— Tsc, tsc... — bufava enquanto aguardava junto aos portões da aldeia. Se todos os participantes do vilarejo tinham recebido as mesmas instruções — e certamente estavam em posse do mesmo pergaminho — por que não estavam lá ainda? Chegar trinta minutos antes do horário determinado para qualquer compromisso era o mínimo para demonstrar alguma civilidade. Infelizmente, meus companheiros e companheiras não compartilhavam do mesmo comprometimento com a pontualidade. Ajustei minha gravata, garantindo que minha aparência estivesse impecável a primeira vista de quem quer que se juntasse a mim naquela espera. Ao longe, tive o vislumbre do meu próprio reflexo em uma superfície metálica com dizeres de bom presságio para os que chegavam e saíam da vila, e já eram incontáveis as vezes que tinha conferido meu próprio apuro naquele dia. Meu terno era azul marinho e a gravata amarela contrastavam em um equilíbrio perfeito de cores — era minha paleta de cores pessoal. A camisa branca por baixo e os óculos escuros davam outros tons ao conjunto, e meu sapato reluzia, perfeitamente lustrado.  Ah... mas o toque que tornava meu preparo tão único eram as abotoaduras da minha camisa, com o símbolo de minha família, e a bandana do vilarejo colocado em meu braço esquerdo, poucos centímetros abaixo da articulação do ombro. Cobertos pelo paletó, minha bolsa de armas presa a cintura a esquerda, para eu eu pudesse alcançá-la facilmente com a direita, e no bolso esquerdo, o pergaminho. Ótimo, só preciso esperar mais um pouco, e logo todos estarão aqui... Mas... haveria mesmo outros? Eu nem mesmo poderia dizer com certeza quantos me acompanhariam, mas era certo que, mesmo que eu não conquistasse nada naquele exame, eu seria o homem mais elegante de todo o evento. Continuei esperando, paciente, pelos que compartilhavam da mesma posição que a minha e que se juntariam a mim na tentativa de galgar um degrau acima.

Considerações gerais:

Mephis acordou com os primeiros raios de sol que se infiltravam pela janela de seu quarto. Ele se levantou lentamente da cama, sentindo o corpo um pouco dolorido após o intenso treinamento dos últimos dias. Com um bocejo sonoro, ele se espreguiçou e caminhou até a janela, observando a paisagem que se estendia além dela. Os raios do sol matinal pintavam o mundo com tons quentes de laranja e dourado, fazendo-o parecer ainda mais bonito do que antes. Foi quando uma ave inesperada se aproximou, pairando sobre ele, pousando na janela. Era uma ave falconiforme majestosa, com plumas marrons e olhos aguçados, porém de pequeno porte. A ave carregava uma mensagem, uma convocação para o torneio chunnin, na forma de um pequeno envelope amarrado na sua pata traseira. O jovem gennin aceitou a mensagem com tranquilidade, como se esperasse essa oportunidade há muito tempo. Ele não demonstrou emoção alguma, não deixando transparecer a empolgação que sentia. No fundo ele sabia que aquilo era um passo importante em sua jornada como ninja, era uma oportunidade para testar suas forças.

O garoto logo desceu as escadas e sentou-se na mesa. Começou a fazer anotações em um caderno, traçando diferentes cenários de combate e possíveis estratégias para cada um deles. Ele pensou nas habilidades desconhecidas de seus oponentes e imaginou formas de neutralizá-los, verificando seus próprios pontos fortes e fracos. Foi quando percebeu que havia perdido muito tempo planejando sua estratégia e, ao olhar para o relógio, viu que já estava atrasado para encontrar seu time no portão da vila. Ele rapidamente arrumou seus pertences e suas armas, ainda sem faltar com o cuidado, sabendo que qualquer erro poderia ser fatal durante o torneio. Vestiu seu traje inteiramente preto e partiu em direção ao portão da vila, onde se encontraria com os outros membros de sua equipe. Enquanto corria pelas ruas da aldeia, Mephis se preocupava com o tempo que havia perdido, desviando habilidosamente dos obstáculos e das pessoas que passavam apressadas ao seu lado. Ele podia sentir a adrenalina pulsando em suas veias e o vento batendo em seu rosto enquanto acelerava cada vez mais em direção à saída da aldeia. Mesmo com toda a pressa, o jovem shinobi não perdeu a concentração. Ele sabia que um ninja deve estar sempre preparado para qualquer situação e, por isso, mantinha-se alerta a todos os movimentos ao seu redor.

À medida que se aproximava do portão da vila, Mephis podia ver a sua frente os grandes portões de madeira que guardavam a entrada da aldeia. Ele acelerou ainda mais, sentindo a sua respiração ficar ofegante, mas não tardou para que chegasse aos portões.

Foi quando Mephis saltou com destreza sobre a barreira de madeira, pegando impulso no telhado de uma das casas e pousou do outro lado, em frente ao seu time. Com um sorriso bobo e cínico, ele começou a falar com uma voz descontraída — Yo! Perdão pelo atraso. — Ele brincou, tentando disfarçar o fato de que tinha se atrasado. Ele sabia que era um ninja, no geral, individualista e muitas vezes preferia agir sozinho, mas também entendia a importância do trabalho em equipe e sabia que precisava estar em sintonia com seus companheiros para ter sucesso no torneio.

considerações:
cansaço 0/3
537 palavras.

— Manteve-se cerca de tres (3) metros à frente do grupo. Estou imaginando o grupo ali perto do portão mesmo, ainda dentro da vila. Mephis apresenta um ar descontraído, mas ele é sério por dentro. Estamos aguardando mais pessoas se juntar a nós para então podermos ir a Tsukigakure.

HP: 225/225
CH: 425/425
ST: 00/03

adendos:

Jack Lee acabara de realizar um treinamento quando, inesperadamente, um ninja mensageiro surgiu, entregando-lhe a intimação para o Chunnin Shiken. Tal notícia o preencheu com um misto de grande entusiasmo, determinação, apreensão e receio. Era a sua tão esperada oportunidade de provar seu valor como ninja, mas ele próprio estava cheio de dúvidas e incertezas. Ainda não se sentia totalmente pronto para tal desafio. Todavia, operava-se um efeito quase que paradoxal em seu interior, e o tamanho das dificuldades serviam como combustível que alimentava a sua chama interior de ânimo. Apesar de sua natureza introspectiva, seus traços competitivos e ambiciosos o tornavam extremamente motivado em situações como essa.

E o dia chegou. Ó, dia tão esperado! Jack Lee saiu de casa com a empolgação de um jovem Genin em busca de seu futuro. Vestia o seu habitual quimono sem mangas em tom semelhante ao de uma azeitona, que contrastava com seus cabelos castanhos espetados. Enquanto prosseguia até os portões da vila, Jack Lee ouvia o canto dos passarinhos, que soava tão diferente; as nuvens incorporavam hora inimigos formidáveis, ora aliados fiéis na fértil imaginação do jovem ninja; até a brisa que incidia em seu rosto tinha mais gravidade e mistério. Tudo lhe comunicava apenas uma coisa: Chunnin Shiken!

Ao se aproximar dos portões da vila, Jack Lee pôde ver alguns genin já reunidos no local. Ele se aproximou e viu que eles também estavam se preparando para viajar. Deduzira que não seria o único a partir para a costa de Tsukigakure no Sato, mas ainda não conhecia ninguém com quem compartilhar essa jornada. Seus olhos avelãs, uma mistura de verde e laranja ou dourado, quase como os olhos de um gato, estavam atentos a cada detalhe e percorreram rapidamente as figuras diferentes ali presentes, buscando sinais de suas habilidades e personalidades. A tentativa era a de observar discretamente cada rosto, com cuidado, como se precisasse gravar cada detalhe em sua mente. Jack Lee, então, cumprimentou-os com um breve aceno de cabeça, e seu olhar se iluminou com uma faísca de entusiasmo. Ele percebeu a agitação e a expectativa nos rostos de seus colegas, e sentiu ser parte de algo maior.

Enquanto esperava o início da viagem, ele notou que estava cada vez mais ansioso e nervoso. Por isso tentou manter sua postura rígida e sua expressão serena, sem revelar suas emoções internas. Deu uma apalpadela em sua bolsa ninja, para se certificar de que não havia esquecido nada e apertou o nó de sua bandana, presa em sua cintura. Jack Lee partiria com todos assim que fosse dada a ordem.

Considerações:

Equipamentos (20/70):

Técnicas:

— Ah, sim. Estou aqui há uns minutos. Parece que estamos indo para o mesmo lugar, afinal. Também vou competir pela graduação. — em seguida, voltei a me virar para a superfície reflexiva que mirava antes, quando lembrei de me apresentar. — E, a propósito, eu me chamo Shinya. Seria um prazer maior conhecê-lo em outras circunstâncias, já que provavelmente seremos concorrentes... Mas é bom te conhecer de qualquer forma, Fuyuki. — em seguida, estendi a mão para cumprimentá-lo adequadamente, quando percebi que precisava olhar para baixo para olhar diretamente em seus olhos.
Na sequência, com o passar dos minutos e a proximidade do horário marcado para que chegássemos aos portões, outros foram se juntando ao grupo. Em seguida, uma garota que parecia uma caricatura de si mesma, com os cabelos mal arrumados e uma expressão azeda, e um jovem com uma enorme testa que podia ser vista a distância. Foi o único a nos cumprimentar ao aproximar-se.
— Não se preocupe... Parece que ainda temos que esperar alguém para nos acompanhar até lá. — Estamos atrasados!? Lamentável. Eu não tinha um relógio comigo, então não sabia se ainda estávamos dentro do horário. Para mim, o tempo parecia escorrer, lentamente. A ansiedade fazia com que cada minuto parecesse durar horas. A despeito dos modos com que o pobre coitado de testa enorme tinha se mostrado, minha primeira impressão a seu respeito não tinha sido muito feliz. Quanto maior a testa, mais obscuros os segredos, dizia a sabedoria dos mais antigos. Me parecia haver algo de cínico nele.
Por último, mais um garoto se juntava ao grupo, com um aceno discreto da cabeça, cumprimentando-nos. Já era mais do que as outras duas tinham demonstrado. Retribui o aceno, me mantendo no limite da educação — apesar de prezar pelas boas relações, não tinha intenção de ser expansivo ali, pelo contrário; permaneci observando, atento, a pequenos detalhes dos meus companheiros que pudessem ter alguma relevância mais tarde.

Considerações gerais:

Mephis ergueu os braços com um movimento fluido, levando as mãos ao topo da cabeça como se estivesse apoiando-se em um travesseiro invisível. Ele permaneceu assim, imóvel como uma estátua, enquanto suas roupas negras se moviam suavemente com a brisa suave que soprava.  A posição parecia natural para ele, como se fosse um gesto que fazia há anos, trazendo conforto e descanso mesmo em meio à agitação e ansiedade daquele momento. Seus olhos permaneciam fixos em um ponto distante, como se estivessem tentando decifrar algum mistério oculto no horizonte. Mas na realidade prestava atenção nos diálogos e grava o nome de seus aliados, isto é, dos que falaram. — Ei, vocês estão esperando o que? — Perguntou, dando-lhes as costas e partindo em viagem pra fora dos portões. — Ei quatro olhos, você vem? — Chamou Shinya para acompanha-lo. Seus passos eram firmes e decididos, deixando para trás a vila da folha enquanto adentrava a vasta floresta que se estendia diante dele.

considerações:
cansaço 0/3
165 palavras.

— Estávamos aguardando pessoas a se juntarem a nós para ir a Tsukigakure, agora com um bando maior suponho que já seja o suficiente. Mephis tomou as rédeas para sair do vilarejo, reciclando o assunto das conversas. Prestava atenção sobretudo na conversa de Shinya e Fuyuki. Estou saindo do tópico.

HP: 225/225
CH: 425/425
ST: 00/03

adendos:

A julgar pela monotonia dos minutos iniciais da espera, eu não esperava que o final se desenrolasse com tanta rapidez antes de partirmos.
— Não se preocupe, seremos justos uns com os outros, se acontecer. — sorri, tentando demonstrar segurança para o mais baixo, respondendo ao Fuyuki. De canto de olho, observava o menino que tinha se apresentado a nós, observando, atento, a nossa conversa mais do que parecia vigiar os demais. Não dei importância a isso, já que o propósito não era criar rivalidade entre nós. Por ora.
Inadvertidamente, a mesma figura se manifestou mais uma vez, dessa vez para anunciar sua partida.
— Honestamente, eu não sei. — refleti por um instante. De novo, precisei fazer uma pausa para ajustar minha gravata enquanto checava pelo reflexo se de fato estava alinhado. — Bom, é verda- — me detive ao perceber que um sétimo se aproximava para se juntar ao grupo. Ele não demorou a se apresentar como Sebastian, responsável por nos acompanhar até Tsukigakure, pedindo que nos apresentássemos antes de partir. — Eu sou Shinya… — mais uma vez, fui reticente, pensando se deveria dizer de que família vinha. Isso poderia conferir alguma vantagem sobre mim para os demais. — Shinya, senhor. — me mantive em postura ereta e rigorosa, embora ostentasse um semblante convidativo. Em seguida, o homem de cabelos escuros e repartidos continuava, depois de feitas as apresentações, pedindo para que nos apresentássemos em sair. — Sim, espero chegar no horário… Causaria uma péssima impressão se nos atrasassemos. Vamos. — segui o grupo de perto, atento a qualquer um que se dirigisse a mim.

Considerações gerais: