Era manhã em Kumo, uma manhã no qual meu tio por parte de mãe havia tirado o dia para nos visitar. Ele era um Uchiha extremamente devoto ao clã, e era reconhecido por sua força com seus genjutsu's utilizando seu Sharingan.

— tio, acredito que encontrei a determinação que o senhor falou. — Falo olhando firmemente nos olhos dele.

Ele se levanta da mesa que estava conversando com minha mãe e sorri.

— Me encontre em minha casa na estátua do jardim a meia noite, traga o que achar necessário. Hoje à noite promete.

Ele se retira e eu fico na dúvida se realmente era a hora certa, mas logo me dou um beliscão.

“Pare Izanadi, se não for agora quando vai ser, eu preciso ser forte e cumprir meus objetivos” penso a mim mesmo.

Após me banhar, me visto, arrumo minha bandana, pego minhas armas e vou. Já estava perto da meia noite, resolvo descer. A casa estava toda escura, a única coisa que iluminava era a luz que vinha na lua que brilhava lá fora. Ao chegar na estátua vejo meu tio meditando.

— Vejo que dessa vez não está atrasado. – Diz ele abrindo os olhos. — Vamos.

Vejo ele fazendo uns selos com a mão e a estátua se mexe para o lado e a grama de baixo vira uma escada. Desço, as velas já estavam acesas e meu tio me pede para sentar que iria me explicar.

— Me fale Izanadi, o que sua mãe já te explicou sobre nosso clã?

— Apenas sobre o símbolo em formato de leque e que meu futuro estaria na vila. Ela nunca foi de prolongar sobre ainda mais depois do falecimento do papai, mesmo quando questionava ela. A resposta era sempre quando eu crescer. Agora que eu cresci ela não fala nada, apenass diz para eu me dedicar nas missões com Genin e etc. — Uma tristeza me envolve

— Bem vou te contar. Nós viemos de um clã que se espalhou por diversas vilas, perseguidos por ninjas que buscavam nosso poder. O poder ocular do “Sharingan”. O Sharingan é um dojutsu, dando ao usuário os olhos da percepção e da hipnose, ou seja, o poder de até copiar jutsus. – Enquanto ele explica seus olhos ficam vermelho sangue aparecendo 3 pequenos tomoes além da íris. — Esse, Izanadi, é o meu Sharingan e logo você deve acionar o seu.

— Mas como?

— Lembra quando te perguntei sobre sua determinação? Então... o Sharingan é desperto quando o usuário é posto à fortes emoções testando a determinação e o propósito de vida dele. Podendo levá-lo a morte caso não tenha achado a determinação que alimenta seu fogo de vida.

— Esse olho, eu já vi em algum lugar além do seu tio, do papai e da mamãe, so não lembro onde. — falo para meu tio cocando a cabeça tentando lembrar, apesar do tanto de informação que estava recebendo.

— Sem distrações Izanadi, agora se levante, após seu treinamento conversamos sobre isso. —Meu tio se levanta e vai até o centro da sala onde há um espelho em formato de leque. — Esse espelho no centro da sala vai testá-lo, deve colocar um pouco do seu chakra nele. Tenha certeza de que está pronto, pois esse método pode acabar com a sua saúde mental ou até levá-lo a morte. — Explica meu tio com o olhar sério.

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Vou até o item, coloco minha mão, fecho os olhos e concentro minha energia para passar para ele. Quando abro, não estou mais na sala e sim na minha casa, num cômodo que papai sempre me ajudava com meus treinamentos, porem tem algo errado, por mais que ande e ande pela casa, não há saída ou qualquer pessoa lá dentro.

“Devo ter cuidado, até agora pouco estava com meu tio e agora voltei em memorias do passado. Isso é um genjutsu.” Penso comigo tentando quebrar, mas sem sucesso. Me recordo das explicações do meu tio sobre o teste.

— Tenho que ficar atento! —Ficaria em guarda, tentando lembrar que momento era aquele.

Nesse instante o dia lá fora e a casa fica mais escura e as luzes se acendem como se tivesse de noite. Escuto uns sons da vindo da cozinha, sigo em direção. Percebo que são vultos da última noite com papai, vejo ele cozinhando e a conversas que tivemos na mesa. Entro em choque sabendo o que vai acontecer, tento avisar, mas era apenas uma observador. Respiro fundo, me acalmo e vou acompanhando. Escuto o barulho de uma explosão vindo do quarto dos meus pais e corro até lá. Uma luz como um raio quase cega meus olhos e vejo meu pai na janela, sozinho no quarto. Ele tinha recebido um ataque de raio no peito vindo de uma menino de cabelos negros. Meus olhos não acreditam no que estou vendo, mas era eu mesmo furando o coração de meu pai. Grito:

—NÃOOOOO! PAPAI! O QUE ESTÁ ACONTECENDO?!

Uma voz fala.

– Você matou seu querido papai! Olhe para suas mãos, o sangue dele escorre nas suas. Culpado sim, não se faça de inocente — Seus olhos são frios e sem vida. — Olhe para seu braço.

Minhas mãos e braços estão cobertos por sangue, começo a tremer e a voz gaguejava.

— Er...errado, está ERRADO! — Grito indo correndo em outra direção.

Quando a atravesso o corredor da casa, tudo vira fumaça e vejo meu pai novamente, com a roupa que saiu da vila para a sua última missão, e eu estava com uma parecida. Tentaria entender onde estou, e o porquê tinha visto aquela cena com a mamãe. Parecia que eu estava numa floresta ou outro lugar, realmente não sei. Papai me pede para ir seguindo, minha cabeça não pensa direito, tento puxar assunto, mas ele não me responde, apenas pede silencio. Quando chegamos a um acampamento próximo podemos ver um ninja com sua bandada de kumo cortada, no qual simbolizava que era um Nukkenin.

— Ren, finalmente te encontrei, vim aqui para prender você armando de kumo, se prepare. — Diria papai ao ninja renegado

— A visita de honra chegou, que bom, nem me deu o trabalho de procurar. — Diria Ren o ninja renegado

Seu sorriso sarcástico me assustava. Meu pai vai até ele sacando sua espada, vou logo em seguida. A cena muda, meu pai cai na minha frente me salvando de um golpe do ninja, seu sangue escorre no meu peito. Nada fazia sentido, até que escuto:

— Já avisaram que você é apenas um peso morto, não lembra? Tenho que agradecer menino, você foi perfeito para meus objetivos, merece até um prêmio. Quer que eu coloque a cabeça do seu pai em um troféu? — Diz ele rindo.

Em um impulso de raiva, saca minha kunai dou um corte ascendente de baixo para cima, que é facilmente desviado e me sinto sendo arremessado longe, batendo as costas numa arvore e apagando.

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Abro os olhos e vejo o meu sensei da academia, bravo igual aquele dia que eu o conheci. Sinto um empurrão nas minhas costas, era Aizen, um amigo da academia que estava ao meu lado bufando. Rapidamente me levanto, arrumo minha calça, e o sensei simplesmente tinha desaparecido como se nunca estivesse lá. Aizen se vira com olhos vermelhos famintos, sua feição é de puro ódio e desejo de sangue. Sinto um frio subindo minha espinha, o céu daquele dia que estava bem aberto se fecha com nuvens carregadas, enquanto vejo ele se preparar para uma investida com uma espada que estava segurando. Me preparo dando um passo para traz, mas esbarro em alguém, era meu sensei da academia que tinha aparecido novamente.

— Já vai fugir novamente? Va lá moço, corre, mostre que é uma covarde. Ou se quiser eu te seguro e você acaba aqui, mais fácil não?

Aquelas palavras ressoavam no meu interior como fosse uma adaga me perfurando. Fico com tanta raiva que me jogo para o lado e o Aizen surtado acerta a arvore. Quando olho novamente, vejo Ren e Aizen, um de cada lado.

— Não, não posso desistir aqui. Não desse jeito.

Começo a relembrar que as coisas que eu passei na vida não foram apenas coisas ruins, desespero e tristeza. Me viro e estava novamente no quarto dos meus pais, porem agora tinha a versão de mim assassino, o Ren e Aizen. Os três repetindo sem parar:

— COVARDE, PESO MORTO, INUTIL, DESCARTAVEL, CULPADO, ASSASSINO, SEU PAI SÓ MORREU POR SUA CAUSA ...

Aquelas palavras me afetaram e cada vez mais me jogavam em um limbo cada vez mais fundo, como se não tivesse chão. Parecia um mantra negativo que reverberava no ar. Mergulho em meus pensamentos, pois minha voz não saia mais, tento não desistir e procuro o significado de tudo isso:

“Salvo várias vezes na vida, cada pessoa que conheci apenas tem me protegido e salvado. E desde da morte do papai e quando comecei ir à academia, não via meu sentido ali, mas vi que as pessoas se preocupavam comigo, mesmo quando recebia as broncas dos senseis e da mamãe algo em mim vibrava.”

Sinto cada vez mais meus olhos se fechando, apagando e afundando.

“E apesar disso só me mostrei que sou detestável, fraco, ingênuo, miserável... achava que tudo poderia ser resolvido com a ação dos outros. Sempre esperei... esperei e fugi, mas o futuro... o verdadeiro futuro quem faz ele sou eu e por isso devo ser mais forte. Preciso Lutar, acordar e não devo ficar preso encolhido em posição fetal. Percebo agora só eu posso ter o poder para mudar isso.”

Meu corpo aquece, como se estivesse em uma água fervente, me dando um impulso para cima.

“Se eu fosse mais forte meu pai não teria perecido, meu pai não teria sumido e eu não dependeria de outros me defenderem. Preciso abrir os olhos e lutar. Não posso deixar isso acabar aqui”

Quando me dou conta estou de pé, com uma espada em minhas mãos, e falo como se meu corpo fosse explodir em fogo.

— VOU ATRAVESSAR VOCÊS, MOSTRAR QUE SOU FORTE PARA PROTEGER A MIM E AOS QUE ESTÃO AO MEU REDOR. CRIAR O MEU PROPRIO CAMINHO E VINGAR A MORTE DE MEU PAI!.

Quando abro totalmente meus olhos, tudo some, o céu está limpo e vejo apenas meu reflexo no espelho e meus olhos estão vermelhos com uma bola preta dentro. Caio para traz e acordo no salão com meu tio olhando para mim e com um sorriso ao ver que eu tinha finalmente acordado.

— Nunca duvidei de você Izanadi. Você tem a resistência do seu pai e a harmonia da sua mãe. Agora descanse para se recuperar.

Meu rosto estava cheio de lagrimas, me limpo e me levanto. Olhando novamente para o espelho, tinha realmente despertado meu Sharingan e meu proposito ali encontrado.

“Não seria mais protegido pelos outros, mas teria sua própria força para defender quem estiver em sua volta.”

Agora sim me sinto PRONTO e VIVO para cumprir meus objetivos.

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