O sol expunha-se na Vila Oculta da Folha. As primeiras movimentações da vila começavam a ouvir-se. Comércios a abrirem, pessoas a saírem à rua para comprar pão, viaturas a arrancar e a causar trânsito pelas estradas da vila; enfim, uma infinidade de coisas. Em minha casa, o despertador tocava tão alto que quase levantava os mortos. Desde há um tempo para cá que me levantava cedo, normalmente para treinar com os meus pais, mas hoje o motivo era outro. Devia encontrar os outros elementos integrantes do time para partirmos em direção ao País das Ondas, onde trataríamos de fazer de seguranças na celebração de aniversário da Grande Ponte Naruto, monumento esse muito conhecido pelo mundo todo.

A bagagem estava pronta desde o dia anterior, assim como as minhas vestes habituais com as quais me sentia confortável. Coloquei os meus equipamentos no devido lugar, verifiquei a última vez todos os meus pertences para ter a certeza que nada faltava e saí de casa após uma breve despedida dos meus progenitores. Notava alguma relutância neles em me deixar partir, mas eles eram ninjas, sabiam como as coisas funcionavam e que, eventualmente, iria ser sujeito a alguns perigos.

O caminho até ao portão não era longo e não demorei muito a lá chegar. Segui os trilhos comuns que todos seguiam, não podia começar já a cansar-me e saltar de telhado em telhado para chegar lá o mais rápido possível. Não sabia se ia ser o primeiro a chegar, na verdade até queria ser o último, mas eu ia chegar bastante cedo e, dessa forma, não teria que esperar por ninguém. Se tiver que esperar por alguém, será um saco, pensava eu. Conforme me aproximava do portão, pude notar a presença de um dos meus novos companheiros, o ruivo, cujo nome era Aoi Chinoike.

— Bom dia, Aoi! Como vai? Chegou há muito tempo? — cumprimentei, com um aceno na mão e um sorriso no rosto. — Não há sinal do sensei e do Sebastian? Espero que não demorem muito, atrasados comprometem o sucesso de qualquer tarefa. — prossegui com a minha fala. Após isso, coloquei a mão no bolso de onde retirei uma caixa com chicletes. Retirei uma e coloquei na boca, começando a mastigar. Após isso, estiquei a minha mão com o recipiente na direção do meu compatriota. — Quer uma? — perguntei simpaticamente, desejando por dentro que ele dissesse que não, pois seria menos uma chiclete que teria para saciar o meu vício.

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— Sim, isso mesmo. Tudo certo! — respondia ao jovem Chinoike que confirmava se tinha acertado no meu nome e ripostava com uma questão simples, mas sempre boa de se fazer. Simpaticamente convidou-me a sentar, abrindo algum espaço para mim. Ainda pensei em negar, pois achei que estava a incomodá-lo, mas tinha a certeza que ele insistiria e seria um saco estarmos ali a debater-mo-nos sobre se me sentaria ou não. O menino parecia procurar algo, mas, na verdade, não liguei e simplesmente deixei-o fazer uso da sua extroversão. Não havia sinal do nosso sensei ou do outro companheiro, contudo ambos mantínhamos a esperança que eles não demorariam.

Infelizmente para mim, o menino tinha pegado uma das minhas chicletes. Era menos uma que eu tinha para satisfazer o meu vício, mas enfim, não devia ser tão egoísta nesse aspeto, até porque o ruivo foi simpático ao ponto de me dar um seus pirulitos, alegadamente, um dos seus favoritos, de limão. Após isso, pareceu continuar a procurar por algo até que outra pessoa se começou a aproximar. Era o membro mais novo do grupo, Sebastian Sarutobi. Aoi antecipou-se em cumprimentá-lo antes que o mesmo chegasse, já eu esperei que o mesmo chegasse para não ter que elevar a minha voz.

Parecia que o menino só se lembrava dos nomes de um de nós, tendo se referido a mim como "Neural", não sabendo eu onde ele tinha ido buscar esse nome. — É Reiji Nara, não Neural. — iniciei, o pouco indignado pelo erro, mas sem o demonstrar fisicamente ou no tom de voz. — E bom dia! — continuei. Aoi e Sebastian trocaram algumas palavras sobre o nosso responsável ainda não ter chegado, mas tendo em conta a sua patente, ele estava ciente da sua responsabilidade e devia chegar entretanto. Ainda não estava atrasado, nós é que tínhamos chegado cedo demais.

Era notável que o garoto cuja idade era idêntica à minha estava bastante empolgado. Eu não conseguia estar tão empolgado quanto ele, embora tivesse obedecido às ordens do líder da vila e colocado algumas roupas de banho na bagagem. — Trouxe, mas os meus pais dizem que por aqueles mares há muitos animais selvagens marítimos, portanto não sei se nadarei. — disse, contando uma pequena mentira em jeito de brincadeira e com alguma ironia no tom de voz. O meu rosto manteve-se sério por uns segundos, mas depois prossegui com uma fala para eles perceberem que eu estava a brincar. — Estou a brincar. Certamente teremos tempo para tudo, segundo o Hokage, é nosso dever também nos divertirmos. — continuei. Depois, debrucei o meu corpo para trás, coloquei as mãos atrás na cabeça e fechei os olhos, voltando a falar. — Gente, que saco, esperar é tão aborrecido. Será que o sensei ainda demora? — concluí.

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O garoto ruivo era estranho, às vezes tomava atitudes constrangedoras que me colocavam numa posição que eu não gostava de estar; constrangido. Porém, parecia boa gente e empenhado nas tarefas que iria ter. Por vezes parecia querer ter piada ou chamar a atenção, parecia que tinha falta de maturidade, por outro lado, era com esse tipo de atitudes que mostrava o seu desejo por concluir com sucesso as ordens do líder da vila, mas apenas parecia focado na parte da diversão, colocando tudo o resto de lado. Enfim, certamente ainda tinha muito a descobrir dele e do meu outro companheiro, provavelmente estava a julgá-los erradamente ou, secalhar, na perspetiva deles, eu era quem estava errado ali; demasiado sério e focado no objetivo, sem conseguir pensar em divertir-me.

Apesar de tudo, estava a gostar daquela convivência entre nós os três, era o ideal para nos conhecermos, mesmo que muito calados. O tempo foi passando e eu mantinha postura de preguiça que me ajudava a relaxar. Porém, o sensei não aparecia e eu começava a ficar nervoso de tanto tempo de espera e a achar aquilo uma irresponsabilidade da parte dele. Já passava muito tempo da hora marcada e nenhum de nós conseguia ver a silhueta do homem.

Já passava bastante do meio dia quando vimos, finalmente, a silhueta do homem que faltava. Desculpou-se com uma noite mal passada, mas isso não era motivo suficientemente para chegar tão atrasado. — Boa tarde! — disse de forma convicta num tom de voz um pouco indignado. — Até que enfim chegou... — continuei, após um leve suspiro. — Se tudo correr bem e for como o Hokage falou, teremos tempo para descansar nesta viagem, portanto terá algumas noites para recuperar desta noite mal dormida, Shizui-sensei. — prossegui, num tom de voz mais assertivo e normal. — Bom, já estamos atrasados o suficiente, mas agora já estamos todos! Vamos? — atirei, levando-me do banco e esticando o meu corpo que já há muito estava sentado. Após uma resposta afirmativa ou ordem do sensei, partiria com o restante dos elementos em direção ao País das Ondas.

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