Os vizinhos de Meiko já estavam acostumados a, àquela hora do dia, ouvir a melodia que soava da flauta do rapaz. Embora fosse um estorvo quando se mudou para aquela região do vilarejo, muitos começaram a apreciar seu talento inato para a música, a ponto de alguns apaixonados baterem à porta de Meiko e pedirem a ele que compusesse uma canção às amadas, outros simplesmente dirigiam-se à varanda para ouvir o doce som do instrumento de sopro. Enquanto muitos pensavam que tratava-se de uma maneira de aparecer, para o próprio garoto, a música era uma forma de passar o tempo e refletir sobre tudo, enquanto gozava da própria companhia.

As tonalidades melódicas variavam, aumentavam e desciam os tons, como se estivesse procurando alguma tonalidade específica. O processo se repetia várias vezes durante o exercício, no qual Meiko encontrava o tom correto para sua composição, tornava desde o começo e assim sucessivamente até uma sequência tornar-se agradável a seus ouvidos auto-críticos e exigentes. A "Canção do Fim de Tarde", como chamavam, cessou quando as batidas à porta ganharam mais a atenção de Meiko do que a própria melodia. Desconcentrado e irritado, dirigiu-se à porta para deparar-se com um ninja da Folha, claramente era apenas um peão mensageiro, cuja mensagem o convocava para uma missão. Desde que o Mestre Sho veio a falecer e Meiko renegou sua criação como um guerreiro, esta seria a primeira missão de sua vida como um shinobi, carregando o símbolo do país do fogo consigo.

— Entendo. — Respondeu franzindo o cenho ao ler a carta e apreender o conteúdo. — Obrigado.

Assim que o mensageiro partiu, Meiko tratou de trocar seu kimono de ficar em casa por roupas mais curtas e maleáveis, de modo que pudesse exercer a missão da maneira mais adequada possível. Sua bolsa ninja, uma vez que renegara a espada, era sua única fonte de armamentos, e portanto guardava-as como ouro ao lado esquerdo de seu cinto de cordas vermelho. Sem delongas, posicionou sua flauta em uma almofada retangular situada em um móvel de madeira na sala, onde o instrumento fica exposto como uma rara obra de arte, e partiu rumo ao desconhecido.

No portão, as vestes do rapaz  que procurava não podiam ser mais intuitivas do que aquelas que encontrava no jovem rapaz de cabelos dourados. O explorador era um tanto quanto engraçado pelo modo como agia, esbanjando a ansiedade de maneira espalhafatosa ao andar de um lado para o outro do portão, causando também estranheza a Meiko, ainda que não se importasse tanto com o fato de ter de escoltar alguém, mas preocupava-se se seria uma ocasião agradável, já que estariam em um local completamente afastado e desconhecido. Ele tentou jogar todos os pensamentos negativos para longe e concentrar-se na proteção do explorador.

— Meu nome é Meiko, prazer. — Apresentou-se de maneira educada. — Você deve ser Heki, certo? Podemos partir?

Considerações:

Mesmo com seu companheiro conhecendo o ambiente, ainda era uma tarefa difícil transpor a densa floresta que se erguia pelo caminho à direita da bifurcação. O cair da noite cada vez mais próximo e a falta de fontes de luz tornariam tudo mais complicado, já que enxergar no escuro era impossível para humanos, e a luz da lua provavelmente não penetraria pela copa das árvores de maneira suficiente a permitir à dupla visão na densa mata.

— Preciso da sua lanterna. — Imperou estendendo a mão ao explorador, tomando a fonte de iluminação que Heki trouxera.

Nesta estratégia, Meiko iluminava em arco, fazendo movimentos laterais, verticais e circulares com a lanterna, de modo que pudesse observar a todos os vetores que andava, permitindo que observasse ameaças vindas de cima, pela frente, pelos lados e, vez ou outra, observava a retaguarda. Em terras lamaçentas, tomava Heki nas costas e o ajudava a pular troncos caídos e arbustos altos demais, bem como limpava o caminho com um pedaço de tronco bifurcado para que o explorador pudesse ser arrastado sem problemas.

Mas mesmo com uma estratégia tão afiada, uma brecha colocou tudo à perda conforme um forte odor atingiu as narinas de Meiko. A aproximação das sombras o colocou em alerta, e próximos da forma que estavam, junto de seu discurso, revelou a verdadeira enrascada que estavam metidos. Heki pulou no pescoço de Meiko, que engoliu em seco e fechou os olhos. Suspirou brevemente e pigarreou.

— Certo. Por favor, não nos machuquem. Somos apenas pobres exploradores. — Blefou esperando que a escuridão não permitisse que vissem a bandana em seu ombro. — Eu vou pegar na minha bolsa um saco de dinheiro, então por favor, não se precipitem, tá bem?

Com um pouco de dificuldade, Meiko passou a mão entre o corpo de Heki e seu próprio abdômen para alcançar a bolsa ninja. "Você vai precisar me desculpar depois.", pensou. A fala em uníssono dos bandidos, na verdade, identificara todas as posições, e a estratégia estava completamente traçada na mente de Meiko, que sorriu.

Três kunai foram retiradas de sua bolsa ninja, e em um movimento de alavanca por entre as pernas do garoto explorador, arremessou-o o mais longe que conseguia. Duas das kunai foram usadas aproveitando o movimento frontal, sendo lançadas contra o pescoço dos dois que os impediam o movimento lateral. Meiko flexionou os joelhos e realizou uma acrobacia para a frente, posicionando-se próximo de Heki, com a terceira kunai envolta por seu punho cerrado, buscando observar o terceiro indivíduo.

Considerações:

Mesmo com seu companheiro conhecendo o ambiente, ainda era uma tarefa difícil transpor a densa floresta que se erguia pelo caminho à direita da bifurcação. O cair da noite cada vez mais próximo e a falta de fontes de luz tornariam tudo mais complicado, já que enxergar no escuro era impossível para humanos, e a luz da lua provavelmente não penetraria pela copa das árvores de maneira suficiente a permitir à dupla visão na densa mata.

— Preciso da sua lanterna. — Imperou estendendo a mão ao explorador, tomando a fonte de iluminação que Heki trouxera.

Nesta estratégia, Meiko iluminava em arco, fazendo movimentos laterais, verticais e circulares com a lanterna, de modo que pudesse observar a todos os vetores que andava, permitindo que observasse ameaças vindas de cima, pela frente, pelos lados e, vez ou outra, observava a retaguarda. Em terras lamaçentas, tomava Heki nas costas e o ajudava a pular troncos caídos  e arbustos altos demais, bem como limpava o caminho com um pedaço de tronco bifurcado para que o explorador pudesse ser arrastado sem problemas.

Mas mesmo com uma estratégia tão afiada, uma brecha colocou tudo à perda conforme um forte odor atingiu as narinas de Meiko. A aproximação das sombras o colocou em alerta, e próximos da forma que estavam, junto de seu discurso, revelou a verdadeira enrascada que estavam metidos. Heki pulou no pescoço de Meiko, que engoliu em seco e fechou os olhos. Suspirou brevemente e pigarreou.

— Certo. Por favor, não nos machuquem. Somos apenas pobres exploradores. — Blefou esperando que a escuridão não permitisse que vissem a bandana em seu ombro. — Eu vou pegar na minha bolsa um saco de dinheiro, então por favor, não se precipitem, tá bem?

Com um pouco de dificuldade, Meiko passou a mão entre o corpo de Heki e seu próprio abdômen para alcançar a bolsa ninja. "Você vai precisar me desculpar depois.", pensou. A fala em uníssono dos bandidos, na verdade, identificara todas as posições, e a estratégia estava completamente traçada na mente de Meiko, que sorriu.

Três kunai foram retiradas de sua bolsa ninja, e em um movimento de alavanca por entre as pernas do garoto explorador, arremessou-o o mais longe que conseguia. Duas das kunai foram usadas aproveitando o movimento frontal, sendo lançadas contra o pescoço dos dois que os impediam o movimento lateral. Meiko flexionou os joelhos e realizou uma acrobacia para a frente, posicionando-se próximo de Heki, com a terceira kunai envolta por seu punho cerrado, buscando observar o terceiro indivíduo.

Considerações: