Com todos os líderes já sentados e confortáveis um homem de aparência bem excêntrica se aproximou do local onde Lady L se sentaria. – Senhores, primeiramente Lady L lamenta, ela não poderá vir a esta majestosa reunião, como é de conhecimento dos senhores ela esta sediando em nosso país o Chuunin Shiken, para Lady L esse evento é de grande importância pois ela tem um sonho, o sonho de seu país entre para as cinco principais nações e por isso ela quis estar pessoalmente para garantir que todos os eventos saia como planejado e os garotos do mundo inteiro consiga uma passagem tranquila de graduação, eu acredito que homens de sua patente conseguiram entender. – Ele pegou um controle e ligou visor atrás dele. – Caso tenham interesse todo o evento está sendo transmitido, podem acompanhar os ninjas de vocês por lá.[/b] – No momento em que ele ligou a TV, os Gennins começaram a chegar, os Kages puderam ver com perfeição todo o discurso de Lady L para os Gennins.

[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]
O homem fez um gesto de reverencia para todos. – Agora irei me apresentar, meu nome é Aburame Midnight, sou assistente da Imperatriz Lady L, estive presente com ela durante toda as decisões, sou mais do que apto a representá-la nesse assunto tão importante. – Ele então olhou para o lado e notou a presença de dois Hattoris. – Não pude deixar de notar a presença de dois Hattoris nessa reunião, Hattori Ayako e Hattori Shaka, é gostaria de dizer que é um prazer conhecê-los pessoalmente, mas não é. – Por fim ele voltou seu olhar para os Kages. – Não se ofendam, não estou aqui para ofender nenhum de vocês senhores, quando eu contar a razão dessa convocação vocês vão entender o porquê toda a minha repulsa a esses homens. – Ele se sentou. – Acredito que muitos dos rostos aqui não é de conhecimento mútuo, se não for incômodo senhores, se apresentem. – Midnight fez o gesto chamando um assistente que trouxe uma garrafa de vinho para ele, ele cruzou sua perna e começou a beber enquanto aguardava os Kages se apresentarem.

As luzes se apagaram e Midnight começou uma apresentação de fotos por um projetor de vídeo. “Hm... a história de Shion? Vamos ver”. A equipe de investigadores de Nazjatar aparentemente tinham feito um ótimo trabalho, caçando fotos antigas do criminoso. Ele foi mostrando a infância do Hattori na região dos Uchihas. “Nós tínhamos um bairro? Quanta gente...”.

E a tecnologia não parou de impressionar. Ao estalar dos seus dedos, Midnight fez com que o Mizukage sentisse que estava na pele daquele idiota. Senko podia sentir as emoções de Shion, ele estava carregado de uma energia ruim, maligna e, conforme andava, Senko já foi se preparando para o pior. Ele voltou para o mesmo bairro e matou a simpática vovó Izumi que oferecia biscoitos à sangue frio. E não só ela, inúmeros Uchiha. Um a um, sem chance, sem piedade, sem conversas, sem motivos, sem um pingo de remorso naqueles olhos malditos. Senko encarava aquela situação com um semblante morto, processando todos os sentimentos que estavam nascendo dentro de si ao ver os seus parentes distantes, membros do próprio clã sendo assassinados em sua frente. Mesmo sabendo que era apenas uma imagem da memória de Shion, tudo parecia tão real, tão... cruelmente real. O sangue do líder do Redemoinho borbulhou. Senko contraía o maxilar e seus lábios tremiam de ódio. Nos últimos três anos, a imagem que tinha do desgraçado só piorava.

Aquela imagem tão vívida cessou e eles voltaram a ver as coisas no projetor, mas foi o tempo suficiente para deixar o Mizukage em choque e cheio de raiva novamente. A história não acabou por aí e Midnight passou a contar todos as merdas que Shion havia feito em tão pouco tempo de existência.

— Hokage-sama... compartilho da mesma opinião... — Senko disse lentamente, tentando controlar o seu asco e rancor por Shion, mas percebia que Akira estava agitado e extremamente comovido pelo o que tinham acabado de ver.  — E sim, Raikage, concordo consigo. Não há nada que ele já tenha feito de bom que apague o que ele fez de mau, mas é preciso agir com a cabeça, por mais que... — Com a voz trêmula, ele abaixa a cabeça e respira fundo, se esforçando ao máximo para não se entregar à raiva. No fim, desistiu de concluir o pensamento, mas voltou a dizer o que importava para aquele plano. — Por dois anos, o líder da minha antiga vila tinha a aparência desse genocida. Por pouco mais de 24 meses eu admirei o seu poder. No fim, descobri que era um clone criado em laboratório e que toda a desgraça até então era a sua culpa. Eu lutei contra esse clone ao lado dos meus companheiros, todos estão mortos. — Olha para Ayako e depois para Shaka. — Naquele dia, Shaka deu informações valiosas sobre as habilidades de Shion, ele conhece bem o pai. Então, se é redenção que ele quer, terá que nos ajudar com isso... — Ele dizia ainda sentado, mas se levantou para dizer mais uma coisa.

— E já adianto a todos vocês... nesta sala, se não estou enganado, três pessoas além de mim conheceram o poder daquela besta. — Senko se referia a Tatsuo, Ayako e Shaka. — Vocês viram essas imagens horríveis; nós presenciamos e arriscamos as nossas vidas. Mesmo sendo um mero clone, foi preciso um batalhão e o sacrifício de muitas vidas para deter aquela ameaça. — Falava num tom claramente sério, buscando a atenção de todos. — Shion merece sim ser julgado, Midnight, e se depender de mim, será o quanto antes. Porém, quero antes que responda à pergunta do Hokage. Se formos realmente tratar dessa ameaça, não podemos esconder nada a ninguém, não podemos jogar nenhum jogo de poder. Precisamos compartilhar tudo o que sabemos sobre ele e devemos ser transparentes ao máximo. Não há margem para erros e nem tempo de espera, temos de estar 100% preparados.


Status: HP: 2000/2000 | CH: 3000/3000 | ST: 00/06 

Leia as considerações:

É assim que começa. A febre. A raiva. A sensação de impotência que torna homens bons cruéis. A raiva veio crescendo naqueles olhares, era evidente ao rosto do Mizukage que já enfrentou Shion no passado o quanto as forças eram completamente inferiores aos Hattoris. – Hattori Shion tem um ponto fraco. – Disse Midnight chamando sua atenção para ele, com os olhos atentos ao que ele iria dizer ele não deixou de olhar para Shaka e Ayako. – Família... Shion é completamente leal a sua família e faria qualquer coisa para protegê-los, tão leal que até mesmo se torna vulneral próximo a eles, deixe-me mostrar um outro vídeo importante. –

Durante toda essa conversa o pessoal já havia ajeitado os equipamentos que Shaka quebrou em seu pequeno descontrole, Midnight se levantou dando espaço para os Kages e demais prestarem atenção. – Como vocês sabem no passado Shion chegou a cumprir pena por muito tempo, 10 anos pra ser mais exato, mas por influências grandes ele acabou sendo solto e colocado de volta na sociedade, quero mostrar algo para vocês. –

O vídeo começava sendo visto pelas câmeras de segurança dos corredores da prisão, ele estava sendo escoltado por 4 guardas, 2 na sua frente e 2 atrás, ele saiu do campo de visão da câmera e a tela mudou para a próxima, as câmeras tinha áudio e dava para ouvir a conversa, ele se aproximou próximo a porta e um homem bem vestido aguardava, aparentemente alguém importante, Shion se aproximou dele. – Diretor Erick, quem gostaria da minha atenção? – O diretor abria a primeira porta e sorria o provocando. – Prefiro que você descubra por si só, quero ver sua cara de surpresa. – Shion se preparou e entrou na sala, a câmera mudou para interna dentro da sala, dentro dela uma mulher ruiva e um homem loiro o aguardava. Shion entrou e por um momento ele congelou com a presença dos dois, o diretor o empurrou para entrar completamente e saiu da sala, Shion continuava em silencio encarando aqueles dois. Com os 3 a sós na sala e ninguém falava nada a não ser se encarar, ele puxou a cadeira e se sentou ficando de frente a mulher ruiva que também estava sentada, Shion então quebrou o silencio. – Como ele está? – A mulher então começou a falar. – Ele é o motivo de estarmos aqui, além de outras coisas. – O outro homem que acompanhava a ruiva começou a falar. – Shaka está encrencado. – Shion permanecia olhando para a mulher e provocou o homem. – Por que você trouxe esse traidor pra cá? – O homem se irritou. – Como é que é? – A mulher repreendeu o homem e de certa forma Shion. – Opus se acalme. – Enfim dito o nome do homem a conversa seguiu, mas Opus não deixou de provocar Shion ao notar uma espécie de colar no pescoço semelhante a uma coleira servia para anular o Darma. – Bela coleira. – Shion enfim olhou para o homem. – Pelo menos eu sei onde está a minha, cachorrinho do governo. – Opus acertou um soco no rosto de Shion chegando até a machucar um pouco, Shion cuspiu sangue para o lado e levantou seu rosto sorrindo, mas não deixou de provocar Opus um pouco mais. – Tem sorte que essa coleira anula minha força, ainda não terminamos o que começamos na torre. – Opus foi pra cima de Shion o pressionando na parede. – Se passou 10 anos e ainda continua o babaca de sempre, não me espanta você ter quebrado seu juramento. – Shion acertou sua testa na testa de Opus o fazendo recuar. – Eu quebrei? Você quebrou o seu muito antes, nós dissemos aquele dia, “Andamos juntos, morremos juntos.” – Opus já o interrompia. – Nós tínhamos apenas 11 anos, não estávamos falando sério. – Shion o olhou sério. – Eu estava... – A mulher deu uma leve abaixada na cabeça, os 3 pararam um momento em reflexão, após as coisas se acalmarem Opus soltou Shion, o Hattori se virou pra mulher e perguntou novamente. – O que você quer Katsura? – Katsura levantou a cabeça e antes de falar Opus acabou falando antes. – Você dizia a verdade... - - Eu faço isso sempre e vocês sempre se surpreendem. – Katsura se irritou um pouco. – Para de gracinhas Shion, as coisas aqui são sérias. – Shion se sentou todo despojado. – Sérias? Você vem até aqui, saiu do seu castelinho com todos aqueles filhos da mãe dos Greys e vem até aqui me falar sobre coisas sérias. Tudo bem vamos falar de coisas sérias, Angell é minha filha? – A pergunta de Shion arrancou um espanto do rosto de Katsura e ao mesmo tempo de Opus, ela já o questionou. – Como sabe dela? – Shion se levantou para sair. – Eu não tenho tempo para piadas. – Ele bateu na porta. – GUARDAS! Terminamos aqui. – Enquanto a porta começava a se abrir ele disse algo para Katsura. – Quando vocês ferraram a mim, Hitsugi e Light, o idiota do seu lado aí veio aqui me provocar, ele me deu uma foto da criança recém nascida. – Katsura olhou com ódio para Opus, ele por outro lado apenas virou o rosto com vergonha, a porta se abriu e Shion estava para sair quando Katsura se levantou. – ESPERA! Sim... – Shion ainda de costas. – Sim o que? - - Ela é sua filha. – Ele parou um momento na porta com os olhos trêmulos, Katsura pediu mais uma vez. – Eu preciso de você. [/b][/i][/color] – Shion olhou para os guardas. – Com uma condição. – Ela perguntou. – Qual? - - Quero Hikari Opus fora daqui. – Opus olhou para ela. – Isso não pode acontecer Katsura. -  Shion se virou para ela. – Eu só vou ouvir o que você tem a dizer se esse homem sair da sala. – Katsura olhou para Opus, ele não gostou muito, mas atendeu e saiu da sala, ao passar por Shion os dois trocaram olhares provocativos, tinha muita coisa entre os dois para ser resolvida.

A porta se fechou novamente, Shion se sentou e colocou suas mãos algemadas sobre a mesa segurando as mãos de Katsura, ela recuou as suas um pouco para trás não o deixando tocar, era evidente um certo distanciamento entre os dois. Katsura começou a falar. – Quando você foi preso. – Shion a interrompeu. – Quando você me trancou aqui... – Ela suspirou e continuou. – Quando eu ainda estava na casa três homens apareceram no meio da noite com máscaras, ameaçando Angell, Shaka e a mim. Mandaram não falar sobre um tal de Ayako. Quem me garante que eles não vão nos perturbar novamente. – Shion ouviu o que ela disse. – Eles não voltarão. Não depois de hoje à noite. – E a olhou com aquele olhar sério e intimidador de sempre. – O que vai acontecer hoje? – Shion sorriu para ela e falou. –  Você nunca quis entender meus negócios e agora tem interesse? – Shion pegou um papel e caneta que tinha na sala e começou a escrever números, Katsura se irritou com ele novamente. – Não queremos seu dinheiro Shion. – Ele continuava escrevendo e ia falando. – Não é dinheiro o que vou dar a você, o que vou dar a você é o que me levou a chegar aonde cheguei, e levou todos nós a estarmos onde estamos. – Ele finalizou e entregou o papel para ela, ela pegou e começou a olhar tentando entender. – O que é isso? – Ele abaixou um pouco a cabeça. – Esse local é onde seu pai está enterrado. – Nesse momento pareceu que a gravação de um problema e depois continuou minutos depois com os dois conversando dessa vez Shion segurava a mão de Katsura. – Katsura, tudo o que eu fiz você precisa entender. – Katsura se irritou novamente, era evidente que tinham lagrimas nos olhos dela. – Se eu tiver que escutar mais uma vez que fez isso pela família. - -  Eu fiz por mim. – Shion conseguiu deixar aquela mulher completamente em silencio com finalmente sua confissão de culpa, os planos, o reinado, tudo, ele admitiu, ele fez por ele e só ele. – Eu gostava. Eu era bom nisso. E... eu estava... muito... Eu estava vivo. – Ele fechava os olhos um pouco refletindo e lembrando dos seus bons tempos quando ele ainda era rei, já Katsura continuava sem acreditar.

