“O avanço provou-se frutífero. Os golpes do imortal foram efetivos na criatura, além disto, seu companheiro também havia se defendido com êxito, e graças ao sangue que há pouco coletou do urso, Chōsō conseguiu realizar seu próprio ritual, matando a besta em seguida. O silêncio predominou. Os desafiantes estavam derrotados, portanto, o descanso era merecido. Havia, porém, um certo problema ainda: os cativos. Estes haviam visto o uso da técnica amaldiçoada, e isso poderia trazer problemas para ambos imortais. Garou se aproximou de seu companheiro, tocou em seu ombro e o fitou. —— O que faremos com eles? —— Perguntou, virando o olhar para ambos os presos.

Nesse pequeno intervalo, o homem que Garou havia retirado a mordaça começou um discurso longo e tedioso. O mancebo não prestou atenção, estava com a mente noutro lugar; havia, porém, algo em suas palavras que incomodavam o imortal. Garou sentia desprezo pelo homem, ao ponto de cuspir no chão ao imaginar-se próximo do mesmo. O homem continuou com seu discurso, revelando certas informações e avaliando todo o cenário em questão. Garou virou-se para Aza e respirou fundo, deixando isso de lado por enquanto. O garoto estava um tanto cansado, por isso, encostou numa das pedras e permaneceu de olhos fechados.

[...]

Passado algum tempo, o outro homem despertou. Este, diferente de seu companheiro, já era mais silencioso, ainda sim, aparentava saber muita coisa. Garou respirou fundo, voltou os olhos para Aza e permaneceu em silêncio. Estava ponderando se valia a pena matá-los e tomar o lugar destes para se infiltrar na tribo que falaram. Aquilo tudo não fazia muito sentido na verdade, Garou não gostava de pensar, principalmente bolar estratégias, isso não era com ele. —— Ah, foda-se. —— Resmungou, erguendo-se. Seu punho mirou o plexo solar do primeiro inimigo, acertando-o em cheio. A perna direita mirou o pescoço do outro, arremessando-o com força contra a parede. Ambos haviam falecido no ato. —— Vambora. —— Ditou e teceu um selo, transformando-se no guarda que portava a armadura, inclusive, pegando a lança deste no solo.

—— Vamos nos infiltrar. —— Concluiu, e esperou o companheiro para dar seguimento.

Agora, infiltrado, Garou se viu num local um tanto quanto diferente. O que julgou ser simplório dado as falas de seus superiores, provou-se algo bem avançado. A pequena “vila” nada mais era que um forte impenetrável. Aquilo era estúpido, mas agora já estava ali dentro e necessitava de seguir com o roteiro decidido naquela caverna.“

[...]

Cinco anos depois.

—— E foi tudo isso que aconteceu. Talvez Chōsō dê mais informações. Estou cansado e quero ir embora. Já fazem cinco anos desde que visitei meu antigo apartamento. —— Reclamou e levantou, pegando a bandana da vila. Havia se graduado, mas a que custo? Cinco anos da sua vida foram perdidos dentro daquele inferno. Estava tão irritado que era visível a veia saltando em sua têmpora. De qualquer forma, não tinha muito a se fazer a não ser lidar com as consequências de sua missão. Era um novo mundo, e uma nova oportunidade de tornar-se mais forte.

Considerações:

Técnicas:

Habilidades:

Itens:

Sentir a lâmina cortar o peito, indo de encontro ao próprio coração, na medida que via o urso sofrer de dor, enchia o âmago do Iwa-nin com um prazer imensurável. Retirou a kunai com cautela, depois de ver a criatura jogada ao solo arenoso, manchando a terra com o carmesim. Não conseguia conter o sorriso de êxtase sobre a própria face, enquanto que o corte ia, rapidamente, se regenerando graças a imortalidade doada pelo deus do mal.

Fitou seu entorno, vendo Garou se aproximar, mostrando certa preocupação em suas palavras referentes aos prisioneiros. E, de fato, ele estava certo. Chōsō concordou com a preocupação de seu irmão de fé. Precisavam lidar, agora, com os dois, mas, antes disso, um deles, do qual estava acordado, começava a falar, deixando claro ele ser Lit, o objetivo principal da missão. Depois de todo o discurso, buscando ignorá-lo, o jovem buscou descansar um pouco, afinal, havia chegado quase ao limite de seu corpo.

Depois de descansar, assim como vendo o outro prisioneiro acordando, Garou resolveu agir, mostrando sua personalidade mais uma vez. —— Não se precipite, Garou. —— foi tarde demais quando tentou alertar seu companheiro. Assim que terminou sua fala, viu o jashinista desferir golpes mortais contra os dois. Chōsō concordava em matá-los, mas, antes disso, queria obter algumas informações necessárias. Infelizmente, não teve opção que não seguir adiante. Assim como o de fios prateados, pegou uma arma de um dos mortos, realizando a técnica básica da academia para imitar a aparência do primeiro guarda morto. Agora, restavam a eles, continuar em direção à tribo e assim fizeram.

Diferentemente do esperado, imaginando que seria uma tribo pequena, retrógrada, viu, a partir de seus próprios olhos, o quão grandiosa era a fortaleza da Resistência. Conseguindo se infiltrar com sucesso, restava a ele, observar o dia a dia dos homens da resistência, mantendo a troca de aparência sempre que possível.

[...]

Cinco anos haviam se passado dentro daquele inferno.

—— Mais nada a declarar, senhor. Lit foi morto sem dar com a língua nos dentes para os inimigos da Resistência. Agora, se me der licença, irei respirar um pouco o ar do vilarejo, rever minha família e descansar um pouco. Foram longos anos. —— Chōsō sentia falta de casa, seu vilarejo. Havia conseguido se graduar, entretanto, e isso fazia com que um sorriso sincero brotasse de sua face. O misto de emoções, do feliz por ter galgado posições na hierarquia do vilarejo, ao triste pelos anos desperdiçados, rumou em direção ao próprio apartamento, localizado na periferia do vilarejo.

HP: 000/000  | CH: 995/1975 | ST: 06/07 | Sakki: 00/50