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No dia seguinte, Senko voltou ao gabinete. O garoto tinha sido requisitado para mais uma missão, embora ainda não soubesse os detalhes da tarefa, sabia que dessa vez seria de uma importância ainda mais elevada. E sem figuras animalescas dessa vez.

Chegando lá, subiu mais uma vez as escadas e foi até a sala da assistente que lhe concedeu a graduação de chūnin. Bateu à porta e esperou por uma dúzia de segundos e, sem obter nenhuma resposta, bateu mais uma vez. — JÁ VAI, DIIXGRAÇA! — berrou a mulher de dentro da sala.

Depois de mais trinta segundos, ela abriu a porta. Meio desajeitada, ela arrumou a roupa, passou o antebraço na boca e arrumou o cabelo enquanto se colocava na frente da porta tentando impedir a visão do garoto. Entre as frestas, Senko viu alguém pulando pela janela, mas não deu muita importância.

— Oi, Senko! Hehe. Venha, sente-se. — Eles foram até a mesa e o garoto se sentou. Ela colocou dois pergaminhos na mesa — Hoje eu tenho duas missões para você, mas, como elas têm uma certa urgência em serem feitas, você vai ter de escolher apenas uma delas, ok?

O garoto acenou com a cabeça e ela foi explicando. — Bom, a primeira é uma missão de espionagem. Você vai ir até a fronteira do país do fogo com as ruínas de Oto. O nosso grupo de rastreio ficou sabendo que tem uns nukenins perigosos tramando uns planos contra a nossa vila. Você deve ir lá e conseguir o máximo de informação possível sem ser descoberto.

— E a segunda? — indagou.

— A segunda missão é escoltar os banqueiros que estão transportando valores entre as cidades do País do Fogo. Eu chuto que, no mínimo, são novecentos milhões de ryous. Deve ser bem mais, eu acho, mas tô chutando baixo. — Ela se arqueou e encarou o garoto. — Então, o que me diz, qual vai escolher?

Ele dá um sorriso de canto e cruza os dedos indicadores e médio de ambas as mãos, formando um sinal de adição. — As duas! Kage Bunshin no Jutsu! — e de uma explosão de fumaça branca saiu um clone das sombras.

Ela deu risada enquanto Senko explicava o clone. — Bom, você vai me ajudar a fazer a espionagem. Vai lá, consiga o máximo de informação possível e sem ser visto. Em ambos os casos, quando você… ou eu? Enfim, quando você conseguir, eu te dissiparei.

Os dois falaram num tom uníssono, dando um joinha pra assistente. — Pode contar comigo!

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Então, saindo do gabinete ao lado do clone, Senko estava… feliz? Ele não sabia se eram os hormônios da juventude ou se é pela mudança de vila no meio a todo esse caos dos últimos meses, mas seus sentimentos estavam tão estranhos… Era difícil lidar com desconfiança, curiosidade, indignação… ódio. Não restava tempo para ficar feliz. E nesses breves momentos onde o gen… chūnin sentia que tinha mais responsabilidades, certamente se sentia mais feliz. Queria ajudar.

O clone e Senko tomaram seus próprios rumos. O jovem Matsuda não usava o clone das sombras com muita frequência, então aquela sensação era estranha, mas divertida. Ele pegou o endereço que a assistente o tinha dado e se dirigiu até ele.

Chegando no local de partida, uma grandiosa carroça com quatro brutamontes em volta estava estacionada na frente de um dos maiores bancos da vila. — Olha, o shinobi chegou, vamos, se apressem, vamos sair. — disse um senhorzinho tão pequeno quanto Senko. Era maior que um anão, mas era bem menor que a maioria das crianças de 10 anos. — Sr. Matsuda, não é mesmo? Eu sou Masashi Buffet e eu sou o gerente desse banco. Sabe como funciona, né? Espero que vocês não façam a cagada como na última vez, perdemos 100 milhões, foi um desastre. Enfim, com certeza seremos atacados, uns mercenários sempre atacam, esteja pronto. — ele foi empurrando o chūnin para fora e a carroça começou a andar — Tchau!

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O jovem começou a acompanhar a carroça cheia de dinheiro. Era uma carroça de mais ou menos 2 metros de altura e largura e 3 metros de comprimento. Como era dinheiro para pôr nos cofres do banco, muito provavelmente colocaram ali as notas de valor mais alto. Então, com certeza, ali tinha muuuuito dinheiro. Se ele tivesse dez porcento, ou até mesmo míseros um porcento, poderia ajudar muito a sua família. Talvez ele compartilhasse o mesmo pensamento de seu irmão, Ichiro, que fez o possível para ajudar a família na luta contra a pobreza. Infelizmente, ele escolheu um caminho não tão correto, mexendo com coisas ilegais e, eventualmente, desertando da vila…

Enfim, o chūnin não tinha tempo para ficar pensando nesses desastres. Tinha mais o que fazer. No meio do caminho, um dos brutamontes puxou papo com o jovem Matsuda. — Então, moleque, já lutou contra mercenários? Geralmente a gente pede pra vocês ninjas fazerem a patrulha. Semana passada, como o Mestre Masashi falou, a gente teve um saque. O ninja que veio aqui morreu em combate e a gente perdeu uma parte da carga. Fiquei até assustado, mandaram uma criança como você pra proteger a gente HAHAAH. — Ele gargalhou e os outros três acompanharam-no, achando graça. — Fica esperto e torça para eles não virem hoje.

Bom, não ia adiantar torcer. No mesmo momento, Senko recebeu as informações do seu clone que estava do outro lado do país. Os mercenários iriam atacar a encomenda. Mal pensou isso, e olhando com o canto dos olhos, avistou uma sombra vindo em sua direção com grande velocidade. Senko ativou o seu Sharingan, observando os movimentos de um mercenário que fazia uma investida. Era oportuno que a velocidade do criminoso era um pouco inferior à de Senko, então sem nem mesmo usar um jutsu como Shunshin. Senko desviou do ataque e pôs-se nas costas do criminoso, puxando uma kunai e acertando sua panturrilha, incapacitando-o.

Mais outros dois mercenários se aproximavam, estes pareciam mais fortes. Antes que pudessem preparar o próximo ataque. — Parem lá! Sou um chūnin da folha, vocês não vão querer lutar contra mim!

Bobo… mal sabia ele.

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— Ora, ora… Senko, você cresceu um pouco, não cresceu? — a voz era incrivelmente familiar para Senko. Um dos homens, caminhando lentamente na direção do chūnin, abriu um largo sorriso e descansou a mão por cima de sua katana, ainda na bainha. — É bom te ver, maninho.

Senko ficou paralisado. Já estava super cansado por ter usado o Kage Bunshin na outra missão e, no momento em que Ichiro se aproximou, o seu clone das sombras cumpriu o seu propósito e foi dissipado. O jovem Matsuda sentiu o enorme peso e cansaço que o clone acumulou durante todo esse tempo, chegando a quase exaustão. — É, você tá só o caco da rabiola, o que você vai fazer?

Ele não podia acreditar que era mesmo o irmão. Não conseguia crer que o irmão tinha, de fato, se transformado em um ser maligno que faz tudo pelo dinheiro. Tentou convencê-lo. — N-niisan, eu… ainda acredito em você, volta pra casa, esquece isso, você não precisa disso pra viver!

— Senko, que casa? Sunagakure está reduzida à pó. Esquece isso. E… além disso, descobri que nem irmãos somos. Só meios-irmãos. — Ele sorriu cinicamente. — Nem sei o porquê que te deixei vivo naquela noite. Devia ter te matado.

Aquilo não deixou o chūnin nada contente. — Cala a boca! Você só pensa em você?! Você ainda é meu irmão, sim, e a gente sente a sua falta. Você não tem um pingo de empatia pra entender o sofrimento que a sua partida nos causou?!

O mercenário com a kunai na panturrilha tentava se reerguer e, percebendo isso, Senko deu um violento chute na cara do meliante, que caiu de novo. Aquele chute custou muito, qualquer movimento já deixava o garoto ofegante.

— Bom, você sabe lutar, né? — disse, abanando a mão para o outro ladrão. Ele começou a correr na direção do rapaz. Senko não hesitou, lembrando do treinamento que tinha feito no dia anterior. Realizou os selos necessários e, a terra que estava embaixo dos seus pés começou a ficar lamacenta. De lá emergiu um dragão de lama. — Doton! Doryūdan! — e, logo em sequência, a mesma coisa do treino — Katon! Karyūdan!

Senko fez apenas um projetil, mas ele era grande. E agora pegava fogo. O projetil atingiu em cheio o peito do mercenário, que foi jogado contra o chão. Gritava tentando apagar o fogo inutilmente, até que Ichiro cuspiu um chakra em forma de água e apagou as chamas. — Bom, nada mau, derrubou dois dos meus mercenários, vou deixar você ganhar essa… — assim que terminou de falar, apareceu atrás do chūnin, falando atrás do seu ouvido. — Mas não me procure, você vai morrer.

O jovem Matsuda ficou sem palavras para responder o irmão, e desmaiou de cansaço. Os homens que levavam a carroça colocaram o moleque em cima, com pena. Depois de uma boa caminhada, os brutamontes conseguiram entregar os valores para o outro banco daquela cidade. Senko acordou e voltou para vila, permanecendo o caminho todo calado.

Chegando no gabinete, começou a falar sobre a missão. — Com o banco, tivemos um ataque, mas tá tudo certo… — e reportou o que soube com o clone na outra missão — Estão tramando um ataque contra a vila e a morte dos guardas da Hokage. Querem, além disso, colocar a população contra ela. Acho que devemos agir rápido. — disse, num tom triste, direto e curto. Ele ia precisar refletir bastante sobre o que aconteceu.

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