[CENA] Desecrate

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[CENA] Desecrate
[CENA] Desecrate

Convidado

23/5/2023, 09:29

HP: 925 | 925 - CH: 725 | 725 - ST: 0 | 6

O sol já havia se levantado no horizonte de Sunagakure, forçando seus raios de luz a banharem a habitual paisagem árida da região, criando um efeito dourado em tudo que tocava. Na Vila Oculta da Areia, de um lado a outro, o mar de areia e construções ia despertando, com o som de passos abafados e murmúrios de conversas. Kohina estava inquieta. Desde que se tornou chunin, ela notou uma queda drástica na quantidade de missões que realizava. E não era pra menos, afinal, ela passou a concentrar seus esforços em estudos e treinos para se fortalecer. O resultado desses treinos, porém, a deixava confiante de que não tinha perdido tempo. Ela tinha feito uma listinha mental, caso alguém perguntasse o que havia feito durante aquele tempo: muito estudo e prática para avançar no uso de ninjutsus, começou a dominar a segunda natureza elemental, Doton, e descobriu que podia usar o Mokuton, uma kekkei genkai do seu clã. Treinou o corpo e mente para desenvolver sua velocidade e raciocínio. E ainda perguntaria se a pessoa não ia querer cair dois minutinhos na porrada pra testar uma coisa.

No fim, ela sabia que dificilmente alguém perguntaria, muito menos iria querer brigar feio por algo assim, mas estava na hora de se fazer útil para a vila. Receando tomar uma advertência ou até mesmo ser expulsa pelo desleixo em suas missões, a Senju seguiu até o quadro de missões da sua vila, perguntando-se o que o destino havia reservado para ela. A garota fez uma conferência no seu arsenal uma última vez.

– Estou saindo! – Kohina falou alto para que seus pais pudessem ouvir de algum lugar da casa, deixando-os para trás.

A kunoichi tentava se acalmar enquanto caminhava até a central de missões. Sabia que a sua graduação traria outros desafios, e provavelmente alguns envolvendo dar fim a vida de alguém. 「Pessoas perigosas vivas podem causar mais mal do que bem…」 Por mais que tentasse ver razão naquele tipo de decisão, sentia que era uma decisão errada, e teria que trabalhar bastante nessa visão de mundo para executar missões de nível superior às que fazia anteriormente. O trajeto levou menos tempo do que ela precisava, e logo se viu atravessando o portal e se dirigindo até o balcão para pegar a sua missão, estalando os dedos no meio do processo, apresentando-se e fazendo uma rápida troca de palavras.

– Aaa, ótimo. Uma chunnin! Era exatamente o que estávamos precisando para uma missão rank B emergencial. Uma vila a oeste está sendo atacada por algum grupo desconhecido, deixando diversos civis feridos. Preciso que você investigue e elimine a ameaça, além de salvar os civis – o responsável continuou dando o restante das instruções para Kohina, enquanto ela fazia algumas anotações mentais.

Pouco tempo depois, ela estava passando pela saída da sua vila, com um incômodo no fundinho da mente. 「”Elimine” a ameaça no sentido literal?」 Sentiu um frio descer por sua espinha com o pensamento, ciente de que talvez fosse exatamente isso que o homem queria, dito de forma tão displicente.

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24/5/2023, 07:34

HP: 925 | 925 - CH: 725 | 725 - ST: 0 | 6

Kohina atravessava as dunas douradas no grande campo aberto banhado à luz do sol da região, ainda pensativa quanto ao que deveria fazer. Conforme o sol ia dançando pelo céu, a temperatura ia subindo. Infelizmente, sua mente ainda pesava sobre a parte de sair eliminando todos que encontrasse. Achou melhor focar na primeira parte da missão. Talvez, se descobrisse o que estava acontecendo, pudesse encontrar uma outra forma de solucionar aquele caso, não precisando seguir pelo caminho definitivo e sangrento. Ela balançou a cabeça, como tentativa de tirar aquilo da cabeça.

Era uma ninja, afinal, tinha que fazer o que fosse necessário por sua missão.

Trocou aquela discussão interna, que ecoava em sua mente, pelas informações que tinha recebido, colocando seu lado direto e prático para funcionar. O ataque à vila começou na noite anterior. Apesar de não terem uma estimativa exata da quantidade de atacantes do grupo invasor, podia contar com pelo menos cinco ou seis alvos, no mínimo. Os feridos que conseguiram chegar até os vilarejos próximos apresentavam queimaduras, cortes e fraturas. Eles se negaram a comentar sobre os ataques, o que mantinha tudo bem nebuloso.

À distância, era possível ver o desenho do que deveria ser a vila se definindo no horizonte. O lugar ficava em um terreno relativamente plano, tendo algumas montanhas distantes atrás. Um pequeno riacho descia pelas montanhas e atravessava o local, seguindo adiante pela direita – isso explicava porque havia um pouco mais de vegetação naquela parte, ainda que rasteira em sua maior parte. Muros externos abraçavam o conjunto de estruturas presente do lado de dentro. De onde ela estava, podia notar a entrada principal através de um grande portão, visivelmente danificado. À esquerda daquela vila havia dunas e rochas.

Com isso em mente, Kohina começou a reduzir o passo, já que precisava pensar bem em como coletar informações. Será que os atacantes faziam algum tipo de ronda externa? Teria que procurar algum ponto para observar sem ser observada. Muito provavelmente deveria haver algum ponto de vigilância do lado de dentro da vila, uma torre ou guarnição nos muros, então só uma boa olhada nos arredores ajudaria a identificar isso. Por enquanto, podia usar as dunas e a luz do sol ao seu favor como proteção para não ser vista, já sabendo que aquilo não duraria se ela começasse a se aproximar de qualquer jeito. De onde estava, ir direto até a vila seria problemático, já que seria bem difícil se manter escondida.

A Senju decidiu dar a volta de onde estava para se aproximar do rio, à direita do vilarejo. Podia usar a vegetação rasteira para cobrir sua presença, aguardando até o pôr do sol para tentar uma infiltração. Seguindo mais devagar e com cautela, a kunoichi ficou atenta para barulhos, excluindo o som do vento movendo os grãos de areia, para detectar qualquer sinal de perigo, como um ataque ou alguma armadilha deixada para trás pelos inimigos desconhecidos.

Palavras: 486 | Post: 2/10

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24/5/2023, 21:55

HP: 925 | 925 - CH: 725 | 725 - ST: 0 | 6

Conforme ia dando a volta para se aproximar do rio à direita da vila que precisava investigar, Kohina notava a alteração gradual da paisagem. A parte árida e seca ia dando espaço para um ambiente mais hidratado e verde, areia e rochas transformando-se em terra. O som de água corrente também se fazia ouvir nos arredores. Algo também foi ficando perceptível na vila: havia um pouquinho de fumaça subindo de algum ponto de dentro dos portões. Incêndio, talvez? Kohina já tinha tido sua cota de malucos incendiários, mas nunca parecia ser suficiente.

Aproveitando que já estava na beira do rio, parou para beber um pouco de água. Por mais que estivesse acostumada com o clima de Suna, ficar embaixo daquele sol em pleno verão tinha lá os seus efeitos. 「Hora de focar bem naquele muro.」 Enquanto se movia lateralmente até onde estava, ela percebeu que a barreira de concreto, pedra e madeira que envolvia a vila estava em excelente estado, sinal de que havia sido reforçada ou reformada a não muito tempo. Em qualquer outra situação, ela ficaria feliz, mas agora estava preocupada em saber que não existiria alguma rachadura grande o suficiente para atravessar.

A melhor estratégia que ela conseguiu pensar foi esperar escurecer, mas sabe-se lá o que conseguiria encontrar lá após tanto tempo. Sempre tinha a bom e velho henge no jutsu, sua estratégia preferida e normalmente a número um em qualquer plano em que estivesse envolvida: transformar-se em algum bicho e tentar passar despercebida. No momento, estava considerando fortemente fazer isso.

Antes mesmo de começar a se mover, Kohina ouviu o som e congelou momentaneamente. Algo estava sendo arrastado, próximo ao rio e vindo na direção onde ela estava. 「Fui descoberta?」 A kunoichi pensava, com os olhos esbugalhados, mas não parecia ser esse o caso. Afastando-se do leito para se esconder atrás da vegetação e de algumas rochas, ela esperou até conseguir detectar a origem do som. Ao longe, ela percebeu alguém se esforçando para caminhar. Será que aquele alguém sabia que estava gerando tanto barulho? Um velho grisalho e baixinho cambaleava bem devagar, arrastando a perna que parecia bem machucada. Havia algumas marcas de queimaduras e ele estava coberto de manchas escuras, parecia fumaça, o que acabou reforçando a ideia de incêndios do lado de dentro dos portões. O cansaço parecia vencê-lo cada vez mais e Kohina duvidava que ele fosse conseguir ir tão longe. Ela concluiu que se tratava de um civil fugitivo.

Salvar quem puder deveria incluir aquele senhor. O homem tropeçou uma última vez e não teve mais forças para se levantar, ficando ali no chão, arfando pesadamente. A Senju ouviu sons suaves que se escondiam entre as arfadas e barulhos do homem debilitado. Duas sombras agora estavam estendidas acima do velho, com olhos frios e intenções claras de encerrar a vida de alguém. Naquela missão, era bem provável que Kohina não encontrasse uma alternativa pacífica.

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26/5/2023, 10:34

HP: 925 | 925 - CH: 635 | 725 - ST: 1 | 6

Os dois caçadores que rastrearam o velho vestiam um conjunto de camisa e calças escuras, ataduras cobrindo dos cotovelos aos punhos, máscara preta que cobria do nariz a boca e os calçados ninjas padrão. A máscara de um deles cobria toda a cabeça, enquanto o outro mantinha um cabelo preso em um rabo de cavalo atrás das costas. A kunoichi estava entre a cruz e a espada. Se resolvesse atacar, transformaria aquela batalha em um dois contra um, precisando ainda defender o civil. Se não fizesse nada, o homem morreria. Agachada e escondida, observando os meliantes, ela teria que agir rápido.

– Vamos eliminar esse fugitivo antes que ele arranje mais problemas pra gente – um dos homens falou, com indiferença, com uma voz grave e rouca. Das suas vestes, ele sacou uma kunai. – Temos que avisar para reforçar a vigilância do rio. Provavelmente os fugitivos estão saindo por lá quando não estamos olhando. – o outro sujeito balançou a cabeça em concordância.

「Hm… Pelo rio?」 Kohina gostou do que ouviu. Desde que aqueles dois não retornassem, poderia usar o caminho do rio para tentar entrar no vilarejo sem ser percebida, uma vez que o lugar não estava recebendo tanta atenção quanto precisava. Mas agora ela teria que agir, ou o civil se machucaria a ponto de seguir direto pra terra dos mortos. Fazendo uma série de selos de mão, a Senju lançou um Suiton: Teppōdama na direção dos inimigos, de forma que o idoso a ser resgatado não fosse atingido pela técnica.

– Parece que notícias da nossa invasão alcançaram Suna antes do esperado, precisamos ser rápidos para avisar aos outros – o mesmo que falou anteriormente voltou a comentar, de forma calma e inexpressiva. Ele pulou para evadir do ataque, mas o segundo não teve tanta sorte, sendo atingido e lançado para trás pela explosão de água.

No ar, o nukenin que Kohina imaginava estar comandando aquela perseguição realizou um conjunto de selos de mão, criando diversas shurikens de água e lançando-as sobre a kunoichi. Não precisava pensar muito para identificar como um Suiton, então ela respondeu com mais selos de mão, batendo as mãos no chão e levantando uma parede de pedra para aparar aquele jutsu através do Doton: Doryūheki. Atrás da barreira de rocha, Kohina ouviu o baque oco das shurikens de água acertando e se desfazendo na pedra, sem notar maiores danos na sua proteção. Já no topo da parede, percebeu outra movimentação: o oponente atingido pelo Suiton anterior já estava saltando sobre aquele obstáculo, sacando uma kunai e se jogando contra a ninja para um combate corpo a corpo.

Palavras: 431 | Post: 4/10

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26/5/2023, 14:44

HP: 850 | 925 - CH: 635 | 725 - ST: 1 | 6

Na tentativa de evadir do ataque, Kohina se jogou um pouco para trás, mas sentiu um corte no seu braço. O oponente não desistiu da investida, e continuou golpeando com a kunai, fazendo com que ela tivesse que se concentrar na evasão, sem tempo para verificar o ferimento com mais precisão. A Senju conseguia acompanhar os movimentos do mascarado sem tanta dificuldade, percebendo o nível de esforço do rapaz para acertá-la enquanto ela não estava usando a sua velocidade máxima.

Aproveitando que o atacante agora estava de costas para a parede recém-criada, ela começou a pressioná-lo com a luta para que o espaço de fuga dele ficasse cada vez menor. O oponente errou o golpe seguinte com a kunai, abrindo espaço para que a kunoichi atacasse. Ela então focou na primeira forma do Kongoken e, sem usar a força máxima, acertou-o em cheio na barriga com um Ōkashō, prendendo-o entre o punho e a barreira de pedra. Quando o corpo do oponente bateu na parede, rachaduras apareceram ao redor do impacto. Não se tratou de um golpe fatal, mas forte o suficiente para incapacitá-lo. Kohina afastou o punho, deixando-o cair, vivo e desacordado.

