Chozen Senju
HP: 1100/1100 • CH: 2450/2450 • ST: 01/07 • CN: 000/400
"Equilíbrio."
Sabia da existência de crimes envolvendo adoradores de Jashin em Kirigakure. Havia recebido a tarefa de ajudar na solução daqueles conflitos sempre, independente do horário que ocorressem. Vagando pelas ruas de Kirigakure, o Tokujo pudera ouvir um burburinho sinistro e estranho, que vinha através de um grupo de pessoas que se moviam em direção a um dos becos. Não tinha total certeza, mas imaginava que algo ruim poderia estar para acontecer. Já era de madrugada, e ele estava retornando de seu treinamento. Dificilmente encontrava com moradores comuns naquele horário, e principalmente em um grande número. As ruas sempre eram extremamente vazias e gélidas, e naquele momento, até mesmo o ar estava mais quente, carregado por uma fumaça fina, indicando que havia fogo. O Senju passou a pensar um método de segui-los, mas sem que eles percebam. Desta forma, pôde levantar o olhar aos céus, passando a inalar aquele ar pesado.
Não era segredo que era fogo, mas parecia muito com o cheiro de quando queimavam papéis e derivados, e não algo de fato específico para a criação de fogueiras ou coisas do gênero. Suspeitava, é claro, pois naquele horário, acreditava que criminosos poderiam estar aguardando para roubar ou até mesmo realizar seus crimes sem que os identifiquem. Por sorte, o Senju estava passando por ali naquele momento. Assim que entravam em uma das laterais daquele grande beco, o Senju avançava até que chegasse mais próximo da entrada em questão. Ficando escorado em uma parede, percebia que havia três homens e um adolescente. O adolescente, de voz mais fina, suplicava. Nas palavras que ele usava, queria ser livre para decidir. Contudo, para os outros, ele era obrigado a seguir Jashin, pois morava no mesmo bairro que eles e todo o bairro o cultuava. Era bom saber disso, pois precisava investigar melhor aquilo. Um dos homens, então, visou atingir o adolescente com uma barra de ferro, e quando ouviu o barulho, saiu do local de onde estava, iniciando um avanço aos três. Quando perceberam a presença dele, dois dos rapazes correram pelo beco, enquanto o da barra visou atacá-lo, mas conseguiu esquivar. Quando esquivou, aproximou-se e desferiu um soco na região do estômago alheio, e quando o corpo encurvou com o impacto, pôde levar a canhota aos cabelos alheios, levantando seu rosto e apertando-as. Nisso, indicou para que o adolescente se afastasse.
Quando ele se afastou o suficiente para que não visse o ocorrido, o Senju avançou com o homem em direção a parede do local, desferindo uma nova joelhada no estômago, mas não deixou com que o tronco baixasse, apenas o prensou contra a parede com o cotovelo. ──── Para aonde os outros foram? ──── Proferiu, e não demorou para obter a resposta. Eles iriam para o bairro mais afastado da cidade. Era o suficiente. Retirando uma kunai de sua bolsa, tratou de fincá-la na canhota alheia, levando a mão contra uma caixa de madeira que estava ali, o prendendo. Visaria delegar para que o prendessem, pois cometeria um crime ao menor.
Conforme o prendeu com a kunai, se distanciou e solicitou para que o adolescente avisasse às autoridades. Não demorou, e um jounin chegou ao local, parabenizando o Senju por prendê-lo, mas delegando duas novas missões para ele: ele deverá ir até o bairro dos ocorridos, encontrar o líder e prendê-lo. Depois de prendê-lo, partiria para a outra missão. Nesta missão, ele deveria salvar crianças que estariam presas em cativeiro por aquele líder, que iria oferecê-las a Jashin, e deverá trazê-las até às autoridades, para que encontrem seus pais. Acreditava que ele ia as oferecer na expectativa de ser levado, como as pessoas que outrora o Senju havia presenciado em Amegakure.
Não demorava muito para que chegasse até o bairro dito pelo cultuador. Conforme fora adentrando ao bairro, a primeira imagem que via fora algo inusitado. Diferentemente dos demais bairros de Kirigakure, aquele aparentava ser mais obscuro. Onde todos estavam dormindo, ali, as luzes, em sua grande maioria, estavam acesas, e aquilo o preocupara. Por que estavam acesas, afinal? Além do mais, em uma das maiores casas do local, conseguia ver duas mulheres se distanciando dela, com os olhos chorosos e as feições abatidas, aparentando estarem abaladas, também conseguia identificar, mesmo que ao longe, alguns hematomas, o que deveria indicar que elas acabaram de sair de um embate. Mas contra quem? Começaria a vasculhar pelo bairro, mas atento nas mulheres que saiam de lá, passando-se por morador, enquanto andava.
Esperou que elas se distanciassem de lá, e não demorou para se aproximar. Os passos eram calmos, quietos e cuidadosos, andava um passo de cada vez, indo pelas espreitas, e observando os arredores em todo o percurso, pois não queria ser detectado. Quando enfim pôde chegar na grande porta do local, imaginando que deveria manter a descrição, resolveu preparar uma “armadilha”. Na entrada da porta, o Senju retirou sua bandana e deixou-a lá, dois passos de distância da porta. Nisso, desferiu três toques e rapidamente escondeu-se em uma pilastra ao lado. Não demorou, e um rapaz, um pouco mais velho que Chozen, abriu. Ao abrir, caminhou até a bandana, a segurando. Foi o tempo necessário para que Chozen utilizasse de sua velocidade máxima (22 m/s) e desferisse um soco na região da nuca alheia, o que o fez cair e desmaiar. Pegou sua bandana novamente, a amarrou e entrou na casa. Assim que entrou, recebeu uma pedra na sua direção, mas conseguira desviar. Novamente, utilizou de sua velocidade e chegou ao encontro do mais velho, que provavelmente era o organizador de tudo aquilo. Sem repudiar, tampouco piedade, fora letal. Quatro socos bastaram para que ele caísse, todos em sua força máxima. Após tê-lo deitado ao chão, o prendeu com a própria bandana, amarrando seus punhos e o deixando ao chão. Havia o prendido, é claro, mas não o levaria ainda para lá: precisava do paradeiro das crianças. Uma parte da missão havia sido concluída. Todavia, restava a segunda parte. Aguardaria pelo inimigo retomar a consciência para seguir com a outra parte dela. Nesse tempo, escondeu o corpo que havia derrubado anteriormente.
Quando ele acordou, o Senju fora rude e direto: ele o levava até as crianças, ou morreria ali mesmo, junto de toda a família e todo aquele bairro. Não pôde ir contra, e resolveu que o levaria até eles. O levantou, indicando para que andasse, e afirmando que caso ele gritasse ou agisse de forma suspeita, morreria sem sequer terminar o ato. Eles andavam pela própria casa do rapaz, iam para uma sala extremamente escura, e lá pudera ver uma única vela acesa, que dava para o porão. Ainda o segurando com a canhota e indicando para que andasse na frente, o Senju adentrou junto ao mais velho, e começavam a descer as escadas. Enquanto desciam, o local parecia ser enorme, muito estranho, e bastante úmido, o suficiente para deixar o ar gélido. Quando chegaram ao fim das escadarias, uma surpresa: três guardas estavam no local, todos com machados afiados e grandes, utilizavam-se de máscaras embranquecidas e rasgadas, possivelmente para que não fossem identificados. Quando viram o Senju com o líder deles preso, não demorou para irem para cima. O Tokujo, por sua vez, tratou de empurrar o líder contra a parede, o fazendo ficar sem ter como ajudá-los, até pelas mãos amarradas.
O primeiro golpe veio. Um corte em diagonal, mas que fora facilmente esquivado por Chozen, que utilizava de sua velocidade máxima para isso. Assim que desviava, tratava de desferir um poderoso soco na região do rosto do primeiro agressor. O impacto fora forte o suficiente para fazê-lo andar para trás. Nisso, o segundo agressor, o maior, largou seu machado e tentou envolver Chozen em um abraço por trás, mas que fora contra-atacado pelo rapaz, que saltava para cima e desferia de um chute na região do queixo alheio, também usando de sua força máxima, o que o fazia desmaiar na mesma hora. O terceiro agressor, em conjunto ao primeiro, corria para ele, ambos com os machados, e Chozen, que havia finalizado um, os confrontou. Como era mais rápido, saltou e desferiu uma voadeira na região do peito do terceiro agressor, o fazendo bater contra a parede com a cabeça. Ao outro, restou apenas receber uma metralhadora de socos, foram cerca de dezesseis, todos na região torácica, que o fez desmaiar pela dor incessante dos ataques do Senju. Ao finalizar, retornou ao líder, que estava assustado pela habilidade do ninja. Juntos, foram até o fim daquela sala, e lá havia uma porta. O líder indicou onde estava a chave, e ele abriu. Doze crianças estavam lá, saíram dali, e seriam guiadas por Chozen até o andar principal. Tratou de levá-los às autoridades, junto ao criminoso e líder daquela espécie de culto. No caminho, enquanto segurava o criminoso, havia indicado para que as crianças fossem quietas, e elas apenas o seguiam. Quando chegavam no devido local, o jounin indicava conclusão de ambas as missões por Chozen, ainda o parabenizando por concluir três missões em uma madrugada só. Indicaria, ainda, que iriam prender os demais envolvidos ao culto e que as crianças seriam levadas aos seus pais. O Senju poderia retornar a descansar pelo resto da madrugada, ao menos.
Os anos se passaram. Exatamente dois anos. Nesse período, Chozen continuou com seu incessante treinamento, porém, além disso, buscou inquietamente encontrar respostas pelo sumiço de seu colega de time, Ichiro, que era dado como morto, mas nunca fora de fato concretizado. Em meio a esse tempo, o Senju encorpou, cresceu e se tornou mais experiente, além de possuir novos ideais. A busca pelas respostas ainda não havia sido cessada, portanto ele havia recebido uma nova missão: impedir a fuga de um assassino em Kirigakure. Obviamente, ele fazia pelo bem de seu povo, porém, em seu íntimo, acreditava que ele poderia estar ligado ao sumiço de seu companheiro de time, e por isso iria atrás.
Ainda que cedo da manhã, o Senju estivera disfarçado. Usava de vestimentas costumeiras de um cozinheiro, inclusive um avental embranquecido, e estava “fazendo um bico” em um pequeno restaurante que ficava perto da saída da vila. Ainda usava máscara no rosto, deixando apenas os olhos expostos. Era o combinado com o dono do restaurante, para que conseguisse impedir a fuga do dito assassino. Fontes ligadas a ele informaram anteriormente às autoridades que ele passaria por ali, no período da manhã, e que estaria utilizando vestes na cor azul. Prontamente, o Senju observava cada um dos que passavam pelo portão. Homens, mulheres, crianças, todos, sem exceção. Um movimento extremamente suspeito fora visto de soslaio pelo Senju: um homem, ele era alto e magro, mas aparentava ser forte, caminhava com uma faca na altura da cintura. Só poderia ser ele, até pela descrição física e pela cor de seus cabelos alaranjados. Sem repudiar, o Senju retirou sua máscara e saltou em frente ao homem, indicando para que ele parasse e que virasse, e afirmando que estava preso. O assassino, que fora sádico, gargalhou alto, saltando para cima de Chozen, desferindo cerca de oito socos diretos na direção do Senju, que se defendia e contra-atacava com uma nova leva de socos. Era nítido que o assassino também tinha uma técnica referente a batalhas, porém, o Senju tinha um treinamento melhor.
Sabendo de sua alta velocidade, não tardou para que ao receber um golpe na região do tórax, segurasse a mão alheia e a entortasse, a esticando e eventualmente desferindo um potente soco na região do cotovelo, o quebrando. Nisso, segurou-o pelo pescoço e indagou sobre os assassinatos. Não demorou, e ele confessou. Eram quatro assassinatos, e nenhum deles era o que ele esperava. Todos eram idosos, e tinham um mesmo padrão; todos eram idosos em que viviam sozinhos, sem os familiares, alvos “fáceis”, talvez indicando a deficiência em querer ser o predador quanto aos mais frágeis. Ainda sem respostas, aguardou para que uma autoridade chegasse ao local, e quando o mesmo jounin de outrora chegara, ele acabara por se apoderar da situação, junto a outros dois jounin, visto a capacidade de luta do assassino. Proferiu ao Senju que ele havia concluído com a missão, e agradeceu por tê-lo capturado. Um novo êxito na missão, mas uma nova falha em descobrir sobre o amigo. De todo modo, o jounin o chamou ali, naquele mesmo instante, e resolveria informá-lo sobre uma nova missão que ele deveria realizar.
