Sai de casa tarde da noite, depois de passar umas horas trabalhando em ideias que poderia ter para as minhas invenções. Poucas pessoas sabiam realmente como era ser um Inventor, já que se ter uma ideia era difícil, conseguir criá-la, com o nível de tecnologia tão baixo no mundo, era quase impossível, sendo necessário muito trabalho e inteligência para chegar a criar alguma coisa. Por isso que naquela noite a última coisa que eu queria era ter trabalho, por isso me arrumei com um traje mais simples: uma blusa social branca desabotoada, uma camisa escrita “Black Sabbath” por baixo e uma calça preta, saindo com a carteira recheada de Ryous, meu Reator ARC e meu estojo de equipamentos completo, caso precisasse encarar alguém. A gola tava baixa, por isso as marcas dos dois lados do meu pescoço (o selo Hattori e a da Marca da Maldição) ficavam expostas. Resolvi ir para um bar que havia no centro, frequentado por pessoas de classe média até a classe média-alta, além dos ninjas de elite de Konoha.

   Assim que entrei no lugar, procurei de imediato um lugar mais no fundo, sentando em uma mesa sozinho, vendo que o local estava movimentado, cheio de moças jovens e solteiras, assim como homens não tão jovens que diziam ser solteiros. A vida deles não me importava nenhum pouco. Tudo o que queria era comer alguma coisa salgada, pois não comia nada desde cedo. Talvez por isso a atendente se assustou quando fiz meu pedido. - Quero uma porção grande de batata-fritas com bacon e queijo provolone por cima, uma porção de coxinhas de frango, uma pizza grande de calabresa, uma porção de batata-chips, outra de pastéis de carne… E um copão de chopp. – pedi, ficando com os dois cotovelos apoiados na mesa, observando o movimentando ali e pensando em algumas coisas. A comida não demorava muito para vir, e a atendente debruçou o corpo sobre o meu, colocando as coisas na mesa,
e até comentou algo sorrindo para mim, coisa que não entendi muito bem o que ela quis dizer com “se precisar de mim para qualquer coisa, até mesmo fora do expediente… Eu saio as 2:00”. Concentrei-me em comer, pois morria de fome.

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   Talvez as pessoas ao entorno e até mesmo os cozinheiros não acreditassem que eu seria capaz de comer tudo o que tinha pedido, mas não demorou muito para que caíssem em si. Não que eu fosse um glutão, mas como as vezes passava horas trabalhando nos meus projetos e em missões ninjas, era natural que gastasse muita energia e ficasse com fome. Comecei a comer um pouco mais depressa do que o normal, evidenciando que estava faminto, mas aos poucos, fui me acalmando e comendo devagar, pensando em algumas ideias que poderia ter para o meu projeto, mas nada de bom vinha a minha mente. Depois de uns 20 minutos, havia terminado de comer tudo, vendo que algumas pessoas me olhavam boquiabertos. - O que foi? – perguntei querendo saber o que eles estavam pensando, mas ninguém me respondeu.

   Depois que comi tudo o que tinha pedido no restaurante, deixei um dinheiro lá debaixo do copo, pagando a minha conta e saindo do local, evitando muito contato ocular com as pessoas, mesmo que percebesse que algumas estavam me olhando. Não sabia se estavam me admirando ou me criticando por algo, um sentimento que sempre foi confuso para mim. Era certo de que muitas pessoas me menosprezaram e me humilharam no passado, mas aqueles tempos pareciam ser tão distantes e já não me faziam muito mal, que mal me lembrava do que havia passado. Não demorei muito para começar a caminhar e, depois de algumas voltas despretensiosas, chegar próximo da Academia Ninja. Por ser de madrugada e ser um local quase que afastado a aldeia, a única luz que me favorecia era a da Lua, mas não precisava de muito mais do que aquilo.

   Fiquei embaixo de uma árvore de frente a Academia, sentando em um banco velho que ficava preso ao galho de uma árvore por cordas. - Esse banco velho deve ter séculos. – sussurrei, cruzando os braços e mantendo os meus olhos na direção da minha antiga escola, lugar onde aprendi a ser um ninja. - Foram tempos sombrios aqueles, afinal de contas. Mas pelo menos consegui passar por eles. – sussurrei para mim mesmo, enfiando a mão dentro do estojo de equipamentos, colocando um cigarro na boca e depois acendendo o isqueiro, fumando um pouco, mantendo o palito entre os dedos e soltando a fumaça pela boca contra o nariz, espalhando-o. Haviam dias que a única coisa que poderia fazer era divagar. - Talvez seja hora de explorar o mundo. – deixei um pensamento aleatório sair da minha mente, colocando o cigarro novamente em minha boca.

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