Talvez houvessem transcorrido apenas algumas horas desde o último encontro entre os três, ou talvez dias tivessem passado. O Senju não era desatento, mas, se fosse honesto consigo mesmo, admitiria que não sabia ao certo. A verdade é que as últimas palavras de Harikēn o deixaram inquieto, perturbando sua usual serenidade. O que ele quis dizer com aquilo de nosso próximo encontro ser em circunstâncias diferentes? refletia, indiferente à presença da besta em seu subconsciente. Kurama, observando as questões que surgiam no íntimo do garoto, oferecia em resposta um sorriso anasalado de puro deboche. Para a criatura, a perda de calma de seu hospedeiro era uma curiosidade cômica, uma raridade que quase nunca ocorria, mesmo em situações absurdamente adversas como os confrontos decisivos em Sāra, com Unohana e sua trama intricada envolvendo a Orquídea Vítrea. O rosto do Empalador, normalmente impassível, agora revelava uma sombra de preocupação.

As luzes que se filtravam pela janela do quarto, atravessando as cortinas de linho nobre, suavemente agitadas pelo vento noturno, conferiam ao ambiente um tom sombrio de mistério. A lua, em seu ápice, lançava um brilho roxo suave e enigmático, imbuindo o espaço com uma sensação latente de ação iminente. O cômodo, meticulosamente organizado e repleto de detalhes que refletiam o zelo de Maeda pela residência em que habitava desde sua chegada à Areia, exibia um armário cuidadosamente disposto, onde suas vestes costumeiras repousavam em ordem. À frente da porta, as sandálias ninja estavam posicionadas como sentinelas silenciosas, guardiões de um mundo interior complexo. As paredes do quarto eram adornadas com símbolos imponentes e estandartes do clã Senju, que outrora evocavam memórias amargas, mas que agora haviam perdido parte de seu peso emocional. Cada emblema, antes um lembrete doloroso, transformara-se em uma mera decoração, desprovida do poder de perturbar sua paz. A cama, situada ao lado da janela, era o refúgio onde ele se deitava, com as pernas cruzadas e o olhar perdido no teto, que dançava com as sombras etéreas das cortinas ao sabor da brisa.

— Você não faz o tipo maluco — se fez ouvir Kurama.

— Eu tenho uma besta irônica e exponencialmente problematica dentro de mim, existe uma organização da qual sabemos muito pouco atrás dessa besta e por consequência desse que vos fala, um informante que não informa quase nada me alertando e me convocando pra defender os interesses de outra nação, enquanto um clã envolvido com experimentos ilegais trabalha nas sombras para tomar o controle do meu país — retrucou Maeda, deixando claro em seu tom de voz que ainda que tivesse muito sobre o que pensar, sua calma tão proeminente se mantinha ali — Acho que qualquer um ficaria maluco.

— HAHAHA — a risada era estridente — Acha que pode reclamar de algo? Eu estou preso dentro de você e meu lazer não passa de ficar aqui nessa floresta mental que você chama de subconsciente.

Completamente alheio à discussão que se instaurara abruptamente entre bijū e jinchūriki, um corvo negro como a noite irrompeu pelas cortinas com um rasante veloz, como um arauto das sombras. A ave, cheia de energia e propósito, voava pelo quarto em busca de um local onde pudesse pousar. A cena fez com que o ANBU erguesse o tronco, tão perplexo quanto a besta em seu interior, e começasse a observar o pássaro, que emitia seus sons característicos, ressoando pelo ambiente em um alarde inquietante. O corvo encontrou poleiro no alto do guarda-roupas de Maeda. Da cama, ele notou que a ave carregava em sua pata direita um bilhete enrolado, um método tradicional de comunicação utilizado para convocar ninjas para missões urgentes. Ainda sobre a cama, o Senju se ergueu e, com um movimento fluido, se aproximou do corvo, estendendo a destra para que ele pousasse. A ave, obedientemente, subiu em seu braço. Naquilo desceu da cama com o corvo posado em seu antebraço, sentindo o peso sutil e elegante da criatura enquanto, com a outra mão, removia o papel da pata da ave.

“A cobaia resgatada luas atrás está em perfeita saúde física e mental. Quando questionada deixou evidente que apenas falaria na presença do Kazekage e da dupla responsável por seu resgate. Em virtude de tal fato, o destinatário está sendo convocado a comparecer às 22:00 do dia de hoje em frente ao quartel general, onde acompanhará Harikēn Kaguya, o Terceiro Kazekage, no encontro já descrito.

Atenciosamente,

Ubuyashiki, chefe-maior do esquadrão da ANBU de Sunagakure no Sato.”

