Indra tinha certos hábitos de um notívago. As vezes passava as madrugadas acordado, lendo um livro ou pensando na vida. Uma vez ou outra, recebia a visita de pessoas em sua casa, mas era o tipo de coisa que ele não gostava de comentar, pois sendo uma pessoa extremamente reservada que era, não dava satisfações para ninguém. Para a sua sorte, ele estava sozinho naquela noite, pois logo alguém resolveu bater na porta da sua casa. Ele estava sentado no sofá lendo um livro, quando ouviu o barulho. A pessoa, para bater na sua porta, deveria ter pulado o muro, por isso parecia ser algo emergencial. Indra então caminhou até a porta e a abriu, mas não encontrou ninguém. - O que? – Questionou, até que olhou para baixo e viu uma carta, arqueando a sobrancelha esquerda, ajoelhando-se e buscando a carta com a mão canhota. A abriu de imediato e viu que tinha uma ocorrência para ele, o que o deixou desconfiado. - Por que entregar uma carta dessa e simplesmente ir embora? Qual é a pressa? – Perguntou para si, guardando o nome de Hajin em sua mente, indo se arrumar para aquela missão tão curiosa.

Depois que vestiu a sua roupa, Indra foi até o local do crime: em frente ao mercado, perto da Academia Ninja, como indicava a carta que fora deixada tão apressadamente em sua porta. Quando chegou lá, pode ver que o local estava sendo cuidado por alguns ninjas da vila. Como já era conhecido por ali e todos sabiam da sua patente, bastou Indra apresentar-se para que os ninjas deixassem ele passar, caminhando até a cena do crime, notando um corpo. Ele chegou perto do corpo do cadáver em passos lentos, ajoelhando-se e reparando no corte feito em seu pescoço e na kunai na mão direita dele, suja de sangue. Procurou identificar o sexo, a idade aparente e detalhes em sua vestimenta, para saber qual a profissão ele exercia. - Acho que não precisamos de muito para saber o que houve. Provavelmente houve uma luta corporal entre a vítima e o seu algoz, mas o outro levou a melhor e fugiu. – Notou o corte profundo em seu pescoço, mais uma indicação de luta corporal. Percebendo a presença dos dois shinobis ao seu lado, Indra os chamou para perto, apontando um por um. - Você, leve a kunai para a perícia, para que assim analisemos o DNA no sangue. E você, mobilize os ninjas daqui para descobrirem se houveram testemunhas do crime. – ele se levantou, pedindo um par de luvas, para assim poder mexer nos bolsos da vítima a procura de alguma coisa, sem acrescentar o seu DNA ou atrapalhar a perícia. Depois de fazer a busca, Indra se levantou, olhando ao seu redor e reparando que uma das casas estava com a porta aberta. - Aquela porta ali… Já checaram se tem testemunhas lá dentro? – Questionou, caminhando em direção a porta, do outro lado da rua, dando duas batidas nela, mesmo que ela estivesse aberta, tentando chamar quem estava ali dentro.

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Umas poucas perguntas foram o bastante para que ele descobrisse o nome do homem e que ninguém tinha visto o que tinha acontecido, dando sinais de que poderia ter sido um ataque muito bem planejado, feito por algum ninja experiente que tivesse capacidade de encobrir os seus rastros. Mas essa era apenas uma possibilidade. Depois de mexer nos bolsos dela, pegou um papel e descobriu uma folha com algumas anotações, quantias de dinheiro que parecia ser dívida de jogo. Enquanto isso, ouvia um dos investigadores dizendo que Hajin o esperava no QG, fazendo Indra bufar. - O que será, hein? – Por Hajin não ser um nome exclusivo, Indra não ligava o nome à pessoa, e pela pessoa ter batido na porta e fugido, não esperava que o dono da mensagem seria o investigador da Polícia de Konoha. Por fim, ele se levantou e foi até a porta ao lado, entrando e percebendo que aquele era o ambiente de um homem perdido. Bebidas, copos, sujeira, tudo o que indicava a decadência de um homem. Caminhou mais alguns passos, procurando antes ligar a luz do local, esperando que houvesse eletricidade para tal coisa. Foi caminhando alguns metros, até que viu uma mesa com uma folha em cima. Pegou a carta, lendo-a mentalmente. Fechou os olhos e inspirou fundo, colocando o papel no bolso, indo atrás da kunai para coletá-la como evidência e partindo para o QG de Konoha, sem ao menos avisar ou dar qualquer satisfação para os outros. Pelo que via nos outros policiais, eles não costumavam dar explicações aos de patente inferior, então Indra achava que deveria fazer o mesmo.

Chegou no Quartel General da Polícia de Konoha um pouco depois, procurando por Hajin em sua sala, entregando a carta da vítima para o homem conferir, além da folha em seu, indicando a sua dívida com jogos, cruzando os braços e a kunai dentro de um saquinho de evidências, encostando as costas na parede. - Minha primeira teoria falava de um assassinato, por alguma razão que era desconhecida. O assassino poderia ter habilidades de um fantasma, mas nada na vítima indicava que ele havia qualquer tipo de relevância para trombar com um assassino desse tipo. Mas com as evidências em mãos, eu tenho duas teorias: a primeira é que, de alguma forma, ele foi encontrado e houve luta corporal entre ele e um membro da Organização Jushin, e no final ele acabou morto. Minha teoria mais forte é de que o homem cometeu suicídio, ainda que no meio da rua, mas antes de morrer, ele deixou evidências para nós caçarmos os seus credores. Por isso a carta de despedida na mesa da casa dele, o papel com as anotações das dívidas no bolso. Se o sangue contido na kunai confirmar que foi ele, pode ser que cheguemos a uma conclusão mais óbvia. – Explicou, esperando que Hajin lhe desse um Norte.

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O relato de Indra parecia estar certo aos olhos de Hajin, que mostrou-se temeroso com o que tinha acontecido com a vítima da gangue. Ele silabou o nome de Kukushi, e a mente de Indra logo começou a agir. Não queria ter que adentrar no território inimigo, mas se tinha que fazer, ele o faria de bom grado. Obedeceu o comando de Hajin e partiu em alta velocidade em direção a casa de jogos, pois queria resolver aquele caso imediatamente, pois não queria ficar com aquela pendência em suas costas. Pulava de casa em casa na sua caminhada, preferindo não usar o Shunshin naquele momento, pois queria poupar energia para o caso de precisar entrar em combate com aqueles criminosos. Chegando perto da área onde a casa de jogos ficava, Indra desceria em um beco, onde sairia nas ruas, não sabendo se elas estavam cheias ou não, mas julgando pela hora, provavelmente só os moribundos e as pessoas de má índole estariam na rua naquela hora. Enquanto caminhava, ele procurava olhar para as pessoas ao seu redor, até que finalmente entrou na casa de jogos, com as mãos no bolso, para o caso de fazer selos manuais em oculto. Esperava não ser reconhecido por aqueles homens que viviam dentro da casa de jogos, mas julgando pela sua fama, era uma coisa difícil de acontecer.

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Indra podia muito bem voltar até Hajin daquele ponto e avisá-lo sobre o local. Mas daí outras pessoa resolveria o caso e o inventor não era muito de confiar nas pessoas, principalmente em policiais. Sabia que alguns colegas seus eram capazes de aceitarem subornos ou até mesmo ameaças para deixarem os negócios ilícios daquela gangue operando. Foi por isso que ele resolveu entrar, não se importando com a quantidade de criminosos ali dentro. Entrando lá, viu quatro homens, todos com mantos brancos, realizando as suas operações. Não se importava em agir como um fantasma, entrando de forma sorrateira: fazia tudo as claras, pronto para o combate.

- Meu nome é Kobayashi Indra. Tenho uma ordem de prisão contra vocês. Sugiro que não façam nenhuma burrice, ou vou ter que matar todos vocês… O que para mim seria muito melhor. É menos papelada e mais prazeroso também. – ordenou, colocando as mãos no bolso, esperando pela resposta daqueles homens. As mãos no bolso também tinha um objetivo: realizar selos sem que fosse notado, e como podia fazer selos com uma mão, as coisas ficavam mais fáceis. De repente notou um homem da esquerda realizando selos e preparando um ninjutsu parecido com o seu Shinden, só que de coloração azul.

- Então vai ser assim? Tudo bem. – Um sorriso apareceu em seu rosto, e ele só precisou fazer um único selo com a mão esquerda e esperar o momento certo. Quando o homem estava perto, Indra simplesmente sumiu numa velocidade absurda, reaparecendo um metro atrás dele, realizando selos com a mão direita dentro do bolso, para uma técnica mais poderosa. Logo ele pôs a mão esquerda para fora, esticando o dedo indicador na direção da cabeça do homem. Tudo isso durou menos de 3 segundos. No segundo 4, uma bala de chakra de coloração azul saiu da ponta do seu dedo e atravessou o cérebro do homem, explodindo os seus miolos e fazendo o seu corpo tombar sem vida no chão. O que tinha acontecido era que Indra usou o Shunshin no Jutsu para fazer um rápido desvio, contornando o corpo do homem para ficar para longe do ataque e reaparecendo próximo a ele, atrás do mesmo, o matando com um tiro.

- Bom… Eu disse que isso poderia vir a acontecer, não é? – Indra viu os rostos chocados dos bandidos, abrindo mais um sorriso. Ele chegava a morder o canto da boca, mostrando que estava gostando daquilo. Ele colocou a mão direita para fora também, apontando as duas mãos para os três bandidos que restavam. - Acharam que podiam extorquir as pessoas para a vida toda? Pessoas boas entram em vícios malditos e vocês terminam de corrompê-las, tirando o pouco que elas possuem. Um homem inocente se matou hoje por conta das suas cobranças e ameaças. Mas hoje são vocês que tem uma dívida com as viúvas e crianças que ficarão órfãs por causa de vocês, e essa dívida vai ser cobrada da mesma forma que vocês costumavam cobrar… Com sangue. – e foi assim que Indra disparou com as duas mãos na direção dos três homens que restavam, disparando dois tiros no peito e um na cabeça de cada um dos três.

Depois que terminou de matar os homens, deixou os quatro corpos ali e saiu pelo mesmo lugar que entrou, pelos fundos, andando em passos lentos e tranquilos, mas pronto para matar qualquer um que entrasse no seu caminho e tentasse impedi-lo. Voltaria para a Polícia de Konoha e relataria a Hajin sobre o que tinha acontecido, e se alguém viesse perguntar (principalmente aqueles que gostavam de defender aqueles criminosos), Indra somente diria. - Eles me atacaram, eu revidei. É o que é. – E assim voltaria para casa, onde tomaria um longo banho e dormiria com a consciência tranquila de que tinha feito a coisa certa ao matar aqueles criminosos.

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