Após um tempo os dois voltaram a falar de negócios. – Agora me diga o que você quer de mim? – Ela se recompôs e voltou a falar. – Shaka está seguindo seus passos, Opus descobriu que ele quebrou o pescoço de um garoto no santuário, um tal de Ayako, conhece esse garoto? – Shion soltou a mão dela um pouco. – Me desculpe... Ele era o meu filho, ele teria a idade próxima a da Angell. – Katsura parou um momento, pensou, respirou. – Quem é a mãe? Você a ama? – Ele olhou nos olhos da Katsura. – Não... eu estava chateado, você tinha me colocado pra fora de casa, eu e ela bebemos um pouco e tivemos uma noite, foi apenas isso, eu nunca tive muito contato com eles, quando eu soube do garoto eu já estava aqui dentro. – Katsura segurou a mão dele. – Sinto muito pelo seu filho. – Shion ficou quieto um pouco mas voltou a ficar sério novamente. – Me fale de Shaka, o que ele quer? - - Shaka que fazer o que você fez, quer ser melhor do que você, ele está completamente cego. - - O que exatamente você quer que eu faça? – Katsura virou o rosto um pouco. – Precisamos detê-lo. - -  Você está pedindo para eu fazer o que acho que está pensando? - - Eu estou pedindo para você parar o nosso filho, estou pedindo para acabar com isso. Você é o pai dele. – Shion se irritou com ela. – Agora eu sou o pai? Quando me mandou embora de casa, lembra do que você disse? Disse que eu sou perigoso de mais pra você, pros seus filhos e pra mim mesmo, e agora eu sou o pai dele? – Katsura lamentou um momento. – Estava errada. Vai ajudar ou não? – Ele repousou seu corpo mais na cadeira. – Chama o idiota do Opus agora. – Katsura fechou os olhos um momento e se comunicou com Opus, ele voltou para sala querendo saber o que era, Shion continuava olhando para Katsura com aquele olhar intimidador dos Hattoris, mas falava com Opus. –  Fecha a porta e começa a anotar, tenho algumas exigências. – Opus fechou a porta, puxou um bloco de seu bolso e uma caneta. – O que você vai querer? – Shion começou a fazer suas exigências. – Primeiro, eu e meus homens sairemos daqui hoje, todas as acusações, bens apreendidos completamente livres. – Opus anotou, mas Shion não parou por aí. – Será do meu jeito, eu vou liderar isso. - - Mais algo? - - Mais algumas coisinhas, eu quero conhecer a minha filha, quero abraçar ela, quero que ela saiba que eu sou o pai dela. – Katsura o interrompeu. – Você pode conhecer ela, ela vai saber quem é o pai dela, mas não agora, eu preciso me preparar e preparar ela também. – Shion sorriu pra ela. – Tudo bem... e por último, Katsura voltará a ser minha, nós dois estaremos juntos novamente. – Opus parou de anotar, e olhou pra Shion. – Está brincado? – Shion começou a encarar Katsura. – Olha pra cara dela, pergunta se eu estou brincando? – Opus se irritou com Shion. – Você sabe o que fez a ela e a família dela, acha que ela vai simplesmente voltar pra você porque você ta pedindo. – Shion ignorou o que Opus falava e continuava encarando Katsura, ela então sorriu pra ele. – Está bem, você pode voltar pra casa, mas vai ser do meu jeito. – Ele estendeu a mão direita para ela que apertou. – Negócio fechado. – A gravação se encerrava.

Midnight desligou a TV e voltou para os homens. – Isso se encerra com o que temos dele, Hattori Shion é um homem astuto. Todo Hattori tem um certo charme, uma certa lábia para convencer aqueles próximos a fazerem o que querem. Quando ele chegou aqui ele seduziu uma garota chamada “Hinka”, a convenceu a matar seus próprios pais, Hinka cresceu na vila da folha, saiu de lá com uma série de crimes em suas costas, Shion usou a garota para espionar Shaka como agente duplo, Hinka foi uma das causas da vitória da aliança contra suna, ela sacrificou sua vida para proteger alguns dos presentes aqui nessa sala, no entanto uma boa ação não apaga uma vida inteira de crimes. Senhor Hokage, o senhor havia me perguntado o interesse em Nazjatar em capturar o Shion. Nós somos descendentes do antigo clã Grey citado, como os Hattoris, nós também viemos de outro mundo, existe uma certa satisfação pessoal nessa justiça. Mizukage, Shaka nunca teve a menor chance contra Shion, mas existe alguém que infelizmente não está presente, ela consegue, Lady L consegue matar Hattori Shion, Lady L consegue derrotar qualquer shinobi no mundo, mas sempre tem mas em tudo. – Ele finalizava.

Ouvir o outro membro da guarnição do Hokage lhe pedindo para não cometer nenhum erro grave soou ofensivo. Ayako apenas olhou de relance, com uma expressão arrogante, vendo um ninja de patente menor achando que entenderia tudo que se passava dentro dele. Mas, no instante seguinte, ele mesmo soltou um breve suspiro aceitando o problema e concordando com a cabeça, mantendo a comodidade entre eles. Ele não estava em posição para criar mais desavenças. Ainda mais com um companheiro de vila.

Voltou a dar atenção ao espetáculo sendo feito com o nome Hattori. Desta vez, uma mudança súbita no tratamento dado a Shaka. Ayako apertou o olho, não compreendendo o motivo daquilo, mas não demorou a entender que não passava de uma forma de introduzir os erros de Shion. Focou-se no Hokage, que concedeu tanto a ele quanto ao outro a permissão de ficarem e se aproximarem. Todos os demais tomaram suas posições, e ele se aproximou. O clima tinha mudado consideravelmente na sala. Ayako cruzou os braços, observando. A primeira foto surgiu fazendo seu coração errar uma batida.

