Dia sete de academia. Uma semana havia se passado desde que a jovem Artemis entrou na Academia Ninja de Kirigakure escondida de seus pais. Os motivos pelos quais sua família não queria que a garota se envolvesse em assuntos do mundo shinobi ainda era um ponto completamente desconhecido para a jovem, mas, um dia, ela se sentiria apta a buscar a verdade por trás de tais motivações. Os primeiros dias de aula foram sensacionais, um mundo completamente novo desabrochava diante de Artemis, brilhando os seus olhos a cada pergaminho que lia e a cada nova lição. Ela ainda não entendia direito o motivo de estar em uma turma especial, apenas que tinha relação com o que está em seus olhos, chamado de Kekkei Genkai, uma linhagem sanguínea passada entre gerações dentro um clã. Por essa razão, foi encaminhada para uma turma diferente das demais dispostas na academia, com outros colegas também portadores de linhagens sanguíneas poderosas. Poderia Kirigakure estar selecionando tais indivíduos para um treinamento de elite?

No sétimo dia da academia, completando uma semana desde sua inscrição, a professora da turma havia resolvido fazer uma dinâmica entre os possuidores da mesma Kekkei Genkai. - Prestem bem atenção. Hoje iremos verificar o quão longe vocês conseguem ir com a Kekkei Genkai de vocês em comparação com outros do seu mesmo clã e nível de poder. Lembrem-se que isso não é uma competição, mas um teste que funcionará para melhor definirmos a sinergia entre todos vocês. A sensei da turma retirou da gaveta de sua mesa alguns instrumentos e ferramentas de diversos tamanhos e forma, orientando para que os alunos lhe acompanhassem até um pátio reservado na academia. No gramado, as crianças foram dispostas em duas fileiras com dez indivíduos cada, sem qualquer tipo de ordem de sexo ou poder, a princípio. - Todos os membros do clã Hyuga, caminhem até aquele quadrado. Eir apontou para uma marcação em forma de quadrado no chão, onde dois alunos se locomoveram.

- Artemis, vamos! Temis devolveu um olhar de dúvida e questionamento à professora. Ela não era do clã Hyuga, afinal, nem mesmo sabia o que isso significava. Eir aproximou-se da garota, abaixou-se e olhou para ela. - Querida, você não sabe que faz parte do clã Hyuga? A jovem Temis balançou negativamente a cabeça, causando uma mudança de expressão na sua professora. - Veja bem. O clã Hyuga é uma família muito poderosa e importante oriunda originalmente de Konoha, a vila oculta da folha, que fica muito longe daqui. Os Hyuga possuem poderes incríveis e invejáveis por qualquer um. Com esses mesmos olhos que estão em seu rosto, eles conseguem visualizar todo o sistema de chakra de um ser a usar sua visão telescópica para rastrear coisas em distâncias enormes. Além disso, são conhecidos como os únicos capazes de interagir com os tenketsus do nosso corpo, uma espécie de pontos vitais do nosso sistema de chakra. A explicação da professora gerou um misto de empolgação, mistério e tristeza em Artemis. Por que ela teve que descobrir isso apenas na academia ninja? E o pior, por que seus pais não possuíam nenhum vestígio de branco em seus olhos? - Ao final de sua jornada na academia, recomendo fortemente que visite a biblioteca do vilarejo para aprender mais sobre as capacidades e poderes do clã Hyuga. Aprender mais sobre eles significa aprender mais sobre você mesma, Artemis. Agora vá, para o quadrado.

Outras duas garotas de olhos brancos compartilhavam o mesmo espaço que Temis, mas a cor da pupila era a única coisa em comum que possuíam, sendo diferentes em todo o restante de seus físicos. Alguns minutos foram o suficiente para que toda a classe estivesse separada em grupos. Algumas duplas, outros trios e apenas um quarteto, o que indicava uma boa variedade de linhagens sanguíneas presentes na turma. - Muito bem, agora escutem. Quero que vocês prestem atenção tanto a mim quanto ao grupo que estarei guiando. Passarei instruções a cada grupo de forma individual, mas é importante que vocês acompanhem o progresso para que tenham noção da capacidade dos seus colegas, tudo bem? Primeiro vocês quatro. Yoton, certo?

Eir virou-se até o único quarteto dos grupos ali presentes e sussurrou algumas instruções para eles. Os dois meninos fizeram alguns selos e cuspiram meia dúzia de esferas de lava endurecida de suas bocas, o que fez o restante da classe retribuir com uma salva de palmas. Em seguida, entretanto, as duas meninas tiraram o fôlego de toda a turma. Também tecendo alguns selos, uma torrente de lava de alguns metros de comprimento foi expelida em conjunto pelas garotas, derretendo uma árvore próxima. - Muito bem! Todos vocês estão de parabéns! Os colegas de Artemis e a própria ficaram maravilhados pela demonstração de poder das crianças. Assim, Eir se dirigiu ao próximo grupo.

Meia hora depois e havia chegado a vez dos Hyuga. Artemis havia aprendido a ativar o seu Byakugan apenas recentemente, quando a própria Eir lhe havia ensinado. Ambas as garotas que estavam com ela viraram-se de costas e fecharam seus olhos, Temis seguiu. - Agora respondam, em conjunto, quantos números estou segurando na minha mão? Os olhos de Artemis tentavar focar no que sua professora havia pedido, mas sem muito sucesso. Depois de algum esforço, quando a imagem já estava mais nítida, foi impedida de responder. - Um! As duas meninas falaram ao mesmo tempo, o que deixou a jovem mestiça constrangida por ter sido a única a não passar propriamente no teste diante da turma. Seu constragimento, entretanto, não possuía qualquer fundamento, visto que nem uma criança sequer havia reagido com comentários maldosos ou risada diante de seu erro. Muito pelo contrário, as outras duas Hyugas lhe deram dicas de como se concentrar no ponto alvo, o que arrancou um sorriso de Artemis. - Vamos lá, novamente! Dessa vez confiante e focada, os olhos da jovem Proudmoore encontraram as mãos de Eir com facilidade e naturalidade, funcionando naturalmente como uma extensão da sua própria visão. - Oito! Responderam as três meninas. Uma salva de palmas sucedeu a fala. Foi um dia feliz para Temis.