Após chegar em casa depois de um longo tempo no balcão do laboratório de Noboru para transplantar seu Tenseigan, Nezuko foi para casa guardar o recipiente com o Byakugan e decidiu deitar para descansar, permanecendo por longos minutos fitando o teto, tentando pensar nas novas possibilidades de habilidades que aquele olho transplantado poderia oferecer. Até o momento em que Yohma a presenteou com ele, ela sequer sabia sobre a existência dele e agora que o tem, não sabe o que ele pode fazer. Os minutos foram se passando e talvez tivessem virado uma hora, ela não saberia dizer, até que ela acabou sendo vencida pelo cansaço e pegando no sono.

Seu corpo estava cansado devido a viagem feita e também ao transplante que mesmo ela não tendo feito esforço algum, foi um estresse para o mesmo, afinal aquela foi uma situação nova que gerou uma tensão devido ao procedimento desconhecido por ela. Horas haviam se passado, o sol fraco do inverno já tinha dado lugar a lua que permanecia escondida atrás da densas nuvens que tomavam conta do céu, Nezuko acordou sentindo o incômodo do frio que tornava seus pés e mãos geladas por ter dormido sem a proteção de seu cobertor. Ao realmente despertar após alguns minutos, levou a mãe até o rosto e logo se deu conta que o estava sentindo novamente e naquele momento sentiu seu olho direito latejar e doer, não era uma dor insuportável, mas com certeza era um incômodo.

-Ai… - expressaria baixinho enquanto sentava e colocava a mão por cima da faixa que tapava o local - eu não esperava que fosse ser um incômodo desse depois daquela anestesia passar - comentava ainda baixo, conversando com ela mesma. Seu estômago começou a roncar, avisando que faziam horas que ela não se alimentava e lembrando que ela não tinha feito compras e que seu armário da cozinha tinha apenas biscoitos e guloseimas.

Ela esperou alguns minutos até que seu olho parasse de latejar e a dor diminuísse consideravelmente para que pudesse levantar. “Que horas são?”, pensava enquanto olhava pela janela e observava o céu azul escuro do lado de fora. “Será que tem algum lugar aberto pra eu poder comprar alguma coisa pra comer?”, voltava a pensar andando em direção a janela para poder observar o movimento na rua, mas logo percebeu que tudo estava escuro e o comércio inteiro estava fechado, inclusive a pequena lanchonete que tinha em frente a sua casa. “Deve ser bem de madrugada então”, concluía mentalmente enquanto ia em direção a cozinha.

A Hyuuga já sabia que não teria nenhum alimento “de verdade” em casa, mas mesmo assim decidiu abrir os armários encontrando apenas alguns sacos de batatinhas chips e alguns doces, incluindo pirulitos. Decidiu pegar um pirulito e um saco de chips e logo fechava o armário. Enquanto ia em direção a geladeira, tirou o plástico do pirulito e o colocou na boca, em seguida abriu a geladeira, confirmando que também estava praticamente vazia, tendo apenas garrafas de água, um leite aberto e uma garrafa de suco de uva. “Eu tenho que parar de esquecer de fazer compras”, pensava enquanto suspirava e pegava a garrafa de suco e voltava para o quarto. “Vou ter que me contentar com isso por hora, de manhã eu vou na rua e compro algo melhor pra comer”, pensava enquanto sentava na cama e começava a comer.

Levou longos minutos até que tivesse acabado de se alimentar e decidiu que seria melhor voltar a dormir, afinal aquela hora não tinha muito o que fazer a não ser ficar olhando pro nada entediada. Ao deitar sentiu seu olho latejar e doer novamente, talvez seu corpo ainda estivesse se acostumando com aquele corpo estranho que tinha sido transplantado horas antes. Dessa vez ela se lembrou de se cobrir com o cobertor para evitar ser incomodada pelo frio novamente, demorou quase meio hora até que finalmente seu olho parasse de incomodá-la e ela conseguisse pegar no sono novamente.

No outro dia ela acordou pouco depois das nove horas da manhã, seu corpo parecia estar totalmente descansado, porém seus olhos hora ou outra ainda doíam e latejavam, mas nada que fosse impossível de aguentar e não durava muito tempo. Ela foi até a rua, parou em uma padaria para tomar café e depois foi ao mercado fazer compras, levando praticamente uma hora para que estivesse de volta em casa e novamente não tivesse o que fazer, se obrigando a ficar de repouso até que seu corpo tivesse se acostumado com seu novo olho. Os quatro dias que se sucederam não foram diferentes, Nezuko continuava naquela mesma rotina pacata, fazendo algumas pequenas mudanças que consistiam em apenas andar por perto de casa. No final do quarto dia percebeu que já não sentia mais dores faziam horas, mas decidiu que iria tirar a bandagem apenas no outro dia.

O quinto dia finalmente tinha chegado, a Jonin acordou bem cedo, afinal os dias anteriores foram tão chatos que tinha dormido a maior parte do tempo, fazendo com que ela não tivesse muito sono para dormir até tarde. Logo ao acordar foi para o banheiro e ficou em frente ao espelho. “Como será que ficou em mim?”, se perguntava enquanto começava a tirar a faixa, levando apenas alguns segundos para terminar. Lentamente abriu o olho, tendo que piscar algumas vezes para se acostumar. Sentiu que realmente aquilo parecia ir consumindo chakra enquanto ativo, confirmando a fala de Noboru em seu laboratório logo após terminar o transplante.

A Hyuuga aproximou mais um pouco o rosto do espelho e observou o tenseigan, sua íris estava em um azul claro e pareciam ter algumas raízes brancas saindo da pupila em direção a extremidade da íris. ”Ele realmente é bonito”, pensava sorrindo e logo se afastava do espelho, ativando o Byakugan do olho esquerdo para testar se sua visão ainda era a mesma e logo comprovou que sim. “Engraçado, ele é bem parecido com o Byakugan, pelo menos nessa parte”, pensava ao perceber que continuava com sua visão de 359º e que conseguia enxergar através dos objetos. “Talvez, de certo modo, ele tenha alguma ligação com o Byakugan”, completava seu pensamento. O restante do dia ela continuou buscando descobrir as habilidade do Tenseigan, não obtendo muito sucesso. Quando decidia descansar, puxava sua bandana do lado direito para baixo para poder tapá-lo.

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