Acampamento Inimigo

Missões em Shimogakure — 1

Conseguir sobreviver ao confronto com os inimigos do vilarejo me fez ganhar alguns pontos com os veteranos de Shimogakure. Não pensei que seria convocado para missões de alto risco tão depressa, mas isso me encheu de energia para continuar lutando por todos os aliados da nossa causa. Fui convidado a uma reunião no quartel-general, também dizendo, a décima sala de aula no fim do corredor da academia ninja. Como eu queria ver os tempos de glória que Ned sempre contou em suas histórias na fogueira.

A convocação foi feita por uma ninja apressada, não devia ter mais do que doze anos e já tinha um protetor de testa igual a mim, não era forte fisicamente e muito menos assustadora. Eu poderia estar julgando errado suas capacidades, mas começo a entender o porquê de precisarem de ninjas como eu para lutar contra o Shogun. Atendi ao pedido e fui depressa para o local indicado, onde acabei encontrando dois rostos familiares e um ninja novo naquele pequeno conselho. Lá estava Shyna, o velho Marino e um homem com uma enorme cicatriz no olho e uma barba fechada, devia ser maior do que um urso das montanhas.

— Terry Hyuga se apresentando! — fiz uma pequena reverência cordial, como os veteranos gostavam de fazer.

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Missões em Shimogakure — 2

— Esse é o jovem Hyuga que sobreviveu ao confronto com eles?
— Foi meio desajeitado e aos trancos e barrancos, mas o garoto é durão — explicou Marino. O velho se levantou da cadeira e caminhou mancando na minha direção, então, apontou para algumas partes do meu corpo como se estivesse apresentando um cavalo a venda. — Ele ainda não é muito forte, mas tem um ótimo controle de chakra e é ágil. Nos confrontos com os soldados menores, ele vai sobreviver. Mas isso é só, não espere muito mais do que isso.
— Já é o suficiente, não acho que vamos conseguir concluir essa missão sem que ao menos um ou outro ninja morra. — completou Shyna. Seu comentário deixou a reunião em um nível muito mais carregado e sinistro, o que me deu ainda mais vontade de participar dessa luta.
— Por favor, me deixem participar dessa missão. — pedi, queria deixar claro que eu não estava com medo.
— E você vai — disse o velho barbado, finalmente mostrando os dentes com um sorriso simpático. Era um brutamontes do tipo que odiaria enfrentar, duvido que algum dos meus golpes ultrapassa sua gordura, músculo ou seja lá tudo aquilo que guarda por baixo do sobretudo. — Vamos todos infiltrar o acampamento militar do Shogun.

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Missões em Shimogakure — 3

Infiltrar um acampamento inimigo? O velho tinha mesmo algumas ideias interessantes para animar a noite, consegui ficar um pouco mais tranquilo ao saber que fui escalado para o trabalho, e depois senti um pico de adrenalina se espalhar rapidamente pelo meu corpo. Perfeito! Eu poderia lutar contra o Shogun novamente e estava mais forte.

— A invasão vai acontecer amanhã nesse mesmo horário. Contaremos com três pelotões de ninjas com especialidades diferentes, o Hyuga vai no terceiro pelotão ao lado de Marino e Shyna, suas habilidades oculares podem ajudar a compensar um pouco sua inexperiência. Vou no primeiro pelotão com os ninjas da Anbu e deixarei o segundo pelotão sob os comandos do Luthe. — concluiu o grandalhão. Tive a impressão de que Marino iria fazer alguma reclamação após ouvir o nome de Luthe e seu pelotão, mas o velho se calou, me deixando ainda mais curioso a respeito desse homem. Shyna ajeitou o protetor de testa para trás da franja esverdeada, droga! Acho que ela me pegou encarando de novo.
— A inteligência relatou os movimentos do homem misterioso que enfrentou Terry Hyuga e Hikari Uchiha. Ele é diferente, com certeza está acima do nível de qualquer um aqui, por tanto, a recomendação é que devemos evitar um confronto com ele, principalmente se não estivermos em uma vantagem clara. — concluiu Shyna com novos detalhes da missão. De fato, aquele homem irritante parecia bem forte.

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Missões em Shimogakure — 4

A divisão estratégica foi apresentada pelo grandalhão, o jonin representante por muitas interações e conflitos entre Shimogakure e Kumogakure. Minha tarefa não era muito difícil, precisava apenas sobreviver, segurar um ou outro Shogun e dar espaço para os veteranos brilhar. Quanto ao desgraçado pomposo que enfrentei outro dia, deveria ser evitado a todo custo. É claro que eu não vou evitar uma briga se eu o encontrar por aí, mas não vou deixá-los saberem disso. Nos separamos na torre da academia ninja e fizemos a formação, no pátio, estava eu, Shyna e o velho Marino.

