O sol ainda estava escondido atrás das dunas quando o Senju abriu os olhos, sentindo o frescor da manhã invadir seu quarto. O silêncio predominava, exceto pelo leve sussurro do vento atravessando as frestas das janelas. Ele sabia que aquele seria um dia crucial. Ele se levantou lentamente, deixando que seus pés descalços tocassem o chão frio de madeira. O treinamento que o aguardava exigiria mais do que simples esforço físico; demandaria uma conexão profunda entre mente e corpo, uma sinergia que ele vinha buscando aprimorar há tempos. Depois de uma rápida refeição, saiu de casa e caminhou até o dojo nos fundos, um espaço que conhecia bem. As portas de madeira polida estavam fechadas, mas ao abri-las, ele foi recebido pelo familiar cheiro de tatame e madeira, um santuário de disciplina e esforço. As primeiras luzes do amanhecer começavam a penetrar pelas janelas altas, iluminando suavemente o ambiente.

Tensai começou o aquecimento com movimentos lentos e controlados. Dividido entre o alongamento e as flexões que serviam para despertar seus músculos e prepará-los para o que estava por vir. Ele se movia pelo espaço de forma meticulosa, consciente de cada parte de seu corpo. O aquecimento inicial era uma dança silenciosa, onde a respiração ritmada e profunda sincronizava-se com cada movimento fluido. O treino começou com uma série de exercícios básicos, mas essenciais, para desenvolver agilidade. Saltos, rolamentos e esquivas foram repetidos incessantemente. Seus pés tocavam o chão com uma leveza quase imperceptível, e seus movimentos eram precisos. A cada repetição, ele sentia a resposta dos músculos, como se estivesse afinando um instrumento. A biblioteca de sua mente estava aberta, revisando cada conceito de biomecânica que ele havia estudado.

Ele visualizava os músculos trabalhando em harmonia, os tendões esticando e os ossos servindo como alavancas. A compreensão teórica não era suficiente; era necessário sentir o corpo, ouvir o que cada fibra muscular tinha a dizer. O Senju estava no dojo de sua casa, um espaço silencioso e repleto de energia, onde cada detalhe era cuidadosamente projetado para otimizar o treinamento. As primeiras luzes do amanhecer filtravam-se pelas janelas de papel, criando um ambiente quase etéreo, propício para a concentração necessária. A cada movimento, ele ajustava a postura, procurando a eficiência máxima. Começou com os básicos, movimentos lentos e controlados que permitiam sentir cada fibra muscular se estendendo e contraindo. Seus olhos observavam atentamente no espelho à sua frente, analisando a simetria e a fluidez de cada ação. O suor começava a brotar em sua testa, uma resposta natural ao esforço inicial.

Depois de aquecer, decidiu intensificar o treino. Prendeu pesos leves nos tornozelos e pulsos, aumentando a resistência de cada movimento. Ele sabia que esses pesos, embora pequenos, fariam uma diferença significativa no desenvolvimento de sua força e agilidade. Começou com corridas curtas e explosivas, o som de seus pés tocando o chão ecoando pelo dojo. Cada passo era calculado, cada movimento realizado com a máxima precisão. Os músculos protestavam, mas ele ignorava o desconforto, focando na precisão e na força. Os pesos adicionavam um desafio extra, forçando seus músculos a trabalhar mais arduamente. Ele sentia cada contração e extensão com uma clareza aumentada, como se seu corpo estivesse comunicando suas limitações e potencialidades. A concentração era total, seus olhos fixos no chão à sua frente enquanto alternava entre sprints e saltos altos, desafiando seus limites físicos e mentais.

Enquanto treinava, refletia sobre a importância dos músculos estabilizadores, responsáveis por manter o equilíbrio e a coordenação. Correndo de um lado para o outro do dojo, ajustava continuamente a postura, procurando a perfeição em cada movimento. O corpo respondia, adaptando-se ao novo nível de esforço. Seus movimentos tornavam-se uma dança, uma coreografia precisa entre força e graça. Sentia-se em sintonia com cada parte de si mesmo, cada músculo e cada tendão trabalhando em uníssono. Com o passar das horas, decidiu focar nos reflexos. Abusou de um dispositivo no dojo, uma máquina projetada para disparar pequenos projéteis de borracha em intervalos aleatórios. Posicionou-se no centro da sala, olhos fechados, respirando profundamente. Sentia o coração batendo ritmicamente em seu peito, cada batida um lembrete de sua vitalidade e foco. Quando o dispositivo foi ativado, abriu os olhos, preparado para esquivar.

Os primeiros projéteis foram disparados e, com a precisão de um predador, Tensai se movia fluidamente, evitando cada um deles. A máquina lançava os projéteis em intervalos imprevisíveis, forçando-o a confiar em seus instintos e reflexos. Sua mente estava vazia de pensamentos, concentrada unicamente no movimento e na resposta imediata. Sentia o ar se deslocando com cada esquiva, a adrenalina bombeando através de seu corpo, acentuando seus sentidos. Cada projétil evitado era uma vitória, uma confirmação de que seu treinamento estava surtindo efeito. O tempo parecia desacelerar enquanto ele se movia, o mundo reduzido ao espaço imediato ao seu redor. Cada movimento era uma expressão de sua dedicação, uma prova de que estava se tornando mais forte e mais rápido. O cansaço começava a se instalar, mas Maeda não cedia. Continuava a se mover, seus músculos respondendo com precisão e velocidade. Finalmente, após o que pareceram horas de treino intenso, a máquina cessou os disparos. Maeda parou, ofegante, o corpo exausto mas satisfeito. Sentiu o suor escorrendo pelo rosto, cada gota um testemunho de seu esforço. Observou o dojo ao seu redor, o local de seus desafios e triunfos, e permitiu-se um momento de reflexão, lançando na boca uma bala de café retirada do bolso. Cada treino era um passo em direção à maestria, cada esforço uma construção de sua habilidade e força.