A mensagem recebida dissipava o véu de mistério que envolvia as palavras alarmantes de Harikēn no último encontro. A urgência da convocação não deixava margem para hesitação, especialmente considerando a hora marcada. Com uma postura resoluta, dirigiu-se ao armário, de onde retirou as vestes emblemáticas do esquadrão, consciente de que estava prestes a empenhar-se em uma missão de extrema importância. Vestido com o traje característico, ergueu a máscara demoníaca de oni até o rosto, ajustando-a com precisão quase ritualística. Nesse instante, Maeda Senju, o Prodígio Senju, transformava-se em Ryū, o implacável capitão da ANBU de Sunagakure. O manto alvíssimo, símbolo de sua autoridade, assentava-se com perfeição sobre seus ombros, enquanto o capuz, meticulosamente ajustado, ocultava o penteado distintivo que poderia traí-lo. Com a agilidade de um predador acostumado com a caçada, saltou pela janela, seguido pelo corvo que havia trazido a mensagem, agora alçando voo com uma elegância quase sobrenatural. Seus pés tocavam levemente as superfícies, impulsionando-o através das paredes e muros da vila. Movia-se como uma sombra, uma entidade etérea flanando pelo tecido da noite até alcançar o quartel-general. Oculto nas sombras e vigilante do alto de um poste, Ryū aguardava a chegada de seus companheiros. A lua, majestosa em seu apogeu, banhava a cena com uma luz prateada, conferindo um ar de solene expectação. Cada som, cada movimento ao seu redor, era meticulosamente analisado por seus sentidos avantajados, sempre prontos para qualquer eventualidade.

Já fazia um bom tempo desde que Harikēn Kaguya havia sido eleito como a nova Sombra do Vento da Vila Oculta da Areia pela maioria dos shinobis votantes. Essa votação, no entanto, não havia sido livre de controvérsias. O principal oponente do Algoz dos Ossos para o posto mais alto na organização militar do Vilarejo, Sagishi Hoki, estava envolvido até o pescoço com uma família criminosa, os Akagis, e com a organização criminosa que havia deixado uma marca no peito do Kazekage eleito meses antes, além de todas as outras marcas e feridas deixadas pela Boryukudan no mundo shinobi.

Apesar de derrotado, esse adversário da VIla Oculta da Areia que tentava assumir o poder do Vilarejo tinha apoiadores ferrenhos no conselho da Vila, ao ponto do quarteto de opositores do Kazekage ganhador virar de costas quando o Mestre da Botânica foi ovacionado pelos demais shinobis, se recusando a cumprimentar o jovem Kaguya.

Dado os esquemas e conexões que o líder Hoki tinha com organizações criminosas da pior espécie, era de se esperar que esses conselheiros do núcleo duro do Sagishismo tivessem algo a ganhar com a eleição do Hoki. Ken entendia que cada um ganhava a vida como podia e costumava não julgar as pessoas pela sua linha de trabalho, achava melhor ter aliados do que inimigos, desde que pudesse contar com os aliados.

Mas a situação com os Hoki e os conselheiros era diferente. Eles estavam deliberadamente tramando contra o Líder Militar do Vilarejo, contra toda a Vila Oculta da Areia para avançar seus interesses escusos. Sempre preocupado com sua imagem a forma que o público iria perceber seu mandato de Kazekage, Ken tentava encontrar um meio de derrubar os cinco principais opositores.

Felizmente, os opositores estavam descuidados. Uma cobaia havia fugido do laboratório secreto dos Hoki, causando destruição por onde passou. Numa missão de infiltração feita pelos ANBU que o Kazekage havia indicado para serem testados e entrarem no esquadrão, outra cobaia foi capturada pela dupla e o laboratório onde os testes eram conduzidos foi destruído.

Os ANBU tentaram extrair informações da cobaia, mas esta apenas se limitou a afirmar que só daria explicações na presença do Kazekage e dos dois que haviam salvado a cobaia do laboratório Hoki. Um encontro foi marcado e o Kazekage chegou as 22:00 no Quartel General do Vilarejo, encontrando dois ANBUs devidamente mascarados a sua espera:

Boa noite, podemos?

O protocolo não falha, refletiu o jovem Senju ao perceber a aproximação de uma figura mascarada, cuja silhueta distintiva e passos medidos imediatamente o fizeram concluir que se tratava de Hakuryū. Sua dedução baseava-se principalmente na carta, onde havia sido explicitamente requisitada a presença de ambos os responsáveis pelo resgate de luas atrás. A precisão desse raciocínio tornou-se inquestionável quando a voz do mascarado, abafada pela máscara mas inconfundível em seu tom amigável e respeitoso, revelou-se como a do Escudo de Ouro.

— É bom vê-lo — responderia rapidamente, erguendo-se sobre o dito poste, ainda oculto pelas sombras dos prédios ao redor.

A chegada de Harikēn deu-se sem demasiados alardes, algo louvável, mas esperado de um shinobi de sua estatura. O Anbu, antecipando a companhia de seu parceiro, avançou com um salto ágil e veloz, posicionando-se naquele instante atrás do líder do vilarejo, com um joelho tocando o chão em sinal de deferência. — Às suas ordens, Terceiro — a voz abafada pela máscara ainda assim seria facilmente reconhecível para o amigo, dada a estreita relação entre ambos.

Naquele momento inicial, dedicou-se à retaguarda direita do Kazekage, acompanhando seus passos com precisão e cadência. As portas do quartel-general, reforçadas e imponentes, abririam-se automaticamente à medida que o trio avançava, revelando corredores iluminados por luzes frias e clínicas, que refletiam nas superfícies metálicas e nas paredes austeras. As lâmpadas fluorescentes, espaçadas em intervalos regulares, lançavam uma luz pálida que acentuava a atmosfera funcional e desprovida de ornamentos do interior do quartel. O som de passos ecoava pelo chão de pedra polida, criando um ritmo constante que era pontuado ocasionalmente pelo sussurro de conversas distantes e o tilintar de armaduras. Os olhares curiosos dos shinobi e outros membros do quartel seguiam o trio enquanto passavam, seus rostos refletindo uma mistura de respeito e apreensão. A presença do Kazekage e de seus guardiões Anbu exigia uma atenção imediata e discreta. Conduzidos por um subintendente de semblante severo, avançaram por corredores que serpenteavam como um labirinto até o coração do quartel-general. Finalmente, chegaram à sala de interrogatório, cuja entrada era guardada por duas portas pesadas de metal. A sala em si era despojada e utilitária, com uma mesa metálica robusta posicionada no centro, duas cadeiras dispostas frente a frente – uma delas já ocupada pela cobaia. A luz fluorescente suspensa no teto lançava uma iluminação intensa e implacável sobre o ambiente, destacando cada detalhe com uma clareza quase cruel. O espelho duplo na parede oferecia uma visão parcial do interior, permitindo a observação discreta por parte dos superiores.

— Tranquilo, manito? — indagou a cobaia, passeando os olhos arregalados pelos três que entravam, numa tentativa fútil de suavizar o encontro.

Ryū se encostou na quina à esquerda, atrás do indivíduo à sentado, cruzando os braços com uma postura firme e vigilante. Permitiu-se, por um momento, focar exclusivamente nas questões que seriam levantadas por Harikēn ou nas respostas da cobaia, atento a cada nuance do interrogatório iminente. A frieza do metal e a austeridade do ambiente reforçavam a seriedade da situação, enquanto o silêncio carregado de tensão aguardava o desenrolar dos acontecimentos.

— Vai manter vigília? — a voz da besta ressoou em seu subconsciente já antecipando seus pensamentos.

— Momentaneamente — sucinto, ergueu dois dedos da destra, deste modo, realizando o selo necessário ainda com os braços cruzados e expandiu sua percepção sensorial por dois quilômetros, atentando-se ao exterior e possíveis aproximações suspeitas.

Acompanhado da dupla de ANBUs, o Kazekage foi adentrando o Quartel General. Por óbvio, a entrada do trio não sofreu qualquer tipo de resistência, não faria sentido pararem o Líder Militar do Vilarejo no Quartel General, a não ser numa situação em que os shinobis da Vila Oculta da Areia estivessem amotinados ou num processo de insurgência. Apesar de haver dentro do Vilarejo um forte e influente grupo de oposição, a situação da Areia estava longe de ser tão alarmante.

Seguro de suas capacidades ninja, de ter dois homens de confiança cuidando de sua vida e de estar num lugar onde, a princípio, a maioria era formada por seus apoiadores, Ken passou pelos já conhecidos corredores do Quartel General com pressa, mas com um semblante tranquilo e amigável. Com sua visão avançada, o Herbalista não deixou de notar alguns olhares que secavam o trio. Sendo um adolescente excessivamente obsecado com a própria imagem e de como era percebido pelos demais, o jovem Kaguya manteve a estratégia que mantinha desde que havia se formado na academia, de manter boa relação com todos e de sempre ser cordial.

Apesar de cordial, não parou para falar com ninguém que achou que a visita do Kazekage fosse uma oportunidade de requisitar uma audiência relâmpago. Apesar desses não precisarem de mais uma escolta, o trio foi levado até a sala de interrogatórios por um subintendente. Lá chegando, viu uma mesa de metal com duas cadeiras, uma delas ocupada pela cobaia, um homem que devia passar dos 30 anos, descabelado e portando um bigode.

O adolescente de cabelos brancos fez uma nota mental para não chamar o senhor que estava ali presente de “cobaia”. Apesar de, para o Kazekage, o homem que ali estava ser realmente apenas uma cobaia dos Hoki, ele não queria que o homem se sentisse diminuído a apenas uma cobaia, pois para Ken ele poderia ser útil na guerra fria contra Sagishi e seus asseclas:

- Você se importa se eu me sentar aqui? - o Kaguya esperou pela permissão do bigodinho, mas ele não expressou reação alguma. Ignorado, o Kazekage se sentou. A intenção era clara: ficar no mesmo nível do interrogado, tentando transparecer um ar de igualdade - É uma pena te conhecer nessas condições, mas não deixa de ser um prazer conhecê-lo. Me chamo Harikēn Kaguya.

- Eu pensei que eu tivesse sido claro, só falo com o Kazekage.

Ken não usava o manto nem o chapéu que os Líderes militares das grandes Vilas costumam usar, mas o nome do Kaguya deveria ser suficiente. O desconhecimento indicava que aquele homem havia ficado cativo a muito mais tempo do que o Kazekage imaginava:

- Peço perdão pela confusão. Vamos começar novamente. Me chamo Harikēn Kaguya, Terceira Sombra do Vento. Como o Senhor se chama?

- ... Shizukana... Kazekage-dono - o homem relutou um pouco, tentava processar a nova realidade do Vilarejo depois de seu tempo cativo.

- Diferentemente de onde você foi resgatado, aqui não é um cativeiro. Assim que o senhor responder nossas perguntas, estará livre para voltar para sua vida normal. - Esperava alguma reação de Shizukana, mas não veio - Existe algum motivo do senhor só querer falar na minha presença?

- Parece que eles têm gente grande por trás e querem te derrubar, chefia. Tinha medo de falar para algum informante deles, falando diretamente eu sei que a mensagem será passada.

- Quando você diz "gente grande", a quem você se refere?

- A maior parte do tempo eu estava ou fora de mim, ou drogado, ou sedado, ou de ouvidos tapados, então não sei te dar exatidão, mas do pouco do que me lembro das conversas deles, parecia conversa de gente importante. Fumaça, máscaras, música, uivos, é tudo que eu lembro, não sei se ajuda na procura. Claro, como disse antes, lembro de conversas sobre criar um exército próprio para tomar Suna a força.

- E onde você entrava nisso?

- Não é óbvio? Queriam entender como meu corpo funciona e usar nesse tal exército deles.

- Eles conseguiram? Viu algum experimento de sucesso?

- Aí eu não sei te dizer, chefia. O que eu lembro já falei. Posso ir?

Ken tomava nota de tudo que Shizukana falava. Antes de responder a testemunha sobre liberação, Ken olhou para as máscaras dos amigos ANBUs que o acompanhavam, dando a oportunidade para eles falarem algo, caso quisessem, apesar de saber que a cobaia só queria falar com o próprio Kaguya.

Shizukana, repetiu mentalmente, fixando o nome com precisão. Era mais prudente lidar com aquele sujeito como uma pessoa comum, apesar de tê-lo encontrado pela primeira vez como uma cobaia dos Hōki. As palavras que trocou com Harikēn não fugiam do esperado: os membros do dito clã continuavam com suas investidas macabras, ocultos nas sombras do submundo, maquinando formas de angariar poder para enfrentar o comando do Kaguya, que havia ascendido tão jovem ao posto de líder do vilarejo. Este fato não divergia dos ideais aparentes da família à qual Unohana pertencia. Apesar do espaço que a Sombra do Vento aparentemente concedia para que seus guarda-costas falassem, Maeda, naquele momento encarnando Ryū, sentiu sua raiva pelos regicidas crescer. Parte desse sentimento parecia emanar de Kurama, que se mantinha calada em seu subconsciente.

Antes que cogitasse qualquer palavra ou questão a ser levantada, perturbou-se com a estranha movimentação no interior do quartel-general. Aparentemente, a sala onde se encontravam estava nos limites da sede militar, e do outro lado da parede, o pôde perceber a acumulação de quatro distintas assinaturas de chakra. Essas energias distintas surgiam como pontos luminosos em sua mente, cada uma pulsando com uma intensidade e ritmo próprios. O espaço confinado da sala de interrogatório, com suas paredes austeras e iluminação implacável, parecia estreitar-se ainda mais sob a pressão dessas presenças.

— Terceiro! — bradou com tom preocupado, mas o alvo de sua proteção por questão de proximidade foi a cobaia.

Tudo aconteceu com uma celeridade avassaladora, uma fração de segundo que teria sido fatal se não fosse pela técnica de sensoriamento previamente acessada. Com as quatro presenças detectadas e o brado expelido, o Senju lançou-se na direção da cobaia em um movimento abrupto [22 m/s], derrubando-o da cadeira e cobrindo-o com seu próprio corpo. Este movimento seria executado com uma precisão e rapidez tais que permitiriam, se mostrando-se um sucesso, evadir dos escombros que voaram pela sala, resultantes de uma explosão externa que criou um rombo na parede. O ar imediatamente se encheria de um odor penetrante e sufocante, uma mistura do pó das pedras esfaceladas e da fumaça densa e acre do papel explosivo. Esta combinação criaria uma atmosfera quase irrespirável, queimando as narinas e a garganta com cada inspiração. O som da explosão reverberou como um trovão ensurdecedor BOOM ecoando pelas paredes de concreto e fazendo tremer o solo sob seus pés. Antes mesmo que a cortina espessa de poeira e fumaça pudesse se dissipar, o silêncio seria quebrado por uma tosse rouca e sufocada, vindo do outro lado do rombo.

— Eu disse que um só bastaria, Toguro, seu imprestável! — bradou a voz feminina que tossia, fazendo-se ouvir também o som de um soco sendo desferido em algo que Maeda julgou como sendo uma parede.

— Espero que isso seja suficiente pra dar cabo do nosso alvo — retrucou uma voz masculina, muito parecida com a feminina — Não seja dura com nosso brutamontes, Mareleona.

— Vocês dois, calados. Foquem no objetivo — a terceira voz parecia mais centrada, um sujeito que parecia liderar aquele grupo.

— Sim, senhor Rivaille — a mulher respondeu outra vez — Mas acho que essa explosão já acabou com nosso querido Shizukana. Arquivo queimado!

— Toguro, vá checar — disse Rivaille.

Um brutamontes sem camisa, exibindo uma massa muscular impressionante e óculos de sol que refletiam a luz ambiente, enfiou a cabeça pelo rombo na parede. Durante esse ínterim, Maeda já havia se erguido, constatando que a cobaia havia desmaiado devido ao impacto. Seus olhos rapidamente examinariam os aliados, certificando-se de que estavam ilesos, e prontificando-se em uma postura defensiva. Ao vislumbrar a cabeça do intruso, avançou com astúcia [22 m/s]. Sua perna direita, enrijecida e firme, lançou-se em um chute direcionado ao rosto de Toguro [Dainamikku Entori]. A força monumental aplicada [3 de Força], aliada à velocidade fulminante do movimento, projetou o brutamontes a vários metros de distância, fazendo-o atravessar junto do inimigo o rombo na parede. O Senju agora se posicionava entre o invasor e seus três aliados. Toguro, porém, demonstrou uma resiliência assustadora. Em um movimento fluido, ele recuperou-se do impacto e levantou-se, os músculos retesando sob a pele enquanto seus óculos permaneciam firmemente no lugar. Rivaille, observando a cena, bufou com frustração evidente. Em contraste, Mareleona e seu irmão esboçaram sorrisos de satisfação, como se antecipassem o confronto que se desdobrava diante deles.

— Deixa com a gente, chefe! — diria a mulher, ainda eufórica.

— Não! O Toguro cuida disso, vamos focar na missão! — bradou Rivaille em resposta.

Foi naquele instante que o brutamontes, um colosso de músculos em exibição desavergonhada e um sorriso macabro estampado no rosto, irradiou uma vontade assassina tão palpável que alcançou o Empalador como uma onda de pura opressão. Aquele rictus vil e medonho era suficiente para fazer seus músculos travarem momentaneamente. Isso é medo? questionou-se internamente, com uma frieza inusitada. Ao reconhecer a precariedade da situação e o avanço rápido de Toguro em sua direção, Maeda compreendeu que estava em uma posição desfavorável. Despendendo uma parte significativa de seu vigor para recuperar o controle dos movimentos, ele rolou rapidamente para a direita, escapando por um triz de um chute descendente da besta desmiolada. O impacto do golpe foi devastador, deixando um buraco profundo no local onde estivera momentos antes. Não posso deixar que me acerte, assinalou mentalmente.

— Posso brincar? — a voz de Kurama irrompeu.

— Deixe que eu cuido disso! — retrucou Maeda.

Recompondo-se com a destreza de um guerreiro experiente, ajustou seu corpo em uma postura de luta precisa, adotando a base vazia. Seus pés foram posicionados de maneira que a perna esquerda, na traseira, suportava a maior parte do peso, com o joelho levemente flexionado, enquanto a destra na dianteira tocava o chão apenas com a ponta dos pés, pronta para movimentar-se rapidamente. Seu tronco estava ligeiramente inclinado para frente, mantendo o centro de gravidade baixo, permitindo uma rápida transição entre evasão e ataque. Seus braços estavam dispostos de forma estratégica: o braço direito e dianteiro estendido à frente, com a palma voltada para baixo, e o braço esquerdo e traseiro dobrado junto ao corpo, preparado para desferir um golpe ou bloquear um ataque. Seu pensamento no entanto pairava sobre os companheiros, que viam-se em desvantagem numérica.

Depois de dar abertura para os seus ANBUs guarda-costas, um deles perguntou sobre a relação da Senhorita Shiin com Maddoksu Hoki. Infelizmente, o homem não tinha resposta para aquela pergunta. Enquanto a cobaia esclarecia que não sabia quem era a tal Senhorita, Maeda se jogou em cima de Shizukana e, no instante seguinte, uma parede daquela sala explodiu. No meio da fumaça, poeira e escombros, Ken tentava entender como Maeda sabia daquela explosão de antemão. Não tinha motivos para duvidar da lealdade do amigo, mas aquilo havia sido estranho, para dizer o mínimo.

Sem tempo para ponderar, viu Maeda correr para fora e Haku criar tentáculos de ouro, ambos tentando se colocar entre os autores e a cobaia. O Algoz dos Ossos não sabia se o alvo era só a cobaia, ou se eles sabiam que o trio estaria ali naquele horário e o plano era derrubar os quatro. De qualquer maneira, o plano "A" dos bombardeiros havia falhado.