— Essa é a primeira vez que participo de uma missão em time, alguém vai assumir a liderança estratégica? — perguntei, mas logo me arrependi de abrir a boca. Era óbvio que Marino iria liderar, quem poderia ser mais experiente do que ele?
— Faz tempo que não vou ao campo de batalha, não me importo em seguir os comandos de Shyna. — respondeu Marino, indiferente a posição como líder.
— Eu assumirei a bronca! Se vocês atrapalharem, acabo com a raça dos dois antes mesmo de ver um Shogun.
— Entendido — respondemos juntos. Seguimos viagem na ordem estabelecida, seríamos os últimos a avançar, pegando a rola a leste para criar um cerco no acampamento.

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Missões em Shimogakure — 5

Shyna deu o sinal e a seguimos de perto, corremos em uma velocidade que dava para acompanhar, fiquei surpreso com a mobilidade de Marino que tinha a idade para ser irmão de Ned ou algo do tipo. Se não tivesse uma perna seria terrível, mas como o problema era o braço esquerdo, não atrapalhou em nada. Shyna corria na frente, não parecia deixar cair uma gota de suor, seu corpo era incrivelmente treinado. Entramos na floresta minutos depois dos portões de Shimogakure, era frio e escuro, mas por sorte não estava chovendo ou nevando.

— Vamos acelerar um pouco naquele trecho, ouvi dizer que tem caçadores que trabalham passando informação para o Shogun, não podemos ser vistos. — disse Shyna. Acelerou a corrida, me fazendo suar de verdade para acompanhar os dois. Usei o máximo da velocidade para acompanhar e ainda assim era difícil, porém não impossível. As barracas dos caçadores foram se apresentando na mata, ignoramos todas e tentamos o máximo possível para não deixar marcas, o que era impossível quando o assunto era caçadores realmente habilidosos em seu trabalho.
— Ouviram isso? Devem estar caçando aqui perto! — comentei. O som das flechas rasgando o vento era próximo, por fim, ouvi o grito do pássaro abatido por perto.
— Vamos contornar! — ordenou Shyna.

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Missões em Shimogakure — 6

— Hmm… Olhem só o que temos aqui — disse o velho girando o facão entre os dedos, a barba era cumprida e mais suja do que sua bota de couro, a camisa esverdeada tinha diversas marcas de suor que devia já ter feito alguns aniversários sem lavar. Surgiu do nada, atrás de uma grande árvore no caminho que usamos para contornar. O homem retirou um pedaço de carne presa aos dentes com o dedo mínimo e nos encarou com seus olhos cinzentos. — Vocês acabaram de atrapalhar a minha caçada, dois dias inteiros jogados fora por causa da presença de vocês em meu território. O mínimo que poderiam fazer é retribuir com alguma gentileza.
— Dane-se a sua caçada, velho! Estamos fazendo coisas muito mais importantes aqui. — explodi de raiva, como alguém poderia ficar no meio de assuntos ninjas? Será que ele não vê que nosso trabalho é muito importante? Shyna não gostou da minha postura, percebi em seu olhar. Marino aguardava em posição, talvez eu devesse ter feito como ele, fiz besteira.
— Coisas importantes? Mais importantes do que alimentar minha pobre família? Claro, isso é o dever sagrado dos ninjas, não é mesmo? — começou a se vitimizar, que detestável. — Vão, continuem o trabalho importante de vocês, quem sabe eu consiga alguma forma de colocar um prato de comida na janta essa noite.

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Missões em Shimogakure — 7

Continuamos o caminho após deixar o caçador para trás, foi bom que não perdemos tempo com ele, pelo menos foi o que pensei. Não seguimos três metros a frente até eu ouvir as reclamações do grupo, começando por um único e seco “Idiota”, vindo de Shyna.

— Como assim? O que foi que eu fiz? — perguntei, queria saber o que havia de errado. Espantei o caçador e não tivemos nenhum tipo de conflito. Como eu poderia ter feito algo idiota?
— Ouviu a comandante. Você é um idiota. — disse Marino, tinha um pequeno sorriso no rosto, mas não o de satisfação, estava mais para o tipo de riso que se deixa escapar em uma situação tão complicada que você não consegue falar nada a não ser suspirar e sorrir.
— O que foi que eu fiz? — insisti. Shyna parou a corrida, paramos em seguida. Ela se virou para mim, perto demais, irritada demais, então veio a resposta.
— O que você fez? Você acabou de perder a única oportunidade que tínhamos de avançar discretamente. Não foi você mesmo que perguntou quem iria liderar a missão? Na próxima vez, deixa a merda do líder falar com aqueles que podem nos foder pelas costas.
— O caçador?
— O próprio. Não temos mais tempo para resolver isso, agora é avançar depressa sabendo que teremos companhia em breve. Fique atento e não faça mais besteiras, tá legal?

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