Em sua nova missão, o Tokujo teria uma tarefa um tanto complexa, já que não soubera se entraria em confronto físico ou não: ele deveria escoltar um banqueiro que sairia da vila, e iria até um pequeno vilarejo. Deveria levá-lo até lá, e ele permaneceria lá, não precisaria trazê-lo de volta. Tendo isso designado, o Senju partiu ao encontro do banco da vila, e lá pôde ver quem seria a pessoa que ele escoltaria, pois já o aguardava. O banqueiro em questão estava em uma carroça, recheada com ryous, e ele era um tagarela de primeira. Não demorou para que começassem a se dirigir para o tal pequeno vilarejo ao lado de Kirigakure, e em meio ao deslocamento, o banqueiro tratava de expor diversas histórias de sua vida. Filhos, esposa, os irmãos seguindo carreiras distintas, e o Senju, que apesar de não estar querendo entrar em uma conversa, tratava de acentuar sempre que necessário e prosseguia com o assunto.
O banqueiro seguia sentado em sua carroça, enquanto o Senju o acompanhava ao lado, caminhando. Durante o percurso, conseguia ouvir que aos arredores havia alguns ninjas. Não identificava quantos, pois não tinha tal capacidade, mas havia visto de soslaio a presença de um, e observava que não eram tão cuidadosos, pois, em meio as ações alheias, um deles havia derrubado algo de ferro, o que fez com que o Tokujo ficasse completamente atento. Apesar de atento, imaginou que o banqueiro não havia percebido, e preferiu que ficasse assim; ele só precisaria saber se eles de fato atacassem a carroça, pois precisaria entrar em ação. Eles continuaram o percurso por cerca de vinte minutos, e não os atacaram. Ainda que atento, estranhou isso, mas deixou para que pensassem que ele estava desatento. Mas o ataque tinha que vir. Em determinado momento, quatro rapazes saltaram em frente da carroça, indicando para que parassem e que era um assalto. Antes de uma ação alheia, o Senju, que havia aprendido com o tempo a jamais deixar com que atacassem primeiro, tratou de avançar em velocidade máxima (22 m/s) ao encontro do bandido mais distraído do bando, retirando uma kunai de sua bolsa ninja e fincando na altura do peito do rapaz. Após fazê-lo, não demorou para retirar a kunai e virar-se aos demais, saltando na direção dos três e se aproveitando de sua velocidade para que pudesse desferir diversos golpes neles. Entre socos e chutes violentos em sua força máxima, o Senju acabou por nocauteá-los e, além disso, tirar a vida alheia. Não sentia remorso, pois, assim como aprendera em um passado próximo, se eles tivessem a chance, com certeza acabariam retirando a vida daquele banqueiro que, por conhecimento do Senju, tinha família, e muitos outros ficariam entristecidos. É claro, eles também tinham, mas entre um Kirinense chorando ou um alheio, ele obviamente optaria em fazer os outros chorarem. Quando encerrava com eles, tratava de seguir calmamente a vida, indicando para que o banqueiro continuasse o caminho, e o banqueiro, que poderia achar aquilo tudo estranho, acabara comemorando e, é claro, fazia diversas piadas sobre a situação.
Conseguiria chegar no pequeno vilarejo, e assim a escolta havia sido feita. Assim que visse que ele estivesse completamente bem lá, sairia do vilarejo e retornaria para sua vila, visando reportar às autoridades que havia concluído a missão. Chegaria ao Jounin e informaria ao rapaz, que o parabenizaria e o deixava livre para o restante do dia. Como antigo aluno do Mizukage, Chozen tinha um certo respeito em prol dos demais militares da vila, e tinha uma boa relação com eles. Apesar das missões concretizadas, ainda tinha perguntas que não foram respondidas nesses dois anos que se passaram, e que possivelmente jamais seriam.
- Considerações:
2682 palavras.
Objetivo: Passar o Time Skip de 2 anos e completar 5 missões rank B.
O ponto de stamina contabilizou pelo uso de força máxima e velocidade máxima.