Após ir ao quadro de missões e retirar um dos pergaminhos que lá estavam, me dirigi diretamente à biblioteca. Aparentemente, seria algo fácil, mas tomaria mais tempo do que eu realmente gostaria de dispor. De qualquer forma, era naquele local lotado de livros e objetos decorativos que eu me encontrava. Uma rápida conversa com o balconista foi o suficiente para ele entender meu propósito ali: ajudar na limpeza. Foi me apontado diversos espanadores, panos e vassouras que eu poderia utilizar durante aquele tempo. Pelo jeito, ser um ninja era bem mais do que somente sair por aí arriscando a vida pelo bem da vila.

As estantes de livros se estendiam por onde quer que se olhasse, de tão altas quase atingiam o teto. Uma escada em caracol se encontrava no centro do estabelecimento, decorada com desenhos dourados pelo corrimão e degraus, seu objetivo era ligar os três andares da biblioteca. Pelo seu tamanho, a coisa que mais chamava atenção era a quantidade de informações que aquele lugar podia concentrar, sendo no mínimo admirável. Já havia estado ali algumas vezes, mas somente naquele momento que reparei o quão grande era e quanto daria trabalho fazer aquilo sozinho. Mas não preciso fazer isso sozinho, certo?, questionei a mim mesmo, com um sorriso astuto no rosto.

— Kage bunshin no jutsu — sussurrei, com um selo de mão formado. Quatro seres idênticos a mim surgiram, todos cientes da tarefa que tínhamos pela frente. Apesar do desânimo que circundava nós cinco, sabíamos que aquele era um passo para um propósito maior. Sem delongas, cada Lokesh, me incluindo nisso, pegou algum dos equipamentos de limpeza disponibilizados pela biblioteca e foi para algum andar, de forma que nenhum desses ficasse vazio. O objetivo era claro: retirar a poeira de estantes, livros, vasos e quaisquer decorações que tivesse espalhada por ali. Após isso, seria o momento do chão ser higienizado, utilizando as vassouras, rodos e panos umedecidos.

A tarde passou vagarosamente, com grande parcela da culpa sendo daquele trabalho tedioso. Aparentemente, fazia dias que aquele local não tinha encontrado uma vassoura sequer. Foram necessárias diversas idas ao banheiro do local, para jogar a poeira fora ou então lavar o pano utilizado no chão. Ainda assim, a tarefa tinha sido muito mais rápida do que se eu tivesse realizado a mesma sozinho. Após toda a faxina ter sido realizada em todos andares, me reuni com minhas cópias no balcão próximo à entrada da biblioteca, onde havia sido orientado pelo secretário.

— Foi de grande ajuda… senhores — o rapaz falou, passando os olhos por mim e os demais, claramente perdido. Após uma despedida rápida, desativei a técnica e comecei a me dirigir à porta do estabelecimento. Repentinamente, um cansaço me atingiu como um soco, sendo o acúmulo de tudo o que os outros clones haviam recebido durante aquela missão. Meu estômago roncou e eu tive certeza que a única coisa que gostaria de fazer naquele momento era ir para casa.

Lokesh: 450/450 [HP]; 523/550 [CK]; 00/04 [ST] // Aparência e vestimentas.

Biblioteca da Vila
Descrição: A faxina se estende aqui também, só não vale ficar lendo os pergaminhos ao invés de limpar!

Informações:

Aceitar a missão tinha me levado à uma fazenda grande nos limites de Konohagakure. Pelo o que eu tinha entendido, aquele lugar era responsável pelo abastecimento de diversos estabelecimentos da vila. Ainda assim, esperava que não demorasse muito para resolver as pendências por ali. Um homem idoso e robusto desfilava pelos campos arados com uma cesta em punhos. Imaginei que fosse um trabalhador ou o responsável pelo local. Sem hesitar, me dirigi até ele e me apresentei. Sua reação foi de surpresa e notável agradecimento.

— As criaturas vem pelo entardecer e devoram minhas galinhas — o velho explicou. Também comentou que, por ter medo, sequer saía para verificar que tipo de animais eram os invasores. Pelo jeito, seria uma surpresa tanto para mim quanto para ele. O lado bom é que o pôr do sol não iria demorar, então naquele momento só me restava aguardar em algum lugar estratégico. E bolar um plano.

O sol estava tocando as montanhas no horizonte, projetando uma luz alaranjada no céu. As muitas nuvens que restavam se moviam rapidamente, se aglomerando na mesma velocidade que o vento soprava. Um trovão ribombou ao longe, coincidindo com o surgimento de oito figuras no limite da fazenda. De cima do galinheiro, a distância e a baixa iluminação não permitiram que houvesse uma identificação precisa dos animais, mas aparentemente eram rápidos. Se esgueiraram pelo cercado e, juntos, rumaram em direção ao edifício onde eu me encontrava.

A pouca luz que restava no céu estava se esvaindo, ainda assim me mantive abaixado, esperando que minha presença passasse despercebida. Naquele instante, as criaturas, identificadas então como cães selvagens, estavam bem próximas do galinheiro, mas pareciam não me notar. Aparentemente, elas não olhavam para cima, preocupadas demais com o que estava ao seu nível. Aproveitando disso, meu chakra se espalhou pelo ar, fazendo com que no mesmo instante os animais ficassem imobilizados. Kanashibari concluído, pensei. Entretanto, aquilo não era o suficiente. Em um ato final, teci um selo com as mãos, permitindo que meus cabelos se alongassem com rapidez e se movessem na direção das gargantas dos cachorros, como se tivessem ganhado vida própria.

Após dois batuques na porta, ela se abriu. O fazendeiro ficou espantado ao ser conduzido até o galinheiro e ver os animais estirados no chão, sem vida. Tinha sido algo limpo, sem sangue. Sufocamento surgiu com mais prioridade em meus planos, por isso o tinha executado. Entretanto, não havia imaginado que os cães se debateriam tanto. Afastando os pensamentos, coloquei as mãos no bolso enquanto observava o homem balançar os mortos, como se temesse que pudessem se levantar e atacá-lo.

— Você pode usar a pele deles também, acho — comentei, quebrando o silêncio. Eu realmente não tinha certeza, mas parecia ser algo sensato. No inverno, seria útil.

O velho tomou um leve susto com o surgimento repentino de minha voz, mas logo se recompôs. Ele me agradeceu alguma vezes, sempre com um sorriso no rosto. Por fim, me despedi e abandonei a fazenda. Esperava que ele conseguisse conduzir seu trabalho a partir daquele momento e pudesse trazer os alimentos necessários à vila. Mas mais do que isso, eu esperava não pegar chuva no caminho. As nuvens estavam densas.

Lokesh: 600/600 [HP]; 723/750 [CK]; 00/04 [ST] // Aparência e vestimentas.

Fazendas da Vila
Descrição: Alguns animais estão atacando as plantações da Vila. Sua missão é aniquilar estes animais.

Informações: