A convocação não fora uma surpresa. Não após os eventos ocorridos em Chori no Sato.
O massacre presenciado na colônia estaria para sempre gravada na memória da jounin, tal como agora estava as palavras do ninja que encontraram por lá. Apesar de guardar desconfianças se a ação fora mesmo cometida por Kirigakure, Mei não descartava tal possibilidade, e também não esqueceria de cobrar essa dívida caso se confirmasse verdadeira.
Se Violle Grace estivesse por trás do ataque, Ogosho o mataria com as próprias mãos.

Após organizar seus equipamentos e se certificar de que estaria tudo certo, Mei foi até o quarto de Megumi, que dormia como se não houvesse qualquer tipo de problema no mundo. Era ainda um bebê, mas crescia rápido, ela notou. Vendo-o ali, envolto em toda aquela paz, a jounin se recordou das palavras que disse para Yuta, seu novo aluno. Se havia quem pudesse levar uma vida pacifica no interior das aldeias, era graças aos shinobis que mantinham o cordão de fogo ao redor das fronteiras, mantendo o mau afastado. E para zelar pela manutenção dessa paz, Mei daria tudo de si – assim, quem sabe, seu sobrinho poderia crescer em um mundo um pouco mais pacifico.

— Cuide bem dele — ela disse para Madame Kokushi, a senhora que ela havia contratado como babá. Em seguida deixou a mansão Ogosho, em direção aos portões da vila.



"Ala o mané", Shukaku disse, enquanto se aproximavam da comitiva que partiria para o País das Águas.

Não foi difícil identificar a figura do Raikage ali parado, esperando por seus shinobis. Shukaku não gostava dele por não gostar de ter alguém como figrua superior a eles, mas Mei, por sua vez, era favorável ao Sandaime. Um sorriso brincou em seus lábios quando constatou que a Sombra do Relâmpago fora a primeira a chegar, tal como deveria ser. Também ficou satisfeita quando ele a chamou para conversar – sendo quem era, Mei gostava de receber atenção das pessoas certas. Afinal, quem não gosta de ter seu esforço reconhecido?

A revelação de que Kazuha era um usuário do Hiraishin foi uma surpresa agradável, o que colocava novos fatores na equação estratégica da equipe. Era a primeira vez que Ogosho conhecia outro usuário da lendária técnica do Deus Voador do Travão (se excluirmos o monge que a ensinou), embora, devido a sua fama, era de conhecimento geral que o Hokage também a possuía e usava amplamente.

— Não tenho escolha senão concordar, Raikage-sama — ela disse, entregando a ele duas de suas kunais marcadas com seu selo do Hiraishin e pegando a dele. — Embora essa seja uma visita diplomática, não há como confiar em Kirigakure. Não após o que ocorreu em Chori, que ainda será cobrado, se me permite dizer. Se as coisas saírem do controle, darei meu máximo para que a nossa gente consiga sair de lá com vida, ao menos isso eu posso garantir. — Embora fosse uma grande promessa, a jounin estava confiante quanto a isso. Desde Chori, seu poder havia fugido da curva, subindo exponencialmente até beirar – ou ultrapassar – o que era humanamente possível.

Ela aguardaria a chegada do restante da comitiva, esperando ver Yuta entre eles. Em parte, levar o garoto seria um risco para ele, mas ela também considerava que seria um bom aprendizado. Caso ele aparecesse, ela iria falar com ele, o chamando para próximo de si.

— Olá, Yuta-kun — diria, em seu tom de voz gentil. — Conseguiu descansar bem desde nosso último encontro? Temo que a viagem será longa, espero que não fique enjoado com facilidade — sorriu, se referindo ao fato de que a maior parte teria que ser feita de navio. Mexendo em sua bolsa de armas, ela tirou outra de suas kunais, a entregando ao garoto — Essa kunai é especial, ela carrega um selo quepermite me teletransportar até ela, então quero que a mantenha sempre junto a você, e não a use a menos que eu diga para fazê-lo. E se eu disser, precisa ser exatamente como eu falar, ok? — Ela aguardaria pela resposta dele antes de prosseguir. — É provável que você acabe conhecendo uns caras bem fortes quando chegarmos lá, então tente manter o bom-senso nas suas ações, e não faça nada para se colocar em risco. Essa é uma oportunidade única de aprendizado, embora não se possa confiar tão levianamente em Kirigakure, e o mesmo vale para Konohagakure. — A perda de Otogakure ainda era uma mancha na honra nacional, uma que, sobretudo os ninjas mais velhos, não esqueceriam com tanta facilidade. ao final ela iria sorrir, deixando um pouco de lado o tom sério que havia adotado na última frase para tentar passar um pouco de confiança: — Mas eu confio totalmente em você.

Quanto todos estivessem reunidos e o Raikage fizesse seu discurso final, Mei pariria com todos os outros rumo ao que o destino lhes reservava.

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