Biblioteca da Vila
Descrição: A faxina se estende aqui também, só não vale ficar lendo os pergaminhos ao invés de limpar!

Assim como fizera missões de alguma importância para o vilarejo, missões mais simplórias começavam a pipocar, o que poderia significar duas coisas que vinham à mente de Meiko: a primeira é a de que depois de tanto tempo realizando missões que arriscavam a própria vida, estavam dando um tempo para ele; a segunda é a de que as missões externas estavam tão complicadas a ponto de terem de designar somente altos cargos para tal.

Ele preferia acreditar na primeira, mas no fundo sabia que a segunda opção era a que retratava a realidade.

Em uma nova correspondência dirigida ao rapaz, em letras garrafais, era solicitada sua presença na biblioteca pública de Konoha, cujo ambiente precisava de cuidados especiais com a limpeza. Novamente, interrompeu seu show particular com a flauta, e se vestiu para a missão ainda ressabiado de que poderia estar realizando alguma missão de maior relevância para o vilarejo, mas como dizia o próprio Sho: "um guerreiro deve seguir seu dever, ainda que à contragosto".

A biblioteca era enorme, e tinha um enorme acervo que despertaria em qualquer um a vontade de ler cada um dos títulos presentes nas estantes. Apesar de belo o ambiente, estava empoeirado, e quanto mais desinteressante o assunto ou mais isolada a ala dos livros, mais empoeirado ficava. Esta impressão tornava-se nítida ao comparar os livros sobre controle do chakra, que pareciam novos em folha, e os romances, cujas capas estavam tão sujas que mal era possível ler o título sem passar a mão sobre a espessa camada de poeira. Meiko se prontificou imediatamente, com um pano levemente umedecido, e iniciou seu trabalho.

A extensão do serviço foi das prateleiras às capas dos livros, e naqueles que eram possíveis, retirava-os para uma rápida leitura de alguns fragmentos antes de retomar ao serviço. Este processo perdurou por muitas horas, ao cair da noite, quando finalmente o rapaz atingiu a última prateleira de livros. A ala, que tratava sobre chakra, chamou a atenção do rapaz em um título sobre naturezas de chakra, em especial pela capa bem produzida, apesar de desgastada pela ação do tempo, estava bem conservada por estar em constante uso e cuidado. Meiko leu o livro por alguns minutos, folheando-o para atentar-se a partes específicas do livro que mais o chamavam a atenção, mas a única coisa que foi capaz de abstrair foi um único trecho.

O trecho falava sobre o despertar da natureza de chakra de um ninja, e como um papel específico reagia à energia, demonstrando a qual natureza o chakra de um indivíduo poderia pertencer. Algumas folhas de amostra se encontravam na contra-capa do livro. Mesmo que com certo receio, retirou um dos papeis e os tocou, ansioso pelo resultado, e voilá, o papel dividiu-se ao meio, revelando a natureza do elemento vento para com sua energia.

— Vento, né? — Murmurou, satisfeito com o que a vida lhe reservara.

Ele ainda tomou algum tempo para limpar o resto da biblioteca, mas somente tal descoberta o deixara satisfeito por fazer um trabalho que deveria ter sido entediante. Ainda ao fim do dia, alugou alguns livros sobre música, outros sobre poesia, e retornou para casa.

Considerações: