Num excelente ponto no centro comercial da Vila Oculta da Areia, um boticário foi aberto por Harikēn Kaguya. Da fachada, é possível, com os olhos, ver o balcão, frascos com os mais diversos produtos feitos de ervas. Já com as narinas, um cheiro refrescante de ervas pode ser sentido a metros de distância

Na parede dos fundos, atrás do balcão, há uma porta que dá para o boticário propriamente dito. É lá onde as matérias primas são armazenadas, assim como todos os instrumentos assim como equipamentos para a atividade do herbalista, balanças de precisão, tubos de ensaio, etc

Numa manhã de verão, com o sol já castigando todos os habitantes do País do Vento, o Algoz dos Ossos saiu de casa pronto para lidar com as questões burocráticas de seu cargo de Sombra da Vila. Chegando em seu gabinete, viu que a reunião que tinha agendada para aquele horário estava cancelada. Ocupou seu tempo cuidando de suas plantas ornamentais no gabinete.

Enquanto aparava suas plantas ornamentais e olhava para o que antes era seu bonsai que, graças aos seus poderes florestais de Maeda, se tornou uma árvore enorme, Ken teve um estalo. O especialista em taijutsu havia sido aconselhado por Kokyu a não utilizar as três últimas formas do Shichi Tenkoho, formas que deixavam o corpo do usuário enorme tal qual a árvore da brincadeira do Ancião.

A técnica criava um problema para o usuário, a oxigenação do paraíso era tão potente que oxidava o lutador até a morte. O mestre da botânica, porém, conhecia seus insumos de trabalho, sabia das capacidades que as ervas medicinais tinham. Assim que acabou com seus afazeres respectivos a sua posição na carreira militar da Vila Oculta da Areia no fim da tarde, foi até seu boticário, Shiseido, para colocar em prática a ideia que havia tido.

Chegando em seu boticário, pegou duas ramas de Kusanagi e começou a fazer a separação das partes da mesma. Separou as hastes, as lâminas e as raízes da erva com uma lâmina própria para o manejo de plantas que tinha em seu boticário. Em seguida, colocou as partes separadas em três tubos de ensaio distintos e, após enchê-los, a Sombra do Vento tampou os tubos.

Com os tubos tampados, o Monstro centrifugou a ter partes da planta com os próprios punhos. Amarrou os tubos de ensaio num barbante com um tamanho adequado, cerca de um metro de comprimento, e começou a girá-los em alta velocidade. A potência foi tanta que as substância se separaram dentro dos tubos de ensaio. Ken os deixou descansar por uma hora antes de continuar.

As substâncias, com o tempo, decantaram, facilitando o trabalho do herbalista. O branquelo foi testando cada camada, pegando com uma pipeta cada parte decantada do que estava dentro dos três tubos de ensaio. Colocou as substâncias sugadas com as pipetas em placas de petri e catalogou as mesmas, anotando de qual tubo haviam saído e qual camada pertenciam.

Após catalogar as substâncias, certificou-se de suas propriedades, testando-as em si mesmo. Cada substância produzia um efeito na cobaia, que era o próprio Kazekage. Sabia que a erva era medicinal, não havia problema em testá-la em si mesmo, além disso, se tinha alguém capaz de reverter possíveis efeitos adversos naquele vilarejo, era o próprio Kaguya na posição de Mestre da Botânica. Checou a reação tópica que obteve com cada substância, anotando em seu caderno possíveis combinações.

Optou por reunir três efeitos numa pomada, usando o substrato das fibras da Kusanagi para espessar a pomada. Os efeitos escolhidos foram: antioxidante, antitoxina e estimulante. O efeito antioxidante ajudava com o Shichi Tenkoho, conforme havia planejado inicialmente, tendo em vista a oxidação gerada pelas formas que seu professor havia proibido de usar, com aquele medicamento em mãos, poderia utilizar sua habilidade até a máxima potência. O efeito antitoxina ajudava contra situações de envenenamento dos mais diversos tipos, apesar de não ter cobertura completa. Por fim, o efeito estimulante era levemente prejudicial a saúde, forçando demais o coração de quem usava a pomada, no entanto, em troca desse esforço cardíaco, a pessoa ficava com suas capacidades físicas avantajadas, prolongando sua resistência ao cansaço, forçando o corpo a se tornar mais veloz e também estimulando os músculos do corpo do usuário a trabalharem num ritmo acima do que o usuário da pomada está normalmente acostumado.

