Pessoas trabalhavam, caminhavam, viviam suas vidas tranquilas e sem se preocupar com nada, seus heróis estavam lá foram os protegendo não tinha nada a temer. Deus rasgou os céus com sua fúria, foi o que eles pensaram ao olhar para aquela coisa gigantesca, sobre o vilarejo três pedras de tamanhos incalculáveis flutuavam sobre ela, aparentemente Deus testava a fé de todos pois um milagre as manteve paralisadas no ar, restou ao povo da vila, fugir, gritar, se ajoelhar e rezar implorando para o santo que esta os julgando ter piedade.

Diante de tudo aquilo, a multidão começou a correr desesperadamente, as crianças perdidas sem entender o porquê de toda aquela balbúrdia. Uma senhora agarrou seus netos, correu para abaixo de uma tenda os colocou em seus braços e começou a rezar, ao lado dela um senhor escondido abaixo de uma mesa, tais atitudes inúteis, mas quem poderia julgar uma população assustada de tentar se proteger?

A chuva não caía mais naquele lugar, tão próximos dos limites do País do Vento. Angell ia na frente, altiva em suas vestes que batiam contra o vento suave de primavera, o mesmo que sacudia seus cabelos em várias direções. Atrás dela, um grupo de ninjas prontos para enfrentarem os riscos de morte de irem contra Shaka. Ela sabia que muitos ali morreriam, assim como sabia que eram mortes necessárias. Aqueles que cairiam precisavam do sacrifício para dar um significado às vidas patéticas. Ela olhou para o conselheiro de guerra ao seu lado direito. O homem de óculos e postura firme apenas assentiu discretamente. Se as pessoas soubessem que os planos eram muito mais dele, provavelmente começariam a duvidar da força dela. E os dois — Angell e Ayako — sabiam muito bem que ele apenas tinha um bom intelecto, mas era ela quem detinha poderes realmente capazes de fazer qualquer coisa. Inclusive torná-lo num cachorro adestrado servindo-a. Esses eram os verdadeiros poderes de uma sangue-puro, muito diferente do sangue bastardo dele.
— Lembrem-se!  — Angell anunciou a plenos pulmões, o vento tentando abafar até mesmo o som de sua voz. A mão direita erguida era um símbolo de guerra, o porta-estandarte ergueu-se batendo contra os ares, sacudindo o símbolo do seu exército. —  Estamos indo derrubar aqueles que acham que podem usar o nome Hattori. Esse nome tem um peso que poucos conhecem e podem realmente usufruir. Muitos não irão sobreviver, mas não se esqueçam…
Angell nunca concluiu o discurso. Viu no horizonte atrás do exército a fúria divina. Os meteoros descendo como uma punição sobre a vila, muito longe deles. Procurou trocar um olhar rápido com Ayako. O homem, com toda sua postura calma, apenas ajustou os óculos e desapareceu num lampejo. —  Todos vocês, levantem acampamento, eu preciso resolver problemas mais importantes no momento.
Tendo dito aquilo, ela desapareceu com uma de suas técnicas de teletransporte, surgindo novamente em meio a uma vila muito diferente de onde costumava ficar. Mal tocara o chão da vila e já começara a ouvir gritos desesperados. Civis de todas as idades, desde crianças a idosos, até alguns ninjas observavam o céu temerosos, um deles era apenas um menino de nome Hakurei, assustado com aquilo para quem Angell mostrou um olhar tranquilizador. O símbolo da Folha estampado em vários ninjas soava como uma piada de mal gosto. Esse chakra com certeza é Hattori, entretanto, ele parece modificado…, desgraçados, Angell analisou com seu Sharingan antes de erguer ambas as mãos mirando aquele poder devastador. Canalizou todo seu chakra e recitou palavras inaudíveis. A força de seu chakra transformou o espaço debaixo das esferas, rompendo-o. Distorções azuis brilharam fazendo som de sucção.
— Angell? — Hitsugi questionou. Ela virou o rosto e encontrou Hitsugi e Light se aproximando, os dois sempre juntos como ela lembrava. Mas ela não sorriu, nem mesmo fez menção de se importar com eles. Voltou-se aos verdadeiros problemas descendo sobre eles. Ela juntou as mãos num estalo e as distorções abriram.
—  Vou ensinar a usar os poderes Hattoris — ela disse com arrogância, deslizou os dedos e os encaixou formando um novo selo. Os portais engoliram os meteoros como se não fossem nada demais; o novo destino deles era Sunagakure. Olhou os dois homens, os quais um dia entregaram as vidas ao seu pai, e quase deixou um sorriso escapar, entretanto, desapareceu diante deles antes disso.