhos fixos no arco. Naquele momento, até o frio parecia mais intenso, e ele podia ver a própria respiração formar pequenas nuvens à sua frente. Cada sentido estava em alerta máximo, aguardando qualquer sinal.

O tempo parecia desacelerar. O som da chuva, o batimento do coração, a respiração controlada — tudo se unia em um momento de expectativa. "Fiz tudo o que podia. Agora, é esperar pelo resultado", pensou, enquanto mantinha a postura firme.





Munashi: HP [1525|1525]; CK [1900|1900]; [32m/s de 34m/s]; [00|09];

Adendos:

Munashi sentiu o tremor percorrer o arco, enquanto as pedras que havia posicionado começavam a brilhar em tons suaves, como corações de luz. À medida que o brilho se intensificava, o ar ao redor vibrou com uma energia antiga. A barreira de chakra diante dele cintilou brevemente antes de desaparecer por completo. O som baixo, quase melódico e ancestral, emanou da estrutura, e a cavidade que guardava o pergaminho sagrado revelou-se plenamente.

O examinador, que até então observava em silêncio, deu um passo à frente. Seus olhos, ocultos pela máscara, refletiam uma mistura de aprovação e curiosidade. "Conseguiu decifrar o enigma", declarou com voz firme. "Sua compreensão da história e da geografia de Iwagakure mostrou-se valiosa. No entanto..." Ele fez uma pausa, enquanto seu olhar se estreitava levemente. "Notei que tomou algumas... precauções extras. Interessante."

"Ele percebeu minhas ações", refletiu Munashi, enquanto mantinha uma expressão neutra. "Preciso agir de forma mais furtiva no futuro."

Assim, o examinador continuou com uma breve explicação, e antes que Munashi pudesse responder, um ruído distante rompeu a quietude. Passos apressados, abafados pela tempestade, que, apesar da distância, era impossível não reconhecer que se aproximavam. O som trouxe de volta o foco imediato à situação. "Esses passos... Não estou sozinho. Claro que não seria tão simples."

Sem perder um instante, Munashi agiu. Avançou rapidamente e pegou o pergaminho. Naquele momento, sentiu a textura envelhecida sob os dedos, como se o tempo passado estivesse gravado em cada fibra do objeto. Em seguida, guardou-o com cuidado dentro da jaqueta de combate, junto ao peito, ciente de que o primeiro objetivo estava cumprido, mas que o teste ainda não havia terminado.

Enquanto a chuva continuava a cair em pesadas cortinas, Munashi rapidamente retirou uma kunai de sua bolsa. Com movimentos precisos, colou um papel bomba no cabo da arma, utilizando o ângulo de seu corpo e a penumbra sob o arco para ocultar o brilho potencial do selo explosivo. A kunai repousava firmemente em sua mão direita, pronta para ser lançada a qualquer momento.

Na mão esquerda, apertou uma hikaridama, escondida dentro do punho cerrado. A esfera fria contra a pele era um lembrete de que, em momentos de escuridão, a luz pode ser uma aliada poderosa. Se fosse necessário criar uma abertura para escapar, a combinação da explosão e do flash poderia lhe dar a vantagem essencial.

Munashi posicionou-se defensivamente à entrada do arco. A escuridão e a tempestade agora seriam suas aliadas, camuflando sua presença. Ele manteve-se imóvel, desejando se fundir às sombras. Ainda que o corpo estivesse preparado para agir a qualquer momento, seus pensamentos voltaram ao pergaminho, e ele verificou novamente, com cautela, se ele estava seguro dentro da jaqueta.

Então, inspirou profundamente, deixando o ar frio entrar nos pulmões, com a intenção de acalmar os ânimos. Seus olhos brancos fixaram-se na direção do som distante, que agora se tornava mais claro. Enquanto tentava observar a aproximação dos recém-chegados, Munashi buscava identificar qualquer símbolo ou emblema que pudesse revelar suas origens ou intenções.

No entanto, enquanto se preparava para uma postura furtiva, uma ideia lhe ocorreu. "Talvez... não seja tão ruim tentar outra abordagem." Munashi percebeu que poderia se passar por um avaliador. Afinal, com a chuva pesada e a distância e o caos ao redor, talvez ninguém o reconhecesse de imediato. A ideia era arriscada, mas, poderia funcionar.

Decidido, ele rapidamente se posicionou na lateral oposta do arco, onde o examinador estava, e procurou imitar sua postura calma. Em seguida, retirou algumas bandagens de sua bolsa e, com agilidade, as enrolou ao redor do rosto, cobrindo o nariz e a boca, mas deixando uma pequena abertura para não atrapalhar a respiração.