Hattori Uchiha Shion mais jovem do que ele, uma imagem de eras passadas. Ele nunca imaginou ser capaz de ver uma coisa assim. Achava que não haviam registros dele naquele mundo. Não deveria haver. Um incômodo lhe acertou a respeito daquelas imagens, que continuavam mostrando uma narrativa não muito complexa envolvendo o drama familiar de Shion. Os Hattori eram mais problemáticos do que Ayako imaginava, de acordo com aquela história. Uma completa barbárie. Shion era um sobrevivente desde muito cedo, acolhido pela família de Katsura Grey. Ayako suspirou, aquele nome lhe causava um aperto.

Midnight fez uma pausa acendendo um cigarro. A história escalava para uma espécie de épico sobre um herói. Ayako tinha lido uma dúzia de ficções especulativas sobre o assunto. Por algum motivo, ele não queria acreditar plenamente nas informações cedidas. Não porque achava que seria impossível, apenas... não queria. Era como se sua mente tentasse rejeitar saber quaisquer coisas sobre o pai, sobre o homem que matou sua irmã. Talvez fosse medo de humanizá-lo de tal maneira a tirar toda sua raiva. Mas isso não aconteceu. Foi o contrário. Midnight trouxe o verdadeiro motivo de contar aquela história: a verdadeira face de Hattori U. Shion.

Com um estalo de dedos, o mundo inteiro se alterou. Ayako olhou para os lados, absorto naquela habilidade. Shion estava ali, caminhando debaixo do céu da noite, ofegante. A avó antes citada se aproximou e ele simplesmente atravessou uma katana na idosa. Num rompante, ele continuou a chacina como uma besta selvagem, um demônio, qualquer coisa menos um homem. A técnica se desfez, deixando Ayako de braços caídos ao lado do corpo e uma expressão de choque. A narrativa continuou. Midnight trouxe à tona os crimes mais sórdidos daquele homem...

Com apenas 15 anos, ele estava cometendo chacinas graças as habilidades confiadas a ele. Ele usara a bondade dos outros, dos Grey, da mesma forma como usara a de Angell para, por fim, cometer atos terríveis para saciar sua sede de sangue. Um regicida maníaco. Um megalomaníaco com sede de poder. Esse era Hattori Shion. Ayako abaixou a cabeça, os punhos cerrados novamente. A dor, a raiva, a frustração. Todos os sentimentos negativos acumulados dentro dele se transformavam lentamente no eco da voz da besta em seu interior. Respirou fundo, concentrando-se e mantendo a calma.

A história voltou a focar em Shaka, o filho da relação de Shion e Katsura, o fruto de um psicopata tentando se safar de seus crimes. Ayako olhou o irmão com um estranho sentimento de pesar nunca sentido antes. Shaka tinha comedito tantos crimes no seu mundo, mas naquele instante, ele sentiu um pouco de empatia. Pela primeira vez desde que tudo aconteceu, olhando para o irmão, ele pensou que talvez, só talvez, Shaka não tivesse tanta culpa assim.

Midnight encerrou sua apresentação, as luzes se acenderam. Ayako viu quando Midnight lançou uma piscadinha em sua direção. Mas seu plano soava absurdo. Como poderia ser possível capturar Shion vivo? O Hokage se pronunciou primeiro, indicando a possível correlação entre Nazjatar e Hattori Shion. Aquele pequeno sopro de dúvida foi suficiente para fazer Ayako rebobinar suas reflexões.

Como eles tinham tantos dados, até de outro mundo, detalhados e tão organizados? Seria necessário uma proximidade ímpar dos acontecimentos. Não, mais do que isso, ele percebeu. Seria necessário que estivessem cientes do andamento histórico da vida de Shion, de algum modo. Capturarem cenas tão específicas, de momentos tão chaves, e não mexerem nenhum dedo contra isso era estranho, mas a presença de terceiros sem caírem nas mãos de Shion era ainda mais incomum.

