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  Nenhuma noite me proporcionava moleza. De domingo a domingo, todas as noites eu permanecia treinando, era sedento por evolução. Naquela noite quente em Kumogakure eu estava fazendo um treino nas montanhas, um tipo especial de treino que envolvia a utilização maior de chakra nos meus golpes, numa tentativa de, quem sabe, misturar meu taijutsu ao ninjutsu. Concentrando maiores quantidades de chakras nas mãos e pés, assim como tentando moldá-los para que se encaixassem perfeitamente nos golpes, seria até mesmo possível ver uma leve aura azul emanar das extremidades utilizadas. ~ Aquele treino com o Juno e Toh foram de ajuda fundamental. Sem eles eu nunca teria conseguido descobrir os caminhos do meu corpo até a utilização do chakra como forma de ninjutsu. ~ Penso em meio ao treinamento, ainda me pondo a correr e golpear o ar de várias maneiras diferentes enquanto lembro de tudo que aprendi naquele treino para superar os maiores defeitos de meus familiares. Fico cerca de uma hora praticando os golpes e até tentando criar novas técnicas, testando a eficiência de alguns movimentos improvisados, percebendo o que pode ou não ser reaproveitado futuramente quando já tiver dominado melhor a questão da manipulação de chakra. No meio destes golpes e movimentações rápidas que me levavam mais à frente, sou forçado a parar como uma reação ao que vi um tanto distante de mim: Uma pessoa mexendo na terra. Era notável uma aparência um pouco distinta em seus cabelos, estes que fugiam de um padrão social por ter uma tonalidade azul. ~ Mas... Quem é aquele? Achei que só eu visitava esta montanha... Nunca encontrei ninguém por aqui, com exceção daquele estudante da academia que quis fugir por não se achar um bom ninja. Será mais um desses casos? Bom, de qualquer modo, melhor eu ir checar. Talvez seja alguém que precise da minha ajuda...~ Penso enquanto caminho lentamente na direção do estranho. Não me aproximaria muito dele, afinal eu não fazia ideia de quem era, então manteria uma distância segura, mas também não muito longe, pois iria iniciar um diálogo com ele.

- An... Olá. É que não costumo ver gente por aqui, ainda mais a essa hora da noite. Vim ver se está tudo bem, se precisa de algo...? - Diria em tom amigável.

- Fala | ~ Pensamento

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  Ao ouvir as palavras daquele homem de cabelos azuis, eu não pude evitar de apertar o olhar levemente enquanto junto bem pouco as sobrancelhas, numa expressão de confusão. ~ Como alguém que está procurando uma vila veio parar no topo desta montanha? E por que diabos estaria mexendo na terra? ~ Penso enquanto tento conectar as coisas, mas como não queria ser rude já que ele parecia ser tão simpático, preferi apenas respondê-lo amigavelmente.

- Ah... Sim, claro. A vila está naquela direção. - Falaria enquanto apontaria para a direção da vila. - Se voce for aqui mais à frente, já conseguirá ver ela.

  Ao responder, percebo a aproximação do rapaz, que coloca a mão sobre meu ombro. Após o que me pareceu ser uma despedida, em questão de segundos eu não conseguiria enxergar mais nada ao meu redor. No meu rosto ainda pairava uma expressão de confusão, estava sem entender o que havia acontecido, mas soube me manter calmo. Como reação, conseguiria virar na direção do rapaz que havia me pedido uma informação e me colocaria em posição de combate, apesar de não conseguir ver absolutamente nada. Estava cego ao mundo, mas sabia como me manter calmo em situações de risco eminente.

- Ei! O que está acontecendo? - Gritaria para o desconhecido de cabelos azuis, imaginando que aquilo tudo só poderia ser obra dele.

- Fala | ~ Pensamento

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- Mas do quê voce está falando? Quem é voce? -

  Eu gritei ao ouvir aquela voz ecoar, ameaçando-me de morte. Mas afinal, o que poderia ser tudo aquilo? Ele conseguiu tirar minha visão, que tipo de técnicas aquele rapaz teria além desta? Eram vários pensamentos invadindo minha mente simultaneamente, tudo num pulso de raciocínio rápido enquanto mantinha-me atento ao redor. De repente, consigo perceber a aproximação de duas kunais vindo em minha direção, uma de cada lado. Num movimento de reflexo, pularia à frente com um rolamento, desviando de ambas as kunais. Ao fim do movimento, como num estalo, eu poderia enxergar em meio à escuridão. Não com os olhos, não com a visão normal de todo ser humano, mas era como se pudesse perceber e ler o chakra daquele que estava a me atacar, o rapaz de cabelos azuis. ~ Mas... Que incrível! Ele está bem ali, eu posso sentir que está. De onde isso veio? ~ Penso rapidamente, mas como não havia tempo para pensar em outra coisa além de parar o rapaz que tentava me matar, logo me colocaria a correr em direção a tal, aplicando um soco em sua direção, mirando em seu rosto.