"Se eu tiver sorte, isso pode dar certo", refletiu. Em um movimento rápido, retirou a bandana do braço e a colocou na testa, ajustando-a como fazem os examinadores oficiais da vila. Por fim, penteou o cabelo molhado para trás e posicionou as mãos atrás das costas, com a intenção de esconder as armas empunhadas, mas também por ser um gesto que imitava os jounins de Iwagakure em momentos de avaliação.

Então, inspirou profundamente, permitindo que o ar frio enchesse seus pulmões mais uma vez, a medida que seus olhos brancos fixaram-se na direção do som distante, que agora se tornava mais claro.

"É uma pena que eu não tenho nenhuma máscara da pedra comigo. Talvez, essa atuação seria ainda mais verossímil", disse, enquanto tentava observar a aproximação dos recém-chegados, "Mas agora, preciso confiar na minha força e manter a calma."

Agora, posicionado estrategicamente, aguardava. Sabia que a primeira impressão seria crucial para determinar o desenrolar da situação.



Munashi: HP [1525|1525]; CK [1900|1900]; [32m/s de 34m/s]; [00|09];

Adendos:

A pressão assassina emanada pelo jounin se espalhou como uma sombra densa, o que tornava o ar pesado e difícil de respirar. O ambiente, antes preenchido pelo som distante da tempestade, mergulhou em um silêncio opressivo. Os outros candidatos sucumbiram rapidamente ao terror. Isso ficou evidente à medida que caiam de joelhos ou permaneciam paralisados devido ao medo absoluto que os envolvia.

No meio desse caos, uma memória emergiu na mente de Munashi: a estrada sinuosa, o homem de cabelos negros e olhar vazio, Sukehiro Yami. Lembrou-se da sensação esmagadora da intenção assassina que aquele homem emanava, algo ainda mais intenso do que enfrentava agora. Naquele dia, resistiu não apenas pelo instinto de sobrevivência, mas pela determinação de proteger aqueles ao seu redor.

"Nem tudo é o que parece", as palavras do examinador ecoaram em seus pensamentos brevemente. Talvez este fosse o verdadeiro teste: enfrentar o terror absoluto e manter-se firme diante do desconhecido. Naquele instante, sentiu os músculos tensionados, como se carregasse o peso de uma montanha sobre os ombros, mas não permitiria que isso o dobrasse. Por consequência, ao observar atentamente, notou as cicatrizes que marcavam o rosto do jounin, semelhantes às do chunin que encontrara anteriormente. "Seriam a mesma pessoa?" A dúvida surgiu, mas não havia tempo para ponderar.

Foi então que inspirou profundamente, para que o ar frio entrasse em seus pulmões mais uma vez. A cada inspiração, lutava contra a sensação de exaustão que começava a sinalizar a intenção de dominá-lo. "Já estive nesta situação antes. Já encarei a face da morte e não cedi." Naquele momento, o coração de Munashi bateu firme não mais acelerado pelo medo, mas pela determinação. Seus olhos brancos fixaram-se no examinador, refletindo uma resolução inabalável.

Ao redor, a pressão parecia querer esmagá-lo, enquanto gotas de suor escorriam por sua testa, mas, dentro de si, uma chama ardia intensamente. "Se resisti a intenção assassina de Yami, posso resistir a isso também. Não serei quebrado." Lembrou-se de como, naquele encontro, escolheu a compaixão em vez do confronto direto, e de como entregou as próprias economias para evitar um desastre. Compreendeu que a verdadeira força não reside apenas no poder físico, mas também na capacidade de manter a calma e a clareza em meio ao caos.

"Mostrar-me-ás a tua verdadeira natureza, candidato?" Sua voz cortou o ar como uma lâmina afiada.

Munashi manteve a postura ereta, com músculos tensionados e punhos cerrados ao lado do corpo. "Minha verdadeira natureza é perseverar." As palavras do examinador soaram quase como um convite para provar seu valor.

Notou novamente as cicatrizes no rosto do homem, a semelhança inegável com o chunin. "Nem tudo é o que parece", lembrou-se mais uma vez.

Com um leve curvatura no canto dos lábios, deu um passo à frente, e desafiou a pressão opressiva. Cada passo exigia um esforço monumental, como se lutasse contra uma torrente invisível. "Não quebrei quando minha família foi exterminada. Não quebrei quando fui sequestrado pelo circo," declarou, sua voz firme apesar da pressão no ar. "E também não quebrarei agora!"

Munashi: HP [1525|1525]; CK [1900|1900]; [32m/s de 34m/s]; [02|09];

Adendos: