Munashi, com sua estatura imponente e cabelos brancos, sob o luar, liderava o grupo. Ao seu lado, Ayame avançava com passos leves, seus olhos atentos captavam cada movimento na escuridão. Atrás deles, Tero mantinha-se alerta, pronto para oferecer suporte a qualquer momento.

"Estamos próximos", sussurrou Ayame, ao apontar para uma série de marcas profundas nas rochas. "Essas pegadas são recentes."

Munashi assentiu, seus olhos brancos excrutinavam os arredores. "Mantenham-se atentos. Não sabemos exatamente com o que estamos lidando."

Durante a última semana, eles seguiram os vestígios da criatura que estava aterrorizando a região. Os relatos variavam—uns diziam ser um demônio, outros, um espírito vingativo. No entanto, a missão era clara: erradicar esse monstro e restaurar a paz nas montanhas. Cada membro da equipe trazia uma habilidade única para a tarefa. Ayame, especialista em Genjutsu, tinha a sensibilidade necessária para detectar ilusões. Tero, hábil em Ninjutsu e cura, oferecia apoio vital. Munashi, mestre em Taijutsu, era a força bruta do grupo.

Inicialmente, havia dúvidas sobre a existência real da criatura. Vestígios podiam ser fabricados, ilusões podiam enganar. Mas, na terceira noite de vigília, essas dúvidas foram eliminadas.

Escondidos atrás de uma formação rochosa, os três testemunharam uma cena aterradora. Uma criatura colossal, com pelo menos cinco metros de altura, devorava uma cobra gigantesca. Sua pele era uma amalgama de escamas e peles irregulares, como se diferentes animais tivessem sido fundidos em um só. O rosto, porém, era o que mais perturbava: traços humanos distorcidos em uma máscara de ferocidade, olhos vazios que refletiam uma existência sem consciência, apenas instinto.

"Isso... isso não pode ser natural", murmurou Tero, engolindo em seco.

"É como um experimento", sussurrou Ayame, seu olhar fixo na criatura.

Munashi cerrou os punhos. "Seja o que for, precisamos detê-lo."

Assim, durante os sete dias seguintes, eles mapearam os movimentos do monstro. Descobriram que ele caçava à noite e descansava durante o dia em uma caverna profunda. O plano foi traçado: armadilhas com papéis bomba seriam instaladas no caminho habitual da criatura. Quando ferida, Munashi entraria em ação, usando sua velocidade e força para atacar. Ayame o colocaria em um Genjutsu para desorientá-lo, enquanto Tero forneceria suporte à distância e cura quando necessário.

Na oitava noite, tudo estava pronto. Os três posicionaram-se em pontos estratégicos ao longo da trilha. O silêncio era absoluto, quebrado apenas pelo som distante de pedras rolando.

Um rugido profundo ecoou pelas montanhas. A criatura emergiu da escuridão, movendo-se pesadamente, mas com uma agilidade surpreendente para seu tamanho. Quando pisou no primeiro selo explosivo, uma série de detonações iluminou a noite. Fumaça e destroços voaram em todas as direções.

"Agora!", gritou Munashi, saindo de seu esconderijo e avançando em alta velocidade.

Mas, antes que pudesse alcançar a criatura, uma onda esmagadora de intenção assassina os atingiu. Era como se uma mão invisível agarrasse seus corações, e os congelasse no lugar. Ayame e Tero ficaram paralisados, olhos arregalados de terror.

"O que... é isso?", balbuciou Ayame, sua voz tremendo.

Munashi: HP [1525|1525]; CK [1900|1900]; [26m/s]; [00|09];

Adendos:

Munashi sentiu o peso da sede de sangue cair sobre ele. Sua respiração tornou-se pesada, cada fibra de seu ser lutava contra a paralisia. Lembranças de desafios passados, de medos superados, passaram por sua mente. "Não posso falhar agora", pensou. "Tenho que protegê-los."

Ao trazer toda a sua grande determinação, forçou seus músculos a se moverem. Um passo, depois outro. Com um grito que ecoou pela montanha, rompeu o efeito paralisante do sakki.

"Munashi!", exclamou Tero, ainda imóvel.

"Deixem comigo!", gritou ele, antes de avançar em direção à criatura.

Aproveitando a fumaça das explosões, Munashi aproximou-se rapidamente. Viu que as armadilhas haviam causado ferimentos profundos nas pernas e no flanco do monstro. Com golpes precisos, ele atingiu as feridas abertas, intensificando a dor e distraindo a criatura.

Com a atenção do monstro desviada, Ayame e Tero começaram a recuperar o controle. "Precisamos ajudar o Munashi!", disse Ayame, enquanto tecia selos de mão.

A criatura rugiu de raiva, para confrontar seu agressor. Suas garras enormes cortaram o ar, mas Munashi desviou com agilidade. Embora o monstro fosse forte, sua velocidade não era páreo para a do shinobi.

Munashi atacou com uma série de golpes rápidos, ao fazer uso da sua maestria em Taijutsu. Os punhos atingiram o monstro com uma força titânica, causando impactos que ressoavam como trovões. "Por que meus golpes estão causando tanto dano?", pensou por um instante, antes de chegar a conclusão que sua técnica e determinação estavam atravessando as capacidades naturais da criatura.

Tero juntou-se à luta, lançando projéteis de Ninjutsu que explodiam contra a pele espessa do monstro. "Não podemos deixá-lo se recuperar!", alertou.

Ayame concentrou-se, preparando um Genjutsu. "Munashi, mantenha-o ocupado por mais alguns segundos!"

O monstro, apesar dos ferimentos, mostrou uma vitalidade surpreendente. As feridas começaram a cicatrizar lentamente diante de seus olhos. "Ele está se regenerando!", exclamou Tero.

"Então precisamos terminar isso rápido!", respondeu Munashi, aumentando a intensidade de seus ataques.

Ayame finalmente lançou seu Genjutsu. Por um momento, os olhos da criatura perderam o foco. Ela balançou a cabeça, confusa, os movimentos tornando-se erráticos.

"Agora é nossa chance!", gritou Tero.

Munashi aproveitou a abertura, canalizando toda a sua força em um golpe devastador direto no peito do monstro. O impacto quebrou ossos e fez a criatura cambalear. Mas, surpreendentemente, ela não caiu. Em vez disso, deixou escapar um rugido ensurdecedor e, com um movimento rápido, acertou Munashi com o dorso da mão, lançando-o vários metros para trás.

"Munashi!", gritaram Ayame e Tero em uníssono.

Ele aterrissou pesadamente, mas rapidamente se levantou. "Estou bem!", assegurou, embora sentisse a dor pulsando em seu corpo.

A batalha continuou por horas, nenhum dos lados cedendo. A criatura antecipava alguns dos movimentos de Munashi, como se um instinto primitivo a guiasse. "Ele está aprendendo?", questionou-se Munashi, esquivando de mais um ataque.

Exaustos, os três decidiram recuar temporariamente. "Precisamos de um novo plano", disse Ayame, ofegante.

Durante os dois dias seguintes, tentaram diversas estratégias. Armadilhas no local de repouso do monstro falharam; ele parecia sentir o perigo e evitava cuidadosamente qualquer área suspeita. A cada confronto, a criatura mostrava uma resistência sobrenatural e sua regeneração desafiava completamente a lógica.

Munashi: HP [1525|1525]; CK [1900|1900]; [26m/s]; [04|09];

Adendos:

"Não podemos continuar assim", disse Tero, enquanto curava uma das feridas de Munashi. "Nossos recursos estão se esgotando, e ele não parece enfraquecer."

Munashi refletiu em silêncio. "Há algo errado. Ele não é apenas uma besta irracional. Há uma inteligência instintiva nele. Talvez... talvez haja algum um resquício humano."

Ayame ponderou. "Se pudermos explorar essa parte humana, talvez possamos encontrar uma fraqueza."

"Impossível" disse Tero. "Nós precisamos agir de forma decisiva e sobrecarregar a capacidade de regeneração dele."

Dessa forma, no terceiro dia, ao cair da noite, decidiram enfrentar a criatura diretamente na caverna. Era arriscado, mas não tinham outra opção.

A escuridão da caverna parecia engolir toda a luz, criando um ambiente opressivo e claustrofóbico. O ar estava pesado, carregado com o cheiro pungente da criatura e o eco distante de gotejamentos de água nas profundezas. Munashi, Ayame e Tero avançavam com cautela, cada passo meticulosamente calculado para não alertar o monstro de sua presença.

"Tem certeza de que isso vai funcionar?", sussurrou Tero, seus olhos percorrendo as sombras ao redor.

"Não temos outra escolha", respondeu Munashi em voz baixa, seus olhos brancos penetrando a escuridão. "Aqui, o espaço limitado deve nos dar alguma vantagem."

Ayame assentiu, concentrando-se em sentir qualquer alteração no fluxo de chakra que pudesse indicar uma armadilha ou uma emboscada. "Lembrem-se, mantenham-se juntos. Não podemos nos dar ao luxo de sermos separados aqui dentro."

De repente, um ruído profundo reverberou pelas paredes. Um grunhido baixo, seguido por um arrastar pesado. A criatura estava próxima.

Emergindo das sombras, o monstro apareceu. Sua forma era ainda mais aterradora de perto. A pele era uma mescla grotesca de escamas, pele e tecido cicatrizado. Músculos protuberantes moviam-se sob a superfície, e veias pulsavam com um brilho estranho. O rosto, embora distorcido, carregava traços inegavelmente humanos: olhos fundos e sem vida, um nariz achatado e uma boca repleta de dentes afiados.

Sem aviso, a criatura avançou, atacando com uma fúria cega. Munashi foi o primeiro a reagir, movendo-se com uma velocidade impressionante. Esquivou-se das garras mortais por uma margem mínima, sentindo o ar cortar onde estivera um segundo antes.

"Ayame, distraia-o!", gritou Tero, formando selos de mão para preparar um jutsu de suporte.

Ayame concentrou-se, canalizando seu chakra para lançar um Genjutsu. "Magen: Narakumi no Jutsu!" Uma ilusão foi lançada, projetando imagens aterradoras na mente da criatura. Por um momento, ela hesitou, balançando a cabeça confusa.

Munashi aproveitou a abertura, fechando a distância e desferindo uma sequência de golpes poderosos. Seus punhos encontraram a carne resistente do monstro, cada impacto ressoando como um tambor. A criatura rugiu em dor, mas rapidamente recuperou-se, balançando o braço em um arco amplo.

O golpe pegou Munashi de surpresa, atingindo-o no ombro e lançando-o contra a parede da caverna. A dor explodiu em seu corpo, mas ele lutou para se levantar. "Ele é mais forte do que pensávamos", murmurou, massageando o ombro.

Tero correu até ele, as mãos brilhando com energia curativa. "Fique parado por um segundo."



Munashi: HP [1525|1525]; CK [1900|1900]; [26m/s]; [04|09];

Adendos:

"Não temos tempo", protestou Munashi, mas permitiu que Tero aliviasse a dor.

A criatura não esperou. Com um salto surpreendente, atacou Ayame, que mal conseguiu desviar. Ela rolou pelo chão, levantando-se rapidamente e preparando outro Genjutsu. "Não vai funcionar por muito tempo!", avisou.

A batalha continuou intensa. A cada investida, a criatura parecia antecipar os movimentos da equipe, reagindo por puro instinto. Munashi percebeu que, apesar de sua velocidade e técnica, não conseguia causar danos significativos. A regeneração da criatura anulava seus esforços.

"Precisamos mudar de estratégia", disse ele, ofegante.

"Mas para o quê?", questionou Tero, também mostrando sinais de cansaço.

Foi então que algo mudou. No meio de um ataque, a criatura hesitou. Munashi notou que seus olhos, antes vazios, agora brilhavam com uma centelha diferente. Em vez de desviar de um golpe direto, ela permaneceu no lugar, permitindo que o punho de Munashi a atingisse em cheio no abdômen.

"O que foi isso?", pensou ele, surpreso. A criatura recuou alguns passos, mas não retaliou imediatamente. Havia uma expressão diferente em seu rosto, quase como... dor consciente.

"Ayame, você viu isso?", chamou Munashi.

"Sim", respondeu ela, seus olhos fixos na criatura. "Algo está mudando."

A criatura atacou novamente, mas seus movimentos estavam menos agressivos, quase relutantes. Munashi esquivou-se facilmente, percebendo que ela não estava mais agindo puramente por instinto.

"Isso não faz sentido", disse Tero. "Por que ela está se segurando?"

Munashi decidiu testar sua teoria. Avançou com uma série de golpes, desta vez mirando pontos menos vitais. A criatura não fez esforço para desviar, recebendo os ataques sem resistência. Cada impacto parecia arrancar mais daquela estranha racionalidade.

De repente, a criatura ergueu a cabeça, seus olhos encontrando os de Munashi. Por um instante, ele viu algo profundamente humano ali. Uma súplica silenciosa.

"Por favor...", balbuciou a criatura, a palavra saindo rouca e quase ininteligível.

Munashi sentiu um nó na garganta. "Ela falou?", perguntou, incrédulo.

Ayame ofegou. "Meu Deus... Ela está consciente."

Sem perder tempo, Ayame juntou as mãos, fechando os olhos. "Vou entrar na mente dela. Talvez possamos entender o que está acontecendo."

"Tenha cuidado", alertou Tero.

A mente da criatura era um turbilhão de caos e dor. Ayame sentiu-se imediatamente inundada por sensações de sofrimento intenso, angústia e desespero. Imagens fragmentadas passavam diante dela: flashes de laboratórios escuros, silhuetas de figuras encapuzadas, instrumentos cirúrgicos brilhando sob luzes frias.

"Quem poderia fazer isso?", pensou Ayame, lágrimas escorrendo por seu rosto. Procurou por um nome, uma identidade, mas tudo o que encontrou foi um vazio profundo. Não havia memória de quem a criatura era antes, apenas uma dor constante e um desejo desesperado de libertação.

De volta à realidade, Ayame caiu de joelhos, soluçando. "É horrível... Ela está sofrendo tanto..."

Tero correu até ela, preocupado. "O que você viu?"

"Ela foi... criada. Experimentalmente. Não há nada além de dor dentro dela. Ela quer que isso acabe."

Munashi sentiu o peso da situação cair sobre ele. A criatura diante deles não era um simples monstro, mas uma vítima de experimentos cruéis. A raiva misturou-se à tristeza em seu coração.

A criatura deu mais um passo em direção a eles, mas não em ataque. Seus olhos mantinham aquela súplica silenciosa. "Por... favor...", repetiu, com mais clareza.



Munashi: HP [1525|1525]; CK [1900|1900]; [26m/s]; [05|09];

Adendos:

Munashi engoliu em seco. "Entendo." Virou-se para Ayame e Tero. "Precisamos acabar com o sofrimento dela."

Tero assentiu, embora lágrimas brilhassem em seus olhos. "Concordo. Não podemos deixá-la continuar assim."

Munashi aproximou-se lentamente da criatura. "Prometo que não vai demorar." Reuniu toda a sua força e determinação, preparando-se para o golpe final.

A criatura fechou os olhos, como se aceitasse o destino. Com um movimento rápido e preciso, Munashi desferiu um golpe direto no cérebro, encerrando sua existência de forma instantânea e sem mais dor.

O silêncio preencheu a caverna, quebrado apenas pelos ecos distantes. Munashi baixou a cabeça, sentindo as lágrimas escorrerem por seu rosto. "Sinto muito..."

Ayame e Tero aproximaram-se, compartilhando o momento de luto. "Fizemos o que era certo", disse Tero, tentando confortar a todos.

"Mas quem poderia fazer algo assim?", questionou Ayame, a voz carregada de indignação. "Precisamos descobrir quem está por trás disso."

Munashi cerrou os punhos. "Concordo. Não podemos permitir que mais atrocidades como esta aconteçam."

Com cuidado, os três envolveram o corpo da criatura em um grande tecido que Tero carregava. O peso era considerável, mas Munashi conseguiu levantá-la. "Vamos levá-la de volta para Iwa. Talvez possam identificar algo que nos leve aos responsáveis", disse Munashi.

A jornada de volta foi silenciosa. A atmosfera era pesada, cada um perdido em seus pensamentos. As montanhas, antes ameaçadoras, agora pareciam guardar os segredos sombrios daqueles que usavam a escuridão para cometer atrocidades.

Ao chegarem aos portões de Iwagakure, foram recebidos com olhares curiosos e preocupados. Um grupo de ninjas superiores aproximou-se, prontamente informados sobre a missão.

"Conseguiram?", perguntou um deles.

"Sim, mas há muito mais acontecendo do que imaginávamos", respondeu Munashi, firme. "Precisamos falar com os superiores imediatamente."

Conduzidos ao quartel-general, relataram detalhadamente tudo o que ocorreu. As expressões nos rostos dos anciãos variavam entre choque e preocupação.

"Isso é grave", disse um deles. "Se alguém está realizando experimentos desse tipo em nosso território, precisamos agir rapidamente."

"Concordo", afirmou Munashi. "E me voluntario para qualquer missão relacionada a encontrar os responsáveis."

Ayame e Tero assentiram em uníssono. "Nós também", declararam.

Os anciãos trocaram olhares. "Agradecemos sua coragem e dedicação. No entanto, descansem por agora. Em breve, entraremos em contato com vocês."

Ao deixar o quartel-general, os três caminharam juntos pelas ruas da vila. O sol estava se pondo, tingindo o céu com tons alaranjados. Apesar da beleza do momento, o peso do que haviam vivido ainda pressionava seus corações. Os três pararam por um momento, compartilhando um silêncio compreensivo, antes de se despedirem.

Munashi perguntou a si mesmo quando iria vê-los novamente antes de suspirar de forma profunda.



Munashi: HP [1525|1525]; CK [1900|1900]; [26m/s]; [04|09];

Adendos: