Um suspiro grave foi escutado pelos ouvidos do jovem médico de Kumogakure. O vento frio passava por seu rosto como se fosse navalhas que maltratavam sua pele seca a cada nova lufada. O Lan só não sabia afirmar se aquela sensação advinha da sensibilidade no seu corpo fraco ou somente da baixa temperatura que estava local.

Uma fina neblina surgia dando um ar mais melodramático para o cenário que estava surgindo na estrada que dava para a entrada de Kumogakure.

"Já faz algum tempo..." Pensou o cientista, frustrado com alguma coisa.

Lan ShuiXian estava bem mais diferente do que era lembrado pelos conterrâneos, mais magro e pálido, até seu cabelo parecia maltratado. Mas o que realmente tinha acontecido? Não teriam como afirmar a priori, fazia muito tempo que o outro tinha saído pelas portas de Kumogakure para suas expedições tradicionais a procura da cura de sua protegida e nunca mais foi visto.

Foram meses fora, meses de procura e depois de meses nada veio a adiantar. E ali estava o cientista em toda a sua sabedoria sem conseguir conquistar o que tanto almejava, juntando forças para vir a finalmente ter coragem de encarar a lápide de quem tanto tentou proteger.

Na mente do Lan só vinha as cenas com a irmã de seu amado. Todos os planejamentos que foram feitos para os seguintes anos de sua vida. Agora estava ali, em frente a uma lápide bem polida e reluzente com o nome do seu amado e ao lado a lapide com o nome da irmã mais nova dele.

- Eu fui tão prepotente, meu amor - Jogou ao vento enquanto olhava para cima, não percebendo lágrimas virem a começar a cair. - Quem sou eu para ter afirmado aquela época que conseguiria realmente o impossível? Olhe onde estamos agora. Perdi ti e tua irmã. Prometi que iria vir e não deixar acontecer com ela o que aconteceu contigo, agora eu to olhando para a lápide dos dois. que destino decadente! - Com a parte de trás da palma de sua mão o médico, em um ato até infantil, enxugou suas lágrimas, utilizando força para descontar sua frustração.

- E eu nem estava aqui! Eu passei tanto, mas tanto, tempo a procura de alguma coisa e não aproveitei nem os últimos momentos de vida dela. Entupi ela de tudo que era possível para prolongar a sua vida e que vida eu dei para ela! - Sua voz agora identificava uma irritação grande que já tomava conta de seu intimo e era expelida quando vociferava com ira. - Meses de cama e semanas vegetativas, grande coisa. Me desculpem. - Pediu ainda irritado.

- Eu não sei o que realmente falar para vocês, não sei afirmar quais caminhos eu vou seguir a partir de hoje. Mas uma coisa eu posso afirmar: Eu vou conseguir fazer o impossível! - O olhar determinado, apesar de todas lágrimas que ainda caiam, iluminou um pouco o rosto do Jounin que se curvou perante as lapides em saudação, logo de levantando e saindo do lugar.

Um suspiro grave saiu de sua boca, mas quente, fazendo uma pequena fumaça. Com a respiração declinando de agitada para lenta, o médico traça o seu caminho para sua residência. Tinha voltado a Kumo e agora necessitava se atualizar de todas informações.

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