Acordara cedo naquele dia. Realizara uma série de tarefas domésticas à pedido de sua mãe. Tomara café e se higienizara conforme a rotina. As coisas se encaminhavam dentro de um padrão comum aos dias anteriores. Porém, nada na vida é previsível. À metade do dia a mensagem veio por intermédio da ave mensageira do vilarejo. Um belíssimo falcão com quase dois metros de envergadura. Carregava na pata o pequeno rolinho, pergaminho em tamanho mini contendo o comunicado do alto escalão. O convocava a uma missão, e, diferente das previamente executadas, aquela era uma de ranqueamento "C". Estava surpreso com o reconhecimento, talvez realmente estivesse percorrendo o caminho adequado. Deixou sua residência sob o pretexto do dever, carregando consigo os equipamentos necessários, inclusive o aço herdado de sua mãe à cintura, do lado esquerdo, sempre preparado a um saque rápido e à provação de seu valor enquanto um aspirante à espadachim.

Pulava entre telhados com agilidade, imaginando que desafios existiriam aos mineiros, entusiasmado com a possibilidade de disputa que pudesse vir a ocorrer. No local designado ao encontro, apresentaria-se com reverências e rigor, aguardando pelas instruções posteriores.
— Sou Hatake Munenori. — ele diria, curvando o tronco em respeito às figuras. — Serei o responsável pela vossa segurança durante a expedição. — explicaria.

Munenori; 200/200 200/200 00/04

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A dezena de homens ali reunidos esbanjavam uma força física notável. "Se existem bandidos capazes de roubá-los, talvez essa missão tenha realmente valido a pena..." imaginou consigo firmando a canhota sobre o cabo de sua espada. Ele ergueu a cabeça e encarou os homens com uma segurança absoluta, transmitindo um ar de austeridade e paz. Porém, ele não poderia simplesmente se deixar levar pela emoção do enfrentamento e se esquecer de seus deveres com o vilarejo. O quartel general tinha nenhuma expectativa senão o sucesso do genin, por isso era de suma importância que não se deixasse influenciar por sua pouca idade e falta de experiencia frente ao restante do mundo para além das montanhas que cercavam o Trovão. Observou o rosto de todos e guardou as minúcias de cada um em sua memória. Os contou e recontou. Não permitiria que nenhum de seus protegidos sofresse de qualquer dano durante a marcha.

A companhia deu-se em passos. Rumava ao destino. Decerto que haveriam deuses zombeteiros, daqueles que adoravam pregar peças em crianças. Um deles certamente teria feito chover em pleno verão. Olhou às nuvens e sorriu. "Nenhum desses desafios me fará desviar de meu caminho. Mantenha sua disciplina, Munenori. Lembre-se do que aprendeu na academia. Não deixe nada escapar, esteja sempre em prontidão!" ordenou a mente ao corpo. O ritmo se manteve, com o genin guardando a todos na retaguarda daquele destacamento de mineradores. Em pouco alcançaram os locais de trabalho.

O garoto se mantinha atento à menor ameaça que se impusesse, com o instinto de proteção aguçado por seu fervor e devoção. Era ele um garoto intenso, se enxergado por tal ponto de vista. Os proletários se dividiram e procuraram ocupar seus postos, enquanto o garoto aguardava por novas instruções. Tinha o costume de estudar a cena, procurando entender, dentro de suas capacidades, o que poderia vir a ser a sua tarefa. Viu que havia, ali, uma dupla de entradas com uma série de ramificações internas. Não tardou até receber, por carta, o seu trabalho: vigiar a entrada. Procurou por um ponto alto, onde tivesse uma visão privilegiada da situação. Lá estando, permaneceu em uma vigília cerrada a todas as direções.

Munenori; 200/200 200/200 00/04

Considerações:

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O som do metal ao chocar-se contra as rochas quase tornou o serviço monótono. Era nesses momentos em que demonstrava uma determinação verdadeira. Embora não houvesse o que fazer a não ser aguardar o pior, manteve a compostura e permaneceu atento. Embora fosse jovem e cheio de energia, era disciplinado sob o caminho dos guerreiros, o bushido. E, por isso, jamais vacilaria não importando qual fosse a situação. Continuou em observação quando, do horizonte, surgiu uma dupla de adversários dispostos a saquear os trabalhadores. Sorriu, animado, ainda que aquela fosse uma ameaça real. Ambos aparentavam ser desertores, ou pelo menos assim pensou ao ver os protetores em suas testas com o metal riscado. Eles carregavam armas e, pelo peso que suas auras transbordavam, eram dignos de um combate justo.

Saltou de seu posto e pousou com um rolamento, reduzindo a distância deles.
— Eu, Hatake Munenori, serei o seu oponente. — disse-lhes, demonstrando rigor e confiança.
Ele não tardou em fazer jus às palavras tecidas. Sacou sua lâmina e partiu ao combate. Porém, sabia que a estratégia não poderia ser simples. Visou primeiramente o mais pesado dos adversários. As pernas imprimiram a maior velocidade que eram capazes e as mãos se firmaram no cabo de sua espada. Dentro do alcance dele, executou um golpe na vertical, partindo de cima para baixo, afim de lhe causar um corte da cabeça à cintura. Ao final daquele ataque a canhota se movimentou. Retirou do bolso uma bomba de fumaça que se explodira propositando criar o efeito surpresa. Guardara a posição do homem na mente e agilmente se moveu às costas dele, tentando aplicar um golpe fatal: uma precisa estocada na região próxima à coluna.

Saltos e acrobacias faria em seu recuo, retirando-se daquele fumaceiro que originara. Esperava, àquela altura, ter reduzido o número dos opositores a um. Contra o restante, ou não, executou uma série de arcos com a espada em sucessão, variando a altura deles entre a cabeça, o tórax e as coxas, rotacionando o corpo a cada novo arco sem cessar e pressionando-o à derrota. Não sabia dizer se o magricelas seria hábil em defendê-lo, entretanto não daria chance ao azar e pecaria pelo excesso de golpes. Seu enfrentamento ao segundo também contaria com o uso de estratégia. Ao contabilizar um total de doze arcos, ele saltaria em recuo até que a distância entre ambos ficasse por volta de uma dezena de metros. Daquela lonjura, arremessou uma kunai com um selo explosivo a ela anexado. Quando à metade de um metro, detonaria-a. Dentre a fumaça gerada, criaria duas cópias simples. Por mais que não possuíssem qualquer massa, seriam ótimas no seu plano de projetar nele distrações. As cópias e o rapaz se movimentaram em uma linha, transicionando as posições entre eles durante o movimento. Ao final, a da esquerda que se tratava do verdadeiro executou o pretendia ser o golpe final: um corte na diagonal, partindo do ombro direito à região abdominal esquerda do rival.

Munenori; 200/200 200/200 01/04

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