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  ~ Agora eu consigo enxergar novamente! Preciso saber de onde veio aquela outra kunai, ele talvez não esteja sozinho, afinal... ~ Penso isso enquanto vejo o inimigo desviar do meu golpe. Neste momento, consigo sentir uma flutuação de chakra do outro lado. Olhando para tal direção, pude perceber que se tratava de um clone do rapaz de cabelos azuis. ~ Mas... O que é toda esta esta flutuação de chakra que consigo ver? É como se eu pudesse enxergar o molde de chakra do jutsu que ele está fazendo... Bom, de qualquer forma, melhor aproveitar esta vantagem enquanto a tenho. Não há tempo para ficar imaginando o que pode ser, descubro isso depois.~ Pensei enquanto procurava uma estratégia para desviar do ataque do clone, logo pensando em algo que poderia surtir efeito. Eu já estava perto do alvo principal, pensei que poderia ser mais vantajoso focar em um ataque direto nele. Talvez se o acertasse em cheio, ele perdesse a concentração do clone e o desfizesse. Seriam dois coelhos com uma cajadada só, então foi exatamente o que eu tentei fazer.

- Kage Buyō!

  Quando o raio se aproximasse de mim, eu usaria um jutsu para tentar me locomover rapidamente para trás do jovem de cabelos azuis. Caso bem sucedido, ou desviaria do raio por completo, ou, caso este me seguisse, teria na frente o jovem de cabelo azul, que poderia receber o golpe no meu lugar. De toda forma, ao fim do movimento tentaria realizar mais uma técnica por trás do desconhecido.

- Konoha Daisenkō!

  Usaria uma técnica na tentativa de acertar a cabeça do alvo com um chute lateral, que caso acertasse, poderia fazê-lo voar para longe. Toda essa movimentação aconteceria em poucos segundos, mas na minha mente teria sido algo de duração muito maior. Era como se eu pudesse enxergar tudo em câmera lenta e pensar rápido o suficiente para por em prática os planos de movimentações que tinha. Aquela era minha primeira luta real, primeira luta que não fosse combinada, como treinos e batalhas amigáveis. Naquele momento eu poderia perceber o quanto valeu a pena cada dia e noite de treino, cada machucado derivado das minhas práticas para me tornar um ninja poderoso.

  Caso toda a movimentação fosse bem sucedida, ficaria em posição de combate após o golpe, aguardando a reação do alvo, caso este ainda estivesse em condições de lutar.

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  Após toda a movimentação ter sido realizada com sucesso, um grande alívio cai sobre mim. Consegui vencer a minha primeira luta, sem muita dificuldade. Mas ainda restava entender o que aquele rapaz queria, o porquê de ter me atacado. Ao vê-lo perder a consciência, tal como o sumiço do clone, não havia muito mais com o que me preocupar, além de levar o inimgo às autoridades de Kumo para tentar descobrir a identidade daquele. Em passos calmos, me aproximo do inimigo desacordado, abaixando para pegá-lo e apoiar ele sobre meus ombros, pondo me a caminho da polícia da vila para denunciar e entregar o criminoso. No caminho para a vila fiquei refletindo sobre tudo o que havia acontecido, sobre as movimentações feitas, minha agora possível técnica de enxergar o chakra das pessoas, sem mesmo precisar enxergá-las propriamente. ~ Então eu consegui desenvolver uma nova técnica, é isso? Aquilo foi incrível, eu nem mesmo precisei da minha visão para saber a posição do inimigo. Bom, devo adiantar o passo para entregar este bandido para a polícia da vila antes que ele acorde. Isso não seria muito bom... ~ Terminaria o pensamento já no meio do caminho para a vila, resolvendo acelerar a movimentação. Se chegasse à vila sem problemas, faria exatamente como o planejado e o entregaria às autoridades.

- Fala | ~ Pensamento

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