[RP] — Monólito I

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[RP] — Monólito I
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Zireael

Espadachim da Névoa

Dom 6 Nov 2022 - 23:13

Por toda a volta, pairava a escuridão, imensa, vazia e opressiva. Os ventos fortes da noite enveredavam as folhas secas do outono; folhas caídas das muitas charnecas que margeavam as ruas e avenidas da Areia. As luzes artificias que emanavam dos postes eram fracas, mas depois de um tempo imerso nas sombras, pareciam de uma força intensa e ofuscante tal qual as estrelas que coalhavam o céu noturno. Apertava os olhos, olhando de soslaio para os pedintes estendidos no chão sujo e arenoso, enlaçados em cobertores malcheirosos e esburacados. Mergulhava em meio à miséria em um beco repleto de dor, feiura e imundice; as pessoas deixadas à própria sorte, agarradas à uma fé vazia de escaparem daquele mundo de sofrimento. Ignorava-os, pois sabia que nada podia fazer – isso tinha a ver com a conjuntura do vilarejo, do rumo que a economia havia tomado desde os últimos anos. O ar da pobreza parecia acompanhar meus passos lentos – seja através dos olhares dos mendigos, seja através de um sentimento de pesar que me corroía por dentro. Suspirava fundo, aquecendo meu peito enquanto prosseguia em minha caminhada. Tudo corria bem, até sentir uma frase ressoar em meus ouvidos.

— Seu corpo é feito de espadas; seu sangue é de ferro; e seu coração de vidro... — A voz era calma e baixa, certamente consumida pela idade. Parecia ter certa dificuldade em proferir as palavras, como se estivesse sentindo pontadas de dor. No mesmo instante, revirei meu olhar na direção do som. Quem havia dito aquilo? Essa frase, essa elegia, era algo que havia sido dedicado a mim em minha tenra idade, durante minha infância quando Kiritsugu ainda era vivo. As recordações de meu pai invadem a minha mente e me levam até o episódio que estive com um hierofante, um velho amigo de Kiritsugu que se dizia um profeta. Foi este velho que recitou esse poema para mim; e mesmo agora, depois de anos, eu não havia entendido a sua aplicação em minha vida. — Quem é? — A minha voz soou escarrada, tamanha era minha surpresa em ouvir aquilo naquele lugar e naquela hora. Depois, fez-se um silêncio profundo, e então, uma longa tormenta. Súbitas rajadas de vento levantaram as folhas secas pelos ares, e a areia subiu no céu carregado. Sibilou em um som grave: — Olhe a pedra... — Era a mesma voz, mas uma entonação possante. Parecia como se o vento falasse comigo, como se o vento se manifestasse; era algo mágico, algo além de minha compreensão. — Siga a minha frase... siga-me e veja a pedra com seus bons olhos... — O vento se intensificou, e as folhas começaram a rodopiar em um único sentido.

Ver aquele fenômeno de longe era como assistir um pequeno furacão de areia correr pelas ruas da aldeia – um vendaval de um metro e meio de altura que seguia rapidamente. — Ei, espere! — Exclamei, acordando alguns mendigos que se deitavam nas proximidades. Comecei a correr, tentando alcançar aquele estranho fenômeno pelas ruas da Areia. Agora, no caminho, a escuridão vazia voltou a tomar conta de tudo à minha volta, e apenas os ruídos cortantes da ventania podiam ser ouvidos no silêncio daquela noite enluarada. — Esta aí... veja com seus bons olhos... — Disse a voz da ventania. Estávamos à alguns metros do gabinete da Kazekage, no centro do vilarejo. Havia ali uma pedra antiga, uma estela que havia sido colocada como um monumento de tempos imemoriais. Eu não sabia do que se tratava, mas a voz parecia querer me mostrar o seu conteúdo. Me aproximei e o vento pareceu se dissipar. A inquietude das rajadas eólicas simplesmente cessou; e agora eu estava sozinho, ao que parecia. Meus olhos margearam toda a extensão da pedra, identificando os ideogramas que ali haviam. Mas no fim, todas aquelas inscrições eram ilegíveis, inassimiláveis. — Quem foi que escreveu isso? — Fiz a retórica pergunta cortou o silêncio, e minha cara emburrada sombreou-se com a minha incapacidade de ler aquilo em minha frente. Foi então que, como num clarão, uma ideia veio em meus pensamentos. — O Sharingan... veja com bons olhos... — As palavras do vento se fizeram como uma dica valiosa.

Depois de fechar as pálpebras por alguns instantes, derramou-se sob o meu olhar o ódio que consumia os meus anseios mais profundos. A íris de cor vermelha iluminou-se no escuro noturno, e as três vírgulas rodopiaram assim que ativado o dōjutsu. Com a estela à minha frente, percebi que tudo havia mudado. Os ideogramas, antes embaralhados como num enigma, agora eram claros e repletos de sentido. Contavam uma pequena história: há muitas eras atrás, havia um clã com um garoto que fora consumido pelo ódio. A raiva movia as ações desse jovem, e o sentimento transformava-se em poder, em força, e em conquistas. Ele trilhou esse caminho sem olhar para trás, ignorando os laços de bondade e fraternidade; era como uma máquina, um instrumento de suas próprias vontades. No entanto, toda essa ira transformou-se em desespero quando ele perdeu alguém a quem considerava muito; essa perda levou-o à um novo patamar de poder, mas, em contrapartida, deixou-o amargo, infeliz. De acordo com o monumento, este garoto pertencia ao clã Uchiha, e esse novo poder alcançado se chamava Mangekyō Sharingan. — É uma história triste, mas parece que as inscrições estão incompletas... — Balbuciei, revirando-me depois de ler todo o conteúdo. Agora, restava saber o que era aquele vento e por que ele queria me mostrar isso? Seria obra de algum seguidor de Kiara Sessyoin, ou então de alguém interessado no clã Uchiha? Com essa dúvida, regressei à minha caminhada noturna – dessa vez indo em direção à minha casa.

Considerações:

Aparência e Indumentárias

A aparência atualmente utilizada é esta. A respeito de vestes e indumentárias, são estas. Bolsas de armas na cintura, lados direito e esquerdo.

Considerações adicionais

Role-play para aquisição dos conhecimentos sobre o Mangekyō Sharingan através da leitura da pedra Danketsu, vide regra.

Chakra — +00CH.

Palavras — 946.
Ficha — Aqui.

Qualidades:

Atributos:

Descrições:

Sharingan [ NÍVEL 3 ]
Descrição: O Sharingan (写輪眼; Lit. "Olho Copiador Giratório") é um dōjutsu kekkei genkai, que aparece em alguns membros do clã Uchiha. Apesar de seus poderes serem vistos pela primeira vez em Kaguya Ōtsutsuki, com o Rinne Sharingan, sua verdadeira forma se manifestou pela primeira vez em Indra Ōtsutsuki, o ancestral mais antigo do clã Uchiha, e mais tarde veio a ser considerado como um dos Três Grandes Dōjutsu (三大瞳術, Sandai Dōjutsu; Literalmente significa "Três Grandes Técnicas Oculares"), juntamente com o Byakugan e o Rinnegan.