Chegando no porto, os olhos de Aoi brilharam em emoção. O extenso azul à sua frente que se perdia no horizonte deixou o ninja paralisado por alguns segundos. Já ouviu falar e até já viu representações em figuras ou imagens, mas aquela experiência presencial era totalmente diferente. A brisa salgada era muito bem vinda, refrescando seu corpo depois do esforço feito pra chegar até lá, e foi diferente de tudo o que já experimentou antes. O sorriso voltou ao rosto do shinobi, satisfeito pelo sucesso parcial dos seus objetivos.

Algumas outras várias pessoas faziam o mesmo trajeto que seu grupo, Aoi desviou-se de algumas delas pra evitar algum esbarrão ou algo do tipo. — Medo, medo eu não tenho não, Sensei. — disse confiante, mas, assim que pisou e sentiu o balançar da embarcação, sentiu que talvez não ia ser a melhor das viagens. O último aviso de Shizui foi óbvio, mas serviu para o Chinoike escolher melhor onde ficar: longe das bordas. Ele se sentou em um banquinho do barco, tomando um tempo para acostumar-se com o chão nada estável enquanto o responsável pelo grupo trocava algumas palavras com um senhor que comandava a embarcação.

A viagem foi tranquila, se não fosse pelo enjoo de Aoi ele teria aproveitado melhor a paisagem, mas até a chegada da névoa densa não foi percebida pelo gennin. Quando deu por si, já estava sem visão alguma para além da água que o circundava. Esse susto foi o bastante para que as náuseas recuassem, como se seu corpo entendesse que precisava ficar alerta, e finalmente conseguia transitar por aí sem muitos problemas, e assim ele o fez, se aproximando da parte mais posterior daquela barca. O grupo passava pela Ponte Naruto naquele momento, era possível ver apenas um pedaço dela ao olhar para cima. A construção parecia ser antiga mas muito bem preservada. O pouco que Aoi sabia sobre aquilo era o que tinha ouvido em notícias dos outros festivais dos anos anteriores, pareciam festejar a construção da ponte que uniu o País das Ondas ao País do Fogo, mas nada muito específico.

A névoa aos poucos diminuía e ao longe era possível perceber um porto, Aoi entendeu que estavam chegando e, portanto, se aproximou de Shizui antes do mesmo chamar pelos gennins. Ele assumiu a posição da esquerda e - finalmente - pisou agora em terra firme, encerrando por completo o mal estar que sentiu, finalmente chegaram no País das Ondas. O mais velho cuidava de toda burocracia necessária pra estabelecer o grupo naquela terra estranha, providenciou nossas identificações e um lugar para ficarmos até o próximo dia. Aoi caminhava pelas ruas curioso, olhando para os estabelecimentos e pessoas que cruzavam seu caminho, procurando descobrir algo diferente do habitual, mais especificamente comidas com boa aparência que estavam à venda.

No meio disso tudo, depois de passar por algumas vitrines que atiçaram o estômago de Aoi, adentrou em uma pousada que era administrada por uma jovem mulher. Os olhos verdes de Aoi foram de encontro com os da mulher algumas vezes. No rosto do ruivo, um sorriso gentil brotou como cumprimento. Estava aliviado que, mesmo com o grande volume de pessoas, ainda tinha espaço para seu grupo. Seguiu a mulher pelos corredores até chegar no quarto onde ficaria, ansiava deitar e descansar o corpo depois de uma viajem extensa. O Chinoike, porém, reparou uma coisa interessante antes de entrar no quarto. Seu Sensei, Shizui, pareceu vacilar quando a mulher tentava entregar as chaves para ele. Soltou uma risadinha abafada, o que provavelmente seria ouvida por todos ali devido ao espaço, mas se limitou a isso. "Vou guardar seu segredo Sensei" afirmou em pensamento com um sorriso travesso, enquanto imaginava o Jounin na posição de apaixonado.

Um último aviso foi dado pelo homem, e Aoi ouviu atentamente, mas no momento que a porta se abriu o gennin correu para uma das camas, largou sua mochila no chão próximo dos pés que sustentavam o móvel, e se jogou de cara no colchão. Permaneceu nessa posição enquanto sentia finalmente seus músculos relaxarem, agora que não precisava mais ir à lugar algum além do espaço do quarto, tempo suficiente para Shizui se retirar para um banho — Eu vou depois! — ele levantou a mão, ainda de barriga para baixo, anunciando a formação de uma fila para o banheiro. Passado poucos segundos, mencionada a possibilidade de pedir algo para comer, sua barriga roncou, indicando o óbvio para os demais ali presentes — Acho que vamos precisar de uma refeição sim — ele levantou a cabeça pra dizer para os outros e se ajeitou na cama, agora sentado no colchão — O que vocês sugerem? — o ruivo olhou para Reiji e Sebastian, curioso pelas respostas.

Considerações:

Aoi dormia um sono pesado, coisa que seu corpo implorava desde o momento que deitou-se pela primeira vez, tanto que os raios solares mal incomodaram o torpor estava submetido. A voz de Shizui, porém, causou um efeito diferente. Ainda em sonho, o ruivo ouviu ao longe como um leve sussurro carregado pelo vento, mas que gradativamente ia aumentando e ia desfazendo aquele mundo subconscientemente criado e que agora fazia menos sentido conforme os segundos passavam. E, na mesma fração de segundo que havia caído em sono, Aoi despertou. Meio entorpecido, coçou os olhos enquanto erguia o corpo da cama, para só então perceber que o som que ouvira era a voz do Sensei de seu time chamando os outros membros, ainda desmaiados.

— Bom dia — ele disse enquanto se espreguiçava inocentemente, sem perceber o que estava acontecendo. — Voltar? — indagou, ainda confuso, até que então viu que dos três, apenas ele tinha acordado. Em menos de um segundo toda a sonolência passou e num impulso ele saltou da cama, tratando de trocar suas próprias roupas antes de seguir as ordens do mais velho. O ruivo não era dotado de uma grande força, então se esforçou para seguir Shizui por todo o percurso que faria enquanto carregava a bagagem dos mais jovens, mas não falou nada, afinal, o outro carregava os dois garotos nos ombros.

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