A pomada recém criada pelo dono da Shiseido foi batizada de “Vuikku Vueporabbu”. Ken anotou num caderninho que tinha ali no seu boticário os ingredientes, mdo de preparo, tudo sobre sua nova invenção. Sabia que aquela sua criação seria de grande valia no campo de batalha para muitos shinobis de seu vilarejo, o que reforçava a necessidade de ter que anotar a fórmula e os processos criativos para alcançar aquela pomada, pois precisaria refazê-la no futuro para seus companheiros de equipe e para si mesmo, pois com ela ficaria ainda mais próximo da forma máxima do taijutsu através da oxigenação do paraíso em força total. Por fim, esvaziou sua bolsa shinobi de todas as armas ninja que não utilizava e guardou sua pomada lá.

Depois de passar pelo portão de sua terra natal carregando dois corpos com seus braços fortes, os olhos dos shinobis e civis estavam cheios de julgamento direcionado ao Líder Militar da Vila Oculta da Areia. Sem tempo para explicar o que havia acontecido enquanto o Kazekage estava no Continente Perdido, Ken simplesmente manteve um semblante sério e compenetrado e marchou sem falar com ninguém até o seu boticário, pelo menos com nenhum habitante normal do VIlarejo:

— Estão te olhando como olham para mim, com medo e nojo… Não és o líder deles? Deveriam te respeitar mais. Saber que o tu fazes é o correto e melhor para eles. — disse a besta ao herbalista

— Uma parte do meu trabalho é justamente manter a normalidade dentro das paredes do VIlarejo. Ao invés disso eu estou trazendo a morte, com um adolescente um pouco mais velho que eu com o tronco perfurado e um homem formado sem cabeça. É natural que eles fiquem chocados. — Disse ao monstro de chakra enquanto abria um pouco sem jeito a porta do boticário devido os corpos que carregava.

Depois de abrir a porta do seu Boticário, guardou as vinte e quatro kusanagis que havia trazido do Continente perdido e os corpos do que sobrou de Arkraptor e Prince na parte refrigerada do estoque.

Era o outono mais importante da vida de Harikēn Kaguya, a batalha que poderia definir o seu futuro e o futuro de toda a Vila Oculta da Areia se aproximava. Karma havia lhe dado a oportunidade de corrigir um dos últimos problemas criados por Soramaru. Só de pensar naquele desgraçado sem emoção seu peito já ardia onde o mesmo havia marcado seu corpo para sempre. O homem de um olho só ainda havia dobrado a aposta, prometendo que as células do experimento fugido de Soramaru seriam capazes de parar a progressão da chaga que assolava o corpo do jovem Kaguya. Dados o que estava em jogo, o ALfoz dos Ossos não podia se segurar, não podia deixar de utilizar o Daishichi Kassei se preciso fosse, não podia deixar de fornecer suas pomadas para seus aliados se eles precisassem. O Mestre da Botânica precisava se preparar para o pior, o que, para ele, significava submeter seu corpo a oxidação extrema e morte quase certa.

Já havia treinado com seus companheiros de time do Kinkotsu no Mori, também em vistas de se preparar para finalmente finalizar aquela noite de lua minguante. Após retornar do Treino, ainda cansado e afetado pelo fim do mesmo, foi até o seu boticário, a Shiseido.

Já havia desenvolvido anteriormente uma pomada capaz de lhe permitir sobreviver a oxidação e sabia que precisaria dela. Mais do que isso, a pomada era tão fantástica que, além de reverter os efeitos da oxidação, também era capaz de anular os efeitos de venenos de rank A e também proporcionava efeitos estimulantes ao corpo do usuário

Depois de enfrentar Arkraptor e Prince numa casa na floresta de Fujisawa, conseguiu os insumos que faltavam para iniciar o preparo de 15 exemplares da pomada Vuikku Vueporabbu, lhe restava efetivamente fazer todo o processo que ele havia desenvolvido tempos atrás naquele mesmo lugar.

Primeiramente, foi até seu estoque e pegou as 30 kusanagis que tinha guardado no mesmo e trouxe para a sua mesa de trabalho favorita, em oposição à mesa de seu gabinete no prédio mais espalhafatoso do VIlarejo.

Com as ervas em mãos começou o processo produtivo. Conforme ditava o passo a passo da confecção da pomada, separou as hastes, as lâminas e as raízes de todos os exemplares de erva que tinha consigo. Seguindo suas anotações, colocou as hastes, lâminas e as raízes em três tubos de ensaio grandes que tinha em seu boticário e vedou os três tubos de ensaio.

Com os tubos tampados, o Algoz dos Ossos seguiu para o momento da confecção que fazia uso de suas capacidades físicas avantajadas. Era chegado o momento de centrifugar as três partes das kusanagis com a força de seu corpo extremamente treinado. Pegou um rolo de barbante e amarrou os tubos de ensaio num pedaço de barbante com aproximadamente um metro de comprimento, e começou a utilizar sua monstruosidade para fazer os tubos de ensaio rodopiarem numa velocidade impressionante. Precisava realmente se aplicar nessa erapa pois era através da centrifugação que as substâncias, os princípios ativos, das ervas kusanagis se separavam.

O próximo passo era o mais tranquilo, mas memo sendo fácil, não deixava de ser crucial. Esperou, ansioso para acabar logo a confecção, por uma hora para poder dar prosseguimento. Precisava esperar pelas substâncias, separadas pelo processo de centrifugação, se decantassem.

A decantação ajudava o herbalista a catalogar as substâncias e a separá-las com uma pipeta. O processo era extenuante devido a quantidade de kusanagis envolvidas na confecção, o que requer mais usos da pipeta que tinha para transferir todo o material, mas principalmente pela quantidade de princípios ativos que as Kusanagis tinham. Aquela erva medicinal era realmente incrível.

Com a separadas as substâncias e catalogadas os princípios ativos, era chegado o momento de juntar as três substâncias essenciais da pomada Vuikku Vueporabbu. era uma pena ter que descartar as demais substâncias, mas elas não tinham uma meia vida longa sem o devido tratamento. As substâncias responsáveis pelo efeito antioxidante, antitoxina e estimulante era liquidas demais para formar uma pomada com a devida textura e consistência. Seguindo sua própria receita, Ken pegou o substrato das fibras das Kusanagis e juntou com os princípios ativos de antioxidante, estimulante e antitoxina, fazendo a mistura ficar em ponto de pomada. Depois de confeccionar a pomada, distribuiu em 15 recipientes e guardou em sua bolsa ninja.

O sol raiou quente naquela manhã de Outono na Vila Oculta da Areia. O astro rei baixava o solo desde cedo com seus raios calorosos, aquecendo a areia que havia esfriado durante a noite anterior. O Kazekage, no entanto, ainda não sabia que o dia havia raiado.

Na realidade, o Algoz dos Ossos continuava vivendo a mesma noite de lua minguante desde a batalha no Castelo da Lua, onde uma vitória com sabor amargo de derrota, uma vitória pírrica, se sucedeu. Acho, de início, que aquela noite havia acabado, mas depois do incidente envolvendo os Akagis e os Hoki em Saara, com Unohana Hoki abrindo asas de morcego, soube que aquela noite ainda perdurava.

Depois de uma conversa com Karma, soube que um outro presente de Soramaru ao mundo ainda vivia, o experimento que fugiu naquela noite, aparentemente, estava causando problemas no País do Vento com um culto.

Em preparação para a missão contra o culto, Ken acordou cedo e foi direto ao seu boticário, certificar-se que não havia deixado nenhuma pomada sobrando lá. Vendo que tinha as 16 em sua bolsa, o jovem Kaguya viu que estava com tudo que precisava para partir para a batalha que, finalmente, acabaria com aquela noite de Lua minguante. Pronto, Ken se encaminhou para o Portão da sua Vila para chegar lá no horário marcado, às 8 horas da manhã.