Era uma noite fria aquel- Espera aí... Noite?! E, por mais uma vez, eu havia estragado tudo. Talvez ir dormir ao meio-dia após uma longa noite de jogatina não pudesse ter outro resultado além daquele, mas eu não conseguia enxergar aquilo; maldita fosse a minha pira por jogos eletrônicos. Céus, eu era irresponsável. Eu havia acordado tarde, mas meus planejamentos para o dia talvez não mudassem tanto perante o horário; pelo contrário, talvez fossem uma dádiva? Acontece que eu julgava ter alcançado o ápice de meu controle junto ao Magnetismo, ao menos o ápice do que se pode aprender sozinho. Afinal, sem uma família com habilidades semelhantes e/ou algum conhecido a se comparar, era difícil reconhecer qual era o meu real limite junto ao Jiton.

Eu precisaria de olhos experientes para me guiarem perante oque eu teria de aprimorar para de fato tornar-me um Mestre do Jiton. E tudo aquilo, infelizmente, me levava a pensar em um único homem. O Professor de Ninjutsu da Academia de Kumogakure. Como eu posso dizer... Ele não era um homem fácil de se lidar. Ele era exigente, ríspido, cruel, maléfico, o ser humano mais podr— Certo, só as duas primeiras valeram. Eu... me emocionei um pouco. Portanto eu me vesti, equipei a minha cabaça e corri em direção à Academia. Eu julgava não ser tão tarde assim, e se eu desse sorte, talvez eu o encontrasse no fim de seu expediente.

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POST 01/10; PALAVRAS 237/200

Por alguns poucos momentos eu tornava-me cabisbaixo perante a resposta de meu ex-Professor. Entretanto, sua frase prosseguia em uma informação vital para oque eu havia em mente; no fim, não havia sido de todo inútil vir até a Academia. Eu tentava agradecer ao homem enquanto o via 'disparar' rumo à sua casa. Bom, eu não o culpava; afinal, lidar com crianças de certo era cansativo, comigo... era pior ainda. Eu permanecia alguns momentos parado no lugar, pensativo, antes de enfim afundar minhas mãos sobre ambos os bolsos e começar a caminhar de volta à minha casa. Oque? Eu teria de passar duas horas antes de ir até lá de quaisquer jeito, portanto, por que não bater um ranguinho?


O tempo havia passado e, enfim, era hora de partir até o Bar Tatsumaki. A caminhada não era muito longa desde minha casa até o recinto, entrando no recinto eu pude presenciar o puro caos. Ao mesmo momento em que eu abria a porta, uma briga generalizada começava; mas se apagava quase tão rápido quanto se incendiava. Eu não entendi ao certo, mas repentinamente diversos braços negros atravessaram o recinto derrubando até o ultimo dos homens. Espere um momento... Eu pensava. Acompanhando tais braços de volta à sua origem, pude deparar-me com o homem que procurava; definitivamente, aquele era o Mestre de Jiton que eu buscava. Ele parecia impaciente, é claro, oque me deixava com algum receio de me aproximar. Mas eu não tinha uma opção, eu devia agarrar aquela oportunidade. Eu me aproximava, sentando-me ao lado dele. — Um manto, é? Nunca vi alguém usar a Areia de Ferro desta maneira. — Eu puxava conversa, virando meu tronco em sua direção enquanto escorava meu ombro sobre o balcão de maneira relaxada. — Eu me chamo Ichiro, e estou buscando alguém que possa me ensinar a dominar a Arte do Magnetismo.

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POST 02/10; PALAVRAS 310/200

A recepção do homem havia sido dentro do esperado, talvez até um pouco mais otimista do que eu imaginava. Entretanto, ainda parecia um caso delicado a se lidar; os meus dedos começavam a batucar na mesa quando o homem, em uma reviravolta, me propunha um acordo. Entretanto, sua proposta era irreal no momento em que eu vivia; o fato é, eu estava sem dinheiro. Da maneira mais literal possivel, zerado; sem um tostão no bolso. Eu reagia á fala de um homem com um sonoro 'Xiiii...' enquanto desviava o olhar para baixo, pensativo. — Veja bem, meu caro senhor que ainda não me disse seu nome, eu... estou furado no momento. — Eu abri o jogo ao homem, antes de prosseguir. — Porém... Como você pode ver aqui — mexia em minha bandana em conjunto à fala — Eu sou um recém-formado ninja de Kumogakure. Portanto, se você me ensinar o suficiente para que eu possa sair em minha primeira missã, eu posso tirar uma parte da recompensa pra pagar a sua dívida e quem sabe, mais algumas bebidas no dia após... — Concluí a minha contra-proposta, tentando deixar a oferta mais convidativa em compensação à tentativa de ganhar algum tempo antes de pagar.

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POST 03/10; PALAVRAS 204/200

Respirei aliviado ao ouvir a contra-proposta do homem, e também o valor de sua dívida — bem menor do que eu esperava. Eu não tardava em assinar o papel qual era me empurrado enquanto observava o homem preparar-se à sair do recinto; eu estava começando a ficar empolgado. — Certo. — O respondia, antes de enfim levantar-me da cadeira na qual me sentava e seguir-lo rumo à saída do estabelecimento; era hora das coisas começarem de verdade. Ao sairmos de lá, tivemos uma silenciosa e longa caminhada até o Campo de Treinamento do Vilarejo. Ao enfim chegarmos ao nosso destino, era vez de Shiro parar por um momento e começar a falar; demonstrando-se dedicado à ensinar-me oque eu precisaria para enfim tornar-me um mestre do Jiton. E, meu primeiro passo, era tentar desenvolver a mesma capa de areia de ferro da qual o homem utilizava.

Pode apostar que eu sei. — Respondi, exibindo um tom confiante aliado a um sorriso de canto de rosto. Com as instruções dadas, eu abri ambos os meus braços em um gesto súbito — eu sempre achei vergonhoso fazer aquilo na frente de outras pessoas, mas como tratava-se de alguém que usufruia das mesmas habilidades que eu, ele entenderia. Em resposta ao ato, direto de minha cabaça começava a flutuar uma grande massa de Areia de Ferro. Ela começava a circundar o meu torso, envolvendo-me lenta e dolorosamente. Eu podia sentir-me sufocar por alguns breves momentos, em um claro sinal de que eu estava apertando à mim mesmo em minha primeira tentativa de utilizar a técnica. Eu tentava corrigir o erro lentamente, para que não perdesse o progresso quase impecável que havia tido — eu era um Prodígio, ao fim das contas. Corrigido o meu erro, eu dava alguns golpes com minha mão contra a própria 'estrutura' que havia criada. Ela permanecia intacta, enquanto a minha mão, nem tanto. Era um bom sinal... Eu acho.

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POST 04/10; PALAVRAS 344/200

Estranhamente, eu entendia oque o homem dizia. Conectar-se á Areia, eh? Eu havia chegado perto daquilo, apenas uma vez, durante meus treinamentos. Entretanto, era algo tão precário que o mero ato de abrir meus olhos desconectava-me como um todo, tornando aquilo praticamente inútil. Era hora de eu enfim treinar aquilo para que tornasse-se algo útil. Então eu respirei fundo e me concentrei; a partir dali, eu não moveria um músculo. Concentrando-me por completo, eu executava os passos que me eram passados e, através de minha mente, mentalizava-me a executar os selos que Shiro havia me passado. Bode; a areia, antes presente em minha cabaça, começava a flutuar para fora. Cavalo; ao mesmo tempo que ela começava a circular ao meu redor. Cobra; ela começava a se tornar uma massa mais uniforme, até que através dos últimos dois selos, ela começava a lentamente aproximar-se de mim tomando, enfim, a forma de um manto. Eu abria os meus braços, observando a minha 'construção'. Eu não tinha certeza se a técnica estava completa, mas ao menos eu podia fazer o esboço do que ela era — e céus, era uma capa estilosa. — É isto? — Desviei meu olhar à Shiro, esperando por seu parecer.

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POST 05/10; PALAVRAS 202/200

Tranquilo. Eu pensava comigo mesmo, conforme Shiro me ordenava a caminhar com o manto recém-feito. Eu estava confiante, afinal, em minha visão tudo estava perfeitamente alinhado; embora eu não sentisse plenamente a dita 'conexão' da qual tanto me referia. Conforme dei meu primeiro passo, pude perceber a areia caindo. Vai desmoronar... Eu pensei comigo mesmo, ao dar um segundo passo, ainda mais areia caia, até que no terceiro passo por fim todo o manto eclodia caindo no chão. Eu estava nitidamente frustrado, tanto que chutava um pouco da areia de ferro que encontrava-se ao meu redor. Mas não se engane, eu não estava irritado de não ter conseguido concluir o meu jutsu. Eu estava irritado pois teria de trabalhar ainda mais do que esperava para dominá-lo. — Certo... Certo. Muito bem... Agora vai!

Esbravejei, enquanto novamente fazia voar a minha areia de ferro. Ela refletia o meu estado naquele momento; apressada, inquieta. Ela se jogava contra mim quase que como se fosse um golpe, e apesar dos pesares, chegava a tomar a forma de um manto. Entretanto, desfazia-se em meu mero ato de erguer o braço. Havia sido ainda pior do que a última tentativa, e eu sabia muito bem o motivo. Eu tentei me apressar para acabar com aquilo de uma vez só, mas para variar, a pressa não parecia me recompensar adequadamente. Então, muito bem, era hora de levar as coisas no ritmo mais calmo possível. Eu respirei fundo e sentei-me no chão, em posição de Lótus. Concentrar-me não era a minha especialidade, eu devia admitir. Entretanto, eu conhecia os fundamentos por trás da boa e saudosa meditação. Havia sido através daquele estado de mais pura concentração que eu havia me 'conectado' à Areia de Ferro pela primeira vez; assim sendo, bastava eu voltar até lá para conseguir novamente, não? Eu fechava os meus olhos e cadenciava a minha respiração continuamente. Eu acreditava que Shiro entendia oque eu estava fazendo, e que por consequência, manteria-se em silêncio enquanto aquilo.

Agora imerso no ápice de minha concentração, era hora de executar o 'Manto' perfeito. Sem que eu sequer movesse um músculo, a areia de ferro contida em minha cabaça começava a flutuar pelo ar em sintonia aos meus atos; não era a primeira vez que aquilo acontecia, é verdade, mas o processo inteiro parecia muito mais fluído que anteriormente. Em questão de momentos, a areia cada vez mais 'unia-se' a mim na mesma cadência a qual meu manto era 'tecido'. Ao fim de alguns segundos, eu abri novamente os meus olhos e levantei-me. — Se eu me dedicar na hora de fazer, não deve dar tanto trabalho pra manter... — Explicava ao homem a lógica que passava em minha cabeça. Inseguro, eu dava alguns pulinhos para testar se tudo não viria ao chão, e para a minha surpresa; de fato, nada dali caia. Era estranhamente satisfatório ver aquilo comportar-se como uma veste normal.  — Por favor, me fala que está pronto. Eu não aguento mais treinar isso. — Eu suplicava, aguardando pela avaliação de quem entendia mais que eu. Era uma surpresa, até para mim mesmo, que eu ainda não havia desistido daquilo naquele dia. Afinal, eu não era exatemente o exemplo de pessoa resiliente que existia na minha cabeça.

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POST 06/10; PALAVRAS 541/500

Um mestre elemental, eh? Realmente... Não soa mal. Abri um sorriso de canto com as palavras do homem, um pouco orgulhoso do que havia realizado. — Vejamos do que você fala... — Eu comentava, enquanto que girava o meu corpo para o lado encarando a vastidão aberta do Campo de Treinamento. Eu cerrava meus olhos em sinal claro de minha concentração, e concentrava-me em, ironicamente, realizar a mesma técnica que o homem havia demonstrado anteriormente. De minhas costas, um grande 'braço obscuro' emergia. Ele parecia responder bem aos meus comandos, ainda que eu não movesse um músculo para controla-lo. Repentinamente, aquele mesmo braço voava em uma enorme velocidade — que nem mesmo eu era capaz de acompanhar com precisão — alguns metros à minha frente, enquanto que aquela mão cerrava-se em um punho até, enfim, jogar-se com tudo contra o concreto da plataforma. Uma força tamanha que certamente conseguiria 'penetrar' alguns centímetros dentro do material, causando algumas rachaduras. — Cacete... — Reagi em tom de surpresa. Afinal, eu esperava que alguma melhora sobre o meu controle com o Jiton se refletisse na potência de minhas técnicas, mas na minha visão, aquilo era um pouco ridículo. Meus olhos brilhavam em empolgação enquanto eu os virava diretamente á Shiro, como se o perguntasse se havia como ir além daquilo.

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POST 07/10; PALAVRAS 217/200

Conforme as palavras de elogio fluiam de Shiro, um notório sorriso surgia em meu rosto. Distraído, eu desviava o meu olhar para minhas mãos por um breve momento; bom, talvez alcançar grandes conquistas não fosse um porre tão grande assim. — Com o menor esforço, eh? Do jeitinho que eu gosto. — Rí comigo mesmo. Em meio aquele breve momento de descontração, surpreendeu-me a inserção de uma nova figura. Encharcado de suor e um pouco exausto, o homem parecia tirar seu tempo descansando antes de direcionar seu olhar diretamente à mim. Foi naquele momento que enxerguei sua bandana, e por consequência, comecei a negar por antecipação. Não, Não, Não... Não abra a boca! Eu clamava em silêncio. Entretanto, meus poderes telepáticos talvez não fossem tão desenvolvidos quanto meu Ninjutsu, e o homem enfim começava a falar. Antes mesmo dele finalizar sua frase os meus olhos se reviravam — Eeeeh? Mais trabalho? — Reclamei em angústia. Shiro dizia algumas palavras sobre a situação de seu casamento, ou melhor, ex-casamento, antes de ir embora.

O homem prosseguia sua explicação, enquanto me dava uma foto da casa e as coordenadas para minha missão. — Bom... Já que eu vou ter que fazer isso... — Eu estavala o pescoço, enquanto agachava um pouco o meu torso em relação ao chão. Tudo para dar espaço às gigantescas asas que surgiam em minhas costas, conjuradas a partir de minha areia de ferro. — Eu farei isso rápido. — Completei, conforme aquelas imponentes asas davam a sua primeira 'batida'. Apenas aquilo era o suficiente para elevar-me alguns metros do chão, enquanto levantava uma poeira descomunal na região. — Opa, foi mal! — Desculpei-me com o homem, provavelmente pego em meio á cortina de fumaça. Com a imagem da casa em mãos, eu tentei me organizar visualmente para localizar a região da qual o homem falava. Voando, é claro, a tarefa era um tanto quanto mais fácil. As batidas conseguintes elevavam-me cada vez mais no alto antes de enfim, levarem-me na direção que eu desejava. A visão do 'topo' de Kumogakure era bela, revelando um pouco mais da magnânima obra de arte arquitetônica que era o vilarejo. Mas aquela não era hora de me impressionar, era hora de (ugh) trabalhar.

Com a visão da casa que haviam-me passado, eu iniciei o processo de pouso precisamente à frente da mesma. Como eu estava com pressa, eu me arriscava, utilizando-se do método de 'alinhar' as asas como barbatanas, iniciando um processo de queda livre até abortar-lo nos últimos instantes ao abrir da asa. — Ô de casa! — Chamei, após pousar.

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POST 08/10; PALAVRAS 431/400

Olá, eu sou apenas um jovem comum e eu queria perguntar se- — Emulava em um tom doce e calmo ao homem que me atendia, até ver-lo gritando aos prantos. Por que sempre tão trabalhoso? A sequência de tudo era extremamente caótica, para dizer o mínimo. De repente, um homem estava saltando do telhado em minha direção; talvez o maior perigo naquela situação fosse a possibilidade de eu simplesmente me deixar levar pelo raciocínio de por que caralhos ele estava lá. Bom, ou ele era o homem-aranha, ou ele estava muito alterado em drogas. Talvez os dois? Quem sou eu pra julg— VIU! ERA DISSO QUE EU TAVA FALANDO! Embora eu adorasse passar mais um tempo escavando dentro da minha cabeça, antes, eu talvez devesse me atentar ao generoso machado que se encontrava em suas mãos.

Em rompante, um novo braço de areia de ferro era moldado à partir de meu manto de areia de ferro. Feito à partir de meu ombro, a velocidade insana que eu conseguia atingir era tamanha que eu sequer percebia quando meu braço já havia alcançado o homem. Com o inimigo literalmente na palma de minha mão, eu manipulei de forma à utilizar da areia de ferro do mesmo braço que segurava o homem para criar uma mão menor, que movia-se até suas mãos e violentamente puxava seu machado jogando-o ao chão. — Eu adoraria passar algumas horas falando sobre como você foi parar aí mas eu ainda tenho alguns amiguinhos pra pegar. Tá afim de um passeio? — BOOM! Um pouco de Ironia, serventia da casa. Vergonhoso? Bom, eu sou um adolescente, oque esperava?

Com um deles capturado, era hora de ir atrás dos outros. Eu novamente criava as mesmas gigantescas asas de ferro de anteriormente e, em uma batida violenta de suas asas, livrava-me de toda fumaça que havia ao meu redor. Com minha visão de meus alvos recuperada, era hora de agir. Eu alçava voo na direção dos mesmos enquanto disparava penas em uma exagerada cadência á sua frente. Tanto para atrasá-los, quanto para mostrar-los que não haveriam frutos em sua fuga. Após isto, mais dois longos braços de areia de ferro eram enviados em sua direção, ambos em uma velocidade exorbitante de 30m/s. Eu não intencionava golpeá-los, até mesmo com medo de minhas novas capacidades, mas sim joga-los sobre o chão e prendê-los com a força de ambos os braços. Se tudo desse certo, bom, as capturas estariam completas.

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POST 09/10; PALAVRAS 408/200