Angell Hyuuga Hattori
[ HP: ????/???? | CH: ?????/????? | CN: ???/??? | ST: ??/?? ]
[ Byakugou no In: ???/??? | Byakugou no Jutsu: ??/?? ]
[ Hachibi: ????/???? ]
Por mais rápida que tivesse sido, a azulada notou a reação agressiva de Shion à ativação de seu Tenseigan, que, junto do murmúrio e da menção ao estilo de combate dele, além do preparo quase que imediato para a continuação do treinamento, puderam lhe deixar bem claro que algo finalmente havia despertado nele. ...apesar de todos aqueles indícios serem de lembranças ou ímpetos ruins ao invés de bons.
Angell se mantinha quieta, observando com ainda mais atenção do que o esteve fazendo até aquele momento as movimentações e reações de seu pai, que, por um instante meio longo demais para os padrões comuns dele próprio, também esperou de forma paciente, mas, depois, enfim avançou. O punho direito cerrado dele se aproximou rapidamente do rosto da azulada, que continuava parecendo que não responderia. ...sim, só parecendo; conforme Shion se aproximava mais e mais, ela concentrava uma boa quantia de chakra em sua palma direita, levemente retraída, enquanto a canhota ainda permanecia inerte, e já se preparava para disparar uma rajada de vácuo característica dos Hyuuga à queima-roupa no centro do abdômen alheio.
Porém, Shion parou de repente, ao que tudo indicava, graças a um ruído estranho vindo de dentro de uma mochila largada mais afastada de ambos. A azulada deixou seu chakra se dispersar no ar, enquanto notava seu pai vislumbrar o pingente em forma de lobo em seu colar e desfazia a pose que tinha tomado para avançar contra si, primeiro, abaixando a mão direita, que lhe golpearia, junto da canhota, que parecia pronta para aparar algum possível contra-ataque. ...e o que aquilo devia significar? Reflexos? Instintos? Predições? Naturais ou baseados em experiências passadas?, das quais, talvez, a mente consciente não conseguisse se lembrar, mas o subconsciente e o corpo, sim?
Conforme Shion voltava mais uma vez a se afastar, Angell desativava seu Tenseigan e seu Doton: Choukeijuugan no Jutsu, e ainda agarrava seu pingente. Bonitinho, não; precioso. Preciosíssimo. Assim como quem havia lhe presenteado com ele, por mais que já quase dava a entender que nunca se lembraria disso. ...sobretudo porque, agora, voltava a lhe chamar de “gatinha”, exatamente como o havia feito quanto não lhe reconheceu, nem ao ser chamado de papai, quando tentou lhe assassinar.
– Shi-... Hanzo. – Angell murmurou. – O prazer foi meu.
E assistiu Shion partindo.
“Você vai deixá-lo ir assim?”, Gyuuki protestou.
“Vou.”, mas ela respondeu de prontidão. “Não há muito que eu possa fazer agora. Já foi um grande avanço ele não me hostilizar por todo esse tempo, não acha?, principalmente depois de ter tentado me assassinar... Então eu vou precisar ser mais lenta e discreta se quiser mesmo chegar a algum resultado, no mínimo, decente.”
“Discreta? Você? Hah!”
“...sei que vou precisar me esforçar mais. Ele é um lindo rei de apenas 18 anos, que tem alguns problemas consigo mesmo. Eu sempre estive aqui para ajudá-lo, mas ele sempre pertenceu a outra pessoa. Eu cobri milhas e milhas e acabei na porta dele; tive-o tantas vezes, mas, de alguma forma, quero mais. Não vou me importar em passar todos os dias do lado de fora, ali na esquina, na chuva torrencial, se puder procurar pelo rapazinho do sorriso quebrado e perguntar se ele quer ficar por um tempo.”
“...às vezes a sua motivação me assusta.”
“Não se assuste, não, Gyuuki.”
A azulada tentou sorrir, mas não se sentia alegre – tampouco tranquila – o bastante para isso, apesar de estar descontraindo um pouco com o hachibi naquele momento. Quando Shion voltaria a ser quem foi antes? Quando se lembraria de si, do mundo verdadeiro por detrás daquela realidade falsa, de tudo pelo que lutou mais de 10 anos antes, da própria família e de tudo que mais amou? Quando se lembraria de Angell?
Ela apagou as luzes e partiu de volta para sua casa.
“But it’s the only thing that I have.”