LEGENDA:

Fala de Tanaka: – Texto |Pensamento de Tanaka: "

Considerações:

Jutsus Utilizados:

Databook:

Bonificações:

Aparência:

5

Allannia Grey

HP:2725/2725
CH:6850/6850
ST:00/07
CN:000/400
Células:2250/2250

Saboreou o lanche enquanto aguardava a resposta de Yagura, respeitando a timidez visível que ambos partilhavam. A faceta corada do jovem revela as nuances de seu temperamento, percebendo que havia um toque sentimental em sua psiquê juvenil. Terminou a refeição momentos após este terminar de falar, refletindo cuidadosamente sobre cada uma de suas afirmações.

Allannia se deleitava em diálogos com indivíduos que demonstrassem alguma inteligência ou um temperamento sofisticado, e o rapaz apresentou para a Kage uma autêntica representação de sua essência. Ela gostava de conhecer os indivíduos ao seu redor, vasculhando o que havia de mais intrínseco destes, em busca de informações que pudesse apetecer sua curiosidade. Por vezes, visava extrair deles artifícios para os seus objetivos e desejos mais perversos. Na concepção da prateada, a culpa jamais seria dela caso outros fizessem o trabalho sujo no lugar dela.

“Sou inocente de todas as acusações”

— Muitos animais inteligentes são seduzidos pela astúcia das raposas. Mesmo o mais inteligente do corvo não é capaz de decifrar a mente da mais perversa das raposas. — os olhos azuis confrontaram o semblante do Genin, expressando o divertimento da mais velha. Allannia gostava de debates, e mais ainda de expôr seus pensamentos para os jovens. O sorriso característico da elfa era sempre sugestivo, como se houvesse veneno em suas palavras, ou alguma malícia. — As raposas são fracas, e precisam se valer do intelecto para sobreviver. Elas não são como os leões, que podem afugentar um lobo caso esteja em perigo. Mas, mesmo o mais forte dos leões nada pode fazer se um caçador aprisioná-lo em uma armadilha. Portanto, eu prefiro ser tanto como uma raposa, quanto como uma leoa. Uma Kage precisa conhecer todas armadilhas, e mostrar as garras se precisar afugentar os lobos. — recordou-se do diálogo com Tamamo, a anciã das Kitsunes, e em como alguns conceitos complexos foram introduzidos em si mesma naquele dia. Ela mesma havia sido seduzida pela astúcia de uma delas. — Contudo, se eu precisasse escolher somente uma, ainda iria preferir as raposas. Se for suficientemente inteligente, jamais precisará afugentar lobo algum, pois poderá firmar acordos com pessoas fortes o bastante para proteger a sua integridade. É certo que as raposas parecem ser bastante solitárias e egoístas, mas algumas escolhem fingir que são coletivas. — Allannia encurtou a distância em relação ao rapaz, e o tom dela se tornou um pouco mais sério, como se quisesse alertá-lo. Ela não queria parecer intimidadora, mas assegurar que sua mensagem fosse passada. — Yagura, não há mentiras nesse mundo. Existem diferentes níveis de verdade, acessados cada um de uma forma diferente. Verdades podem ser sentidas, deduzidas ou raciocinadas. Quando você consegue identificar todos os fatores em uma afirmação, é bem provável que possa estar constatando algo real.— Allannia enumerou, utilizando os dedos como indicativo para cada uma. —Normalmente, os humanos somente estão aptos para conhecer a verdade nos outros por suas percepções, e dificilmente acessam o patamar seguinte, pois rompe suas barreiras particulares e inerentes. O que chamam de sexto sentido, ou instinto, é um privilégio, assim como decifrar a mente humana, uma dádiva. Quando você permite que conheçam sua personalidade, e quem realmente é, está concedendo ao indivíduo a chave para sua verdade interior. A realidade não é um conceito absoluto, e ela pode variar de acordo com o indivíduo. — a Grey então se levantou, limpando as partes do vestido que estivessem sujas pelo gramado. — A união sempre fará a força, sim, mas apenas dos indivíduos que detém o controle dela. Por isso, num mundo como esse, as raposas sempre estarão na vantagem. Do que servem asas, se você não pode voar para onde quiser? — ela finalizou, deixando o rapaz com uma pergunta retórica.

Allannia valorizava a busca pela liberdade, visível na índole do louro. Mas em sua concepção, a liberdade coletiva mencionada era como uma mácula para qualquer organismo, conduzindo-o para uma eventual ruína. Ela não queria apresentar ideais excessivamente sombrios ou opiniões marcantes sobre o sistema em que viviam, pois não era de seu interesse gerar confusões mentais para este. No fundo, ela somente aproveitou a ocasião para desabafar.

(...)

Os negociadores retornaram da conferência, e novamente a Rainha Katsura se preparou novamente para utilizar o seu ritual peculiar. Antes de sua conclusão, Raymond se aproximou apresentando certa empolgação. Não conseguiu conter a risada, mas ocultou os lábios com a canhota. Nathaniel não demonstrou o mesmo apreço pela piada, e se sentindo inclusa na generalização, decidiu intervir:

— Greys podem sim amar, mesmo que possam ser um pouco cruéis. Eu não convivi tanto tempo com eles para que possa afirmar com certeza, e meus pais estiveram ausentes durante toda a minha infância, mas isso não significa que eu não me sinto amada, ou seja incapaz de amar. — Allannia sorriu, refletindo cuidadosamente acerca das palavras seguintes. — O amor não é algo que se procura, ele simplesmente acontece. É preciso aprender a cultivá-lo para que ele nunca se vá. Talvez eles simplesmente não estejam preparados para abraçar um sentimento tão intenso e maravilhoso como esse.   — cruzou os braços, corando as bochechas em seguida. Não queria soar sentimental em demasiado, mas dada a circunstância, era inevitável.

Após receberem a mensagem da suserana, o grupo foi levado para uma planície agradável onde havia uma taverna convidativa. A Grey mal podia esperar para desfrutar das bebidas gratuitas, e enquanto Hakurei e Opus foram os primeiros a ir, ela ficou contando os minutos ansiosamente. Quando finalmente foram autorizados a entrar, Allannia ficou encantada com a variedade de bebidas disponíveis, ignorando as advertências sobre o possível final trágico da Expedição. Ela se preocupou mais em aceitar prontamente o convite da Rainha para experimentar o seu Whisky, apesar da sua reserva.

— Agradeço, Vossa Majestade. Farei bom proveito. — Allannia fez uma reverência, saboreando cada gota antes de devolver o frasco para a ruiva.

Allannia se sentiu menos inibida ao perceber que até mesmo Katsura, tão imponente e temível, também possuía algum apreço pelo álcool. Sem motivos para mascarar sua conduta, ela selecionou o vinho de melhor qualidade do estabelecimento para a ocasião. A garrafa possuía um tamanho modesto, somente 750ml, facilitando o seu transporte.

Os olhos azulados percorreram o entorno, momentos após o brinde em favor da família. Notou que tanto Chokorabu quanto o Genin de Sunagakure estavam razoavelmente retraídos. Não possuía nenhuma intimidade com o rapaz da Areia, portanto, decidiu se aproximar somente do Tokubetsu Jōnin da Folha.

— Choko-kun, por que está tão triste? Achei que você tentaria animar o bar, nunca pensei que o veria mais desanimado que eu. — saboreou um gole do vinho, sentando-se ao seu lado por algum tempo. — Se quer ficar triste e quieto, ou só me mandar calar a boca, eu vou entender. Mas saiba que você não está sozinho nessa. Se precisar de qualquer coisa, basta pedir que tentarei ajudar. — tomou mais um gole e esfregou a cabeça do mais jovem, sorrindo-lhe. — Shizui não gostaria de vê-lo assim. É sua chance de orgulhá-lo, seja lá onde ele esteja. — por fim, levantou-se, deixando o moreno para refletir sobre suas palavras.

Allannia permitiu que a música aflorasse os seus sentimentos, sentindo um calor em seu corpo e os sentidos inebriados. Seus passos a levaram até o Yondaime Mizukage. A ausência da Ogosho era sentida pela prateada, nutrindo algum sentimento incômodo em razão de sua falta. Ela não sabia se era saudades, ou qualquer outra coisa, apenas era capaz de sentir as sensações.

Sentindo que o rapaz estava solitário, ela se moveu para mais perto e acabou encontrando um espaço acolhedor para ficar. Acomodou-se na tênue lacuna entre ambos, olhando em seus olhos com um sorriso suave antes de questionar-lhe suavemente:

— Experimentou apertar as orelhas engraçadas dele também? — provocou com a piada interna entre ambos, advinda dos memoráveis contatos de outrora. Os lábios rosados da Grey foram umedecidos pelo vinho, fechando os olhos vagarosamente enquanto apreciava um sabor mais acentuado que outrora. — Yohma-kun, por que eu nunca o vejo sorrir? Você não é feliz? — apesar de aparentar ser uma pergunta banal, era algo que a causava arrepios constantemente. — Não o incomoda que possa ser o seu último dia? — Allannia questionou, demonstrando toda a sua soberba ao se excluir da equação. No fundo, ela temia a morte mais do que tudo, mas não a atormentava por acreditar que jamais aconteceria consigo. Pelo menos, não despreparada. Ela sempre teria os seus leais escudos, e tantos outros para se esconder atrás antes do seu fim.

Se fosse morrer, pelo menos não estaria sozinha, como esteve maior parte de sua vida.

Diferentemente de Allannia que não detinha nada de relevante além de seu cargo e certo prestígio, o Mizukage havia alcançado o ápice de sua carreira. Era o homem mais famoso, temido e rico do mundo, mas mesmo com tantos títulos, não o via se sentir plenamente satisfeito. Os sentimentos eram a parte mais trivial da jornada de um shinobi, mas não conseguia compreender como alguém tão poderoso pudesse estar insatisfeito com a sua vida. Allannia o invejava, pois se possuísse a vida dela, sua mente perversa e egoísta estaria ainda mais satisfeita. Talvez os seus sentimentos em relação ao moreno fossem falsos, afinal. “Eu conversei tanto sobre amar e ser amada. Será que eu realmente sei o significado disso?”, perguntou-se mentalmente. Por mais que negasse constantemente, a Grey não passava de uma interesseira.

Emme

”Aparência”:

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6

Allannia Grey

HP:2725/2725
CH:6850/6850
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Células:2250/2250

Allannia arrepiou-se ao sentir o toque do moreno direcionado ao seu lóbulo, suspirando suavemente em resposta. Os batimentos cardíacos acelerados tornavam a ocasião constrangedora para a Grey, tão corada quanto afetada. Trocou olhares com o Mizukage uma única vez, esboçando um sorriso cúmplice que dispensava mais do que algumas palavras.

— Faça o mesmo por mim, então. Eu não sou muito frágil, mas melhor garantir que eu esteja inteira até lá. — levantou-se, por fim, quando o diálogo se deu por encerrado.

O momento de descontração não persistiu por tempo o suficiente para que tivesse esvaziado o odre de vinho. Repôs seu estoque em sua bolsa, assegurando que teria o suficiente para umedecer os lábios em outra ocasião, antes de sair. Saboreou a última gota com prazer, ciente de que estaria próxima do combate mais decisivo de sua vida.

Não se importou quando a taverna deixou de existir atrás de si, caminhando ao lado dos aliados enquanto todos saíam juntos do recinto. Mas mesmo que houvesse algum remorso envolvido, sequer teria tempo de refletir sobre, pois novamente seriam conduzidos através do poder de Katsura para outro ambiente. Franziu as sobrancelhas, e permitiu que o longo calafrio se espalhasse por todo o seu corpo. Allannia Grey detestava o mar, pois recordava de Amegakure e dos momentos decisivos que formularam parte de sua essência.

Estavam protegidos por uma cúpula peculiar, mas não sabia quão eficaz ela seria em protegê-los. Dispensou os receios de sua mente, preparando-se para o que viria a seguir. O corpo estava mais preparado para o confronto, imerso em adrenalina. Quanto antes ela pudesse encerrar o embate, mais tempo ela teria para desfrutar de algum conforto.

Seguiram em direção ao templo, vislumbrando uma trilha de corpos, em especial o do Cientista maligno que outrora causou caos ao mundo nas tramas sanguinários de Kirigakure. Não se importou, os acontecimentos não eram de seu pleno conhecimento, apenas a deixou alerta para um potencial risco que pudesse surgir. Azshara estava diante deles, sentada em um trono, e o suposto Shion Hattori no entorno em oposição a mulher.

Consideravelmente ferido, o homem se desculpou pelos transtornos que causou e solicitou informações sobre as habilidades dos presentes, para que pudessem desempenhar melhor suas ações em combate. Preferiu não esclarecer com cuidado as suas, ouvindo em contrapartida todos os relatos aparentemente sinceros dos demais. “Não seria arriscado demais? Se sobrevivemos a isso aqui, todos os seus trunfos serão de conhecimento geral”, a cautela da prateada era uma de suas características marcantes, portanto, nada disse além do esperado:

— Sou uma Grey, e faço o que maioria deles fazem. Não sou muito boa, mas sei o suficiente sobre meu dom. Fora isso, posso utilizar Iryōninjutsu caso necessário, e tenho algumas cartas na manga se eu precisar de mais algum poder. — explicou superficialmente seus poderes, aguardando os próximos atos. Aproximou-se de Yohma, entregando-lhe um livro. — Quando estiver cansado, use isso para repôr suas energias. Talvez precise disso. Evite fazer loucuras, quero ele de volta. — fez uma careta, voltando suas atenções ao entorno.

Emme

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