Passando pelo buraco na parede (22m/s), Ken viu que um homem de cabelos pretos corria com uma espada em cada mão, indo na direção do buraco, provavelmente para dar cabo da cobaia desmaiada. Uma forte intenção assassina foi sentida pelo Algoz dos Ossos. Sentindo seus músculos se enrijecerem, ken fez um esforço hercúleo para retomar o controle do próprio corpo antes que fosse tarde demais para parar o homem. Usando sua força monstruosa, Ken se jogou contra o inimigo, no intuito de parar a investida do moreno:

-Tá achando que vai pra onde, querido?

A investida do homem foi impedida, mas não foi um movimento livre de resistência. Usando suas duas espadas, o homem fez cortes giratórios quando viu o Sandaime se aproximar

O imenso colosso, abastado de músculos e conhecido pelos aliados como Toguro, posicionava-se a pouco mais de cinco metros do Anbu. Este, por um breve instante, cogitou recorrer à transformação do Kurama Mōdo, mas rapidamente descartou a ideia. A necessidade imperiosa de preservar sua identidade enquanto estava a serviço do esquadrão secreto do vilarejo tornava inviável essa opção, assim como o uso de sua herança sanguínea, o Mokuton. Restava-lhe, portanto, um punhado de alternativas. Sendo metódico e analista por natureza, sabia, apenas observando a postura imponente e a constituição hercúlea do adversário, que numa disputa de força bruta não sairia vencedor. Precisava, então, confiar em suas habilidades em ninjutsu, uma arte na qual, para seu orgulho, era exponencialmente talentoso. Ele escrutinou Toguro com minúcia, os detalhes saltando à vista: os músculos retesados como cordas de aço, a confiança quase palpável emanando de sua postura, e a maneira predatória com que se posicionava, pronto para esmagar qualquer oposição com força avassaladora. O Senju, entretanto, compreendia que sua vantagem residia na sutileza e na técnica. A força bruta do inimigo poderia ser suplantada pela precisão e pela inteligência.

Não fazia o tipo interrogador, aquele que se debruçava sobre as ações dos inimigos em busca de respostas. Também não julgava necessário um intelecto superior para compreender que, naquela conjuntura, o colossal brutamontes à sua frente não passava de uma marionete muscular do grupo que se insurgia contra o Kazekage e seus guarda-costas. Tal constatação tornou-se evidente momentos antes, quando o membro mais baixo do grupo ordenou que o próprio Toguro resolvesse a situação. Grande erro, refletiu com desdém. O movimento ofensivo partiu novamente do adversário, cuja força descomunal contrastava com uma notável falta de velocidade. Acompanhar seus movimentos através da estreita abertura da máscara era uma tarefa trivial, mas subestimar o oponente era um erro que Maeda quase nunca cometia. Suas batalhas eram travadas com a seriedade que a situação exigia, mesmo consciente de que utilizar cem por cento de suas capacidades seria não apenas ultrajante, mas também condescendente.

— Aí vem ele — alertou Kurama.

Toguro abriu seus braços hercúleos numa tentativa óbvia de agarrar o Senju. Este, em um reflexo de pura destreza, aproveitou sua velocidade máxima [22 m/s] para saltar, encolhendo os joelhos em um movimento fluido e preciso. No ápice de seu salto, girou sobre seu próprio eixo, desferindo um chute descendente giratório. Se o golpe atingisse seu alvo, o calcanhar de Maeda acertaria em cheio o topo da cabeça de Toguro, uma área notoriamente mais sensível do que o resto de seu corpo robusto. O impacto desestabilizaria o colosso, proporcionando ao Anbu o tempo necessário para executar um segundo movimento. Ainda no ar, concentraria chakra na palma de sua mão direita, moldando-o com precisão meticulosa numa esfera [Rasengan] que assumia o tom vermelho de seu chakra influenciado pela besta. Mantendo a velocidade, direcionou o golpe à costa exposta do monstro. O impacto seria devastador, fazendo o gigante afundar no solo de terra batida. Um rombo superficial e espiralado surgiria na pele do adversário, mas os verdadeiros efeitos da técnica se manifestariam internamente, evidenciados pelo sangue que jorraria abundantemente da boca de Toguro — Argh!

Após interceptar o espadachim de duas espadas e ser cortado pelo mesmo, o Algoz dos Ossos se recompôs, ficando a cinco metros do inimigo:

- Não pensei que sua hora chegaria tão cedo, senhor Kazekage. Isto é, talvez você tenha mais tempo se me deixar fazer meu trabalho.

- Quem é você e quem vazou a informação sobre o interrogatório para você?

A resposta do homem de cabelos pretos se deu pelas espadas. Numa rápida investida (30 m/s) que, além de encurtar a distância, culminou num golpe com os pomos das espadas na boca do estômago do Kaguya. Com o golpe, o inimigo empurrou o Kazekage para trás, diminuindo a distância do invasor para o alvo: a cobaia desacordada.

Ken não foi capaz de ver o golpe desferido pelo adversário e se sentiu insultado pelo adversário não aproveitar para causar danos mais graves. Forçando suas pulilas a tomarem a forma de olhos de aves de rapina, o jovem Kaguya ativou seu kaihi no jutsu, ampliando sua acuidade (34 m/s). Com o aumento da capacidade de acompanhar os movimentos do inimigo, Ken estava pronto para contra atacar. A partir do seu antebraço, o Algoz dos ossos fez uma manipulação Rank B de Shikotsumyaku para formar um bastão. Não queria cortar o inimigo, precisa dele vivo para que prestasse esclarecimentos sobre o ataque ousado contra o Quartel General.

Atento a movimentação do inimigo, Ken avançou contra o mesmo. Apesar da velocidade superior do inimigo, Ken conseguiu ler a movimentação dele e acertá-lo de volta na mesma moeda. Não usou o nagashi fuuton que costumava usar contra seus inimigos, ele estava realmente comprometido em não cortar o adversário. Rivaille recebeu uma tacada no estômago com o final do taco ósseo feito pelo Kazekage, como se tentasse encaçapar algo no umbigo do homem de cabelos pretos:

- Eu não vou deixar você passar assim tão facilmente, você deveria saber disso. Quando te falaram que eu estaria aqui, imaginei que saberia das consequências. - O Kazekage jogou verde para tentar descobrir com o inimigo se eles sabiam da presença do Kazekage naquele interrogatório.

Os óculos de sol que Toguro outrora ostentava em seu rosto fragmentaram-se em dezenas de pedaços com a potência devastadora do impacto da esfera rodopiante em suas costas. Qualquer observador atento notaria imediatamente o brilho de vida, ou ao menos de consciência, esvaindo-se de seus olhos. Restavam, em seus cálculos, três inimigos, mas, devido à concentração intensa no grandalhão, Maeda havia momentaneamente se alheado de suas presenças. Agora, liberto da pressão do combate contra a montanha de músculos, redirecionou seu foco para os posicionamentos de seus demais companheiros. A atenção minuciosa permitiu-lhe assimilar rapidamente se algum deles necessitava de auxílio. Caso constatasse que todos haviam triunfado em seus confrontos individuais – funcionando como engrenagens perfeitamente sincronizadas em um relógio, onde cada peça trabalha em harmonia para o funcionamento geral –, ele avançaria pela passagem aberta outrora pela explosão, com a intenção de checar o estado, primeiro da sombra do vento e segundo da cobaia e delator. Era crucial para o Anbu assegurar-se de que o líder do vilarejo estivesse em segurança, ainda que considerasse ultrajante a necessidade de proteger a figura mais poderosa da Areia. Como proteger quem já nos protege? questionava-se, refletindo sobre a paradoxal responsabilidade que recaía sobre seus ombros. Movendo-se com a graça [22 m/s] e a precisão de um felino, o Senju atravessou a passagem. O ar ainda estava denso com o cheiro acre de poeira, os detritos da explosão espalhados pelo chão. Seus sentidos avantajados captando qualquer som ou movimento. Ao adentrar o cômodo, seus olhos rapidamente varreriam o ambiente, buscando a figura da cobaia e do KaguyaO desenrolar de toda a cena dramática teria sido veloz, permeada por um perigo agudo e uma gravidade inescapável. O atentado, ainda que indireto, contra o líder do vilarejo, na perspectiva de Maeda, estreitava os já escassos corredores de fuga dos Hōki. Embora não tivesse uma prova concreta naquele momento, conjecturava que manter os inimigos sob custódia poderia revelar conexões entre o atentado e os Hōki. Contudo, tal decisão não era de sua alçada. Enquanto a poeira ainda pairava no ar, densa e sufocante, Maeda notou a chegada de outros membros da Anbu, que se empoleiravam com destreza nos fios elétricos do lado externo. O cheiro acre de pólvora misturava-se ao odor terroso dos destroços. A cobaia começava a recobrar a consciência lentamente, gemendo enquanto tentava se levantar. Nas ruas, algumas pessoas emergiam das sombras, observando de longe o que acontecia, enquanto outras espiavam pelas janelas entreabertas ou através das frestas das portas.

Com a cabeça mascarada projetada para fora do buraco na parede, Maeda se dirigiu aos subalternos da Anbu com uma firmeza inabalável. — Precisamos extrair algumas informações desses terroristas — disse, sua voz abafada pela máscara, garantindo seu anonimato perante os civis que assistiam de longe. O som abafado de sua voz reverberava no ar pesado, carregado de tensão. No entanto, os Anbus, equilibrados nos cabos de alta tensão, compreendiam que qualquer solicitação do capitão era uma ordem inequívoca. — Levem-os para a sede. Anulem seus sentidos e mantenham vigilância acirrada. — Ao todo, eram oito Anbus, que, ao receberem a ordem, prontamente se mobilizaram para recolher os terroristas em duplas, executando as instruções de Ryū com uma precisão quase cerimonial. Os movimentos dos Anbus eram fluidos e silenciosos, como sombras dançando na penumbra. A cena estava carregada de tensão e eficiência militar, ilustrando a rigorosa formação e a eficácia implacável da Anbu. Os moradores, embora curiosos, mantinham-se a uma distância respeitosa, cientes da seriedade da situação e da presença imponente dos shinobi de elite.

