Era aquela época do ano de novo... Kumogakure inteira estava decorada, abóboras por todo lugar. Crianças correndo pela cidade com seus longos panos brancos com furos aos olhos, Piratas tocando o terror e até mesmo algumas garotas de perucas verde emulando a líder da vila. Era Halloween! Eu podia não ser uma criança em minha idade, mas céus, eu nunca conseguia segurar a empolgação em épocas de festividade. Eu caminhava estonteado pelo vilarejo, embora me segurasse para não sair batendo de porta em porte atrás de meus doces. Não! Esse não era o meu dia. Eu havia reservado aquele dia para meus irmãos, e eu lhes daria a maior aventura de Halloween que qualquer criança no País das Nuvens já teve. 'Toc, Toc' Ecoava a madeira da porta em resposta aos leves toques de 'contra-punho' que eu lhes dava. — Quem é? — Dizia a doce voz de uma velhinha, enquanto esta abria as portas do Orfanato Matsudara para mim. — Oh! Ichiro... Oque lhe traz aqui? — Ela me perguntava, com um sorriso no rosto.

Fala, véia. Eu vim levar as crianças pra um passeio de Halloween. — Eu a respondia com um sorriso sarcástico no rosto. — Muito bem... Elas ficarão feliz em te ver. Mas certifique-se de que estejam todas de volta até a noite, garoto! — Ela conhecia bem o jovem irresponsável que eu era, então eu de certo merecia o puxão de orelha. Certo, Certo... Eu murmurei enquanto caminhava casa á dentro. Adentrando o recinto, pude ver a saudosa baderna instaurada na casa. Eu não me surpreendia; caos era tudo oque acontecia nos breves momentos em que Charlotte retirava-se do recinto. Entretanto, tudo era pausado quase que no mesmo instante; as crianças ficavam em silêncio, me observando, antes de partirem animadas ao ataque; com toda humildade, mas eu era o 'irmão legal' da casa. — PODEM PARAR! — Exclamei em um som autoritário, conforme levava minhas mãos á frente. Assustadas, as crianças paravam; embora algumas, astutas como era, imaginavam oque aconteceria em sequência. Em alguns movimentos de minha mão direita, uma capa e chapéu milatares surgiam a me adornar, além de um chamativo bigode negro feitos a partir de minha areia de ferro. — Eu não sei quem é esse Ichiro que tanto berram! Eu sou o Major Friederich Vanderbaumm, e eu não venho em paz! Eu ouvi dizer que vocês são o grupo de shinobis mais capacitados da Nuvem, e eu venho a vocês com uma missão! Hoje, algumas horas atrás, o Castelo Amaldiçoado do Rei Destruído ressurgiu das cinzas em uma das plataformas da Vila! Ouve-se falar de um tesouro inestimável no topo do castelo. Eu preciso que vocês consigam esse tesouro para mim! Me sigam, apenas os mais corajosos! — Eu exclamei; céus, minha garganta doía. Mas os berros de excitação de meus irmãos e irmãs valiam a pena. O Faz-de-conta havia começado!


Liderando a esquadra até o Campo de Treinamento do Vilarejo; a plataforma mais aberta que eu tinha conhecimento, chegávamos ao nosso destino. Um monte de Areia de Ferro caída no chão... Bom, eu devia prever que se eu ficasse tanto tempo longe, a estrutura iria desabar. Destruído mesmo. Eu ouvi uma das enfadonhas crianças murmurar ao fundo. Bom, olhe e aprenda! As minhas mãos apontavam-se aquela montoeira de pó e, em alguns gestos que propositalmente imitavam uma dança, aquilo moldava-se em um castelo. Cada pedacinho de ferro tinha o seu lugar, e após alguns poucos mas exaustantes minutos de dança depois, o Castelo estava erguido. Todos, sem sequer me ouvirem, correram para dentro em uma disputa de quem chegaria ao último andar primeiro. E... Este foi o meu Halloween. A tarde passou voando, mas eu me sentia orgulhoso; pensava ter alcançado as expectativas e feito um halloween inesquecível para os meus irmãos. Não que assustar algumas crianças não me agradasse também.

Considerações:

POST 01/01; PALAVRAS 643/450