Objetivos:
— Obter 100 pontos de Status

1127 palavras

Mais um dia de vida, mais um dia de tortura por parte da minha progenitora. Como tínhamos combinado desde o último treino que tinha realizado com ela, eu me dedicaria aos treinos intensamente e treinaria todos os dias. Uma vez por semana, eu teria de fazer um treino que me levasse aos limites das minhas capacidades.

Para hoje, tudo ia começar com uma corrida à volta da vila para aquecer. Para garantir que eu não parava ou desistia, a minha mãe iria fazer todo o trajeto comigo, ao meu ritmo, tentando puxar por mim e assegurar que o cansaço não levava a melhor.

Saímos de casa em direção ao extremo mais próximo da vila. Passamos para o lado de fora da mesma e começamos a correr à sua volta. Foi naquele momento que eu percebi o quanto a vila era grande, pois ainda não tinha feito nem um quarto do seu perímetro e já estava morrendo de cansaço e calor. Bebi toda a água que levei e mesmo assim não foi suficiente para refrescar o meu corpo. No entanto, por motivo algum eu deixei de correr. Podia ir num passo mais lento, podia ir a respirar como se fosse morrer, mas eu não parei por motivo algum.

Eu queria fazer de tudo para deixar os meus pais orgulhosos, mesmo ainda sendo um pouco preguiçoso e covarde, mas acho que estava a melhorar um pouco nesse sentido e a tornar-me mais empenhado. No regresso a casa, o pior chegou. Iria combater com a minha mãe, apenas usando jutsus e o combate corpo a corpo. Não tinha como segurá-la com as sombras por muito tempo a não ser que ela o deixasse. O meu pai seria o júri da partida e era visível no rosto dele o quão preocupado estava com o que viria ainda a acontecer.

O progenitor deu a ordem para que começasse e, sem demoras, a minha criadora partiu na minha direção socando com força no rosto, no estômago e acertando um pontapé no lado oposto do meu rosto. Não conseguia acompanhá-la de forma nenhuma, pois ela era bastante rápida. Tinha de pensar numa estratégia ou levaria golpes até cair. De seguida, mais um conjunto de golpes físicos que me deixaram ajoelhado.

Afastou-se, dando-me algum tempo para respirar e me recompor. — Estou à espera que me ataque, portanto vou-lhe dar alguns segundos para pensar na sua estratégia. — disse ela, parada enquanto olhava na minha direção e esperava alguma atitude. Com alguns ferimentos que resultariam em nódoas negras, a minha cabeça só pensava em estratégias com as sombras que, certamente, não funcionariam, pois ela conhecia bem as nossas técnicas.

Todas as minhas habilidades eram as do clã Nara. Eu não sabia mais nenhum ninjutsu ou era sequer bom com taijutsu. — Você sabe que eu só sei técnicas que usam as sombras, que não terão qualquer eficácia em você. — disse com alguma irritação no rosto. De facto, era algo que eu tinha de me melhorar, mas ainda não tinha tido oportunidade para explorar outras vertentes. — Fazemos assim: você ganha se me conseguir apanhar com alguma das suas sombras. — respondeu ela, facilitando então os meus pensamentos. Desta forma, eu só precisaria de apanhá-la com as sombras e mantê-la presa nem que fosse por um segundo.

Fiz alguns selos de mão e soltei várias finas sombras a partir da minha na direção da minha progenitora, tentando alcançar a sombra da mulher com alguma delas. Porém, a minha mãe sabia exatamente como combatê-las. Os movimentos dela mostravam isso. Movia-se de forma que as minhas sombras nunca alcançassem a sombra dela, pois encontrava-se sempre no lado oposto pelo qual eu atacava.

Sabendo isto, dividi as finas linhas de sombra para que atacassem por lados opostos. As minhas mãos controlavam o movimento delas com a vontade que eu tinha no cérebro. A esta técnica aliei ainda o Kagemane no Jutsu para criar uma sombra principal mais grossa, contudo, continuava sem o sucesso que eu desejava ter.

Por vários minutos, eu usei repetidamente cada uma dessas técnicas. O resultado era sempre o mesmo; não conseguia alcançá-la. Começava a ficar cansado e o chakra a escassar. Ela era inteligente o suficiente para perceber isso, então aproveitou-se da minha concentração em tentar apanhá-la, de estar cansado e de ter baixado a guarda para me atingir com mais um conjunto de golpes físicos bastantes dolorosos e que me jogaram alguns metros para trás.

Contudo, naquele momento, eu pude perceber que ela me atingia sempre usando o chão para se movimentar e correndo na minha direção, mesmo que eu não pudesse acompanhar os seus movimentos conseguia ver a marca das sandálias shinobi no chão. O meu chakra já estava escasso, mas ainda sobrava um pouco para a estratégia que tinha em mente e que seria a única forma de eu conseguir superá-la.

— Você não é tão forte quanto eu pensei ou está apenas se contendo por eu ser seu filho, hein? — perguntei, enquanto me levantava e limpava o sangue que saía do meu lábio rebentado. — Olha, a formiga já tem catarro! — respondeu, usando um provérbio popular e rindo-se juntamente com o meu pai do que eu tinha dito. — Você vem de novo ou vai ficar só olhando, mãe? — provoquei novamente, já de pé, embora visivelmente cansado e ferido.

— Bom, parece que vou ter de o fazer desmaiar outra vez. — disse ela, partindo para cima de mim numa velocidade impossível de acompanhar enquanto eu já fazia alguns selos de mão. A mão dela tinha ficado a uns três ou quatro centímetros do meu rosto, mas estava parada, o que era sinal de que o meu plano tinha resultado. Quando abri os olhos, pude ver um extenso círculo negro à minha volta que me tinha como epicentro. A minha progenitora tinha sido apanhada no Shadow Field Imitation Technique. Com mais um solo, tornou toda aquela esfera única numa sombra que me unia á minha mãe.

— Parece que a apanhei. — disse com um sentimento de orgulho no rosto, embora exausto. Ao fim de alguns segundos, não consegui segurar mais a sombra e o meu corpo cedeu às dores e ao cansaço, caindo sobre os joelhos. Contudo, tinha um sentimento de dever cumprido. A minha estratégia era fazer a minha mãe correr na minha direção para me atacar e apanhá-la com aquela maravilhosa técnica que abrangia uma área significante.

No final de tudo, tinha sido um belo treino e consegui superar a cabeça da minha mãe, embora não a tivesse superado como ninja e ela tivesse pegado leve. Contudo, já era uma evolução e algo do qual me devia orgulhar. Tudo o que me restava agora era deixar a minha criadora cuidar dos meus ferimentos e descansar, pois eu tinha levado os meus níveis de chakra mesmo ao limite.

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