Diversas coisas aconteceram desde que me tornei um shinobi. Minha mãe faleceu, meus amigos morreram por causa da minha fraqueza, vi aliados morrendo diante dos meus olhos ao lutar contra inimigos, as atrocidades que Moira fez em nome de sua ciência, Jashinistas tentando destruir nosso mundo, e agora tinha a Hydra. Me sentia cansado, como se o meu eu atual fosse fraco e exitante demais para o mundo que vivíamos. Era necessário mais, muito mais.

Cada ocorrido tirava um pouco de mim, mudava meu jeito de pensar e de ver a vida. Passei a perceber que não tinha espaço para uma completa bondade no caminho de um ninja, pois as mortes de aliados tiravam um pouco dessa bondade. Era claro, ou você matava ou você sobrevivia, e até mesmo pessoas que um dia foram aliadas, poderiam se tornar inimigas. Tinha que mudar, e isso foi acontecendo aos poucos.

As diversas interações me deixaram mais sociável, e ver meus amigos morrendo sem poder fazer nada, me fez perceber que precisava fazer de tudo. Minha vida? Deixei de dar tanta importância a ela, agora meu lar era o que mais importava. Me sacrificar para que a paz reinasse, esse se tornou meu maior objetivo. Claro, não a morte, mas a vida do meu mundo.

O poder passou a ser meu companheiro, encontrando ao longo do meu caminho algo que me tornava cada vez mais forte. O Tenseigan foi a primeira coisa poderosa que obtive, mesmo que não pelas minhas próprias mãos. Se não fosse Takeshi, talvez nem mesmo descobriria o que esse doujutsu existia. O Kimera, um jutsu sombrio e obscuro que se tornou parte de mim. Me acostumar com ele, e com a ideia de roubar corpos não foi tão difícil. Para mim, a vida dos inimigos já não tinha mais tanta importância, se comparada às de cada ser com coração bondoso.

Tal poder me trouxe o primeiro corpo, um cuja Kekkei Genkai era forte o bastante para bater de frente com muitos inimigos. Meiton, conhecido como o elemento da escuridão. Um símbolo apareceu na palma da minha mão direita, deixando claro que aquele poder agora era meu. Me senti bem, mas ainda não podia dizer que sabia toda a extensão daquela habilidade.

Junto dessa habilidade genética, veio a descoberta das façanhas do Tenseigan. Nunca imaginei que sua força era tão grande quanto se mostrou ser. Até então era um simples doujutsu, mas quando ele realmente despertou vi que era muito mais que isso.

Durante toda a minha vida quis me manter quieto, viver minha vida tranquila sem aborrecimentos, mas entrar na academia ninja por necessidade transformou tudo isso de forma muito rápida. Não imaginei que hoje seria como sou, e talvez nem mesmo minha mãe. Talvez esse fosse o meu destino, trilhar um caminho de poder para o bem de terceiros.

Aos poucos passei a aceitar isso, e essa fagulha se tornou em labaredas ao receber três gennins como aprendiz. Nunca imaginei estar ao lado de três crianças como um sensei, mas o futuro de Konoha, e do mundo estavam nas mãos dos mais jovens. Senti a necessidade de ensiná-los, de uma forma um pouco mais suave que a que aprendi.

O mundo shinobi certamente os mostraria que era cruel, mas se dependesse de mim eles estariam preparados para qualquer situação. Suas vidas agora estavam sob a minha responsabilidade, então meu dever era protegê-los com todo o poder que tinha conseguido. Minha vida seria ofertada caso fosse preciso.

Evoluir era um objetivo intrínseco dos seres vivos, mas alguns acabavam trilhando um caminho sem fim. Nem todos tinham boas intenções, então o resultado era a desordem e o caos. No meu caso, se eu me tornasse alguém cheio de rancor, teria seguido esse caminho. Por sorte tive bons companheiros, mesmo que por pouco tempo. Agora, já não era mas que fui a anos atrás.

Aquela personalidade extremamente fechada, anti social e que não queria nada com nada deu lugar a uma em que interagia melhor com as pessoas, mas que também demonstrava um ar gentil e educado, mas tem em sério em alguns momentos. Agora era capaz de dar a minha própria vida pelo bem dos outros. Só de ver suas vidas sendo salvas, já seria o bastante.

Esse era meu novo eu, uma pessoa com fortes ideais e que não teria medo de lutar contra uma pessoa querida, se a mesma estivesse criando o caos no mundo, e trazendo a desordem par o lar. Evitaria guerras derramando sangue se fosse necessário, então passei a ser capaz de tudo, menos agir contra inocentes. Esse era meu novo eu.

Considerações: