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A LUZ DAS TREVAS
Arco 02
Ano 27 DG
Inverno
Meses se passaram desde a missão de investigação ao Castelo da Lua, no País do Vento, que culminou na Batalha da Lua Minguante. Soramaru, o cientista responsável pelos experimentos, morreu em combate, assim como outros ninjas do lado da aliança. Após a missão ser bem-sucedida, mas carregando tantas mortes, Karma, o líder da missão, ficou responsável por relatar às nações o máximo de informações sobre a organização por trás dos crimes agora que estava com o selo enfraquecido e com isso ele revelou o verdadeiro nome dela: Bōryokudan. Ainda não tendo como fornecer mais detalhes, pois o selo se manteve, e precisando de mais pistas antes de investir novamente em uma missão, Karma saiu em missão em nome das Quatro Nações para encontrar o paradeiro dos demais membros da organização — e sua primeira desconfiança recaiu sobre Kumo.

O mundo, no entanto, mudou nestes últimos meses. Os Filhos das Nuvens concluíram a missão de extermínio aos antigos ninjas da vila e implementaram um novo sistema político em Kumo ao se proclamarem o Shōgun sobre as ordens não de um pai, mas do Tennō; e assim ela se manteve mais fechada do que nunca. Em Konoha a situação ficou complicada após a morte de Chokorabu ao que parece estar levando a vila ao estado de uma guerra civil envolvendo dois clãs como pivôs. Suna tem visto uma movimentação popular contra a atual liderança da vila após o fracasso em trazer a glória prometida ao país. Já em Kiri a troca de Mizukage e a morte de ninjas importantes desestabilizaram a política interna e externa da vila. E em Iwa cada dia mais a Resistência vai se tornando popular entre os civis que estão cansados demais da fraqueza do poderio militar ninja. Quem está se aproveitando destes pequenos caos parece ser as famílias do submundo, cada vez mais presentes e usando o exílio de inúmeros criminosos para Kayabuki como forma de recrutar um exército cada vez maior.

E distante dos olhares mundanos o líder da Bōryokudan, Gyangu-sama, se incomoda com os passos de Karma.
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SHION
SHION#7417
Shion é o fundador do RPG Akatsuki, tendo ingressado no projeto em 2010. Em 2015, ele se afastou da administração para focar em marketing e finanças, mas retornou em 2019 para reassumir a liderança da equipe, com foco na gestão de staff, criação de eventos e marketing. Em 2023, Shion encerrou sua participação nos arcos, mas continua trabalhando no desenvolvimento de sistemas e no marketing do RPG. Sua frase inspiradora é "Meu objetivo não é agradar os outros, mas fazer o meu trabalho bem feito", refletindo sua abordagem profissional e comprometimento em manter a qualidade do projeto.
Angell
ANGELL#3815
Angell é jogadora de RPG narrativo desde 2011. Conheceu e se juntou à comunidade do Akatsuki em fevereiro de 2019, e se tornou parte da administração em outubro do mesmo ano. Hoje, é responsável por desenvolver, balancear, adequar e revisar as regras do sistema, equilibrando-as entre a série e o fórum, além de auxiliar na manutenção das demais áreas deste. Fora do Akatsuki, apaixonada por leitura e escrita, apesar de amante da música, é bacharela e licenciada em Letras.
Indra
INDRA#6662
Oblivion é jogador do NRPGA desde 2019, mas é jogador de RPG a mais de dez anos. Começou como narrador em 2019, passando um período fora e voltando em 2020, onde subiu para Moderador, cargo que permaneceu por mais de um ano, ficando responsável principalmente pela Modificação de Inventários, até se tornar Administrador. Fora do RPG, gosta de futebol, escrever histórias e atualmente busca terminar sua faculdade de Contabilidade.
Wolf
Wolf#9564
Wolf é jogador do NRPGA desde fevereiro de 2020, tendo encontrado o fórum por meio de amigos, afastando-se em dezembro do mesmo ano, mas retornando em janeiro de 2022. É jogador de RPG desde 2012, embora seu primeiro fórum tenha sido o Akatsuki. Atua como moderador desde a passagem anterior, se dedicando as funções até se tornar administrador em outubro de 2022. Fora do RPG cursa a faculdade de Direito, quase em sua conclusão, bem como tem grande interesse por futebol, sendo um flamenguista doente.
Mako
gogunnn#6051
Mako é membro do Naruto RPG Akatsuki desde meados de 2012. Seu interesse por um ambiente de diversão e melhorias ao sistema o levou a ser membro da Staff pouco tempo depois. É o responsável pela criação do sistema em vigor desde 2016, tendo trabalhado na manutenção dele até 2021, quando precisou de uma breve pausa por questões pessoais. Dois anos depois, Mako volta ao Naruto RPG Akatsuki como Game Master, retornando a posição de Desenvolvedor de Sistema. E ainda mantém uma carreira como escritor de ficção e editor de livros fora do RPG, além de ser bacharel em psicologia. Seu maior objetivo como GM é criar um ambiente saudável e um jogo cada vez mais divertido para o público.
Akeido
Akeido#1291
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Havilliard
Havilliard#3423
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Akihito
Tokubetsu Jonin
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Ano Um: Apenas um Pesadelo

— NÃO! — gritei desesperado, porém nada saía, senão sons roucos e abafados. Ofegante, levei minhas mãos ao pescoço, a dor no peito era intensa e a sensação de asfixia, agonizante; era como esquecer como respirar. O suor frio escorria por todo meu corpo e encharcava meu lençol. — Lençol? — minha vistas embaçadas já estavam se adaptando à luz do ambiente. Olhei ao redor, mas o lugar em que eu me encontrava era estranho, desconhecido. Porém, não mais que dois segundos depois, meus pensamentos começaram a se por em ordem novamente e enfim percebi que estava no meu quarto, na minha casa. De imediato, saltei da cama e desci as escadas à toda velocidade, rumo à cozinha.
— Até que enfim você acordou! Vamos comer? — disse Kuriyama Chinoike, minha mãe.
— Não, não, não... — eu resmungava, com as mãos na cabeça. — Genjutsu: Kai! — com os olhos fechados e o selo do tigre formado, provoquei uma perturbação no meu fluxo de chakra, pois estava crente de aquilo era uma ilusão. Ao abrir meus olhos, vi minha mãe no mesmo lugar, me olhando confusa.
— Está tudo bem, fil— ela não conseguiu nem terminar a sentença, pois me lancei aos seus braços e comecei a prantear feito criança.
— O que houve?! O que aconteceu?! — disse meu pai, Kazuto Chinoike, entrando às pressas pela porta da cozinha após ouvir meu choro. Quando olhei para ele, notei que estava acompanhado e isso fez meu coração, já acelerado, bater ainda mais rápido. Saltando por cima da mesa de jantar, me joguei nos braços do meu pai e do homem de cabelos alvos que o acompanhava.
— Athros-sensei, você também... — eu tentava me explicar, mas meus soluços constantes e meu raciocínio atribulado me impediam de formular uma frase com significado.
— Sim, você me convidou ontem para almoçar com sua família, lembra? O que houve?
— Ontem? — aos poucos os acontecimentos dos dias anteriores me retornavam à memória.

Após vários copos de água com açúcar, consegui me recompor.
— Está mais calmo agora? — perguntou minha mãe. Respondi com um aceno positivo com a cabeça. — Então pode nos explicar o que aconteceu?
— Eu não sei bem... era como um pesadelo, mas era tão real! — respondi.
— E o que aconteceu neste pesadelo? — questionou Kazuto.
— Eu... eu não lembro direito. Só lembro que houve uma guerra e todos vocês estavam lá e... e algo ruim acontecia, algo muito ruim! Todos se entreolharam confusos, a preocupação em seus rostos era clara. A esta altura eu já estava me sentindo envergonhado, pois no fim eu, um shinobi de 17 anos, havia dado todo aquele show por... apenas um pesadelo?!
— Ah, esqueçam, eu devo estar ficando louco. — falei, pondo a mão no rosto.
— Não se martirize por isto. — respondeu Athros-sensei. — Você não é o único que está sofrendo e tendo pesadelos com a Guerra. — eu então tirei minha mão do rosto e olhei para o Hyūga, confuso.
— Guerra?! Que guerra? — logo as peças começaram a se encaixar mais uma vez em minha cabeça e eu fui recobrando os últimos eventos — Ah... aquela Guerra.
De qual outra guerra poderíamos estar falando, senão daquela travada contra as forças de Yamanaka Suishi? Guerra na qual lutei lado-a-lado com aqueles que viriam a ser chamados de Heróis e Salvadores, a guerra que remodelou o Mundo Ninja política e socialmente. Apesar da árdua vitória obtida pela Aliança Shinobi, algumas das feridas abertas pelo evento ainda não haviam cicatrizado, tanto no corpo, quanto na mente. E como poderia? Afinal, ela havia se encerrado apenas há poucas semanas.

Com a situação esclarecida e após terminar nossa refeição, eu e Athros-sensei saímos para caminhar pela vila.
— Sabe, sensei, eu sempre tive orgulho de ser um cidadão natural da Folha. Apesar de ter enfrentado diversos problemas de relacionamento social na minha infância, Konoha sempre foi um lar que me proporcionou essa sensação de pertencimento e segurança. Sempre vi a nossa nação como um símbolo, acima de todas as outras. Mas a verdade é que quando a Guerra estourou no continente, ninguém foi capaz de fugir dela. Não havia local seguro, pois todo canto havia se tornado um campo de batalha.
— De fato, a Guerra alcançou a todos — respondeu Athros. — Mas agora que a poeira baixou, fico feliz de termos desempenhado papéis importantes em seu desfecho. — Meus pais, aposentados do ofício de shinobis, não precisaram lutar no fronte. Eu, por outro lado, como um fiel defensor de Konoha, me obriguei a ir.

Meus feitos durante a guerra haviam me rendido bastante fama em todo mundo, porém, dentro da vila a realidade era um pouco diferente. Apesar dos acontecimentos, muitos ainda me olhavam de forma atravessada, não escondendo sua repulsa. Era difícil ter uma criatura tão poderosa selada dentro de mim, não só pela necessidade constante de manter o autocontrole para evitar uma calamidade, mas também por todos me tratarem como se eu fosse tão vil quanto a besta que carregava em meu bucho. No entanto, eu já estava acostumado com aquele tipo de olhar e tratamento, e parte disso se dava ao suporte e confiança que algumas pessoas em especial haviam me dado, tais como meus pais, Athros-sensei e o próprio Primeiro Hokage, Sarutobi Kaden.

Além destes, haviam também aqueles que passaram por minha vida e deixaram marcas importantes, cujas lembranças me davam forças. Senko-chan, o nanico de Kirigakure que veio fazer uma visita em Konoha e acabou se tornando meu melhor amigo. Até hoje eu me sinto intrigado com a forma com a qual o garoto assumiu tão prematuramente o cargo de mais alto poder em sua vila. Certamente foi por conta do nome de sua família. Tsc... Aquele burguês safado!

Havia também Uzumaki Naomi, a linda kunoichi que eu havia conhecido durante uma missão em Kirigakure e que viria a se tornar a dona do meu coração. Se por um lado a ascensão do tampinha Uchiha ao posto de Mizukage havia me deixado intrigado, por outro a de Naomi não fora nenhum pouco surpreendente, dado seu protagonismo na Grande Guerra. E claro, havia também Akira Haruno, a Sombra do Relâmpago, a quem conheci em uma das reuniões de estratégia durante a Guerra e por quem nutria grande respeito.

Em suma, não havia porque eu me preocupar com toda aquela opressão, preconceito e julgamento diários, pois estava tudo bem pra mim. Essa era a mentira que eu contava a mim mesmo.



1090 palavras
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Última edição por Akihito em 6/7/2021, 19:54, editado 2 vez(es) (Motivo da edição : Faltou um </div>)
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Akihito
Tokubetsu Jonin
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Ano Um: Memórias do Passado

Após instantes de caminhada, chegamos em uma clareira afastada no exterior da Vila, sem sinal de ninguém por perto.
— Então será aqui? — perguntei, suspirando fundo.
— Sim. Você precisa aprender a controlar o poder que tem dentro de você, mas não podemos fazer isto dentro da Vila e arriscar a vida de tantos civis. — respondeu Athros, de forma bem indiferente. Eu já sabia de tudo aquilo, afinal, não era a nossa primeira sessão de treinamento. Os Conselheiros da Vila queriam que eu controlasse aquele poder a todo custo e apesar do seu discurso todo politizado, para mim era óbvio que o que eles queriam era me utilizar como sua arma secreta. Embora eu detestasse a ideia, esta foi uma das condições impostas para que eu pudesse continuar transitando e atuando livremente como cidadão e shinobi da Folha, ao invés de ser mantido em cativeiro "pelo bem geral". Eu não era o único desconfortável com a ideia, mas até mesmo Athros-sensei e o Shodaime Hokage não puderam achar outra solução senão aceitar tais condições. E lá estava eu mais uma vez, num lugar afastado de tudo e de todos, lutando para dominar o meu demônio interior.

Athros-sensei era quem sempre conduzia meus treinamentos. Isto se dava não só pela nossa já estabelecida relação de aluno e professor, mas também porque o jōnin havia recebido a incumbência de me monitorar e fazer o que fosse preciso para evitar "maiores incidentes". A apatia e indiferença constantemente demonstradas pelo Hyūga eram o mecanismo que ele havia encontrado para esconder sua tristeza, pois ver-me submetido àquelas condições também o deixava descontente. Apesar das dificuldades do Hyūga em interagir com terceiros, nós havíamos desenvolvido um forte laço afetivo que ultrapassava a estrutura de mestre e aluno, então para ele era importante manter-se como uma base firme na qual eu pudesse me apoiar.
— Vamos lá, você já conhece o procedimento. Lembre-se do que já estudamos — dizia Athros. — Concentre-se na segunda fonte de chakra que você possui e tente drenar uma pequena parcela daquele chakra vermelho contido nela. — Com as mãos juntas, fechei meus olhos e visualizei mentalmente aquela chama vermelha em meu estômago, isolada da minha rede de chakra. Com um pouco de concentração, consegui visualizar parte daquele chakra vermelho ultrapassando as barreiras imaginárias que o continham e fluindo para o meu Sistema de Circulação de Chakra. Aquela energia vermelha começou a pulsar de forma latente em minhas veias e logo os característicos traços ferais surgiram em meu rosto.

Abri meus olhos tingido de escarlate e olhei para Athros.
— E agora? — perguntei, plenamente consciente.
— Certo, sobre esta forma você já possui domínio. Como foi mesmo que a chamamos? Forma Inicial? — respondeu o Hyūga. — Agora nós iremos mais fundo. Tente repetir este procedimento, mas aos poucos permita que quantias cada vez maiores deste chakra ultrapasse o selo e acesse a sua Rede de Chakra. — Novamente juntei as minhas mãos em forma de meditação e fiz o instruído por Athros. Imaginei como se aquele chakra fosse delimitado por uma "porta" e conforme esta se abria, frações maiores do chakra eram injetadas em meu sistema circulatório. A sensação era como se sangue fervente fluísse pelas minhas veias, o dor era latente em todo o meu corpo. Um manto de chakra fervente surgiu em mim e algo parecido com uma cauda se projetou.
— Muito bem, Kanbara! Agora tente manter este nível de poder constante! — pela primeira vez em um bom tempo, Athros-sensei parecia estar empolgado, talvez aquele progresso positivo lhe trouxesse mais esperanças. Mas ainda era cedo para comemorar...

Aquela dor fez com que memórias de um passado não muito distante despertassem, memórias de quando recebi aquela criatura em mim. A imagem daquele homem mascarado ainda rondava meus pesadelos. Embora seu rosto fosse desconhecido, seu olhar ficou firmemente gravado em mim. A dor que eu sentia agora era nada comparada a que senti quando aquela terrível massa de chakra foi selada em mim. Porque eu? Porque? Estas lembranças e sentimentos negativos fizeram com que o chakra fluísse mais intensamente, fora do meu controle. Eu estava preso em meu subconsciente, obrigado a protagonizar mais uma vez aqueles momentos perturbadores. Tudo parecia muito real, mas uma voz ao fundo atraiu a minha atenção.
— Akkey, Akkey — era Athros-sensei que clamava por meu nome. — Não deixe essas emoções ruins tomarem conta de você! Lembre-se, encontre seu ponto de equilíbrio! — A voz estava distante, mas eu ainda conseguia ouvi-la.
— Equilíbrio... — a palavra reverberou diversas vezes em minha mente. Eu precisava encontrar o balanço entre as minhas memórias, o ponto de equilíbrio entre aquelas emoções negativas e as positivas. O que me trazia alegria? E felicidade? De repente, todo aquele cenário de filme de terror foi substituído por lembranças felizes da minha vida. Memórias de familiares, amigos e de momentos felizes preencheram meu espaço interior que havia sido dominado pela escuridão. Desta forma, fui capaz de recobrar a minha consciência e autocontrole sem sair daquele novo modo.

— Consegui! — pensei, ainda de olhos fechados.
— Então porque parar agora?! — disse uma estranha voz.


859 palavras
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[Filler de Timeskip - 10 Anos]

Ano Um: Poder!

Ao encontrar o equilíbrio entre minhas emoções negativas e positivas, alcancei o domínio sobre aquela nova forma. Porém, quando abri meus olhos para comemorar, já não estava mais na clareira com Athros-sensei. Ao invés disso, me vi em um lugar amplo, fechado e de baixa iluminação. A única luz vinha de diversas tochas de chamas azuis espalhadas em alguns cantos das paredes.
— Porque parar agora?! — disse aquela voz atrás de mim. No mesmo instante, me virei, saquei uma kunai e me pus em posição de defesa, mas ao ver o que estava diante de mim, larguei a ferramenta no chão. — Não é poder que você deseja? Vá em frente, tome mais do meu poder! — atrás de enormes grades de ferro, estava aquela figura enorme e assustadora. Eu não conseguia vê-la com nitidez, a escuridão detrás das grades a ocultava quase que completamente, tudo que eu via era a silhueta de seus olhos e boca. Sua voz de tom feminino era veemente e arrebatadora, cada palavra dita soava como o crepitar de várias chamas.
O que é você? — perguntei. A criatura debochou da minha pergunta sorrindo de forma aliciante. Um chakra azul fervente escorreu por entre as frestas das grades. — Mas isso realmente é chakra? — pensei. Aquilo mais parecia como um fogo líquido, como... como... chamas vivas! O calor emitido pelas chamas era tão intenso que eu tinha a impressão de que poderia ser incinerado mesmo a metros de distância. Como num show pirotécnico, as chamas lazuli começaram a dançar até se unirem e darem forma à parte posterior de um felino azul feito de chakra borbulhante.



— Entendi. Então você é a Nibi no Bakemono! — exclamei. A criatura felina riu de forma condescendente.
— É assim que eles te chamam, não é? Tenho que admitir que odeio esse apelido. — respondeu.
— O que você quer de mim? — perguntei, pois ainda não compreendia o rumo daquela conversa.
— Eu? Nada. Você é quem quer algo de mim, afinal, tem buscado cada vez mais do meu poder ultimamente, não é mesmo? — retrucou a Nibi. — Não é apenas com isso que vocês se importam? Poder! Após habitar em certos hospedeiros específicos no passado, eu voltei a crer na humanidade, acreditei que ainda havia esperança pra vocês. Mas então vocês decidiram jogar todo o aprendizado do passado no lixo e travaram novamente uma guerra. — me faltavam palavras para reagir ao que era dito, então permaneci como um mero ouvinte. — E agora, mais uma vez vocês vêm até nós em busca do nosso poder, com o intuito de nos usar como armas para seus objetivos fúteis e humanos! — por mais que eu quisesse rebater aqueles argumentos, não podia, pois boa parte deles eram verdadeiros. — Pois bem, se você deseja tanto meu poder, tome! Veremos se você é capaz de suportá-lo... — A felina então ergueu sua pata direita e a desceu sobre mim como uma guilhotina. Eu tive a certeza de que seria esmagado, mas ao invés disso, o chakra flamejante me engolfou e me fez avançar mais um estágio na transformação. Por mais irreal que parecesse, a sensação que eu tinha era de estar me afogando em um mar de chamas.

Fora do meu subconsciente, o manto de chakra já havia projetado uma segunda cauda, para preocupação de Athros-sensei.
— Basta, Kanbara! Suprima seu chakra agora! — dizia o Jounin, ao ver que a transformação estava evoluindo descontroladamente. — Vamos, suprima o seu chakra! — ele tentou se aproximar, mas meu corpo já não respondia aos meus comandos, apenas reagia de forma instintiva e feral, o que me levou a atacá-lo. Embora estivesse ciente do que estava fazendo, eu não consguia parar ou evitar. O Hyūga sacou um papel com um selo de supressão, mas ele já estava tendo bastante trabalho só para evitar ser acertado, então se aproximar o suficiente para aplicar o selo estava ainda mais difícil. Dadas as condições, apenas eu seria capaz de dar um basta naquela situação.
— Akkey, use a sua força de vontade para vencer a Duas Cuadas! Não deixe esse chakra te dominar! — gritou Athros.

De volta à minha psiquê, embora conseguisse ouvir o que meu sensei dizia, as chamas azuis que me cercavam me impediam de reagir de qualquer maneira. Depois de muito tempo lutando contra aquela sensação de afogamento, eu parei de me debater e de tentar lutar. Ao invés disso, me concentrei em reunir meu próprio chakra, junto com uma porção de chakra natural e acessei o Modo Sábio, causando uma disrupção de chakra pra me libertar daquela prisão.
— Senjutsu?! — exclamou a criatura, surpresa. — Interessante... — Após liberto, assoprei todo aquele amontoado de chakra borbulhante de volta para dentro dos limites das grades, usando uma manipulação elemental do estilo vento mesclada com chakra natural. — Parabéns, Kanbara. Talvez você realmente seja diferente dos demais... — disse a Nibi, antes de desaparecer novamente na escuridão.

Nesse instante, como num piscar de olhos, me vi de volta à clareira, com Athros-sensei me apoiando em seu ombro.
— Você conseguiu Akkey. Descanse agora. — e esta é a última coisa que lembro daquele dia.



869 palavras
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Situação: Aprovado
Considerações: -x-
Recompensas: Ajuste na história e relacionamentos + Domino V1: 1ª Cauda e 2ª Cauda.

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Ficha | GF | Banco | SRP | SAV | CI | CJ | CH | EV | RD | Mod AG
Formando
Tenha sua ficha de personagem aprovada.
Um Pequeno Arsenal
Compre/treine três jutsus.
Estudioso
Compre/treine três jutsus.
Primeiros Passos de um Ninja
Conclua sua primeira missão.
Meu Primeiro Ajudante
Obtenha sua primeira invocação.
Sangue Derramado
Vença seu primeiro PvP.
Falando em Ninjutsu...
Tenha 10 jutsus & complete cinco missões de profissão.
Falando em Taijutsu...
Tenha cinco jutsus classificados como "taijutsu" de rank B ou superior.
Falando em Nintaijutsu...
Tenha um jutsu classificado como "nintaijutsu" de rank B ou superior.
Domínio Elemental
Compre/treine um jutsu classificado como "elemental" de rank B ou superior.
Herói da Vila
Proteja sua vila de um ataque e/ou conclua três mini-tramas arquitetadas por seu Kage.
Boletos e Mais Boletos...
Alcance o nível máximo em sua profissão.
Conhecendo Outros Reinos
Visite o Continente Perdido.
Hospedeiro
Torne-se um jinchūriki.
Posso Fazer Isso o Dia Todo
Seja a linha de defesa (tanque) do grupo durante um evento mundial.
Conquistando o Mundo
Conclua seu primeiro evento mundial.
sinhorelli
Ficha de Personagem : https://www.narutorpgakatsuki.net/t86776-fp-tousen-hyuuga
Gestão de Fichas : https://www.narutorpgakatsuki.net/t86778-gf-tousen-hyuuga
Akihito
Tokubetsu Jonin
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[Filler de Timeskip - 10 Anos]

2DG - 4DG: Matatabi!

> ANO 2DG:

Naquele dia do treinamento, após desmaiar de exaustão, fui levado à enfermaria da Vila, onde fiquei sob observação durante 2 dias. E com "sob observação", me refiro não apenas aos cuidados médicos, mas também àqueles ninjas mascarados que ficaram à espreita do meu quarto o tempo todo. Eles realmente acharam que eu não havia notado sua presença? Os dias seguintes à minha alta médica prosseguiram da mesma maneira, com aqueles ninjas misteriosos monitorando cada mínima ação minha. Não demorou muito para que eu retomasse a minha rotina de missões e treinamentos com Athros-sensei, mas sempre que eu falava em treinar o controle do poder da Nibi, o assunto era mudado, mas eventualmente chegou o momento em que o tópico não pôde mais ser evitado.

Naquela manhã em especial eu não possuía nenhuma missão ou treino marcado, mas quando desci as escadas do meu quarto rumo à sala, encontrei Athros-sensei conversando com meus pais. O Hyūga estava com aquele seu riso cínico de sempre estampado no rosto.
— Akkey, já fez as suas malas? — perguntou. Não respondi coisa alguma, pois imaginei ser mais um dos seus deboches, porém a pergunta me deixou intrigado. Retirando aquele sorriso petulante do rosto por alguns momentos, Athros-sensei enfim se explicou. — Desde o último incidente em um dos nosssos treinamentos, alguns dos Conselheiros da Vila julgaram perigoso prosseguir com o treinamento da besta dentro dos domínios da Folha.
— Então é por isso que você sempre evitava o assunto? — indaguei.
— Precisamente — disse o Hyūga. — Porém, eles ainda julgam importante que você aprimore o controle sobre este poder — julgar, julgar, julgar; era tudo que aqueles miseráveis faziam, minha vida praticamente não era mais minha. Eu estava tão absorto por isto que mal percebi a mudança de entonação na fala do sensei. — E era por isso que eu estava falando com os seus pais. Nós dois iremos sair da Vila por alguns anos, até que você possa controlar este seu poder. Considere isso como uma Jornada Pessoal! — ele finalizou, retomando aquele semblante cínico.

Eu mal sabia como reagir, mas após alguns segundos de reflexão, percebi que aquela seria uma grande oportunidade. Como meus pais — que eram minha maior preocupação — haviam consentido, não tinha mais nada que me impedisse de partir. E assim o fiz. Ao longo do ano que se seguiu — 2 DG —, prossegui meu treinamento com Athros-sensei, buscando aperfeiçoar cada vez mais o domínio sobre as formas recém-descobertas daquele poder que me havia sido impelido.


> ANO 3DG:

— Mais uma missão? — perguntei.
— Sim — respondeu o Hyūga, deixando ir embora a ave mensageira que pousara em seu braço. — Desta vez é uma escolta. — Pouco mais de um ano havia se passado desde que Athros-sensei e eu havíamos deixado a Folha e passado a vagar como andarilhos pelos ermos de Hi no Kuni em nossa viagem pessoal, a fim de trabalhar em meus treinamentos. Uma das condições impostas pelos Anciões da Vila para que permitissem a nossa pequena jornada fora a de realizarmos missões em nome de Konoha quando requerido. Normalmente as missões nos eram passadas com base na nossa localização atual — a qual precisávamos reportar frequentemente — e no quão próximo estávamos do ponto de execução destas missões.
— Devemos escoltar a filha do governador de uma cidade próxima daqui até a cidade vizinha. As duas cidades firmarão um acordo comercial e a filha do governador irá como embaixadora e representante do seu povo. — disse Athros, lendo o conteúdo do papel trazido pela ave.
— Eles vão mesmo confiar no "Monstro de Duas Caudas" para uma tarefa tão importante como esta? — falei, em tom de ironia.
— Não, eles não confiam em você — respondeu Athros, em semelhante tom. — Mas o seu controle sobre a besta está melhor, você progrediu bastante no último ano. Já consegue manter a sua consciência estável por um longo período de tempo, mesmo com o manto de duas caudas. Contanto que você persista em manter seu equilíbrio interior, nada demais deve acontecer.
— Patético — rosnou a besta de duas caudas. Vez ou outra a criatura se manifestava em minha mente, mas sempre que eu tentava prolongar a conversa, ela se calava. Era estranho ter uma segunda voz falando na sua cabeça, mas com o tempo fui me acostumando.

Caminhamos por algumas horas até chegarmos a cidade de onde partiríamos. Menma, a filha do governador, era uma doce jovem de 20 anos, pele e cabelos alvos e semblante carismático. Apesar de ficar a viagem toda dentro de sua carruagem, vez ou outra ela colocava o rosto pra fora pra puxar assunto. Athros-sensei, como esperado, sequer dava atenção, mas eu perdia horas conversando com a garota, isto tornou a viagem de dias um pouco menos enfadonha. Com tanto carisma, não seria difícil para a jovem conseguir firmar o acordo que tanto desejava, mas nem todos estavam contentes com aquela aliança. Alguns opositores do governo tramaram uma emboscada para impedir a chegada da moça à cidade vizinha, desta forma a aliança não seria consumada, o que contaria como uma vitória para a oposição.

Na calada da noite, aqueles mercenários atacaram a pequena caravana. Seus movimentos incontidos deixavam claro que sua intenção não era outra, senão a de matar. Como a prioridade era a segurança de Menma, permaneci ao lado da garota o tempo todo, enquanto Athros-sensei batalhava sozinho contra os mercenários. Em determinado momento da batalha, um dos bandidos parou e olhou firmemente para mim.
— Esperem, vejam aquele moleque ali! Ele é o tal Monstro de Duas Caudas, da Folha! — gritou o infeliz, apontando para mim. — Esqueçam a garota, a cabeça dele vale muito mais! — e foi assim que a missão que se tratava de uma escolta se transformou em uma de sobrevivência; de guarda-costas, passei a ser o alvo principal. Com certa dificuldade, Athros-sensei e eu resistimos àqueles ninjas. Eles não pareciam ser mercenários quaisquer, suas habilidades eram realmente consideráveis.

Dentre os inimigos, havia um expressivamente mais habilidoso. Ele empunhava uma espada e demonstrava grande perícia com a arma. No meio da batalha, em um momento de descuido, eu abri uma brecha que permitiu que este indivíduo fizesse uma investida mortal contra mim. Eu não consegui reagir a tempo, mas Athros-sensei, sempre ágil, se jogou na minha frente, recebendo em cheio o ataque da lâmina que transpassou o seu peito. O Hyūga então caiu nos meus braços com sua roupa ensanguentada e a lâmina fincada em seu corpo. A cena me deixou aterrorizado, não pelo golpe ou pelo sangue em si, pois após uma guerra, isto não era novidade. Mas ver alguém querido perecendo em meus braços... aquilo foi demais para mim. Naquele momento não havia equilíbrio ou controle algum a ser mantido. Sem me restringir, ataquei com força total, acessando de imediato o manto de duas caudas da besta. Isto foi mais que suficiente para subjugar todos os adversários, mas a angústia e fúria que eu sentia eram tão grandes, que continuei atacando.

Não demorou muito para que aquele sentimento ruim tomasse conta de mim e começasse a me consumir de dentro para fora. Com sua visão embaçada e beirando a inconsciência, Athros-sensei me viu acessar um modo ainda não conhecido do chakra da besta. Com meu corpo repleto de uma densa camada de sangue, me tornei numa miniatura da própria criatura e ataquei aqueles pobres coitados sem freio algum. Minha capacidade de julgamento havia se esvaído e minha consciência já havia resvalado mais uma vez para aquele ambiente onde eu sempre me encontrava com a Nibi.

— Você de novo? O que você fez comigo? O que está acontecendo lá fora? — indaguei. Rindo de forma soberba, a criatura escondida nas sombras respondeu.
— Eu? Eu não fiz nada. Você quem veio até aqui, como sempre. — Eu ainda não tinha visto a forma verdadeira daquela besta, apenas suas manifestações de chakra, mas a forma como falava e suspirava me fazia humanizá-la na minha mente, como se tentasse dar forma a uma ideia abstrata. — Vocês humanos são tão voláteis, tão emotivos. Basta uma fagulha e vocês despencam neste poço de fúria, deixando pra trás aquilo de que mais se gabam: sua própria humanidade. — disse a criatura felina. — Eu não lhe fiz nada demais, meu chakra apenas respondeu aos seus sentimentos, às suas emoções.

Após as poucas interações que tive com a besta nos últimos anos, pude perceber que seus discursos eram sempre cercados de profundo ressentimento para com o ser humano de modo geral. Depois de um tempo eu parei de tentar debater e busquei tentar entender.
— Me diga, Duas Caudas. O que fizeram com você no passado? — perguntei inocentemente. Com um rosnado de tirar o fôlego, a criatura respondeu.
— Pare de me chamar assim! Eu tenho um nome assim como você e detesto quando se referem a mim como apenas uma "besta de cauda" ou com um número. — Era irônico, pois a mesma que zombava da emotividade do homem corriqueiramente se deixava inflar por suas emoções. No fim, talvez ela não fosse tão diferente assim dos seres humanos. — E o que essa pergunta deveria significar? — indagou a criatura.

Eu então dei uns passos à frente e atravessei as grades que nos separavam. Eu não tive medo, pois de alguma maneira, eu sabia que ela não queria me ferir. Depois de mais de um ano treinando o controle do chakra da Nibi, me dei conta de que aquele ambiente onde eu sempre a encontrava era a minha própria psiquê, logo, imaginei que conseguiria exercer algum nível de controle sobre ele. Balançando meu braço num movimento horizontal, rasguei aquela névoa negra que ocultava a criatura e finalmente consegui vê-la por completo.



— Mas que... lindo! — Me faltavam palavras para descrever o que estava diante de mim. Uma enorme e majestosa criatura felina feita puramente de chamas verdadeiras. Sua aparência e beleza eram hipnotizante. A minha reação certamente não fora a esperada pela Nibi, em cuja face pude notar o estranhamento. — Como você se chama? — perguntei.
— E porque eu te diria? — retrucou a criatura.
— Porque se você não me disser, continuarei te chamando de Nibi. — Com um rosnado contido, a besta de duas caudas então respondeu.
— Meu nome é Matatabi!

Tudo naquela criatura era surpreendente, desde o nome à aparência, desde o humor até a forma tão humanizada como se expressava. Após me recompor daquele momento de apreciação, usei meu Kekkijutsu: Tsubasa para planar até a altura dos olhos da criatura. Estar próximo dela era estranhamente aconchegante, como quando se está próximo de uma lareira num dia frio de inverno. Apesar do calor constantemente emanado, suas chamas não pareciam nocivas para mim, tanto que eu pousei em seu focinho e me sentei ali, bem perto dos seus olhos. Ela não parava de rosnar, mas ela parecia mais desconfortável do que agressiva e de alguma forma eu conseguia sentir isto. Após este movimento ousado, retomei a minha pergunta inicial.
— O que fizeram com você no passado, Matatabi-san? Porque você despreza tanto os humanos? — Rosnando ferozmente, a Matatabi respondeu.
— Eu creio que já deixei isso bem claro. O ser humano é mal por natureza, é cruel, egoísta, ganancioso e manipulador. Eu vivi por mais décadas do que você em seu tempo limitado de vida pode contar, eu vi muitas coisas, habitei em diversos hospedeiros e cheguei a conclusão de que para a raça humana não há salvação! — Eu ouvi atentamente a cada uma de suas palavras e após um breve silêncio, respondi.
— Você está certa — certamente não era isso que ela esperava que eu dissesse. — Você está certa sobre o homem ser mal e todos estes outros adjetivos. Mas você está errada sobre não haver salvação para nós. — complementei. — Nem todos os seres humanos são assim. Ainda há aqueles que anseiam pelo bem, que desejam a mudança neste mundo. Eu desejo uma mudança neste mundo! Eu não me importo com guerras, conquistas ou o que quer que seja. Se me envolvi em algumas destas, foi por uma única razão: esperança! Esperança de dias melhores, esperança de que após qualquer tribulação, poderei voltar para os braços daqueles que amo e prezo. Enquanto houver esperança, Matatabi, haverá salvação! — A gata flamejante parecia desdenhar do meu discurso, pois ela já devia ter ouvido palavras como aquelas de muitas bocas mentirosas. Mas foi a minha pergunta seguinte que a fez reconsiderar. — Você me disse que já habitou em muitos hospedeiros, então me diga, nunca houve algum que lhe fizesse acreditar na raça humana? Que lhe fizesse acreditar que há esperança? — A pergunta acertou no ponto vital da Matatabi, pois de fato ela possuía boas lembranças do passado, em um tempo onde mesmo com o mundo estando em conflitos, ela creu nos humanos.

Lhe faltaram palavras para responder a minha indagação, então ela retrucou com outra questão.
— Se você realmente acredita no que diz, então porque lá fora neste momento se deixando consumir pela ira?
— De fato... — respondi. — Como eu disse, nós humanos somos falhos. Mas algo de que nos orgulhamos bastante é a nossa capacidade de aprender e melhorar. Eu poderia melhorar se você me ajudasse! — exclamei, com um sorriso no rosto. A Matatabi gargalhou alto, incrédula com o que eu acabara de dizer. Eu, por outro lado, mantive meu rosto sério o tempo todo, não cedendo a sua provocação.
— Espera, você está falando sério?
— Sim — foi tudo que respondi. Após ponderar por alguns segundos, a gata então suspirou e disse.
— Que seja. — Ao dizer isto, a Matatabi me sacudiu para que saísse de cima dela e me jogou de volta para o outro lado das grades. Assim que caí no chão, como num piscar de olhos, me vi de volta no campo de batalha, transformado naquela miniatura da besta, com um dos bandidos em minhas mãos. Desta vez, porém, eu estava em plena consciência.

Quando percebi o estrago que havia feito, inclusive deixando aqueles homens à beira da morte, senti profunda vergonha e arrependimento. No calor da batalha, havíamos nos afastado bastante da nossa posição inicial, o local atual havia ficado completamente devastado. No entanto, engoli todos aqueles sentimentos e sai correndo dali quando lembei o que havia acontecido com Athros-sensei. Voltando ao ponto onde havia deixado Athros-sensei, o encontrei aos cuidados de Menma, que utilizava algum tipo de jutsu médico para tratá-lo.
— O ferimento está contido, mas precisamos levá-lo a um hospital imediatamente! — disse a jovem.

Ao chegarmos na cidade vizinha — aquela que era nosso destino inicial —, fomos direto para o hospital. Com os devidos cuidados e alguns dias de repouso, Athros se recuperou, mas ganhou uma grande cicatriz. Apesar dos empecilhos, o acordo comercial entre as vilas fora firmado com sucesso. Apesar do sentimento ruim pelos danos que eu havia causado e pelas atrocidades cometidas, no fundo eu me sentia feliz, pois de alguma forma estava começando a me conectar com a minha criatura interior.

> ANO 4DG:

Após o fim do último incidente, eu e Athros-sensei continuamos nossa jornada pelo País do Fogo. Nós visitávamos diversas cidades e entre os espaços da viagem, treinávamos as mais diversas habilidades, porém sempre focando no meu controle sobre o chakra da Matatabi. Com o tempo isto foi se tornando mais fácil, pois a própria Matatabi parecia mais propensa a me ajudar. As interações com a gata flamejante passaram a se tornar mais frequente, eu já estava acostumado a ouvir sua voz constantemente em minha cabeça. A criatura que para mim havia sido um fardo, uma maldição, tornou-se numa grande aliada, e por mais que ela ainda relutasse, eu sentia que podia chamá-la de amiga.

Neste ano aperfeiçoei também o meu domínio sobre aquela nova forma. Embora a Matatabi não estivesse tentando tomar conta de mim voluntariamente, seu chakra era muito mais forte que o meu, então não era incomum eu perder a consciência após longos períodos mantendo a transformação. Mas após intensas sessões de treinamento, consegui dominar por completo a forma.


2705 palavras
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[Filler de Timeskip - 10 Anos]

7DG - 10DG: Hero's Comeback!

> 7DG:

Era já o final de 7DG, haviam 6 anos que Athros-sensei e eu tinhamos deixado a Folha para partir em nossa jornada, a saudade de casa era sempre presente, eu não via a hora de retornarmos. Naquela manhã nós havíamos recebido outra missão vinda de Konoha, fazia tempo que não recebíamos uma. Um ninja desertor havia fugido da Vila de posse de diversos pergaminhos e artefatos valiosos. Segundo as informações recebidas, ele estava vindo justamente em nossa direção, então devíamos montar uma emboscada e capturá-lo vivo. Porém o mais importante era o resgate dos artefatos.

Dito isto, nos preparamos para a missão e ao cair da noite, montamos nossa emboscada. Usando a visão privilegiada do Byakugan de Athros-sensei e minhas capacidades sensoriais provenientes do Modo Sábio, conseguimos rastrear aquele nukenin. No entanto, ele era astuto e parecia ter percebido que estávamos em seu encalço. Quando pensamos que estávamos prestes a capturá-lo, o nukenin virou o jogo e nos emboscou à beira de um penhasco. Apesar disto, ele sozinho não era páreo para nós dois, que sem dificuldades, conseguimos derrotá-lo. Como uma última medida desesperada, aquele nukenin tentou destruir os artefatos roubados ao jogá-los desfiladeiro abaixo.

Num movimento de puro reflexo, estendi minha mão para tentar pegar os itens, mas eu não os alcançava; foi então que algo surpreendente aconteceu. Do meu braço, um revestimento de chakra azul flamejante surgiu, cercando-o por inteiro e tomando a forma de uma grande pata felina. Ela era grande o suficiente para permitir que eu pegasse os artefatos que estavam em queda-livre, me permitindo recuperá-los.
— Incrível! O que foi isso?! — perguntei à Matatabi. A gata permaneceu em silêncio. — Afinal, de que lado você está? — perguntei. — Você só me ajuda quando quer, não é? Se ao menos você colaborasse mais... — Nos últimos anos os laços entre eu e a Matatabi haviam se estreitado um pouco, embora a gata ainda demonstrasse certa resistência vez ou outra, provavelmente frutos do seu orgulho enorme.

Depois de recuperar os artefatos, prender o nukenin e enviá-lo escoltado de volta para Konoha, retomamos nosso treinamento.
— Muito bem, o que foi aquilo que você fez lá no penhasco? Você consegue fazer novamente? — perguntou o Hyūga.
— Não, eu já tentei diversas vezes, mas não sei o que exatamente desencadeou aquilo. — respondi. — E essa gata idiota decidiu que não quer me ajudar. — Eu tinha certeza de que podia ouvir ela rindo em meu subconsciente.
— Entendo. Me diga, Akkey, o que você estava pensando no momento em que aquela coisa apareceu?
— Bem, eu só estava pensando em tentar alcançar os artefatos e pergaminhos que estavam caindo. — Aquilo não me ajudava de forma alguma, mas Athros parecia já ter uma noção de como despertar aquele poder.
— Tudo bem, vamos fazer uma pausa para almoçar então! — exclamou o Hyūga. — Essa é a última porção que temos e a cidade mais próxima daqui fica a horas de caminhada sob este sol escaldante. Tome, pegue. — falou, estendendo a bentō fechada para mim. Porém, quando tentei pegá-la, Athros maleficamente jogou a minha comida para o alto. — Oops! — disse o jounin, sarcasticamente.

— Não, minha comida! — Ele havia jogado muito alto, então mesmo se eu saltasse, não conseguiria alcançá-la e também não daria tempo de usar algum jutsu. Irracionalmente, estendi minha mão pra tentar pegá-la e nesse momento aquela pata flamejante se manifestou mais uma vez.
— Eu sabia! — bradou Athros.
— Sabia o quê? Você quase me fez ficar sem minha comida! Como você esperava que eu enchesse o meu buxin? — retruquei.
— Você não entendeu? — perguntou. — A chave para manifestar esses membros, ou seja lá o que forem, é ter um objetivo claro em mente, como quando você quis estender a mão para alcançar algo distante.
— Ele é bastante esperto, diferente de você... — disse a Matatabi.
— Espera, agora você fala?! — berrei.
— Oi? Falo o que? — indagou Athros, confuso.
— Não, não era com você que eu estava falando! São as vozes. — o Hyūga me olhou confuso por alguns momentos e então mudou de assunto.
— Enfim... melhor comermos, não acha?

> 10DG:

Anos haviam se passado desde a minha saída de Konoha. Após tanto tempo treinando, consegui aperfeiçoar meu controle sobre o chakra da Matatabi, além de estreitar ainda mais minha relação com a gata. Aquele seu humor presunçoso e orgulhoso deu lugar a uma personalidade meiga e gentil. Provavelmente ela estava se mantendo na defensiva este tempo todo, mas após conquistar sua confiança, pude conhecer um lado da felina que não imaginaria que uma criatura intitulada de monstro poderia ter. Apesar deste relacionamento próximo, eu ainda não havia dominado completamente toda a gama de poder que o chakra da Matatabi podia ofertar, pois minha evolução na segunda metade desta década de viagens foi mais árdua e vagarosa.

Mas isto nem me incomodava tanto, pois após quase 10 anos vagando pelo País do Fogo, a única coisa com que eu me importava era voltar pra casa. A saudade que eu sentia doía em meu peito mais que qualquer lâmina atravessada, e embora eu não falasse isso abertamente, Athros notou.
— Akkey, já fazem nove anos, não é mesmo? Acho que está na hora de voltarmos... — disse o jounin. Ouvir aquilo colocou um sorriso em meu rosto, eu não via a hora de poder me reencontrar com meus pais.

Ao retornar à Vila, fui direto para a minha casa. Meus pais, já afetados pelos traços da idade, mal me reconheceram quando os chamei de longe — eu estava um pouco mais alto e meu cabelo havia crescido bastante. Mas quando me aproximei e sorri para eles, seus olhos se encheram de lágrimas, pois após 9 anos de jornada, eu finalmente estava em casa!



978 palavras
Considerações:
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Situação: Aprovado
Considerações: Amo ler suas RPS ^o^
Recompensas: Forma Jinchuuriki: V2 e Transformação Parcial, 1 Missão Rank-B e Mudança de Aparência.

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