Ayako entendia os sentimentos do Raikage. Realmente não era algo fácil de engolir, sendo ou não verdade a história era horrível. O jovem Mizukage concordou com o líder de Konoha. Ayako deu total atenção a ele, lembrando de como o Cerco se tornou em um espetáculo de sofrimentos e mortes. Passou a mão sobre o tapa-olho, por baixo do óculos, em reflexo. A batalha, mesmo que contra um clone, não tinha sido nada fácil. A mão voltou a se abaixar, se escondendo dentro do manto, terminando de ouvir o discurso do líder de Uzu. Não adianta, nem mesmo todas nossas informações faria alguma diferença, ele concluiu mentalmente, pois a existência de Shion não era algo que pudesse ser destruída

Mas não segundo Midnight.

A ideia de família ainda ter alguma importância para Shion fez Ayako soltar um riso anasalado. Ele também pensava assim até o homem assassinar sua filha sem motivos aparentes a não ser seus transtornos mentais. Mais uma vez a tecnologia impressionante do lugar passou a ser usado para apresentar mais da situação, mostrando um Shion novamente vitimizado como prisioneiro. Ayako lembrou da prisão de Angell, o primeiro grande sinal de que a mente do pai não estava nas melhores condições — mas que agora soava apenas como a verdadeira face de Hattori Shion. A cena passou a um trio peculiar, incluindo a presença de Opus. Ayako deu uma atenção maior àquilo, ainda tentando entender como exatamente Midnight possuía tais informações tão precisas. Opus e Shion pareciam rivais, embora houvesse um quê amigável entre eles também. Um tipo de relação que, um dia, ele mesmo tivera com Hakurei. Antes da vida os separarem totalmente. A conversa entre os três continuou mostrando uma relação quase fraternal entre todos.

"Hitsugi e Light". Ayako abaixou o olhar, pensando no professor e no seu amor. Desacreditando da maioria das crenças de pós-vida, Ayako sentia o peso da inexistência deles, especialmente do professor. A história continuou com o anúnio sobre Angell ser mesmo filha dele e uma condição para o momento continuar; o desligamento de Opus daquela sala. Ayako ergueu novamente o queixo, voltando a dar total atenção a narrativa, não aos seus sentimentos inúteis. "Um tal de Ayako", lógico, em um mundo de reis e rainhas, algo assim tinha um peso muito diferente, ele analisou acompanhando.

A história continuou com a revelação da morte de Ayako, do outro, daquele que agora estava andando como um general de Angell Grey. Ayako franziu as sobrancelhas, confuso. Katsura começou a questionar a respeito da traição. Shion não tinha mesmo escrúpulos. Era apenas um narcisista egoísta. Havia causado caos porque gostava. Havia traído e tido um filho fora de seu casamento porque estava bêbado após brigar com a esposa. Shion era mesmo uma pessoa odiosa, incapaz de pensar nos outros. Mesmo com Katsura pedindo sua ajuda para deter Shaka e seus crimes, ele ainda era egoísta suficiente para se tornar a vítima do mundo. A única pessoa a sofrer com tudo. Depois, com uma série de exigências ainda mais egoístas, ele conseguiu se safar. Ao menos era o que parecia, pois a televisão foi desligada em seguida.

Midnight começou a falar sobre a lábia de Shion, mas uma palavra tocou diferente dentro da mente de Ayako. Hinka. Após essa pequena partícula dentro de seu discurso o mundo todo ficou em silêncio ao redor do jonin. O discurso ainda estava acontecendo, mas a mente de Ayako estava sendo revirada do avesso. As memórias se destruindo e expondo as verdadeiras. O assassinato de Angell se desfazendo como areia numa ampulheta, a conversa com o pai sendo destruída por nunca ter existido de fato, mas sim com Angell Grey. E toda a conversa com a irmã de outro universo retornou. A verdade sobre sua Angell, a verdade sobre o pai, a verdade sobre os Hattoris. Tudo de uma única vez, como uma kunai perfurando seu cérebro e mudando tudo. Uma lágrima escorreu de seus dois olhos, por trás do tapa-olho.

