— Oh! Quem diria que você teria tido esse tanto de experiências. — sorriria. — Quem olha apenas para sua aparência nem consegue imaginar algo assim. — comentava em tom de brincadeira. — Então, meio que essa viagem acabou sendo conveniente para você? E não me leve a mal, saber de todo esse contexto está sendo incrível. — controlou a fênix para que ela se mantivesse firme durante o voo. — De qualquer modo, estou torcendo por você. Embora seja meio utópico, você meio que está apaixonado? Posso usar este termo? Bem… apaixonado por alguém de outro vilarejo. Como isso funcionaria? — fez uma pergunta sincera.

Enquanto escutava com bastante atenção seu companheiro de viagem, guiaria seu constructo de tinta para que pousasse com cuidado nas terras do País do Vento. — A partir daqui, precisaremos ir andando. — explicou, enquanto descia do pássaro. — Se formos pegos por uma tempestade de areia, ele não vai resistir. E não que ele seja esmagado. — esperava que o loiro também descesse desfazer o jutsu. — Esse é um País meio vazio, não? Tantoo espaço, mas tudo preenchido por areia.

“Não vejo uma gota d 'água… como darei um mergulho nesse ar seco?” — lamentou o Sanbi, após avaliar o local em que se encontrava. “Estou derretendooo!” — dramatizou.

— Por onde devemos seguir? Você leu o mapa mundi, não foi? Acho que te ouvi falar algo do tipo. — perguntou ao Naritoshi, pois ela não fazia ideia de como chegar. — E concordo com você, Isobu. Está um calor absurdo! — comentou, tentando adaptar-se ao calor intenso, quando percebeu que havia respondido em voz alta, o que a deixou desconcertada. — Dd-esculpe, ainda não me acostumei com ele falando a todo momento. E se pudesse ouví-lo, o veria como um drama-boy. — suspirava. — E sim, ele fala o tempo todo. É muito difícil pensar sozinha agora. — revelou. “O-olha co-como você me descreve, s-sua pirralha!” – balbuciou, virando o rosto para o lado contrário da Nobara, completamente chateado. — Esse calor, não consigo pensar direito assim. — de repente, um barulho captou a atenção da rosada que vasculhou a área com seus olhos, até finalmente encontrar algo que aparentava ser uma criatura se locomovendo pelo deserto.

A kunoichi apenas agarrou o braço do loiro e saiu correndo o mais depressa que conseguiu, para evitar ter que enfrentar aquela criatura estranha. O calor era tanto que lutar sob aquelas condições não seria nenhum pouco favorável. No entanto, essa pequena fuga causou um pequeno desvio no caminho já que só veio se dar conta após ter se afastado muito. — Ee-ssa não. E agora? Não acredito, vamos morrer neste deserto e ninguém vai nos encontraaar. — lágrimas escapavam dos seus olhos, apenas para complementar o drama. — Eu sabia que você não saberia nos levar até lá! — apontou não apenas o dedo indicador para o loiro, como também a ponta da sua língua.

Como não tinha outra opção, Nobara continuou seguindo ao lado do Naritoshi. Mas nesse ponto já estava sentindo-se completamente consumida pelo calor e a água que havia levado começava a dar sinais de que seu fim era breve.  Mas ficaria surpresa caso o usuário de suiton fosse capaz de guiá-los até os portões de Sunagakure. — Wow, sempre acreditei em você, Nari-san! — alteraria todo seu discurso, sem um pingo de vergonha na cara. De todo modo, expressava estar contente e impressionada com a entrada da Vila Oculta da Areia.

O guarda, um homem robusto e de expressão severa, estreitou os olhos ao ouvir o nome "Yamanaka". Algo parecia incomodá-lo, mas ele se manteve profissional. — Um momento, por favor. — disse o guarda, com um leve tom de desconfiança. Ele fez um sinal para outro guarda próximo e começou a conversar em voz baixa, ocasionalmente lançando olhares para Naritoshi e Nobara. Uma tensão no ambiente aos poucos se formava, por uma conversa relativamente prolongada dos companheiros de patrulha.

Após alguns minutos que pareceram uma eternidade, o primeiro guarda retornou, ainda com a expressão séria, mas agora com um tom mais conciliador — Já solicitamos um Chūnin para escoltar vocês. Por favor, aguardem um momento.

Apesar do aceitamento gerado pela compreensão daqueles ali presentes, o incomodo ainda considerável, principalmente quando o silencio se instaurou na espera pela pessoa que escoltaria os pertencentes a Kiri.

Enquanto isso, Regulus dirigia-se ao seu treinamento diário, curiosamente próximo ao famigerado vão das falésias, conhecido também como a entrada da Vila da Areia. Observava atentamente as nuvens no céu, ou a ausência delas. Embora estivesse equipado com sua armadura e tivesse um martelo na cintura, parecia alheio ao ambiente ao seu redor. Deleitava-se com o clima quente, ao qual já se acostumara após algum tempo vivendo naquelas terras.

