Contou as moedas e notas, após fazer o saque dos valores recebidos pelas suas últimas missões. O semblante sério indicava o desconforto com a situação, mas quando se virou à garota de idade inferior, a expressão fora alternada; parecia muito mais jovial e tranquilo do que sempre estivera. Talvez, um reflexo de sua própria paz em poder prover algo a seu familiar, desconsiderando completamente ambos os que se encontravam aprisionados dentro do esgoto que chamavam de moradia. — Hoje vamos poder comer algo diferente. O que você deseja? — levantou o questionamento. Não precisou sequer de uma resposta, haja vista que a conhecia: e sua irmã adorava sorvete.


Uma última moeda fora inserida na máquina de bebidas, permitindo que uma lata de chá gelado fosse cuspida até as suas mãos. A temperatura não estava das melhores, lhe causando incômodo, mas sabia que em uma área de periferia nos arredores do País da Terra, não podia esperar muito mais do que aquilo. De toda forma, havia sido convocado para um conjunto de missões, pelo qual deveria cumprir ao lado de uma kunoichi. Já havia escutado o nome na academia shinobi, embora palavras não fossem compartilhadas – e ela provavelmente não o conhecesse. Entretanto, Koyomi gostava de observar e compreender mais daqueles ao seu redor. Afinal, para adquirir conhecimentos, precisava estar o tempo todo ligado nas situações que o cercavam.

Portanto, com aquela reflexão simplória, o rapaz caminhou, ajustando a espada nas costas e se queixando internamente. — Eu não tenho equipamentos básicos, talvez eu devesse adquirir alguns... Não, a missão nem vai requerer algo assim. — murmurou, deixando que seus pensamentos se esvaíssem do onírico, o que era curioso. Finalmente, em proximidade aos portões do vilarejo, pôde visualizar melhor a figura que estaria consigo durante o período daquela missão. Era uma garota com visual particularmente chamativo para uma kunoichi, detendo o cabelo com madeixas louras e pontas rosadas, conquanto os olhos constituíam em coloração similar. Era totalmente o oposto de Koyomi, que exibia apenas olheiras pesadas, uma pele pálida e chifres encobertos pelo penteado.

“Que contraste”, ponderou. — Sim, eu sou o outro cara. É um prazer Inori, eu sou o seu veterano. É o suficiente. — ele emitiu, projetando-se como uma figura de autoridade. — Já completei duas missões rank-C antes, sei como esse mundo funciona. Por isso, precisamos antes de mais nada debater algumas coisas. Para sermos um bom grupo, será necessário que conversemos acerca de nossas habilidades. Conhecimentos são importantes... — e uma risada maléfica formou-se no seu rosto. — Mas vamos andando. — e indicou, iniciando seus passos e esperando que ela o seguisse.

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O rapaz escutou as palavras de Inori, colocando-se a pensar sobre aquilo. Achou estranho ela concordar com algo que julgou estúpido, mas se a mesma consentia em lhe apresentar suas habilidades pessoais, não seria ele a levantar alguma crítica. Portanto, armazenou a informação de que ela era uma ninja sensorial, haja vista que aquilo seria útil. No entanto, não interrompeu seus passos, continuando com a caminhada rítmica. — Não tenho nenhuma habilidade especial, ainda. Exceto isso. — e abaixou o protetor de testa para demonstrar a marca no pescoço. — Não sei exatamente o que isso faz, mas deve ter algum significado. — e deu um sorriso simples, cuidadoso para que os chifres laterais não ficassem em evidência. — No mais, tenho essa espada que comprei em uma loja de penhores e uso o elemento terra. É isso, acredito. — e coçou a nuca.

Reagindo à corrida da aliada, Koyomi passou a acompanhá-la, ponderando sobre as coordenadas da missão. Não emitiu nada mais, embora estivesse contente pela honorífico obtido. — Vá com calma, precisamos pensar melhor no que fazer. — solicitou, quando finalmente interromperam seus passos. As coordenadas os levavam a uma mina de dimensões médias, com apenas duas entradas sendo visualizadas, além de grandes aparelhos velhos e deteriorados pelo tempo. O jovem levou a mão da garota à sua própria, a puxando para que se escondessem atrás de alguns rochedos, saindo do campo de visão geral. — Consegue identificar quantos tem lá dentro? — perguntou, inerte.

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