Era uma paisagem que parecia ter sido tirada diretamente dos sonhos mais exuberantes e fantásticos. O País da Neve, com suas montanhas altivas e majestosas, elevava-se acima do mundo em uma dança deslumbrante de formas e cores. As montanhas, esculpidas pela natureza em uma obra-prima de precisão e beleza, pareciam estar sempre em movimento, mesmo que fosse apenas uma brisa suave que as tocasse. Seus picos nevados se estendiam até o infinito, apontando para o céu com um ar de desafio e mistério. A neve eterna que cobria as encostas, brilhava sob o sol como uma manta de cristal brilhante, refletindo sua luz intensa em todas as direções. Cada montanha, cada vale, cada curva e cada ravina parecia possuir uma história única, uma personalidade própria, que se revelava em detalhes e nuances. A vida, apesar de precária, prosperava em meio àquele ambiente hostil e desafiador. Os arbustos rasteiros, revestidos por uma camada de gelo fino e delicado, pareciam perseverar contra todas as adversidades. E os pequenos animais, como lebres brancas e raposas árticas, corriam ágeis e graciosos, em uma dança sincronizada com a paisagem. O ar era tão frio que parecia cortar a pele e gelar o sangue, mas a beleza daquele lugar fazia valer cada momento de desconforto. A luz do sol, que se refletia nas montanhas nevadas, produzia uma luminosidade ofuscante, quase mágica, que transformava a paisagem em um sonho. Nas pequenas vilas espalhadas pela região, as casas robustas, construídas com madeira e pedra, pareciam ser parte integrante da paisagem. Os telhados inclinados, que se estendiam até o chão, protegiam as casas do acúmulo excessivo de neve, enquanto as janelas pequenas, de vidro grosso e resistente, permitiam apenas uma tênue claridade. Mas era nas cavernas de gelo que a beleza daquele lugar atingia seu ápice. O gelo, que parecia esculpido à mão, formava estalactites e estalagmites, que se estendiam até o teto como um festival de cristais reluzentes. O reflexo da luz nas paredes de gelo criava um efeito mágico, transformando a paisagem em um conto de fadas vivo e em constante mudança. O País da Neve era uma terra de contrastes e surpresas, onde a beleza fria e implacável da neve se misturava à vida e à coragem dos seus habitantes. Uma terra para poucos, que sabiam apreciar a beleza em sua forma mais pura e verdadeira, onde a natureza se revelava em sua forma mais deslumbrante e exuberante.

A caravana de shinobis dos mais variados países adentrava o território gelado com coragem e ousadia, como se cada passo dado fosse uma afirmação de suas habilidades. A paisagem nevada, impiedosa, parecia desafiar a persistência do grupo, que seguia adiante em meio à tempestade branca. Os ventos cortantes chicoteavam seus rostos e corpos, deixando marcas em suas peles como cicatrizes da jornada. A neve soprava com violência, criando redemoinhos e turbilhões que envolviam tudo em uma dança frenética de flocos brancos. Os shinobis se agarravam uns aos outros, unindo-se em uma corrente humana que resistia ao embate dos elementos. Suas vestes negras, tecidas com habilidade e sabedoria, pareciam desafiar a branca neve, enquanto suas técnicas ninja garantiam a proteção contra o frio inclemente. Mas o vento, implacável, intensificou-se, ameaçando desestabilizar o grupo. As pernas cambaleantes, as mãos trêmulas, as forças exauridas. Era como se a nevasca tivesse tomado vida, transformando-se em uma criatura voraz que ameaçava devorá-los. Foi então que um homem de cabelos brancos chamado Byakko Hatake, com sua astúcia e coragem, teve uma inspiração. Ele convocou os seus companheiros para formar um círculo protetor, onde os corpos se fundiram em uma barreira humana. Como se fossem uma fortaleza de carne e osso, os shinobis resistiam ao poderoso ataque da natureza. A neve acumulava-se em suas vestes, criando uma camada espessa e fria. Mas, ali dentro do círculo humano, o calor corporal era compartilhado, mantendo-os aquecidos e vivos. A tempestade, enfim, passou, deixando para trás uma cena de desolação e perda. A caravana sofrera alguns danos materiais, mas a alma do grupo permanecia intacta. Eles haviam se unido em uma corrente de força e resistência, superando um dos mais difíceis desafios da vida nômade que haviam escolhido. E seguiam adiante, com a certeza de que, unidos, podiam superar qualquer adversidade.

A caravana liderada pelo jovem Byakko Hatake e sua esposa, a bela Hayao Namikaze - que por sua vez estava no fim de uma gestação - era uma visão impressionante. Eles pareciam destinados a enfrentar uma jornada repleta de desafios e perigos, com sua determinação implacável e coragem destemida. Eles haviam atravessado tempestades de vento gelado e superado os obstáculos do País da Neve com uma tenacidade sem igual. Agora, com a chegada iminente de seu filho, as preocupações e dúvidas começaram a afligir o casal. Byakko, um astuto shinobi conhecido por sua mente objetiva e pragmática, parecia mergulhado em um emaranhado de sentimentos e preocupações. As perdas materiais e emocionais que haviam sofrido até então pareciam pesar sobre seus ombros, enquanto ele questionava a sabedoria de continuar viajando com uma criança tão pequena e indefesa. Hayao, por outro lado, estava radiante com a chegada iminente de seu filho, mas ela também sabia que a vida nômade que haviam escolhido poderia ser perigosa e imprevisível, e que o bem-estar e a segurança do bebê deveriam vir em primeiro lugar. Ela olhava para Byakko com um misto de amor e preocupação, sabendo que a decisão que teriam que tomar seria difícil e dolorosa. Finalmente, depois de muitos dias de viagem, a caravana chegou à majestosa Aldeia da Nuvem, cercada por sua cadeias montanhosas exuberantes e habitada por shinobis experientes e recursos médicos de primeira linha. A segurança do bebê parecia garantida, e isso trouxe um alívio para o casal. Mas a tensão atingiu seu ponto máximo quando Hayao deu início ao trabalho de parto. A dor e o esforço da mãe pareciam espelhar as preocupações do pai, enquanto ele assistia a tudo impotente. A ansiedade deles parecia refletida nas nuvens escuras que cobriam o céu, anunciando uma tempestade iminente de inverno. Finalmente, com um grito estridente, o bebê nasceu. Saito, um menino de cabelos loiros e uma beleza indescritível, parecia trazer uma nova luz para o mundo. Hayao o segurou em seus braços, sentindo um amor profundo e incondicional pela pequena vida que havia trazido ao mundo. Mas Byakko, com sua mente objetiva e amorosa, logo percebeu que levar um bebê tão pequeno em viagens extensas seria uma sentença de morte para ele. As lágrimas brotaram de seus olhos, dividido entre o amor pela família e a necessidade de ser realista e priorizar a segurança do filho. Foi uma decisão difícil para o casal. Eles haviam sonhado em viajar juntos e descobrir novos horizontes como uma família. Mas Byakko sabia que precisava ser realista e priorizar a segurança de seu filho. Ele passou a procurar entre os shinobis da vila, buscando um lugar seguro para deixar Saito.

A caravana havia encontrado refúgio na pitoresca Aldeia da Nuvem, um lugar abençoado por paisagens majestosas e rica cultura. O ar rarefeito e a brisa fresca da montanha envolviam tudo e todos, proporcionando um ambiente de paz e tranquilidade. A luz dourada do sol poente dava às montanhas um tom de laranja e rosa, criando um cenário de beleza indescritível. Todavia, a iminência da partida fazia Byakko preocupar-se com o futuro de seu filho, o pequeno Saito. Os pensamentos se atropelavam em sua mente como uma avalanche, enquanto ele tentava imaginar qual seria o melhor caminho para garantir um futuro brilhante para seu amado filho. Afinal, Byakko era um homem de negócios astuto e destemido, acostumado a tomar decisões rápidas e eficazes. Por isso, ele decidiu empreender uma minuciosa investigação das pessoas mais capazes da Aldeia da Nuvem, buscando um lar para seu filho. Takeda, um renomado e sábio shinobi, chamou a atenção de Byakko por sua sabedoria, influência e educação incomparáveis. Ele vivia em um castelo ornamentado no centro do vilarejo, rodeado por uma aura de respeito e admiração. A mera menção de seu nome era suficiente para fazer com que as pessoas inclinassem a cabeça em sinal de respeito. No entanto, o que realmente conquistou Byakko foi a simplicidade e a humildade de Takeda, características que considerava essenciais em quem cuidaria de seu filho. Ele percebeu que, apesar de todo o poder e influência, Takeda mantinha os pés no chão e tratava a todos com igualdade e respeito. Finalmente, depois de muito ponderar, Byakko decidiu entregar seu amado filho nas mãos de Takeda. Em uma noite silenciosa, ele preparou um cesto especial, arrumando com todo o cuidado o enxoval do bebê e o deixou em um lugar estratégico onde sabia que Takeda passaria. A emoção transbordava em seu coração, enquanto ele se afastava, sabendo que aquele momento mudaria para sempre a vida de seu filho. Byakko observou com o coração apertado enquanto Takeda se aproximava do cesto e encontrava o pequeno Saito. Ele acompanhou todo o desenrolar da cena, com lágrimas nos olhos, sabendo que aquele momento seria um divisor de águas na vida de seu filho. Takeda pegou o bebê nos braços com delicadeza e cuidado, olhando-o com carinho e afeto. A luz da lua cheia banhava seu rosto, criando uma atmosfera mágica e inesquecível. Ao deixar a aldeia com sua caravana no dia seguinte, Byakko sentiu um misto de emoções, mas acima de tudo, uma sensação de alívio por saber que Saito, agora conhecido como Torū, seria criado por uma pessoa tão sábia e amorosa como Takeda e cresceria para ser um grande homem.


Torū; 400/400; 875/875; 0/5;

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