Subitamente, um borrão perturbou sua visão panorâmica, aproximando-se cada vez mais. Seus olhos avermelhados foram forçados a desviar do céu azul, retornando à terra. Com isso, uma chave foi girada em sua mente, reconectando-o à realidade presente. Notou então, pelas vestes características, tratar-se de um dos guardas da entrada do vilarejo.

O homem ergueu a mão para interromper o jovem — Por favor, ninja, identifique-se.

Apesar de surpreso com essa abordagem repentina, Hikari entendia que, no mundo shinobi, emergências e necessidades muitas vezes exigiam tal prontidão. Compreendendo a importância das hierarquias, não se opôs nem hesitou em se apresentar: — Sou Hikari Regulus, Chunnin. - Respondia com tom firme.

O guarda analisou-o por um instante antes de relaxar a postura. O guarda então explicou a razão da abordagem: — Solicito, então, que se apresente à entrada, Regulus. Ninjas de Kirigakure estão presentes e é necessário que você os escolte até o gabinete do Kazekage.

Por um breve momento, o semblante do garoto revelou sua surpresa diante daquela informação. A presença de ninjas de outra vila, além da responsabilidade de escoltá-los ao gabinete do Kazekage, eram razões suficientes para tal reação. Em sua mente, começaram a se formar imagens de figuras importantes. Uma ansiedade percorreu seu corpo, ansiava ver de perto a imponência de poderosos ninjas estrangeiros e, talvez, até do próprio Kage.

Sem conseguir conter a empolgação, ele seguiu o guarda rapidamente em direção à entrada, pronto para cumprir sua missão de escolta.

Chegando ao local almejado, um choque de realidade abateu um pouco a empolgação de Regulus. Por um segundo, deixou escapar em seu rosto uma expressão de surpresa ingrata. As duas pessoas presentes ali não se assemelhavam em nada às suas expectativas, desde a aparente idade até a suposta imponência. Ainda assim, ciente das questões diplomáticas na esfera shinobi, ajustou seu semblante para algo mais neutro e profissional. — Peço perdão pela minha demora. Eu os guiarei até o gabinete do Kazekage. Prazer, me chamo Hikari Regulus — disse, demonstrando a maior cordialidade possível.

Enquanto falava, seus olhos fitavam atentamente os detalhes dos visitantes. Observava suas vestes, postura e qualquer indício que pudesse revelar mais sobre suas identidades.

Quando voltei meu olhar para o Naritoshi, percebi que o castigava duas vezes mais. Ele gotejava suor, como se fosse uma pequena fonte de água. Mas naquela altura, já não havia muito o que podíamos fazer, não somente esperar a chegada de alguém responsável pela nossa escolta.

Descobrir que um ninja de mesma patente seria encaminhado para nossa recepção me deixaria um pouco entristecida, estava contando com a presença de alguém ainda mais importante na hierarquia de ninjas da Areia. Contudo, ser bem recebida já era um grande fato que despertasse certo respeito. Gosto de defender que aqueles que procuram estar no poder, não devem temer investidas de outros grupos, pelo contrário; saber recepcioná-los era para mim uma das maiores habilidades de um líder.

— Olá! Sou a Nobara Yamanaka, obrigada por nos receber. — falei amigavelmente, tentando passar a imagem de que estava conseguindo aos poucos superar o calor. — Estou ansiosa por isso. — revelei ao ouvir que aquele rapaz nos guiaria até o gabinete do Kazekage. Deste modo, assim que tornou-se possível, segui os passos do loiro e mesmo em meio ao calor notaria a íncrivel e rústica arquitetura daquele vilarejo. Discordava muito da arquitetura padrão da Vila Oculta da Névoa, mas não deixava de ser algo digno de alguma admiração.

Em seus pensamentos, Regulus tentava absorver os nomes e características distintivas dos indivíduos: "Naritoshi Hōzuki, olhos de tonalidade arroxeada e falante. Nobara Yamanaka, cabelo rosa e franja". Mesmo sendo apenas uma escolta, ele era o ninja responsável por eles e queria demonstrar, nem que fosse para si mesmo, a seriedade com que cumpriria sua incumbência.

Observava então Hōzuki sorrir e, posteriormente, solicitar a possibilidade de encontrar algum lugar com água corrente, constrangidamente expondo seu desejo de estar apresentável para o Kazekage. A vergonha apresentada talvez fosse por expressar algo tão mundano; ao menos, era o que o ninja da areia supunha. Independentemente do motivo, ele respeitava o cuidado de estar devidamente arrumado para encontrar alguém de tamanha importância.

— Não se preocupe, traçarei uma rota para que possamos passar por algum banheiro público, se não for muita desfeita. — disse Regulus, com cuidado. Apesar de sua decepção inicial, não queria causar nenhum atrito internacional desnecessário ao desrespeitar alguém de outra vila, sugerindo algo inadequado.

Ele então se virou em um ângulo próximo a noventa graus, para não dar as costas por completo aos convidados.

— Vamos? — convidou, iniciando sua caminhada até o gabinete e esperando que a dupla o acompanhasse. Obviamente, seguindo um trajeto que pudesse satisfazer o desejo de Naritoshi Hōzuki.