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4 Pontos em Absorção (2.372):
Estava em casa deitado no chão observando o céu enquanto as nuvens passavam. Controlava o ar para voltar com a respiração ao normal depois de um longo treinamento com o Erik. O meu tronco nu estava tocando a terra, minha bermuda preta estava marrom e vermelho, a mistura de terra e sangue do treinamento, meu pé descalço estava inquieto, poderia dizer que ele seria o contador de tempo para segurar a respiração para normalizá-la, balançando de um lado para o outro.
Lembrei-me dos dias que em que conheci Tomoya-sensei, Tsukihira, Kuri e Hate. Pessoas muito legais, com habilidades bem diferentes, mas eles são completamente problemáticos. E por falar em problemáticos, os inimigos que apareceram na estrada me chamaram a atenção, principalmente o Hyuuga com poderes explosivos. O ninja escarlate seria um problema para Kuri resolver já que eles aparentemente teriam poderes semelhantes. E as nossas missões em seguida foram mais simples do que eu planejava que seriam, e acreditem, foi sem grandes combates. Ou seja, monótonas. Contudo, no decorrer das missões eu comecei a despertar uma habilidade inata, mas que eu nunca a tinha percebido antes. Conseguia absorver chakra das demais pessoas. No começo era pouco o que eu conseguia absorver, mas aos poucos a habilidade foi aumentando e conseguia absorver cada vez mais. O que percebi foi que se absorvesse chakra de um Genin vinha menos chakra de um Jonin. Tentei nas missões monótonas fazer isso com a Tsukihira e com a Hate em intervalos bem distantes para elas não perceberam. Não sei se a Hate percebeu, mas a Tsukihira notou e me deu umas dicas de como poderia utilizar tal poder e como poderia aumentá-los. E que era uma habilidade mais rara do que outras, como a dela de cura. E aos poucos ela foi me ajudando até que desenvolvi o meu poder e percebi que ele aparentemente ao toque tinha estabilizado numa determinada quantidade absorvida.
Quando voltamos a Iwa contei para o Erik e Ayako sobre o renegado dos Hyuugas com os poderes explosivos. Aquele poder chamou deveras a minha atenção. Poderia ser um suplemento para o meu estilo de luta que é de curto e médio distancia. Contudo, não denunciei o tamanho do meu interesse para os meus tutores. Erik sempre preocupado falou que investigaria para descobrir quem seria, enquanto Ayako me incentivava a derrotá-lo se o visse novamente. E ao que parecia os dois pareciam mais próximos. Isso era bom.
Muitas águas rolaram desde aqueles dias. Não tive tantas missões como planejava, mas meus treinamentos continuavam a aumentar de intensidade. Principalmente depois que o Erik percebeu a minha habilidade de absorver o chakra dos outros. Ele, surpreso ao descobrir a minha habilidade, disse que era a habilidade do meu pai biológico. E depois disso, ele me forçava cada vez mais a treinar combate enquanto eu tentava sugar o chakra dele. Esses treinamentos no começo me deixaram com vários hematomas devido ao meu foco em despertar a habilidade me deixava lento em me defender e contra-atacar. O Erik nesse aspecto não dava moleza, me surrou sem dó e nem piedade.
Os dias passavam tão rápido que as vezes perdia o controle das datas. Ayako muitas vezes quando vinha em casa que me ajudava a me estabelecer no calendário. E as comidas dela não só me ajudavam a forrar meu estomago, mas de davam ânimo e energia para continuar com o treinamento, às vezes, ela me trazia algumas pílulas de soldado para me manter de pé nos treinamentos do Erik. E quando eu ficava debilitado demais ou doente, ela parava as suas tarefas para ficar comigo. E sem perceber eu já tinha tanta consideração com ela que no meu intimo eu a considerava como a minha mãe.
As minhas manhãs eram mais tranquilas, onde eu só fazia exercícios de alongamentos, exercícios para a respiração e exercícios para aumentar minha força e velocidade. Minhas tardes eu treinava o Juken em todas as suas variações e executava diligentemente as posições de luta. Só que agora, além de manter a postura em ordem eu teria que controlar meu chakra para absorver chakra de inimigos invisíveis. Precisava me acostumar a ativar a minha habilidade mesmo em combate, e não só no desespero. No período da noite ia para o meu quarto aprender mais do que eu podia com os pergaminhos que o Erik trazia para aprender mais sobre meu poder. Conversávamos muito, brigávamos mais ainda por divergências de ideias. Ele queria salvar o mundo e eu queria salvar quem fosse próximo a mim, e eu acima de tudo. E quando a Ayako chegava nós parávamos na hora. Se não os dois apanhavam dela.
De vez em quando eu encontrava com uma das minhas companheiras de time nas últimas missões, Hate. Encontramos-nos num restaurante que poucos costumam ir. Surpreendi-me, mas aproveitei para conhecê-la mais um pouco. Só que nossos treinamentos deixavam muitas vezes nossas agendas com tempo tão restrito que era raro nos ver. Quanto Kuri depois das missões eu não mais a vi, e ninguém que eu conhecia da academia ou dos Genins.
Tinha pouco tempo para me divertir e geralmente nas folgas dos treinos, Ayako nos levava para a sua casa de praia ao norte de Iwa, onde o país encontrava com o mar. Era muito divertido nadar no mar, descansar o corpo na água salgada, depois eu dava prejuízo na cozinha, mesmo o Erik brigando comigo e dizia para comer menos porque eu parecia um porco comendo. Já a Ayako sempre dizendo que estava em fase de crescimento e fazia uma boa quantidade de comida pra mim. Depois nem preciso dizer que ia para cama dormir que nem um anjo de cueca que caiu todo largado na cama.
Mesmo estando na casa de praia da Ayako, eu não parei meus treinos, alongamentos, exercícios e mais exercícios, treinamento para controlar o chakra, depois para controlar a absorção de chakra conforme as orientações do Erik, algumas vezes ele me fazia ir sugando o chakra dele devagar, mas constante. Outras vezes absorver de uma vez só. Depois íamos para o combate de Juken para melhorar minhas posturas ao mesmo tempo em que teria que tirar chakra dele. Isso me consumia muito, e perdendo a concentração sofria vários golpes ao perder o foco no embate e não utilizar minha habilidade.
[...]
Um ano passou tão rápido com todos os meus compromissos com a vida ninja que parece que foram dias. Apesar dos dias muitas vezes eu olhar para o caminhar dos dias e ver que eles foram muito similares, treinamentos, jantares com o Erik e Ayako, raramente com a Hate, sair um pouco com colegas de academia, meu foco era mesmo me capacitar para usar o Chakra Kyuin em sua máxima potencia. Resumindo a vida de um shinobi. Nesse meio tempo eu consegui controlar o combate e usar a minha aptidão com êxito, sem sofrer golpes idiotas do Erik. Quando ele percebeu que eu já tinha controlado aquele nível de treino passamos para a segunda etapa, lutar contra dois ao mesmo tempo e tentar desestabilizar o chakra deles.
Com o conhecia sobre o Byakugan, Juken e como tinha um grande controle do meu chakra entendia a teoria da técnica de absorção rapidamente, e agora já conseguia ativá-la com sucesso no tempo em que quisesse, mas ainda precisava melhorar a quantidade que eu conseguia absorver. O primeiro processo seria eu ter que absorver chakra do Erik e da Ayako ao mesmo tempo e na mesma quantidade. Fizemos vários testes antes para determinar o padrão que eu conseguia sugar de cada um. Seria o parâmetro que eles usariam para quando eu tivesse que dividir a minha atenção com dois alvos.
Fiz um movimento para respirar fundo, me acalmar, focar meu chakra em minhas mãos, e absorver o chakra dos dois. Meu primeiro teste deu um por cento para a Ayako contra dois por cento do Erik. Estava desnivelado. E passei meses nesse treinamento fazendo testes e testes. Era muito complicado manter o controle de absorção para quantidades diferentes de chakra, mesmo usando o Byakugan perdia o controle do rateio de chakra para cada, já que ambos tinham níveis de chakra diferentes.
- Hiroshi! Você precisa entender a importância de potencializar ao máximo a sua habilidade para quando for combater mais de um oponente de uma vez, de outra forma, você pode sangrar ou até mesmo morrer se não conseguir manter o controle sobre o seu poder. – Dizia sério. Fazendo uma cara de interrogação ao ver meu desinteresse no assunto.
- Relaxa Erik... Vou conseguir controlar de um jeito ou de outro. Se não conseguir do seu jeito eu vou conseguir do meu. – Respondia rispidamente.
- Porque você é tão teimoso garoto! Não consigo te entender às vezes. Busca poder, mas fica fazendo corpo mole. – Me provocava.
- Ta na hora de cuidar da sua vida, não é Erik? A Ayako já não esperou demais por causa da sua covardia? – Implicava com o meu tutor. – Ela só está esperando você tomar atitude! – Dizia depois fazendo careta – mostrando a língua e puxando a pálpebra direita para baixo – e correndo para fora de casa e vendo ele vermelho ao longe. – Até mais tarde! Vou caminhar por aí.
Precisava de um sorvete para relaxar um pouco e desanuviar as ideias do treino. Passei na sorveteria peguei um cascão de sorvete de chocolate e limão. Combinação perfeita. E fui comendo pelas ruas de Iwagakure no Sato. Estava no final da tarde e logo iria escurecer. E lembrei-me de um ponto que dava para ver o por do Sol sem problemas na Vila. Fui até lá e sentei-me apreciando o meu sorvete. Chegando ao lugar, uma enorme colina que muitas vezes a garotada usava para escorregar com papelão ou outros materiais. Eu só queria sossego. Vários minutos se passaram até eu ver metade do Sol no horizonte, os céus tomarem a cor de laranja e rosa, um último adeus antes da noite tomar conta da Vila.
A paz de ninja dura pouco, pois momentos depois ouvia o bater de metal contra metal que foi aumentado gradativamente em minha direção. Ao perceber barulho de batalha ativei o Byakugan e busquei a origem do barulho e mais a frente vi um ninja com o colete de Iwa contra outro homem, mas não hasteava um emblema de qualquer vila que fosse. “Outro nukenin? Mas agora dentro de Iwa?!” pensava ao analisar a situação. Outro ninja sem emblema entrou na batalha e uns poucos jutsus foram usados e mais luta corporal. Era esse tipo de luta que eu me encaixava.
Reuni minhas forças e comecei a controlar o movimento do meu chakra para a batalha. Avancei usando uma técnica básica bem na hora em que um dos renegados iria golpear a costela do ninja de Iwa. Atrapalhei o ataque com um chute em máxima velocidade contra o oponente o fazendo voar para longe do companheiro de Vila.
- Porque eles estão te atacando? – Questionaria o companheiro.
- Eles querem o que estou carregando... E não posso entregar de jeito nenhum! Tenho que entregar para o Jonin responsável. - Dizia.
- Ok. Vou te ajud.... – Minha frase morreu ao ter que desviar do segundo oponente, instantes antes dele tentar um chute alto. Foi mais reflexo que qualquer outra coisa.
Um homem robusto e rápido apesar de ser tão grande. O Juken e meu doujutsu estava me ajudando, mas ainda não estávamos conseguindo derrubar o homem. O meu companheiro lançava alguns ninjutsus para ocupá-lo, mas muitas vezes ele resistia aos meus golpes. Foi quando percebi que deveria desmoralizá-lo com o Chakra Kyuin. Fui para o combate corpo a corpo, soco alto, médio e alto de novo, uma joelhada na boca do estômago, mas todos bloqueados pelo oponente ao cruzar os braços a frente do corpo em X. Mas cada vez que eu o tocava eu puxava um pouco de chakra dele. Forcei o ataque para ele ficar na defensiva e enquanto eu socava ou chutava aproveitava um momento de toque para sugar seu chakra. Levei um soco que me mandou para longe, mas rodopiei no ar e num mortal pousando com as duas pernas no chão, mas ainda me afastando até chegar a uns quinze metros do oponente. Cuspi uma placa de sangue. Inspirei, com raiva, e fui correndo em máxima velocidade em direção ao homem robusto. Eu estava usando a raiva para canalizar meu chakra em minhas mãos e cada vez mais eu percebi que a energia nelas aumentava. Quando fui bater no grande oponente, o seu companheiro que mandei para longe se interpôs entre nós e tomou o soco no lugar do outro. Ao tocá-lo senti uma grande quantidade de chakra vindo para mim, mais do que já tinha sentido nos treinamentos anteriores. Ele caiu em seguida.
O outro estava engajado contra o meu companheiro de Vila, mas também foi arremessado para longe. Eu aproveitei para investir ainda com mais raiva e vi através do doujutsu a quantidade de energia que tinha em minhas mãos. Enganei o oponente com chutes médios e uma rasteira, ele pulou para evadir do meu golpe, aproveitei usando minha força e velocidade para impulsionar meu próximo golpe. Saltei e já logo posicionei um golpe estilo do Juken, mas ao invés do Juken sugaria o máximo de energia que eu conseguisse. Acertei um golpe no centro do tórax dele forcei a absorção ao máximo, com toda a minha raiva. O oponente se dobrou para frente, eu fiz um movimento com o braço para dar uma gravata. No momento seguinte, com a mão que estava encostando-se a ele ativei minha habilidade e comecei o processo de absorver seu chakra até perceber que ele cedeu. Meu companheiro deu outro golpe para desacordá-lo. Os amarramos esperamos pela cavalaria chegar. Depois fui para um interrogatório até ser liberado quando o Erik chegou.
- Só preciso usar a raiva ao meu favor! – Falava buscando os pensamentos da raiva que estava sentindo na hora do combate. Ao conquistar o ponto que queria ativei minha habilidade e toquei no ombro do meu tutor e ele sentiu uma boa quantidade de chakra dele saindo. Seus olhos se arregalaram com o que eu tinha conseguido. Mas meu corpo cedeu e ele me segurou. Colocou-me em suas costas e me levou para casa.
1 Ponto em Combate (622):
Depois daquele incidente dentro da Vila eu fui para o hospital algumas vezes cuspindo sangue. Minhas costelas estavam intactas, mas o golpe foi tão forte que algum órgão foi danificado. Fiquei dois meses mais ou menos até me recuperar totalmente e voltar para a minha vida de treinamentos. A primeira coisa que tentei após a minha pausa foi continuar treinando Chakra Kyuin, porém não conseguia mais desenvolver a sua potencia, então decidi que mudaria a tática e focaria em outra coisa agora.
Conforme os dias foram passando, eu fui voltando gradualmente o ritmo dos meus treinos físicos. Alongamentos, posturas do Juken, técnicas de respiração. Ao perceber que já não tinha mais dor e nem cuspia mais sangue comecei os treinos mais intensos. Voltei para as quinhentas flexões, abdominais, pulos na corda, treinos com o boneco de treino, cinco corridas em volta da Vila e acrescentei duzentos socos na árvore. Na semana seguinte as minhas mãos estavam em carne viva devido aos socos na árvore. Enfaixei-as e pedi umas pomadas para a Ayako para me ajudarem a curar as feridas. Ela me trouxa uns quatro tipos de pomadas, uma curativa, uma anti-inflamatória, anestésicos e comprimidos para dor.
No mês seguinte, aumentei o ritmo do treinamento para trezentos socos na árvore, mas não só isso, pois acrescentei chutes frontais, laterais e caneladas na árvore. O que me daria mais resistência e muito mais força ao executar os golpes. Reavaliei as técnicas dos socos, onde percebi que estava movimentando pouco o quadril para aumentar a potencia do golpe, outra coisa foi acrescentar mais força à rotação do quadril quando fosse dar um chute aumentando a energia da pancada.
Várias vezes eu fui ao campo de treinamento da Vila para treinar com outras pessoas que não fossem o Erik e Ayako. Jovens que fossem tanto da minha patente quanto alguns que eram de patentes maiores. Também aprendia métodos diferentes de se fazer a mesma coisa e aprendia o que serviria para mim e adaptaria o processo. Tinha dia que surrava uns cinco jovens, tinha dia que eu só apanhava. E quando chegava todo lascado em casa o Erik repentinamente me forçava a treinar com ele. Aumentando ainda mais os hematomas em meu corpo.
Quase um ano se passou desde que tinha começado o treinamento para aumentar o dano dos meus golpes. Meu corpo estava se adaptando aos treinos e com a idade eu percebi que tinha crescido e ganhado muito mais massa muscular, além de estar mais definido do que antes, minha voz já tinha engrossado e estabilizado. Meu corpo tinha se transformado, mas ainda não parou as mudanças.
Em intervalos regulares eu comecei a usar pesos tantos nos braços quanto nas pernas. Troquei os golpes nas árvores – que só fica entre nós: derrubei umas dez com esse treinamento. – por golpes em enormes pedras que tinham próximo as minas abandonadas de Iwa. Uma média eu já tinha quebrado, segui para uma rocha bem maior. Socava até deixar meu sangue nela, e usava cada vez mais força, mas não parecia que estava dando resultado naquela rocha. Resolvi dar um último golpe nela com toda a minha força do braço dominante. Um baque forte ecoou, mas não aconteceu nada. Acabei por desistir de quebrar aquele monte de pedra naquele dia. Enfaixei as minhas mãos até o pulso e sai de lá. Quando estava a um quilometro eu ouço um baque forte de pedra caindo, ao olhar para trás vi a minha pedra de treino caída. Deu um sorriso e fui para casa comer, meu estômago já estava roncando. E lembrei de uma outra coisa.
- Está na hora de me encontrar com aqueles doidos de novo! - Dizia pensando no time que tinha se formado dois anos atrás.