[cena/solo/quest] intolerância e caos

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[cena/solo/quest] intolerância e caos
[cena/solo/quest] intolerância e caos

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intolerância e caos

Sobreviver sempre foi uma condição de exigências cruéis em cenários intolerantes e caóticos. E desde que a vida caminha pela Terra, quando suas estradas não atravessaram a intolerâncias e o caos?! Matar, enganar, excluir, condenar, observe-a no seu íntimo e perceba que essas características dominam a vida em todo seu alcance, desde a racionalidade humana já desenvolvida até o leão filhote e indefeso que precisa sobreviver ao ataque do adulto que nada aceita além da sua própria dominância territorial e reprodutiva. As questões da vida caíam sobre mim como o peso do fundo do mar, o sangue morno aquecia a pele das mãos, braços e peito de maneira asquerosa e pavorosa enquanto o tempo quase parava. Naquele momento eu ainda não sabia a relação do que estava acontecendo com os questionamentos que sempre caminharam com a minha vida perturbada, mas aos poucos eu conseguiria ver. Aos poucos, pois aquele instante abrigava apenas o que não era lapidado; o ódio, a dúvida, a solidão e os novos olhos incapazes de perdoar.

Estávamos cercados por três ANBUs sem identificações específicas. Cinco segundos antes eu diria que o fim precoce finalmente havia nos alcançado, eu e Rá, mas meus olhos emanavam uma percepção de mundo incapaz de alcançar minha compreensão momentânea, porém davam-me a certeza de que meu novo poder ocular nos manteria com o privilégio da vida e traria a escuridão da vingança ao meu coração destroçado. Apertei o corpo mole e imóvel de Puri contra o peito uma última vez e o absorvi para dentro do sharingan através da sucção espiralada que o dōjutsu invocava. Ainda estava quente, talvez eu tivesse sentido uma veia exprimir seu último pulsar.

HP [630/650] | CH [1210/1300] | ST [1/5]

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Sáb 14 Mar - 1:57

intolerância e caos

Não foi uma batalha difícil, devo dizer. Porém, não se engane, se as condições fossem normais bastaria apenas um dos três ANBUs para dar cabo de um mero chūnin e seu companheiro lupino. Para o azar deles, eu senti o sangue de Puri ainda restante em minhas mãos escorregar pelo ferro da kunai agilmente sacada, foi o instante que selou o destino repulsivo e incapaz de abrigar misericórdia, piedade ou sequer respeito pelos três homens. Eram eles os responsáveis pela morte da única pessoa na Nuvem capaz de cultivar amor nas profundezas dos meus desastres. Não, era a única em toda minha existência e os três tiveram ciência disso.

Não há prazer em contar os detalhes desse início de noite, mas sacio sua curiosidade ao dizer que em nenhum dos corpos foi preservado membro ou cabeça. Fiz questão de arrancar os olhos de todos eles e de deixá-los expostos aos ninjas que certamente fariam uma varredura pelo lugar mais tarde, afinal, era disso que tudo isso se tratava, não?! Dos olhos, dos meus, dos dela. A luta foi curta e custou um breve minuto, no máximo dois. É fácil surpreender o inimigo, independente de quantos ou de quantas vezes necessário, quando se pode ficar completamente intocável e mandar partes dos alvos para outra dimensão.

HP [635/650] | CH [1100/1300] | ST [2/5]

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Sáb 14 Mar - 15:08

intolerância e caos

– Você vem comigo? - Perguntei ao lobo sem me distrair do que estava fazendo.

Prendi o último olho com uma kunai atravessada, assim como os outros, no caule da árvore mais larga do lugar. Já tinha teleportado o que sobrou dos corpos, não havia mais nada a ser feito ali.

– Para onde?

Olhei-o com o semblante de quem não sabia a resposta e estava sem qualquer disposição para mais questionamentos.

– Não, vou para casa. Tenho certeza que você vai se cuidar, não suma. – Decidiu Rá, colocando-se rapidamente aos saltos ágeis por entre os galhos e copas.

Dessa vez o vórtex me sugou para dentro do meu próprio sharingan, rápido e divino. Caí de joelhos e barrei a visão com as palmas das mãos na frente dos olhos. Parte da falta de força se dava por uma pontada de preocupação em meio a tanto amortecimento emocional e psicológico, meus olhos doíam e eu não sabia o custo dos poderes recém despertados, tinha os usado bastante.

Fiz a quantidade de chakra nos olhos regredir e riscar novamente os três tomoes em meio ao rubor, os pensamentos voltaram a se afastar do pingo de vida que habitava a preocupação acerca das novas habilidades e focaram em entender e explorar o lugar onde estávamos. Eu tinha tempo e a realidade fora dali não seria uma boa influência, não naquele momento.

HP [595/650] | CH [1050/1300] | ST [3/5]

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Sáb 14 Mar - 20:16

intolerância e caos

A dimensão onde eu estava era cinzenta e infinitamente monótona. Um reflexo do meu interior naquele momento?! As formas não variavam, não havia vida, cor ou som, a brisa fresca do vento não tocava a pele nem a luz do céu claro incomodava os olhos. Mas a temperatura era quentinha, ao contrário do que eu esperaria. Embora eu já tivesse a certeza de que o mundo se estenderia por uma infinidade, pintei umas dezenas de ratos e os coloquei para ajudar na exploração. Rá poderia confirmar a inexistência de qualquer cheiro se estivesse junto.

O primeiro dia passou sem sequer ser percebido, camuflado entre os testes e hipóteses a respeito do lugar e das capacidades que me levaram até ali. Dentro da dimensão do meu dōjutsu o tempo corria normalmente, da mesma forma e na mesma sincronia que a realidade, porém não havia sol ou lua para indicar o quanto passamos ali ou em que pé se encontrava o dia “lá fora”. O corpo não foi incomodado pela fome nem pelas lembranças de Puri morrendo no que julguei ser as primeiras vinte e quatro horas, apesar da sua morte manter-se firme na minha consciência como um prego fundo no cérebro.

Depois do primeiro, o segundo, terceiro e quarto dias vieram com cobranças severas sobre o corpo e levaram uma boa quantidade de quilos. Já sabia bastante sobre minhas habilidades e depois de aprender o que se tem para aprender, um mundo vazio não serve para muita coisa além de te pressionar a respeito das próprias decisões, das próprias escolhas e perspectivas. Vida, morte, sacrifício, necessidade, bem maior, poder, Puri, vingança, tudo foi lenta e torturosamente mastigado, engolido e digerido até não restar mais dúvidas ou receio. Alimentei o terceiro nível do sharingan com mais chakra, os tomoes giraram e fundiram-se em uma forma de características mais elaboradas. Olhei os blocos multiplicados e sem vida uma última vez e novamente me desfragmentei através da sucção dos meus olhos.

HP [555/650] | CH [1050/1300] | ST [1/5]

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Dom 15 Mar - 14:02

intolerância e caos

Aos poucos meu corpo tomou forma no quarto escuro que eu habitava no Lugar. Apesar de já ter testado o que precisava testar acerca do jutsu, nesse caso eu ainda estava me acostumando com o controle da velocidade de teleporte. O trauma e os dias passados na solidão vazia da dimensão do Jikūkan Ninjutsu não transformaram minha visão através do sharingan apenas, bastou um segundo fitando os olhos de Rá para perceber que a morte de Puri também o havia mudado. Aquele momento foi combustível para minha conexão com o lobo, se antes já era meu parceiro quase inseparável, agora compartilhávamos a dor de perder a mesma parte da alma.

– Você demorou. – Cobrou em tom entristecido.

– Foi necessário, Rá. Me desculpe.

– Já decidiu o que fazer?

– Sim – respondi, os riscos dos olhos giraram e traçaram o Mangekyō Sharingan.

Estendi a mão para tocar a pata de Rá e me teletransportei novamente, dessa vez levando-o comigo. Ignorei todos os padrões de etiquetas e possibilidades de cenas constrangedoras – apesar de ter a certeza de que jamais o pegaria em uma dessas – e fui direto ao quarto de Watari. Bastou olhá-lo uma vez e percebi a compreensão inundando seu rosto e pela primeira vez a tristeza andar solta por seus traços.

– Oh, Artemo... o que houve com Puri? – a voz tremeu e segurou algo que lutava para sair.

– Sua esperteza nunca deixa de me surpreender, Watari, isso sempre me impressionou demais em você. Me pergunto como e o quanto você sabe a respeito do clã Uchiha, para ter percebido as circunstâncias e o despertar desses olhos. – Fitei-o com honestidade e admiração.

– Ela não pôde deixá-los de lado depois do último ataque. E eu a entendo, quem não entenderia?! Duas vezes tentaram feri-la simplesmente por ganância, ambição por poder e da forma mais... - coloquei o ar na profundeza dos pulmões e fiz o fervor da raiva passar – Ela precisava acabar com eles e eu e Rá fomos ajudá-la. Acontece que foi ingenuidade descartarmos a possibilidade do envolvimento de outra vila e a emboscada de três ANBUs acabou nos pegando de surpresa e cobrando uma vida importante.

Por um longo minuto ambos mastigamos as palavras e nos preparamos para o que seria dito depois. Watari se mostrava mais pesaroso do que eu jamais tinha visto, talvez enrolá-lo com a conversa que eu planejava tornaria as coisas mais desconfortáveis para ele.

– Esses olhos surgiram da dor e do sacrifício de uma vida querida, Watari. O que eu seria se não os usasse para mudar o mundo e trazer o frio do inverno àqueles que merecem?! Vamos deixar o Lugar e começar a trabalhar em um plano. Não vou esquecer o que fez por mim, tenha certeza disso. Você estará sempre sobre meus cuidados. – Estendi a mão e apertei a dele com o calor quase morto da criança perto da extinção em mim.

– Adeus Watari.

HP [500/650] | CH [950/1300] | ST [2/5]

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Kaden

Jōnin

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Dom 15 Mar - 19:50

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Ficha de Personagem :

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