Enquanto isso, o outro inimigo aproveitou a brecha criada por seu companheiro com aquela luta corpo a corpo para dar a volta na barreira e se posicionar atrás dos dois, fazendo uma série de selos e lançando um dragão de água, sem nem ao menos se preocupar com o parceiro derrotado ali por perto, que ficaria no meio do fogo cruzado. O dragão acertou a Senju, o outro nukenin e atravessou a parede de pedra já danificada. Um gemido indicou que o jutsu também havia encontrado o corpo do idoso machucado lá atrás.

Foi um golpe poderoso e ela sentia o corpo dolorido, mas não o suficiente para incapacitá-la. Ela pôs-se de pé, extremamente mal humorada. O civil havia sido ferido e talvez estivesse longe da salvação. O fato dela só focar em incapacitar estava limitando seus ataques, mesmo os mais fortes. Aqueles oponentes estavam dando tudo de si para eliminar a ameaça (que era ela), mesmo que precisassem se machucar entre eles, como foi o caso. O parceiro desacordado já nem parecia respirar mais, e o adversário que lançou a técnica parecia não se importar.

Palavras: 379 | Post: 5/10

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26/5/2023, 17:15

HP: 850 | 925 - CH: 575 | 725 - ST: 2 | 6

Kohina se culpava pelo idoso, que antes arfava e respirava pesadamente, mas agora já não fazia nenhum som. Se tivesse sido mais rápida e menos idiota, ela não teria uma morte a mais pesando na sua mente nesse momento. 「Eu nem invadi o vilarejo ainda e já estou tendo problemas…」 Ela desconhecia o nível de força do grupo invasor, então se continuasse se segurando dessa forma, talvez não retornasse viva dessa missão.

Mas não se tratava de uma decisão simples, ou um comando que na hora do “vamos ver” pudesse executar tão facilmente. Ela sentia um desconforto físico em qualquer passo que desse na direção da matança. E para o que precisava fazer para ter sucesso naquela luta, já sentia a formação de um bolo na garganta, querendo sufocá-la.

– Vejo nos seus olhos que você nunca matou. Não imaginei que a vila fosse mandar uma ninja incapaz de resolver essa situação. Esse país está pior do que eu imaginei… – o adversário comentou, demonstrando a frieza de quem mata sem remorço. – Ninjas são ferramentas. A ferramenta que você derrotou estava me atrasando, então me livrei dela. Não posso depender de fracotes.

Sem arrependimentos, foi o que Kohina percebeu da fala do homem. Tirar duas vidas para ele não parecia ser nada, e aquilo a irritou ainda mais. A garota não seria capaz de responder sem que sua voz tremesse, então apenas se manteve encarando o nukenin de vestes negras. Ele tinha razão, é claro, ninjas deveriam ser ferramentas, e nesse momento ela não passava de uma kunai cega. Cortava, mas não tão fundo ou eficiente quanto uma afiada.

Vendo que a garota não iria responder, o oponente realizou alguns selos de mão. Kohina viu mais uma vez a formação de shurikens de água ao redor, correndo para se esconder atrás do que restou da parede de rocha, passando pelo buraco criado pelo dragão e preparando os selos para o seu próximo ataque. Ouviu a água acertar a rocha mais uma vez, e se preparou para lançar o Suiton: Suidanha.

– Você não vai conseguir se esconder pra sempre – o homem pegava uma kunai e uma espécie de tarja das vestes.

Pelo olhar que Kohina deu, percebeu que se tratava de uma tarja explosiva, mas ela já estava com o jutsu pronto. Ela saiu de trás da parede de pedra, lançando o fluxo de água de alta pressão por sua boca, acertando o peitoral do homem diagonalmente, abrindo um talho sangrento no seu tórax. Ele foi jogado ao chão, extremamente machucado. Ao invés de lançar a kunai explosiva contra a Senju, ele jogou em direção ao céu e ativou a explosão, fazendo com que o barulho e a fumaça se espalhassem pelo local.

「Isso foi um sinal de alerta pros outros que estão no vilarejo!」Kohina percebeu, tarde demais para fazer qualquer coisa, a não ser eliminar o homem para que ele não pudesse denunciá-la quando os outros encontrassem seu corpo. Sentindo-se suja a cada passo que dava, ela sacou uma kunai e sua mão começou a tremer violentamente. 「Não está certo, não está certo!」 Mas ela precisava eliminá-lo, antes que ele fosse capaz de denunciá-la ainda mais. Caso contrário, a morte do civil teria sido em vão, e todos os outros do vilarejo ficariam em um perigo ainda maior.

Não tendo outra escolha, ela aproximou a lâmina da kunai da garganta do homem. Ele encarou-a, duvidando de que ela fosse capaz de fazer aquilo. Tentando juntar coragem, começou a puxar em sua mente imagens da situação do idoso, jogado de qualquer jeito do outro lado, de como aquele homem havia se livrado do companheiro tão facilmente, do que poderia acontecer com a vila e com o resto das pessoas que estavam lá – corpos caídos sem vida, queimados, violados ou sendo atirados no rio. Ela tinha ódio, mas não confiança o suficiente para explicar a si mesma que aquilo era o certo a se fazer.

Presa naquele misto de emoções, ela passou a kunai na garganta do homem, se afastando dele com uma forte ânsia de vômito, abandonando a arma do crime em algum lugar durante o trajeto. Não olhou para trás uma única vez. Precisava sair dali, rápido. Uma olhada para o idoso bastou para que ela percebesse que não podia fazer mais nada por ele. O homem com a garganta cortada dava seus últimos suspiros, engasgando-se no próprio sangue – o seu olhar trazia uma satisfação doentia.

Palavras: 735 | Post: 6/10

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26/5/2023, 19:56

HP: 850 | 925 - CH: 575 | 725 - ST: 2 | 6

A ninja decidiu seguir pelo rio, imaginando que os demais nukenins fossem sair pelo portão, precisando dar toda uma volta até chegar onde a explosão aconteceu. Assim, seria mais fácil de não deixar rastros a serem seguidos e ganhar uma dianteira, apesar de que após um tempo procurando, eles poderia perceber que seria uma direção bem óbvia. A kunoichi precisou parar para vomitar pelo menos umas duas vezes durante o caminho, uma resposta imediata ao estresse físico e mental da situação anterior. Ela tentava não pensar muito nisso, mas não conseguia, fazendo caretas de forma inconsciente.

Para conseguir seguir adiante e manter o foco, Kohina viu dando ordens para si mesma, fazendo as coisas de forma automatizada. 「Agora você precisa seguir o rio, Kohina. Esconda-se. Escute. Tem alguém se aproximando?」 A pressão que ela sentia tinha crescido tanto que ela estava começando a se sentir emocionalmente sedada, prejudicando levemente os seus sentidos e atenção nos arredores. Não sabia dizer se estava fazendo muito ou pouco barulho, se estava muito à vista ou agachada até demais, apenas continuava adiante. Após abrir uma grande distância entre ela e o local da briga, preferiu abandonar o meio da água para se esconder pela vegetação. Nada podia ser ouvido ainda, talvez o grupo inimigo estivesse procurando do outro lado.

A chunin alcançou os muros da cidade ao pôr do Sol e notou que realmente havia uma espécie de fumaça subindo em direção ao céu do lado de dentro. No ponto onde a água passava, por baixo da construção, havia espaço suficiente para que ela entrasse no vilarejo por ali. 「Será que foi assim que aquele velho fugiu? O idoso que morreu com o meu descuido?」 Kohina trincou os dentes ao lembrar disso.

Ela mergulhou metade do corpo do rio e começou a passar por baixo do muro, andando calmamente. A adrenalina disparou, ajudando-a a manter um pouco de foco para invadir o local. A água do rio também fazia um papel importante de acalmá-la, mas pouco podia fazer por sua cabeça, que estava pesando mais do que deveria. Do outro lado dos muros, ela notou que as laterais do rio eram ladeadas por uma superfície de rocha, fazendo com que o chão base da vila fosse mais alto que o rio, garantindo uma proteção contra quem não estivesse olhando imediatamente de cima. O som de gritos e conversas, passos e fogo queimando começaram a aparecer. Kohina encostou-se na parede, ainda dentro do rio, tentando ter uma noção do que estava acontecendo.

– HA HA HA! Isso é culpa do líder dessa vila patética ter anunciado apoio público à Sunagakure no Sato! Agora, onde eles estão pra defendê-los? O líder de vocês está bem ali naquela estaca! – um desconhecido gritava e zombava.

– Anto-sama, Rei e Omni estão mortos. Encontraram os corpos deles próximo ao rio. Não encontramos ainda o responsável por isso.

– Hãããm? – foi possível ouvir um som de porrada e um corpo sendo jogado no chão. A voz anterior, que deveria pertencer a Anto, continuou. – Imprestáveis. Como assim vocês não encontraram quem fez isso? Quero Yang e Talp dentro dessas muralhas, vou com vocês fazer a busca. Cada rastro que eu encontrar que vocês deixaram passar vai significar um dedo seu quebrado. Rei era um fracote, só estava conosco porque eu tinha pena de matá-lo. Mas Omni?

「Esse deve ser o líder desses criminosos…」 Foi o que Kohina imaginou, após ouvir a conversa. Rei e Omni foram os mortos, tinha o líder, Anto, e o inferior que conversavam ali, Yang e Talp que ficariam dentro das muralhas. Seis membros até agora, isso sem contar os que estavam lá fora caçando.

Palavras: 607 | Post: 7/10

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26/5/2023, 23:27

HP: 850 | 925 - CH: 575 | 725 - ST: 2 | 6

Ao ouvir o som de passos se afastando, Kohina aproveitou para espiar por cima da mureta, dando uma rápida olhada no local. O vilarejo tinha uma praça principal, que era onde o rio atravessava, e era cercado de casas. Boa parte delas estavam com as portas destruídas ou completamente queimadas. De onde estava, era possível ver dois homens, que deveriam ser Yang e Talp, cada um vigiando um lado do rio. Havia uma quantidade significativa de pessoas feridas e amarradas por ali. Homens, mulheres e crianças, de diferentes idades, que choramingavam ou olhavam assustados para outro lugar. Ao seguir o olhar dessas pessoas, Kohina congelou por um momento – havia pelo menos dez corpos pendurados, amarrados ou queimados. Mas uma coisa era certa: todos mortos. Provavelmente era isso que Anto estava se referindo. Se estavam querendo passar uma mensagem, ou se faziam por prazer, pouco importava.

A ninja mais uma vez sentiu um bolo na garganta. Aqueles criminosos não tinham escrúpulo nenhum, e pelo que ouviu, isso tudo era apenas uma retaliação pelo pequeno vilarejo ter escolhido um lado: o lado do desenvolvimento e futuro para Suna. Ela tinha que fazer alguma coisa. O primeiro passo era resolver como derrubar os guardas que ficaram de vigia. Como cada um guardava o lado oposto e se encontravam periodicamente, daria para lidar com os dois de forma separada. Aguardando os homens se distanciarem um do outro, a Senju subiu até o nível do chão, usou Henge no Jutsu para se transformar no que estava do lado contrário e seguiu até a posição do que fazia ronda em direção ao portão, deixando para lidar com o outro por último.

Com um fiapo de concentração disponível, manter a técnica se tornou um desafio tremendo. Ela andou calmamente, no mesmo passo que via eles usarem. Kohina havia notado que o homem que ela decidiu neutralizar primeiro tinha olheiras imensas e bocejava bastante, o que ajudaria em um ataque surpresa.

– Yang, qual o problema? – o outro perguntou, ao notar a presença da Senju transformada.

「Então esse é o Talp…」 Como não tinha ouvido a voz de Yang, ela preferiu manter apenas uma linguagem não verbal. Colocou um dos dedos por cima da boca, como quem pede silêncio, e apontou para trás.

– Tem alguém arranjando problema? Vamos lá então. – Talp respondeu, em uma voz sussurrada.

Antes do homem passar por ela, uma kunai já estava preparada – ele caiu sem nem saber o que havia o atingido. Ela inverteu os papéis e fez a mesma coisa do outro lado, agora se passando por Talp e atacando Yang. Com aqueles dois derrotados, restava preparar armadilhas para quando o grupo retornasse.

Palavras: 439 | Post: 8/10

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27/5/2023, 09:03

HP: 850 | 925 - CH: 575 | 725 - ST: 2 | 6

Kohina respirou fundo. Agora tinha mais dois nomes em sua lista de abates para nunca mais esquecer. Apesar de, nessa vez, a ânsia de vômito não ter atingido seu corpo, a pressão que sentia bem no fundo da cabeça aumentava. Coração e mente pareciam cobertos por uma fina camada de gelo, que mascarava as sensações ao mesmo tempo que queimava. 「Preciso concluir essa missão.」 Quando derrubou os guardas, deixou os corpos no lugar, sem se atrever a encostar neles outra vez. Sentia-se, de certa forma, amaldiçoada, e como já tinha feito mal aos corpos, tentava não prejudicar a alma das pessoas com a sua “poluição”.

Ela seguiu até a entrada daquele vilarejo destruído para preparar uma armadilha. Dificilmente conseguiria sair dali com tanta gente machucada, precisaria resolver o obstáculo – os perseguidores. Kohina espalhou quatro Kibaku Fūdas na entrada, aproveitando para escondê-los na escuridão, fuligem e embaixo de alguns fragmentos de rocha e madeira das estruturas destruídas. Quando o grupo retornasse, explodiria todos de vez.

「Se tiver algum bom rastreador nesse grupo, ele deve vir pelo rio…」 Lembrando-se desse detalhe, ela ficaria vigiando o rio. 「Agora só preciso aguardar.」 Se fizesse algo que prejudicasse ou enfraquecesse o fluxo do rio, teria que lembrar de reportar quando terminasse a missão. Mas havia muita coisa naquele lugar que precisaria de conserto. Lembraria de detalhar sobre isso, já que a água poderia ser útil para outros lugares e prejudicar que ela fluísse poderia trazer problemas para outras regiões.

– Sou Kohina Senju, ninja de Sunagakure. Preciso que vocês se escondam em uma casa enquanto resolvo as coisas – momentos depois, a garota se comunicava com as pessoas machucadas, querendo tirá-las do que poderia virar um lugar ainda mais perigoso se e quando começassem a lutar. Ela os desamarrou e os guiou para uma das únicas casas que não estava completamente destruída ou queimada. Não havia tempo para começar nenhum tipo de tratamento agora.

Voltando rapidamente para a sua vigia, ela viu um grupo se aproximar aos poucos em direção ao portão. Eram quatro, todos vestindo roupas escuras e máscaras pretas. Quando o som de conversas e passos começaram a atravessar o lugar, Kohina fez o selo de cobra e ativou as explosões. Boa parte do muro caiu junto com o portão sobre os corpos, que ficaram extremamente machucados e presos por baixo dos fragmentos de pedra e madeira.

– QUE BARULHO FOI ESSE, SEUS IMPRESTÁVEIS? YANG, TALP? – A Senju ouviu a voz de Anto do túnel feito para que o rio passasse por baixo do muro na praça do vilarejo. – Mais rápido, Eiro! Você não sabe nadar, seu inútil?

「Então ele é realmente um bom rastreador.」 A ninja esperava que o líder estivesse com o grupo anterior, mas não se surpreendeu. Afinal, eles estavam em um número considerável. Ainda tinha que considerar um segundo homem acompanhando o líder. Quando ela começou a ver a silhueta dos homens se formando do lado de dentro dos muros, ela sacou duas kunais, atando um selo explosivo em cada uma e atirou-as em direção a boca daquele túnel.

Palavras: 510 | Post: 9/10

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27/5/2023, 11:27

HP: 740 | 925 - CH: 380 | 725 - ST: 4 | 6

A explosão acabou danificando o que mantinha aquele túnel estável, cobrindo o espaço com pedras e rochas e levando uma parte do muro abaixo. Kohina só ouviu uma exclamação e gemidos antes do som do estouro, e depois o silêncio. A água começava a se acumular, tentando achar algum lugar para passar naquele amontoado de rochas. 「Então terminou?」 Mas se surpreendeu ao ouvir um som diferente, e ver as rochas abrindo caminho e seguindo abaixo pelo rio. Um homem corpulento, queimado e machucado surgiu do espaço recém-aberto, com uma expressão dura nos olhos.

– Então é você que está causando problemas? – A Senju devolveu o olhar duro para Anto. Agora, sem dúvidas, ela tinha ligado o nome à voz. – Os Filhos das Areias não vão gostar nada disso. Vou me livrar de você e botar a culpa naqueles outros imprestáveis, sim…

「Filhos das Areias?」 Então havia algum outro grupo por trás daquilo? Pela forma que ele tinha dito, ele mesmo não parecia fazer parte. Kohina foi tirada do seu devaneio quando o homem começou a realizar uma série de selos de mão. Ela devolveu com alguns também, preparando o Suiton: Teppōdama. Anton disparou uma bola de fogo, enquanto Kohina lançava sua esfera explosiva de água. Os dois jutsus se chocaram, levantando vapor pelo lugar com o contato da água com o fogo.

O líder dos bandidos aproveitou para sair do rio, preparando um outro jutsu. Uma espécie de bola de fogo começou a se formar, alterando a sua forma para a cabeça de um dragão. Sem nem pensar duas vezes, Kohina tentou se proteger utilizando o Doton: Doryūheki. Fogo acertou a rocha, e do outro lado da parede, Kohina viu rachaduras serem criadas com a força do impacto. Criando um Moku Bunshin no Jutsu, ela subiu pela parede de rocha enquanto o clone tentava dar a volta, sendo surpreendido pelo inimigo que teve a mesma ideia de dar a volta na barreira. Ele segurava algo que ficava entre o meio termo de uma espada e uma adaga, desferindo uma série de golpes na tentativa de cortá-la.

Kohina-clone tinha dificuldades para acompanhar a velocidade do homem, recebendo um corte médio no braço, mas deixando a lâmina presa no meio da madeira. Nesse meio tempo, Kohina desceu da parede de pedra, desferindo um Tsūtenkyaku. O golpe acertou em cheio às costas do homem, esmagando-o no chão e somando-se a quantidade de ferimentos que ele carregava. A luta parecia ter sido decidida, tanto que Kohina desfez o clone. A arma presa no braço do bushin de madeira caiu por ali. Porém, Anto se levantou, com dificuldade, fez um selo de mão e lançou uma rajada de fogo na direção da Senju, sabendo qual era a original após a garota desfazer o clone. Ela se jogou pro lado, sendo acertada no braço pelo ataque, sentindo a intensidade da dor e rolando no chão para aliviar os ferimentos. Sem muito tempo a perder, correu na direção do homem, com o punho preparado para socar com força máxima, esperando que fosse o último ataque. Anto foi atingido no peito e esmagado no chão, cuspindo sangue. A kunoichi sentiu o estalo de algumas costelas quando o acertou, junto com o cansaço que acumulava em seu corpo. Agora sim aquela luta encontrou o seu fim. Kohina respirou fundo, voltando-se para o ferimento, mas a queimadura em seu braço parecia melhorar sozinha. Então ela lembrou do que a velha Senju havia ensinado sobre o Saisei Noryoku e a suposta “melhora de regeneração”. Ela nem percebeu que o pequeno corte recebido na luta anterior já havia sumido também. Aos poucos, a dor ia cessando e o ferimento cicatrizando.

Não havia mais inimigos por ali, pelo que ela podia perceber, mas tinha a questão dos Filhos das Areias. Não fazia ideia de quem eram, só que não poderia deixar os aldeões machucados por ali até reportar sua missão. Quando retornou aos civis, explicou a situação e quem podia andar arrastava quem parecia muito chocado para fazer isso. Outros conseguiram recuperar uma carroça para colocar os que estavam impossibilitados de se locomover, mesmo que não tivessem encontrado nenhum animal para puxá-la. Kohina ficou de guarda, enquanto o pequeno grupo saia daquele lugar destruído, uns puxando os outros. Os mais experientes comentavam qual seria a vila mais próxima, e antes do nascer do sol, ela alcançou o lugar onde poderia deixar aquelas pessoas.

As notícias já havia se espalhado, aparentemente aquele local recebeu algumas pessoas durante o ataque. O líder do novo vilarejo garantiu que tentaria ajudar aquelas pessoas enquanto a ninja retornava para reportar a sua missão para a vila, esperando que mais ajuda fosse enviada. Retornou para Sunagakure uma Kohina bem diferente da que tinha saído. O responsável pela distribuição das missões ecoou um “Filhos das Areias?” quando Kohina explicava toda a situação, agradecendo e liberando a ninja. Ela precisaria de um tempinho para se recuperar física e mentalmente dos últimos eventos.

Palavras: 822 | Post: 10/10

LEGENDA:
Fala de Kohina: – Texto | Pensamento de Kohina: 「Texto」 | Fala de terceiros: – Texto

Considerações:

Jutsus Utilizados:

Estilo de Luta:

Databook, Habilidades Secundárias e Qualidades e Defeitos:

Aparência:

Shu

Moderador

27/5/2023, 14:23

doneAprovado

+1 rank-B. Receberá RY 175.000,00 por ela. As demais recompensas serão máximas.

Muito bem, aprecio sua habilidade em retratar o conflito interno. Superar um defeito não é uma tarefa fácil, e compreendo a hesitação pessoal em abandonar um Código de Honra para seguir o que considera lógico. Sua estratégia em relação à missão está de acordo com as expectativas de um chunin, embora eu não possa dizer que tenha superado todas as expectativas. Quero parabenizar por não se descrever de forma "superpoderosa", revelando momentos em que não foi capaz de se defender e acabou sofrendo alguns golpes. Isso proporciona uma imersão realista, e eu aprecio isso. Quanto à conclusão da missão, você a alcançou de fato. No entanto, devido a certos fatores de maior complexidade e ao falecimento do próprio idoso, receberá apenas uma parte da recompensa total e não ela em sua máxima capacidade, no que concerne ao dinheiro.

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