Ela está viva, ele pensou contendo o sorriso, observando Midnight enquanto enxugava as lágrimas. A calma precisava ser mantida. Por mais que ele também tivesse vindo de outro mundo, a presença deles em tais gravações era uma coisa bastante suspeita. Ayako esperava que mais pessoas tivessem percebido, entretanto, ele não sabia mais como reagir. Naquele momento, qualquer coisa poderia se tornar um problema ainda maior. Lilith estava por trás daquilo e, como indicado por sua irmã, ela não seria um problema como Shaka; seria muito maior. A irmã estava num momento importante desenvolvendo novos poderes que poderiam muito bem parear a batalha contra Lilith, se havia entendido certo. Tenseigan. Precisava dar esse tempo a ela, manter a mentira, por mais que doesse. Por mais que afetasse seu orgulho.

Então ele engoliu o orgulho.

— Eu não aguento mais não falar nada — Ayako anunciou em voz alta, contrariando as normas da reunião. As lágrimas voltaram aos seus olhos, não estava triste, ao contrário, eram lágrimas de alegria, mas com sua calma ele conseguiu adequar suas expressões faciais para que soassem profundamente dolorosas. — Vocês viram tudo isso, não viram? Shion é um monstro. Ele enganou minha mãe, como vocês ouviram da boca de Midnight, até ela se sacrificar na batalha em Sunagakure. Sim, Hinka era minha mãe. Uma vítima de Shion, obrigada a não ser mãe por causa do egoísmo daquele lixo. Ela me deixou com uma família cujo sobrenome eu exponho ao mundo com orgulho, diferente da podridão Hattori. — Ayako enxugou suas lágrimas e respirou fundo. — Mas é exatamente por ser filho desse monstro, por ser Yuki Ayako, e estar sofrendo tanto com a falta da minha irmã que eu preciso fazer um pedido aos Kages presentes nessa reunião — em seu interior, de olhos fechados, ele orou para que se houvesse alguma divindade, ela o ajudasse naquele instante. — Por favor, unam forças para enfrentá-lo. Somente uma aliança entre todos vocês podem impedir que Shion continue destruindo o mundo lentamente. Somente essa aliança... poderá impedir que mais pessoas amadas como Angell era venha a morrer nas mãos desse monstro.

Ayako abaixou o rosto deixando as lágrimas caírem. Estava doendo falar tantas coisas horríveis de Shion. Mas era necessário. Essa aliança deixaria a aproximação posterior muito mais fácil. Confiava na possibilidade de Shion retornar com Angell e todos entenderem a verdadeira intensidade dos problemas, assim como não demoraria para Lilith começar a se movimentar. Com os Kages unificados, mesmo que focando no alvo errado, a junção deles numa suposta traição teria mais chances de êxito. Além disso, ele precisava mostrar todo seu apoio àquelas ideias insanas. Mesmo que tudo soasse como uma mentira, especialmente por isso. Se ficassem dúvidas e as vilas se dividissem naquele momento, futuramente poderia ser ainda pior. Que tipo de coisas Lilith faria aos que não seguissem os planos de exterminar Shion? Ayako não podia continuar arriscando. Nem ficar calado torcendo para que tudo seguisse da melhor forma possível. Precisava continuar sustentando a mentira, para que ao ser revelado, todas as coisas fizessem sentido. E, com a confiança, também esperava poder continuar se envolvendo diretamente naquele cenário apesar de seu nome — que tratava de rejeitar publicamente mesmo que isso doesse em todos os seus ossos.

— Me perdoem, ficarei calado de agora em diante — Ayako disse se afastando para trás, ficando mais para o fundo de todos.

Yuki Ayako: HP: 2300/2300 | CH: 2475/2475 | ST: 00/10 | V: 00ms/18ms | F: 00/04.
Gobi: CH: 3500/3500

Consid.:

Jutsus Usados: