Sunagakure ainda despertava do silêncio da madrugada enquanto Aizen caminhava pelas ruas arenosas da vila, o manto escuro envolvendo sua figura esguia. O peso da busca pelo assassino de sua mestra havia se tornado um fardo silencioso, um combustível que queimava lentamente sua paciência. Por anos, Aizen manteve-se estrategicamente focado, sua mente afiada como uma lâmina. Mas agora, após superar as barreiras de sua própria psique, ele sentia que estava pronto para encarar essa jornada. O encontro com o ancião, mais uma vez, parecia inevitável. Ele era um elo crucial entre o passado de Aizen e o futuro que o ninja construía meticulosamente. Encontrou o homem no mesmo lugar de sempre, a luz filtrada pelo teto de pedra da casa simples dando um ar de tranquilidade ao ambiente. — "Você superou muito, Aizen," disse o ancião, sua voz calma, mas carregada de preocupação. "Mas ainda há algo que você busca, não é?" — "Sempre haverá," respondeu Aizen, com uma frieza que mascarava a intensidade em seus olhos. "A justiça pela minha mestra. Não descansarei enquanto aquele que destruiu minha família não for encontrado." O ancião suspirou, pensativo. Após um longo momento de silêncio, ele pegou um pergaminho pequeno, desgastado pelo tempo, e entregou a Aizen. — "Recebi isto há anos, mas nunca soube o que fazer com a informação. É apenas uma pista, mas acredito que pode te levar na direção certa. Um nome, um lugar... algo para começar." Aizen leu atentamente. O nome no pergaminho era de um mercador itinerante conhecido por trabalhar para grupos obscuros. A última localização registrada era um mercado nas bordas de Sunagakure. Sem perder tempo, Aizen agradeceu ao ancião e desapareceu na poeira da vila, determinado a seguir o rastro deixado pelo assassino.

Os dias seguintes foram de vigilância e persistência. Aizen encontrou o mercado indicado, um espaço caótico de tendas e mercadorias que mudavam de mãos constantemente. Ele observou cada rosto, cada movimento, procurando qualquer pista que o levasse ao informante. Contudo, a tarefa era árdua; o deserto não apenas engolia o rastro de seus alvos, mas também testava sua paciência. Cada dia começava com o sol abrasador e terminava com o frio cortante das noites de Suna. Aizen, no entanto, não se permitia fraquejar. Sua mente era uma fortaleza inabalável, guiada por sua obsessão. Ele não apenas buscava vingança, mas também respostas que pudessem preencher as lacunas deixadas pelo assassinato de sua mestra. Após dias de investigação infrutífera, Aizen decidiu expandir sua busca para além do mercado. Seguiu rastros no deserto, explorou cavernas ocultas e interrogou mercadores e informantes menores. Em cada local, encontrava mais perguntas do que respostas. No entanto, a persistência de Aizen o levou de volta à vila. Algo em seu instinto lhe dizia que estava perdendo o óbvio.

Foi em uma tarde aparentemente comum que o acaso finalmente sorriu para Aizen. Enquanto caminhava pelas ruas movimentadas da vila, algo chamou sua atenção. Um homem comum, misturado à multidão, passou por ele. Mas não era o rosto do homem que chamou a atenção de Aizen — era uma tatuagem. Uma marca que ele reconhecera de descrições nos relatos antigos que encontrara em sua busca. Era o símbolo de um grupo clandestino ligado ao submundo de Suna. Aizen não hesitou. Seguiu o homem, mantendo-se nas sombras e fora do alcance de suspeitas. Ele observou o informante interagir com outros na vila, seus movimentos indicando um grau de familiaridade com os cantos mais obscuros de Sunagakure. Com paciência e estratégia, Aizen acompanhou o homem até uma pequena hospedaria na borda da vila. Naquela noite, enquanto as estrelas brilhavam intensamente no céu do deserto, Aizen continuou sua vigília. Ele esperava o momento perfeito para confrontar o informante, determinado a extrair dele as informações que precisava. Mas o destino tinha outros planos. Ao perceber que o informante estava prestes a se encontrar com outros indivíduos suspeitos, Aizen decidiu agir.

Movendo-se silenciosamente, Aizen observou o informante sair da hospedaria e caminhar pelas ruas escuras da vila. A perseguição era um jogo que ele dominava; cada passo, cada movimento era cuidadosamente calculado para evitar ser detectado. Quando o homem saiu dos limites da vila, indo em direção às dunas do deserto, Aizen soube que o momento havia chegado. Ele acelerou o passo, fechando a distância entre eles. Mas o informante, talvez pressentindo o perigo, olhou por sobre o ombro e viu Aizen. Sem perder tempo, começou a correr, desaparecendo entre as formações rochosas que cercavam a área. Aizen seguiu, movendo-se com precisão e rapidez, determinado a não deixar seu alvo escapar. Ao virar uma curva entre as rochas, Aizen percebeu que o informante não estava mais sozinho. Quatro outros homens o esperavam, todos armados e prontos para lutar. Era uma armadilha. Aizen parou, avaliando rapidamente a situação. Os cinco homens se posicionaram ao redor dele, tentando cercá-lo. Mas ele não recuou. Em vez disso, permitiu que um sorriso frio cruzasse seus lábios. — "Vocês acham que podem me parar?" perguntou, sua voz carregada de desprezo. Ele assumiu sua postura de combate, o brilho vermelho de seu Ketsuryūgan iluminando levemente a escuridão. A batalha estava prestes a começar.

A duna silenciosa se transformou em um campo de tensão insuportável quando Aizen, cercado pelos cinco homens, lançou a bomba de fumaça ao chão. Uma explosão abafada enviou uma nuvem densa ao ar, envolvendo os oponentes em uma escuridão temporária. Com seu Ketsuryūgan ativo, Aizen enxergava perfeitamente através da névoa cinzenta, enquanto seus oponentes eram engolidos pela confusão. Movendo-se com a precisão de um predador, Aizen atacou o mais próximo, uma lâmina de aço cortando o ar antes de encontrar o pescoço do homem. O golpe foi rápido e letal; o brilho vermelho nos olhos de Aizen foi a última coisa que o oponente viu antes de sua cabeça ser separada do corpo. O sangue manchou a areia, um lembrete vívido da brutalidade da batalha. — "Um já foi," murmurou Aizen, sua voz fria como o aço. Os outros três não perderam tempo. Assim que a fumaça se dissipou, lançaram-se contra ele, cada um de uma direção diferente. Era uma formação coordenada, uma tentativa de explorar as brechas em sua defesa. O primeiro golpe veio da direita, uma espada descendo em um arco rápido. Aizen desviou, mas o movimento o deixou exposto ao chute do oponente à esquerda, que o atingiu na costela com força suficiente para fazê-lo recuar alguns passos. Ele grunhiu, ignorando a dor, enquanto o terceiro oponente já formava selos de mão, preparando um jutsu de fogo. Aizen rapidamente concentrou chakra em sua lâmina, que brilhou em um tom elétrico. Quando o jutsu de fogo foi lançado, ele cortou através das chamas com um movimento preciso, a eletricidade dissipando a técnica antes que ela o atingisse. Ele avançou imediatamente, direcionando seu ataque ao usuário do jutsu. — "Raiton: Hiraishin!" com um toque rápido no peito do oponente, Aizen canalizou uma poderosa corrente elétrica que percorreu o corpo do homem. O inimigo gritou em agonia antes de cair no chão, inconsciente. Os dois restantes se entreolharam, agora mais cautelosos. Aproveitando o momento, Aizen ativou novamente o Ketsuryūgan, concentrando seu olhar em um deles. O brilho vermelho hipnotizou o homem, que hesitou, suas mãos tremendo ao soltar a espada que segurava. Aizen não desperdiçou a abertura; ele avançou com precisão letal, lançando outro jutsu. — "Raiton: Jibashi!" uma rajada elétrica explodiu de suas mãos, atingindo o inimigo com força total. O impacto foi devastador, jogando o homem para trás, onde ele caiu inerte na areia. O último adversário, agora sozinho, hesitou por um momento antes de investir com um grito de guerra. Ele lançou uma saraivada de golpes rápidos com sua lâmina, forçando Aizen a recuar e defender. Aizen desviava com dificuldade, o suor escorrendo por sua testa enquanto cada movimento exigia um esforço monumental. Finalmente, Aizen encontrou uma abertura. Com o Ketsuryūgan, ele lançou uma ilusão momentânea que fez o inimigo vacilar, seus movimentos hesitantes e confusos. Aproveitando o momento, Aizen atacou com um golpe decisivo, sua espada cortando a cabeça do homem antes que ele pudesse reagir. A areia, agora misturada com sangue, parecia pesada sob os pés de Aizen. Ele respirava com dificuldade, o corpo ferido e exausto, mas seus olhos brilhavam com determinação. Do outro lado do campo, o informante assistia à cena, sentado, com um sorriso de desprezo no rosto. — "Eu realmente achei que eles conseguiriam te deter," ele zombou. Aizen limpou a lâmina ensanguentada e olhou para o homem com um brilho frio nos olhos. — "E eu achei que você seria mais esperto," respondeu Aizen, movendo-se em direção ao próximo confronto, enquanto o brilho do Ketsuryūgan incendiava a noite desértica.

Aizen respirava com dificuldade, o sangue de seus oponentes ainda fresco na areia ao seu redor. O informante, agora seu último adversário, levantou-se devagar, com um sorriso confiante nos lábios. — "Você chegou até aqui, mas é o fim da linha." Antes que Aizen pudesse responder, o homem chutou areia diretamente em seus olhos, cegando-o temporariamente. Ele recuou instintivamente, esfregando os olhos enquanto sentia o mundo ao seu redor girar. A dor e a exaustão já o haviam levado ao limite, e agora a cegueira era mais um obstáculo em uma luta que parecia impossível. O golpe seguinte veio rápido e certeiro. Um chute forte atingiu suas costelas, fazendo-o cambalear e quase cair. Outro soco acertou seu rosto, deixando seu nariz a sangrar. Aizen tentou reagir, mas o impacto seguinte, uma cotovelada em seu abdômen, fez com que ele se dobrasse de dor. Aizen rugiu, sua raiva tomando conta. Ele esfregou os olhos desesperadamente, limpando a areia enquanto esquivava de mais um golpe por puro instinto. Finalmente, sua visão voltou, ainda embaçada, mas suficiente para que ele ativasse novamente seu Ketsuryūgan. O brilho escarlate emanou de seus olhos enquanto ele fixava seu olhar no oponente. Um genjutsu tomou conta do homem, que parou por um momento, hesitando. Aizen tentou aproveitar a abertura, mas o cansaço extremo e a dor pulsante em todo o seu corpo o fizeram tropeçar. O oponente quebrou o genjutsu rapidamente e voltou a atacar, forçando Aizen a recuar mais uma vez. — "Você está acabado," zombou o homem, lançando outro ataque. Mas Aizen não se deixaria abater. Ele concentrou o que restava de seu chakra, imbuindo sua lâmina com relâmpagos. O som de trovões ecoou na noite, e a lâmina brilhava intensamente, uma manifestação de sua determinação e da escuridão que agora aceitava como parte de si. Quando o homem avançou novamente, algo estranho aconteceu. Aizen viu uma sombra se materializar ao seu lado. Era densa, quase palpável, e tinha uma forma que parecia um reflexo distorcido de si mesmo. O informante não parecia notar a presença, mas Aizen sentiu sua força aumentar. A sombra estendeu um braço, segurando a mão de Aizen que empunhava a espada. A sensação era fria, mas reconfortante. — "Você é parte de mim," murmurou Aizen para a sombra, um sorriso de aceitação surgindo em seus lábios. Com um grito de determinação, ele avançou para o choque final. A colisão das lâminas ecoou como um trovão pelo deserto. Aizen pressionou com toda a sua força, e a sombra parecia amplificar sua determinação. O aço do oponente começou a ceder, e, com um último impulso, Aizen quebrou a lâmina do inimigo, cortando-o mortalmente em um único movimento. O homem caiu de joelhos, o sangue manchando suas roupas. Aizen, ofegante, ativou seu Ketsuryūgan pela última vez naquela noite. — "Diga-me... quem é o assassino da minha mestra?" O homem, com seus últimos momentos de vida, sussurrou apenas uma palavra, um nome que Aizen não reconheceu de imediato. Mas antes que pudesse processar completamente, seu corpo cedeu ao cansaço e às feridas. Ele desmaiou na areia, cercado pelos corpos e pelo sangue de seus oponentes. Quando o sol nasceu no horizonte, seus raios quentes despertaram Aizen. Ele abriu os olhos lentamente, a luz ofuscando sua visão. O cheiro de sangue e ferro preenchia o ar enquanto ele se levantava com dificuldade. Todo o seu corpo protestava, mas sua mente estava fixa em apenas um pensamento: a caçada continuaria. Coberto de sangue, ele caminhou de volta à vila, sua determinação renovada mesmo em meio à exaustão. A noite havia sido um lembrete de sua escuridão, mas também de seu poder.