Ele se aproximou de Harikēn com passos lentos e cautelosos, seus movimentos melancólicos, muito provavelmente com Hakuryū ao seu lado. — Acho que hoje a sorte estava do nosso lado — diria, a voz abafada pela máscara conferindo-lhe um tom espectral. — O ataque aparentemente não contava com nossa presença. Estávamos no lugar certo, na hora certa, mas será interessante descobrir como souberam que a cobaia estaria naquela sala. Talvez exista um agente duplo. De toda forma, sinto que conseguiremos um bom complemento para corroborar com o depoimento do tal Shizukana — sentiu uma vontade lancinante de retirar a máscara, ansiando pelo frescor do ar noturno contra seu rosto, mas manteve-a firmemente enquanto continuava a falar. — O senhor precisa ainda de escolta ou estamos liberados? — perguntou, seu tom impregnado de uma mistura de respeito e prontidão.

A depender da resposta de Harikēn, Maeda se prepararia para acompanhar o Kazekage até onde fosse necessário, assumindo seu papel com diligência e seriedade. No entanto, se fosse liberado de seus encargos, desfaria uso da técnica de rastreio e aproveitaria a penumbra envolvente da noite para tomar o rumo de casa, sentindo o peso da batalha começar a se dissipar. O ar noturno estava impregnado de um prenúncio de chuva, a brisa trazendo consigo o odor metálico de um aguaceiro iminente. As sombras das nuvens espessas começavam a engolir a lua, e o silêncio era pontuado pelo ocasional farfalhar das areias. O Anbu caminharia com passos firmes, atento aos sons ao seu redor, mas com a mente já projetando-se para o merecido descanso que o aguardava em casa. A sensação de umidade crescente no ar e o distante rumor dos trovões anunciavam que uma tempestade se aproximava.

— Com fome? — Kurama era uma constante.

- Você precisa aumentar um pouco a sua autoestima, Kazekage-dono. Se eu soubesse que você estaria aqui, não teria usado apenas explosivos.

O Kazekage não queria acreditar em consciências, os conflitos internos de seu Vilarejos estavam se acirrando demais, um ataque direto contra o Quartel General da VIla Oculta da Areia era algo que ele nunca havia pensado ser possível, ainda mais vindo de gente de dentro do Vilarejo. Esses pensamentos, no entanto, precisavam esperar o fim do confronto contra o líder dos terroristas.

A luta continuava, precisava continuar, não havia opção de meio termo, o terrorista estava decido a matar a cobaia resgatada e, evidentemente, dada toda a situação de turbulência política no Vilarejo, o Líder militar da mesma não iria ceder um centímetro. Com a resolução pacífica fora de questão, os partiram para mais um clash. Portanto suas duas espadas, o líder dos terroristas cortou o Kazekage em mais um ataque. Em resposta, o jovem Kaguya sacou um osso com uma manipulação rank B de shikotsumyaku no formato de um bastão de um metro para contra atacar, mas seu ataque foi parado pelas espadas em X.

Com seu ataque interceptado, o Kazekage tentava empurrar o inimigo, mas ele não sedia. Após uma profunda inspiração, ativou o daishi kassei, sua pele ficou vermelha, uma aura vermelha envolveu seu corpo, seus olhos ficaram completamente brancos e sua massa muscular ficou ainda maior do que já era. O aumento de suas capacidades físicas fez com que a Sombra do Vento fosse capaz dominar seu oponente por completo. Superando as capacidades do inimigo, Ken fez 5 movimentos com o seu bastão ósseo. Um para cada cotovelo, outros dois para os joelhos e um golpe final na cabeça. Não queria que seu oponente resistisse, por isso quebrou seus braços. Também não queria que ele fugisse, por isso quebrou seus joelhos. O golpe na cabeça foi para deixar o homem inconsciente, seria mais fácil interrogá-lo posteriormente.

Com o inimigo derrotado, se voltou para a cobaia e os colegas, que também tinham derrotados os outros inimigos:

- É esperado que eles tenham infiltrados, eles têm aliados pelo Vilarejo, afinal. O velório da Unohana estava cheio deles, se bem lembro. Por isso eu fiz questão de ter vocês ao meu lado. Eu preciso dos meu aliados atentos também.

Liberou os ANBUs de seu time e entregou os sobreviventes do ataque a Ubuyashiki, dizendo que se qualquer coisa acontecesse com ele, de fuga a morte, ele sofreria as consequências.