Após a conclusão de uma das mais árduas e desafiadoras tarefas que um shinobi poderia encarar em sua vida, Torū, o destemido e valente guerreiro, encontrava-se, rotineiramente, sendo agraciado pelos membros da família que o adotou e pelos servos do majestoso castelo de Takeda, seu benevolente pai adotivo. Eles o presenteavam com as mais gratificantes oferendas e palavras de apoio, orgulhosos de sua recente promoção ao posto de chunin na vila da Nuvem. Ainda assim, apesar da gentileza daqueles que o cercavam, Torū permanecia taciturno e recluso. Sua alma, embora repleta de coragem e determinação, estava tomada por uma tempestade interna de dúvidas e questionamentos. Com base nas experiências relativamente desagradáveis que vinha tendo, ele pouco a pouco se fechava, evitando o contato com seus admiradores e se esquivando dos elogios que recebia.

Contudo, havia um membro da família que ainda não havia manifestado formalmente seus parabéns e gratificações ao jovem shinobi. Era Tarū, irmão de Takeda, um enigmático e misterioso homem que vivia em uma pequena aldeia nas redondezas da Nuvem. Embora os dois irmãos não fossem particularmente próximos, quando se tratava de Torū, o tio adotivo demonstrava um interesse especial em seu bem-estar e sucesso. E assim foi que, em uma tarde cinzenta e chuvosa, o enigmático Tarū apareceu na porta do castelo de Takeda, vindo de longe para presentear o jovem guerreiro. Foram algumas poucas batidas na porta que anunciaram sua chegada, mas a simples presença do tio adotivo foi suficiente para causar uma comoção naqueles que o cercavam. E com um sorriso enigmático nos lábios, Tarū entregou a Torū um presente que deixou o jovem shinobi sem palavras.


Torū; 1625/1625; 2175/2175; 000/300; 0/6;

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No primeiro instante de reencontro, Tarū adentrou o aposento trajando um manto negro que lhe conferia um ar ainda mais tenebroso. O jovem Torū recebeu o tio com um olhar alegre e um sorriso genuíno no rosto, sem, contudo, perceber a aura enigmática que pairava sobre o presente que o tio lhe entregou, um pergaminho completamente lacrado e até certo ponto secreto sem qualquer informação em seu lacre. Enquanto o menino manuseava o misterioso objeto, Takeda observava a cena a alguns metros de distância, sem ter sua presença notada por Tarū até aquele momento. O tio carregava em seu rosto um sorriso de canto, quase que evitando transparecer o orgulho que sentia do jovem rapaz à sua frente. Todavia, a paz do momento foi quebrada quando Takeda pigarreou, denunciando sua presença e se aproximando dos dois que ainda se mantinham à porta. O homem questionou ao irmão em tom rígido se o mesmo ficaria para o jantar, mas teve como resposta um olhar muito distante do amigável.

Em meio a esse clima tenso, Tarū abraçou o sobrinho e sussurrou algumas palavras em seu ouvido, alertando-o para que não revelasse o conteúdo do pergaminho a ninguém. A mensagem que o tio lhe confiou foi ainda mais misteriosa e sinistra: o garoto deveria procurá-lo na primeira curva da terceira montanha enevoada, assim que tivesse conhecimento acerca de coisas ocultas que estavam guardadas naquele lugar. Torū não podia dizer que havia entendido completamente aquelas palavras, na verdade a expressão de confusão em sua face evidenciava isso. Tarū despediu-se do sobrinho e deixou a residência, mas não sem antes dar adeus ao irmão em um tom ameaçador, deixando ambos envoltos em um clima de tensão e mistério. Enquanto isso, a mente do jovem shinobi se inquietava com a iminência de descobrir segredos ocultos que poderiam mudar o rumo de sua vida, e tudo que podia fazer era aguardar com ansiedade a hora em que se encontraria com o misterioso tio naquela montanha enevoada, em um cenário que parecia saído diretamente de um conto épico.


Torū; 1625/1625; 2175/2175; 000/300; 0/6;

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A serva suavemente fechou a pesada porta de madeira maciça, deixando Torū diante dela, imóvel como uma estátua. Ele segurava o pergaminho negro com reverência, um objeto que parecia conter segredos insondáveis. Seus olhos brilhavam com a curiosidade e a ansiedade que afloravam em sua alma. Mas a presença imponente de Takeda, seu pai adotivo, fazia com que ele se contivesse. Takeda, com seu olhar analítico, percebeu a tensão do rapaz e questionou-o sobre o que Tarū havia lhe dito. Torū, com habilidade inigualável, desviou das perguntas mentindo, alegando que o tio havia apenas feito um mistério para irritar o irmão. Takeda suspirou desaprovando a falta de transparência do filho adotivo, mas não insistiu no assunto. Um silêncio opressivo pairava sobre eles quando uma serva interrompeu, anunciando que o jantar estava servido. Takeda sorriu animado, lembrando a todos que Torū agora era um chunin e questionando se ele estava pronto para sua primeira refeição como um shinobi de classe mais elevada. Torū tentou se envolver na animação, mas sua mente ainda estava absorvida pelo pergaminho que guardava em suas vestes.

O jantar foi servido com alegria e risadas, com Takeda e seus filhos biológicos contando histórias de suas vidas emocionantes. Mas Torū permaneceu em silêncio, mal tocando em sua refeição. Quando Takeda notou sua apatia e perguntou se estava tudo bem, Torū mentiu, dizendo que estava com dor de cabeça e precisava descansar. Ele foi para seu quarto, trancando as portas e janelas com cuidado. Torū finalmente abriu o pergaminho secreto e leu-o, encontrando uma descrição minuciosa e fascinante de técnicas de manipulação de espaço-tempo de níveis extraordinários. A descoberta era incrível, mas por que Tarū daria aquilo de presente ao sobrinho adotivo? Torū estava determinado a descobrir a verdade. Ele passou toda a noite estudando aquele pergaminho, mergulhando em seu conteúdo com devoção. Ele estava destinado a se tornar um especialista em técnicas tão poderosas e misteriosas.


Torū; 1625/1625; 2175/2175; 000/300; 0/6;

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As primeiras linhas eram escritas num modelo mais antigo de linguagem, utilizando kanjis estilizados para expressar o conceito de espaço-tempo, remetendo a um tempo ancestral em que a arte da escrita e do conhecimento ainda eram sagrados. Torū, com seu intelecto invejável, não demorou a assimilar o conteúdo e o significado intrínseco de cada traço. A concepção de espaço-tempo descrita nas escrituras deixou-o maravilhado, era um sistema de coordenadas baseado na teoria da relatividade geral. Ali, o tempo e o espaço tridimensional definiam um "acontecimento", totalizando quatro coordenadas que diriam o local e a hora em que ele ocorreu, ocorre ou ocorreria. Era uma técnica de manipulação do tempo e do espaço que poucos shinobis conheciam, e cujo domínio lhes dava uma vantagem crucial sobre qualquer oponente.

Apesar de reconhecer o poder que aquelas técnicas conferiam, Torū manteve os pés firmes no chão, lembrando-se da relatividade das coisas e do quão difícil seria dominar aquela arte. Decidiu, então, não se deixar levar pela euforia e se dedicar integralmente a entender e dominar cada conceito daquele sistema. A leitura se seguiu por horas, Torū não apenas efetuava a leitura de maneira simplória, mas mergulhava profundamente em cada trecho, cada frase, cada informação ali contida, com a sagacidade de um mestre sábio e experiente. Ele analisava tudo com minúcia, compreendendo gradativamente o funcionamento e a forma como se desenvolveriam técnicas daquele cunho. O presente de Tarū fora, de longe, o mais impactante e valioso que aquela graduação lhe trouxe. Como forma de gratidão, Torū continuou ali, sentado em sua cama, dedicando-se incansavelmente a dominar cada aspecto daquele conhecimento, expulsando o sono de seu corpo com a grande determinação que tinha em assimilar tudo aquilo. Nada poderia detê-lo naquele momento, pois ele havia encontrado sua verdadeira paixão e não mediria esforços para conquistá-la.


Torū; 1625/1625; 2175/2175; 000/300; 0/6;

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A decifração daquele pergaminho antiquíssimo não poderia ser feita por mentes comuns. Era uma tarefa que exigia habilidades raras e coragem indômita, semelhante àquela requerida pelas mais arriscadas missões que Torū já havia enfrentado. A tempestade que irrompia do lado de fora de seu quarto parecia querer desviá-lo de sua árdua tarefa, mas o jovem shinobi se mantinha imperturbável, imerso em sua busca por compreender as complexidades daquele texto milenar. Enquanto as gotas de chuva caíam incessantemente sobre o telhado e os trovões ribombavam no ar, Torū se aprofundava cada vez mais nos intricados conceitos que envolviam o espaço-tempo. Cada linha, cada kanji estilizado, era analisado com minúcia e precisão, à medida que o rapaz desenvolvia uma percepção quase divina das forças que governam o universo. O sol já havia começado a despontar no horizonte quando Torū, exausto mas satisfeito, finalmente concluiu a decodificação do pergaminho. No entanto, mesmo com a missão cumprida, uma nova questão pairava sobre sua mente: os misteriosos segredos que seu tio havia deixado para trás.

Com um instinto férreo, o jovem shinobi percebeu que sua recente especialização no espaço-tempo poderia ser a chave para desvendar as incógnitas que ainda o intrigavam. Ele sabia que essa habilidade transcendental poderia permitir a ele a transposição de obstáculos aparentemente intransponíveis, inclusive aqueles que o impediam de descobrir a verdade escondida nas paredes do imponente castelo que se erguia em meio às sombras. Sem hesitação, Torū decidiu que iria adentrar em uma nova e mais perigosa jornada, desta vez em busca dos segredos que se ocultavam nas entranhas daquele monumento. Ele se levantou, determinado, e se preparou para desbravar os desafios que o aguardavam, armado com sua nova e inestimável especialidade no espaço-tempo.


Torū; 1625/1625; 2175/2175; 000/300; 0/6;

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