Era manhã.

Mas tudo estava diferente, o mundo amanhecia mais triste. Yose estava observando toda a vila em sua janela do quarto no segundo andar. Ele bate na escrivaninha com força, e ao lado de sua mão uma lágrima cai. Uma das muitas lágrimas que caíam naquele mesmo momento, naquela mesma manhã. Em sua outra mão, um jornal ali estava mas logo caiu ao chão, enquanto pequenos sussurros de um choro introvertido que externava apenas uma coisa: A tristeza da perda. Na página principal do jornal que estava virada para cima, estava a notícia, simples como uma faca e mortal como sua lâmina: A HOKAGE ESTÁ MORTA.

Yose era um devoto. Um lutador da causa, dos bons valores, um amante da mais bela e incrível de todas: Ele amava Konoha. As lágrimas do adolescente estão escorrendo pelo seu rosto, e agora não contém apenas tristeza, mas amor. Amor pelo que ela escolheu fazer por aqueles que sempre precisaram de proteção. E o que eu, um mero Genin posso fazer para honrar sua memória, amada Hokage? Este pensou, afinal, todos nós podemos fazer algo, desde que seja com o coração e, acima de tudo, por amor as vidas!

Yose não perdeu tempo e foi até o centro da vila. Lá adquiriu pincéis, tintas de cor vermelha e cinza, além de flores. Pediu para serem entregues no cemitério de Konoha no final da tarde.

E enfim, ele chegou no seu destino... O cemitério de Konoha. Estava frio, um dia típico de inverno na Folha. O sol se escondia nas nuvens negras que pairavam sobre os céus do vilarejo, talvez até os céus quisessem chorar naquele dia. Com o Selo de Confronto ativado, Yose deu forma a alguns de seus insetos, criando várias mãos flutuantes e elas pegaram os pincéis e começaram a pintar cada lápide.

Enquanto isso, Yose pegou o seu próprio pincel e pegou a lata vermelha de tinta. Passou por todas as lápides que estavam sendo pintadas e chegou ao local principal do cemitério: A estátua da Vontade de Fogo. O espírito protetor, o amor, a revolução da gratidão. Aquele era o espírito de um Hokage. Enquanto pintava a estátua, lágrimas caiam aos seus pés ao lembrar dos sacrifícios de muitos e a honra de poucos. Ao terminar, observou a estátua, e dobrou-se de joelhos sussurando:

- Hokage-sama, o fogo continuará brilhando. A todos os mortos, vocês não serão esquecidos por nós!

Yose está de joelhos, o sol começa a dar sua primeira e última aparição, esquentando os corações dos oprimidos pela perda. Era por do sol, e ele se revelou de forma esplendorosa antes da noite chegar. As flores estavam posicionadas em cada lápide, agora pintadas. Yose chorou. Não se sabe até que horas o jovem ficou de frente para a estátua da vontade do fogo... Mas em algum lugar, todos os que já se foram voltaram seus olhos novamente para o lugar que amavam: Sua casa.

Eles foram lembrados e honrados.